O Poder Do Destino. Capítulo 24.

 



Sexta-feira. Tarde ensolarada em Newcrest. O quadro que Hugo pintou quando levou Amanda para sair pela primeira vez.


Ele havia terminado sem falar para ela, naquele dia quis lhe fazer uma surpresa.





— Eu não me lembrava mais desse quadro. Você terminou!... Ficou lindo!... Nossa, eu não sabia que você pintava tão bem. — O resultado não poderia ser diferente, a modelo é uma bela mulher! — Nem tanto assim!... Mas a pose que fiz, não foi essa! — Achei essa mais natural, ficou perfeita! — Foi a nossa primeira noite juntos. Nunca vou esquecer daquele dia... — Nem eu, foram momentos especiais... todos os momentos ao seu lado são especiais para mim, e a propósito; gostei do seu vestido, só tem um problema com ele. — Gostou? Foi a Luísa que me deu, mas qual problema que tem com ele? — É provocante demais e sinto vontade de tirá-lo. Ficou linda.





Hugo abraça Amanda apertando-a contra o seu corpo, eles se beijam e a excitação cresce. — Venha, vamos descansar um pouco. — Hugo, eu não posso... a Sarah vai chegar hoje. — Vai, mas não agora. Temos tempo!





Amanda não resiste aos encantos dele, Hugo a despiu em segundos e não demorou nada para começarem a fazer amor.





— Eu não consigo dizer não para você. Será que um dia vou conseguir? — Espero que não, mas se não sentir vontade de fazer amor comigo, por favor, diga! — O problema é esse! Sempre tô com vontade, se olhar por alguns minutos pra você, já quero fazer. Isso não é normal! — Eu acho normal, nos amamos e sentimos desejos. Eu quero você o tempo todo, sempre... pelo resto da minha vida. — Também quero você, pelo resto da minha vida!





Duas horas depois, Pedro chegou com a família. Todos estavam felizes e as atenções e mimos eram todos para a pequena Sofia.





— Ela é a neném mais linda que existe, tão fofa da tia! — Amanda não poderia estar mais feliz, sua sobrinha tão esperada e amada agora estava em casa e completamente saudável. — Ela nem parece aquele neném pequeno que vi na incubadora, tá bem gordinha! — Também, ela não para de mamar, já tô quase sem leite! Mas amo amamentar a minha filha. — Ela tem os olhos iguais aos seus, Sarah! Mas foi só isso que herdou de você, o resto é todo do Pedro e da Amanda. Essa menina vai dar trabalho quando crescer, hein?! — Luísa comenta sobre a aparência de Sofia. — Ainda é cedo pra falar disso, Luísa. — Pedro ri ao falar. Hugo, em silêncio, observa a agitação da família.





Depois dos mimos de boas-vindas, Amanda levou Sarah para conhecer seu novo quarto.





— Amanda?!... Não precisava! — É claro que precisava, vocês não tinham espaço naquele quarto! — Mas era o quarto da sua mãe... eu sei que é importante pra você. — Agora é o quarto de vocês... Minha mãe não está mais aqui e, se ela tivesse, faria a mesma coisa. A minha sobrinha merece tudo, ela é a pessoa mais importante pra mim!... Ahh! Esqueci de falar que o Hugo comprou tudo, ele disse que é o presente pelo nascimento dela. — Sério?... Não sei o que falar. Sou a pessoa mais abençoada por ter uma família linda assim. Obrigada, Hugo! Obrigada de coração... Fiquei sabendo que você pagou o plano de saúde por um ano e que comprou todos os medicamentos que tomei. Muito obrigada! — Por nada! Espero que essa garotinha cresça saudável e que você e o Pedro sejam ótimos pais para ela. — Eles vão ser!... E ela tem uma super tia pra ajudar! Rsrsrs! — Amanda fala. — É claro que tem, espero que sejamos todos felizes. Juntos! — Sarah, concorda.





— Sarah, eu olhei aqui embaixo dessa touca e ela quase não tem cabelo, só uns fios bem fininhos e vermelhos! — Pois é, acho que não foram só olhos que herdou de mim! — Mas você tem cabelo pra duas cabeças aí! Por que ela nasceu sem? — Ela se parece muito com a Amanda quando era bebê, também tinha pouco cabelo. — Pedro responde à pergunta que Luísa fez.





Amanda havia comprado um bolo de frutas vermelhas com chocolate, o preferido de Sarah.





— Lá no hospital, você disse que tava morrendo de vontade de comer doce, aí lembrei do bolo e comprei! — Eu tava mesmo! Obrigada, tá uma delícia! Que bolo enorme! — Sarah, ri.




O dia foi de pura alegria para todos. A noite chegou e Amanda decidiu ir dormir com o seu namorado. — Se vestiu toda provocante assim só porque vai dormir com ele, safadinha, né? — Eu?... Me visto assim pra dormir quando tá fazendo calor! — O ar-condicionado tá ligado, esqueceu? Confessa que tá doidinha pra... — Luísa!! Pode parar!... Vou mais pra conversar com ele, tava estranho hoje.





— Como assim, estranho? — Calado demais! — Tem quase três meses que vocês tão juntos e ainda não se acostumou com aquela cara dele?... Estranho seria se ele tivesse falando demais! Ele é calado mesmo! — Pois é, mas hoje parecia diferente... ele tava triste. — Sério?... Mas todo mundo ficou feliz por causa da Sofia... Eu achei ele normal, o normal dele é claro! Mas se você acha que tem alguma coisa estranha, é melhor ir conversar com ele.





— Boa noite, Lú! Já falei que você é a minha melhor amiga. Eu te amo! — Sua melhor e única amiga, né? Rsrsrs! Eu te amo também, e sempre será minha melhor amiga.





— Acho é bom que a cama fica só pra mim!Rsrsrs!... Não aguenta um dia sem dar uma? Imagine eu que já tô a cinco dias!... Como será que o meu coreano tá? Meu bebê, tô morrendo de saudade, ainda bem que vou embora amanhã.





Amanda deixou Luísa no quarto e foi ao encontro de seu amado. Ela achou o comportamento de Hugo estranho, diferente dos outros dias, eles não estavam bem como antes desde o dia da briga com Walter.





Amanda não o avisou que iria dormir com ele e, ao entrar na garagem coberta, o encontra sentado em uma cadeira velha que decidiram jogar fora, mas ainda não haviam colocado no lixo. Ele estava de cabeça baixa e pensativo. — Oi!... O que você tá fazendo aqui, sozinho? — Organizando os pensamentos!






— É?... mas... você parece triste. — Talvez!... Pensei que já estivesse dormindo, o que veio fazer aqui a essa hora? — Ver o meu namorado. Posso me sentar aí com você? — Você pode fazer qualquer coisa comigo. É a única que pode.





Amanda se sentou nas pernas dele. — O que tá acontecendo com você?... Que pensamentos tristes são esses que você quer organizar? — Não se preocupe, meu amor. Ainda não se acostumou comigo?... Fico assim de vez em quando. — Você não é assim, eu conheço você!... — Não!... Você não me conhece! — Hugo... Não sou tão ignorante como pensa, eu sei que a gente não tá muito bem desde o dia em que você brigou com o Walter. Eu já pedi desculpa por ficar chateada, mas não era com você, fiquei com raiva de mim, por causar aquela situação... por envolver você nos meus problemas pessoais do passado. Fiquei com vergonha! Por favor, volta pra mim como era antes?





— Amanda, não acho você ignorante, é um pouco ingênua. Nada do que aconteceu é culpa sua, já falei para não se culpar, e os seus problemas são meus também! — O Walter não é problema seu, se ele chegar perto de mim de novo... — Ele morre!... — Hugo?! — Esse sou eu, Amanda!... Sou capaz de fazer coisas que você não pode imaginar... Não poderia porque não tem a mente suja como a minha... Eu já fiz muitas coisas erradas. Você não me amaria se soubesse. — Talvez, mas isso seria antes porque agora... já não consigo deixar de amar você. Eu te amo e te ver desse jeito me deixa muito triste!... Por que ficou assim, hoje? — Estive pensando... Não vou morar no porão da sua casa por muito tempo, preciso ir!





— Ir?... Pra onde?... Hugo? — Quando eu for, você vai comigo? — Quando? — Não importa! Você vai comigo? — Amor, eu vou com você, mas... — Você ficaria infeliz longe da sua família.




— A Sofia chegou agora e eu já amo tanto aquele pedacinho de gente, parece até que saiu de mim. Eu não vou mentir dizendo que não vou ficar infeliz longe deles, do meu irmão, da Sarah e da minha sobrinha... mas sinto uma agonia só de pensar em não te ver todos os dias, nem quero falar sobre viver sem você. — Observei como você estava hoje. Não poderia viver em paz tirando essa felicidade de você. — Hugo... então foi por isso que ficou calado o dia todo? — Não sabia o que era ter paz antes de te conhecer, ser amado e amar. Mudou a minha visão de vida. Sou grato por conhecer você. Eu te amo, Amanda! — Eu também te amo e não vou perder você! Se for pra algum lugar, vou também! Não importa pra onde!... Só espera um pouquinho, por favor? — Um pouquinho?... — Só até a Sofia começar a andar, acho que um ano... não vai demorar, mas se tiver com pressa, eu vou... Não me deixe aqui!





"Meu amor, o que fiz para merecer você?... Não entendo, e, por que o destino foi tão cruel com você?" — Hugo sentia-se triste por não poder oferecer uma vida digna para Amanda, a culpa o feria. Amanda estava sendo enganada e se apaixonava cada vez mais por ele. Como teria coragem de tirá-la de sua família, de sua vida normal e feliz, para viver uma vida turbulenta e perigosa ao lado dele? E se ele a deixasse, como ela ficaria estando tão envolvida e apaixonada? De todas as formas, Hugo só causaria dor e sofrimento a ela, a mulher por quem se apaixonou, por quem ele sentia amor verdadeiro.





Então a conversa acabou como sempre acabava, em sexo. Quando Amanda percebia que algo estava diferente entre eles ou que Hugo parecia triste, o provocava e não demorava para resolver qualquer diferença na cama. Às vezes nem dava tempo de chegar lá.





— Podemos tomar banho agora, tô cheia de suor! — Mas é gostoso assim, cheia de suor, toda molhadinha... Quero lamber você todinha. — De novo? — Sim. Nunca me canso de você! — Então vamos continuar no chuveiro?!





E continuaram a conversa no chuveiro. Ficaram conversando por mais uma hora.




Trinta dias após o nascimento de Sofia.





Naquela manhã de domingo, Pedro e Hugo saíram para comprar algumas coisas que Amanda e Sarah pediram para a festa de aniversário de um mês de nascimento de Sofia, as duas já haviam comprado quase tudo, mas faltavam ingredientes para o bolo, no caminho Hugo recebe um telefonema e pede para Pedro fazer as compras enquanto ele conversaria com um amigo, Pedro concorda e Hugo o deixa em frente ao supermercado. Uma hora depois, Pedro também é chamado por um cliente que havia agendado uma visita para a terça-feira, mas ele pede insistentemente para que Pedro o socorresse, pois havia uma pane no sistema do bar e estavam fazendo o atendimento manualmente, Pedro pede um entregador pelo aplicativo do celular e manda as compras que havia feito para a sua casa, depois enviou uma mensagem para informar Hugo do que estava acontecendo e também o endereço para onde ia.






Chegando ao local, Pedro conversa com a atendente e ela o encaminha para onde ele deveria ir: o andar acima do bar.





Ao entrar, Pedro tem uma desagradável surpresa.





— Walter?!... Por que você tá qui? — No bar do meu tio? — Walter responde com uma pergunta. — Celso Cerqueira é seu tio? — Pedro pergunta, desconfiando da situação.






— Bom dia, Pedro! A gente ainda não se conhecia pessoalmente! — Bom dia!... Não esperava que você fosse tio dele. — Mas foi por causa dele que chamei você aqui! — Por causa dele? O que tá acontecendo? — O meu sobrinho foi espancado pelo namorado da sua irmã, e o que me deixou mais revoltado é que foi injusto, já que ela causou isso! — Ela?... Como assim, ela que causou isso?





— Naquele dia a Amanda me ligou e pediu pra eu ir ver ela, até disse que ia me esperar na estufa, a gente tava se entendendo bem, ela queria voltar comigo já que fui o primeiro dela e agora não tô mais casado, mas aquele desgraçado apareceu de surpresa e aproveitou pra me derrubar, não consegui fazer nada já que ele tava armado! — Você não tem um mínimo de caráter, seu mentiroso! — Pedro ouvia as mentiras de Walter e não podia acreditar em tamanha falsidade. Percebia que tramaram para que ele fosse até o bar. — Foi muita covardia do namorado da sua irmã, ela deu em cima do meu sobrinho! Alguém tem que pagar por isso, eu esperava que você viesse com ele!





— VOCÊ É UM COVARDE, MENTIROSO, MAU CARÁTER!! O Hugo não estava armado, e nem a Amanda te chamou! Você tá com vergonha de dizer que apanhou e foi rejeitado! — Chama aquele desgraçado aqui pra você ver quem vai apanhar hoje! — Tá confiando no seu tio e no amigo dele? Pois não dá conta nem se o Hugo tiver com as mãos amarradas, seu covarde! A Amanda tem nojo de você, não quer nem ouvir falar no seu nome! — Quem não quer aquela vadia sou eu! Ela que sempre se ofereceu pra mim e agora quer tudo de novo! Tá insatisfeita!





— TIRA O NOME DA MINHA IRMÃ, DA SUA BOCA, SEU MERDA! — Pedro não controla a raiva e, enfurecido, dá um soco no rosto de Walter. Celso e um funcionário assistem à briga.





Minutos antes da confusão começar.





Hugo tentou falar com Pedro, mas ele não atendeu a ligação, então decidiu ir até o endereço que Pedro lhe enviou.






Ele desconfiava que alguma coisa estava acontecendo. Hugo não conhecia esse cliente, pois não havia conversado com ele nem por telefone. Pedro é que sempre cuidava desses clientes que precisavam de trabalhos com baixo orçamento. Entrou no bar e pediu informações sobre Pedro para a garçonete. — Ele tá conversando com o patrão e o sobrinho dele no andar de cima. Acho que não vão demorar, vai tomar alguma coisa enquanto espera? Pode se sentar aqui e eu mesma atendo você! O meu nome é Gislaine, prazer em conhecer você! — Obrigado, Gislaine! Mas vou dar uma volta enquanto espero. Foi bom conhecer você! — "Hmm... acho que vou ver que tipo de conversa é essa!" — Hugo, estava tendo um mau pressentimento. — Mas você nem me disse o seu nome?!... — Hugo sai sem responder para ela.





No andar de cima. Pedro deu um soco no rosto de Walter, fazendo-o recuar e se preparava para dar outro quando de repente foi segurado por trás pelo funcionário de Celso. — ME SOLTA!! — Pedro gritava, mas ninguém podia ouvir a menos que entrassem no cômodo, pois o ambiente era forrado e protegido contra barulhos, os vidros eram grossos e bem vedados. — Não precisa segurar ele! Eu dou conta desse infeliz! — Bate logo nele e desconta o que a irmã tramou pra você! — Daniel, o funcionário falava para Walter encerrar logo a conversa. — Celso!! Você vai mesmo acreditar nessa mentira inventada pelo Walter?! — Quer que eu acredite no meu sobrinho ou em você, que não é nada meu?





Então Hugo entra onde eles estavam, mas antes de evitar que Pedro apanhasse de Walter.





Hugo, ágil e feroz, liberta Pedro das mãos de Daniel com alguns golpes de jiu-jitsu, acerta Walter no rosto e estrangula Daniel com um mata leão até que ele perca a consciência.





Logo que Daniel cai no chão desacordado, Hugo pula e chuta Walter no peito, fazendo-o cair duramente, mas Celso havia se preparado para isso. — Ei!! Acabou a brincadeira, valentão!! Celso tira um revólver de dentro da camisa e aponta para Hugo.





O que não adiantou nada, pois Hugo já tinha experiência em situações assim, não era a primeira vez que ele lutava com alguém armado. Segundos após sacar a arma, Celso também cai atingido por um dos golpes dados por Hugo. Pedro estava em pânico, nunca presenciou tal coisa e muito menos participou.





Hugo tomou a arma de Celso e a usou para bater nele. — Você não destravou a arma! Nem sequer sabe usar uma, não é? — Hugo já havia ferido Celso, batendo na cabeça dele com a arma. Celso sangrava, mas Hugo não conseguia acalmar a sua raiva, ele enforcava Celso com uma fúria animalesca. — Seu covarde, desgraçado! O que pensavam que iam fazer? — Me solta, por favor? Não me mate! — Celso, caído no chão e todo ensanguentado, pedia por misericórdia, ele mal podia falar, pois Hugo estava por cima e enforcando-o. — Não vou te matar, se quisesse fazer isso já teria quebrado o seu pescoço! Mas alguém vai morrer hoje! — Walter, caído sem fôlego, sentindo uma dor aguda no peito, se contorcia de dor e não podia fugir dali, assistia ao seu tio sendo espancado por Hugo.





E logo que Celso desmaiou, era a vez de Walter, e desse Hugo não teve piedade. Pedro estava horrorizado com como Hugo fazia isso, ele parecia um demônio e se divertia causando dor. Walter não conseguia gritar, Hugo batia em lugares que o faziam perder o fôlego, quebrou duas costelas e bateu diversas vezes nele, mas não a ponto de o fazer desmaiar.





— Então... Walter!... Dei uma chance a você quando te deixei sair com vida da última vez, mas como eu previa, você voltou! E agora, o que vou fazer com você, seu lixo? — Para, cara! Não consigo respirar! — Walter estava com medo. — Você ainda consegue falar, enquanto os dois que te protegiam, não. Mas, como eu falei para o seu tio, alguém tem que morrer hoje. — Vai mesmo me matar?... — Não é o que você procurava, a morte? — Que tipo de pessoa é você? — O tipo em que você não deveria ter se metido. — Hugo fala friamente com Walter, com uma calma estarrecedora.





— Eu não vou mais procurar ela, eu juro! — A questão, agora, não é apenas essa!... Você me fez fazer coisas que eu não queria, já tinha até me acostumado com uma vida tranquila, mas agora voltei, e você tem que pagar por isso! — Por favor, eu não sabia que ele tava armado!... Eu só queria... — Se vingar? — Não!... — Mas você ia se vingar na pessoa errada! Você está todo errado, Walter!... Não sabe o que quer ou o que está fazendo! Tentei poupar você, mas... — Cara, eu te imploro! — O pânico tomava conta de Walter, ele sentia que Hugo o mataria naquele instante.




— Hugo, por favor! Vamos sair daqui?! — Ainda não! Tenho que jogar o lixo fora! — Hugo olha friamente para Walter, que implorava pela sua vida. — Você não precisa fazer isso, vai cometer um crime, sujar suas mãos com ele? — As minhas já estão sujas, ele será apenas mais um. — O quê?? — Pedro acabava de se dar conta de que colocou uma pessoa extremamente perigosa para viver com ele e a sua família.





— É por isso que tá tão calmo, você já é acostumado a matar?... — Acostumado?... Não! Mas faço quando é necessário... Andei pesquisando sobre você, Walter. Está envolvido com tráfico de drogas e prostituição de menores, ninguém vai reclamar por você. — O quê?... — Walter cuspia sangue ao falar. — Se eu te deixar viver, vai ser a pedido do Pedro, o mesmo que você tentou ferir. — Eu nunca mais chego perto dele! Nunca mais!





Hugo se levanta enquanto Walter permanece no chão, ele pisa nas costelas dele, que já estavam quebradas, fazendo-o sentir uma dor excruciante. — Não grita! — Ele ordena a Walter, que obedece mesmo sentindo a pior dor que já sentiu na sua vida. — Sei exatamente o que você faz, com quem está trabalhando, e depois que sair daqui vai desejar ter morrido. Se enfie no buraco mais escuro e profundo que encontrar, você será caçado por Emílio Bracell! — Walter geme de dor, apavorado com o que Hugo estava falando. — Emílio me deve alguns favores e exigirei que ele cace você para que nunca mais volte a incomodar as pessoas que estão sob a minha proteção, dei um aviso no qual você ignorou, agora pague pela escolha que fez! Quanto ao seu tio, fechará esse bar, vou garantir que ele acabe vendendo água no semáforo! Ficarei com as filmagens das câmeras, sei que vocês as têm mesmo no banheiro feminino, e o melhor é que têm áudio, portanto, usarei contra vocês! Pessoas como vocês me dão nojo! Emílio Bracel era o traficante para quem Walter trabalhava.





— Hugo, por favor? Vamos embora! — Pedro, prende a respiração e controla o pânico que sentia, então tenta fazer Hugo parar.





— Está com pena dele, mesmo depois do que fez com você? — Não estou, mas não precisa ir tão longe! — Só quero garantir que esse idiota não cometa o mesmo erro! — Vamos conversar em outro lugar, a polícia pode chegar a qualquer momento! — São criminosos, Pedro! Eles não vão querer a polícia aqui. — Vamos embora, tenho certeza que não vão mais incomodar a gente! — Tudo bem!... Vou garantir a segurança de vocês! Emílio cuidará desse assunto. Podemos ir agora!





Walter estava ferido e logo sua situação ficaria pior. Emílio era um criminoso perigoso e devia favores para Hugo.




Continua...




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