O Poder Do Destino. Capítulo 23.

 



A tentativa forçada de Walter se aproximar de Amanda não deu certo. 


Hugo chegou a tempo de impedi-lo, e Walter só conseguiu apanhar, saiu sentindo dor e muito machucado.





— Você não precisava ter batido tanto nele. Exagerou! — Aquele canalha ia beijar você à força!… Por que está chateada? Depois do que ele fez na casa da sua amiga, ainda acha que exagerei?… Você gosta dele?





Enquanto tudo acontecia na estufa, Sarah não ouviu nada. “Por que será que tão demorando?… Ah, já sei… tão namorando! Aqueles dois não desgrudam quando tão perto um do outro. Mas eles podiam se apressar, tô com dor de cólica de novo.”





— É claro que não! Por que você pensa isso?… Eu não sinto nada por ele! Só fiquei assustada com você batendo nele daquele jeito… Não gosto de violência. — Me desculpe, meu amor. Não queria assustar você. — Hugo… você parecia outra pessoa.





— Perdi a calma quando vi que ele estava tentando beijar você… Depois de todo o aborrecimento que aquele idiota causou a vocês!… — Tudo bem, amor! Só me abraça, por favor?! Ele não vai mais voltar! — Assim eu espero!





“Ahh, meu amor… se soubesse que aquele que viu e que assustou você é o verdadeiro Hugo, não estaria assim nos meus braços!”





Quando Amanda percebeu que Sarah não sabia sobre o acontecido, pediu para Hugo não contar nada, mas ele não concordou em guardar segredo. Ao chegar em casa, ele contaria para Pedro.






Amanda não queria contar, mas Hugo insistiu em falar e ainda contou sobre o vandalismo que provavelmente Walter fez na casa de Luísa. Sarah ficou assustada e Pedro aborrecido.





— Meu Deus!… Então, ele é esse tipo de pessoa? Um homem perigoso! — Calma, Sarah, o Hugo já cuidou dele. — Vocês nem disseram nada, vieram calados o caminho todo… pensei até que brigaram, mas era por isso!… Ele entrou na estufa e eu nem vi nada!… Ainda bem que você chegou logo, Hugo.





— Tá vendo, Hugo? Por isso, eu não queria contar, a Sarah não anda bem e agora vai ficar preocupada. — Eles precisam saber o que está acontecendo com você. Está correndo riscos não compartilhando com a sua família, não posso protegê-la o tempo todo, precisam tomar as devidas precauções se ele se aproximar de você novamente! — Depois da surra que levou, duvido que ele volte a me incomodar! O Hugo quase mata o Walter, ele mal conseguiu andar!





— Agiu certo, Hugo! Me arrependo de não ter aceitado a sua ajuda antes. Obrigado por mostrar pra aquele vagabundo onde é o lugar dele! — Pedro! Você tá incentivando o Hugo a praticar violência! — Você está falando como se eu fosse um adolescente que não consegue se controlar. Tenho trinta anos e, consciente dos meus atos, não preciso de incentivos para fazer nada. Faço quando quero! — Tenho que concordar com os dois, se não fosse pelo Hugo, não sabemos o que ele ia fazer com você, Amanda… Se ele se aproximar de novo, temos que chamar a polícia! — Sarah estava com medo de que Walter voltasse a aparecer na loja. — Não é tão simples assim! Vamos dizer o que pra polícia? A gente não tem provas de nada! Ele não vai voltar e ponto final!… Já chega por hoje! Tô cansada!





Após conversarem sobre o desagradável acontecimento, todos foram tomar banho e descansar, com exceção de Amanda, que teria que preparar o jantar sozinha, pois Sarah estava indisposta.





Amanda preparou um jantar delicioso: arroz de forno com coxas de frango assadas e banana fritas na manteiga, e como acompanhamento uma deliciosa salada verde com tangerina e camarão. Mas Sarah não desceu para o jantar, ela pediu para não se preocuparem porque não havia nada de errado, só queria descansar sem ser incomodada. — Tudo culpa daquele maldito! Como odeio ele! — Amanda estava realmente chateada.





Ela mal olhava para Hugo durante o jantar, e ele percebeu que algo havia mudado.





Horas mais tarde. Amanda mandou mensagem para Hugo, pedindo que ele fosse até o quarto dela, pois precisavam conversar. Ele atendeu ao pedido imediatamente.





Ao entrar no quarto, encontrou-a de camisola na cama. Ele estava vestido com uma roupa confortável para dormir. Amanda o chamou para se deitar ao lado dela, e quando ele se deitou, ela o abraçou e pediu desculpas pelo seu mau-humor durante o jantar. — Me desculpa por ser mal-agradecida e por ficar com aquela cara azeda no jantar? — Hugo a observa em silêncio. — O que foi?… Não vai me desculpar?… Ficou tão bravo assim comigo? — Amanda se sente mal por tratá-lo daquela maneira. — Você me deixou confuso… Pensei que iria brigar de novo. — Não!… Me sinto tão mal quando você fica calado assim… Não tem muito tempo que estamos juntos, mas já sei quando fica chateado de verdade com alguma coisa… você fica calado, quietinho… Me desculpa, tá? — Não precisa se desculpar, não fez nada de errado… Mostrei um lado meu que você não conhecia e ficou assustada. Foi uma reação natural sua, não se desculpe por ser você mesma.





— Ei, pode parar!… Deve tá pensando que mudei o que sinto por você só porque bateu nele, mas não mudou nada. Eu te amo muito… demais, viu? Fico grata por ter um homem que sabe e pode me defender quando eu precisar. — Mas você não gostou… Teve medo de mim? — Não!… Nem por um segundo sequer! O medo que sinto é de perder você… Não sei por quê, mas naquele momento senti uma sensação estranha, como se alguma coisa ruim de verdade fosse acontecer. — O quê? — Não sei explicar, mas quero que saiba que nunca vou ficar contra você. É o amor da minha vida! Eu não vou amar outra pessoa como amo você.





— Posso dizer que você é o amor da minha vida, eu a conheço profundamente e tenho certeza do amor que sinto. — Eu também tenho certeza do amor que sinto por você! — Não me conhece, não sabe do que sou capaz… O que viu hoje é uma pequena parte de mim. Tentei conversar com você sobre isso, mas sempre mostrou desinteresse. — Vamos conversar sobre isso, então… Me mostra quem você é, de verdade. Duvido que eu deixe de te amar por saber que é esquentadinho! — Esquentadinho?… — ele ri com uma certa tristeza e a beija na testa, mas Amanda retribui com um beijo na boca.





— Sentimos a sua falta no jantar. Amanda fez uma comida deliciosa! — Eu queria ter ajudado, mas não consegui ir. — Você não quer comer nada mesmo? Vai dormir sem jantar? — Comi muita besteira hoje, ainda tô cheia e me sinto enjoada. — Não é melhor a gente ir ao médico?… Isso não é normal, Sarah!





— Pedro, quantas vezes a gente foi no hospital só esse mês? Eu já tô com vergonha, toda vez que sinto um mal-estar, você me leva, o médico me examina e depois volto pra casa e passa. — Mas hoje você nem jantou, isso nunca aconteceu. Foi pela briga na loja? — Talvez!… Ainda tô pensando no que poderia ter acontecido se o Hugo não tivesse chegado a tempo! Precisamos de mais segurança, construir um muro entre a loja e a estufa, pagar um segurança de rua… não sei bem ainda. — Vou providenciar o segurança amanhã e pagar alguém para construir o muro também, mas enquanto isso fico indo com vocês todos os dias até que se sintam seguras. — Não precisa ir com a gente, você tem o seu trabalho e nem tá dando conta de tudo de tantas coisas que tem pra fazer! — Você não pode ir amanhã, então tenho que ajudar a Amanda.





— Quem disse que eu não posso ir? Só tô com um mal-estar que vai passar quando eu dormir! — Fica em casa descansando, amanhã vou no seu lugar!




— Quem disse que eu não posso ir? Só tô com um mal-estar que vai passar quando eu dormir! — Fica em casa descansando, amanhã vou no seu lugar!





— Olha, vamos fazer assim, se eu não me sentir bem até de manhã, prometo que deixo você ir no meu lugar. Tá bom? — Sarah, deixa eu cuidar de você, meu amor? É tudo que eu mais amo nessa vida, sei que não está bem, essa gravidez tá sendo difícil desde o começo, você tenta esconder, mas eu sei. — Pedro… — Por favor, fica em casa amanhã? — Tá bom, eu fico…





No quarto de Amanda.





“Ela dormiu… Deixarei que descanse. Hoje, você viu um pouco de mim e não gostou. Teve medo… O que faço para que tudo acabe bem? Não vejo como será possível. Não posso mudar o que sou tão rápido e, sendo assim, você não quer ficar comigo!… Por que insisto em me enganar?… Ela ama um Hugo que não existe, que tentou existir só para merecê-la, mas não é o verdadeiro.”





Hugo se entristece ao cair na realidade, sentia-se atordoado como saindo de um sonho e voltando para o pesadelo. — Hugo, não vai dormir comigo? — Amanda, acorda e o pega pensativo.






— Não posso dormir com você hoje, Amanda. Tenho que terminar um trabalho que comecei. — Mas agora? Já é tarde, deixa pra amanhã!





— Não posso, tenho que terminar hoje! — Você trabalha demais, amor!… Fica, por favor?! — Durmo com você amanhã, tudo bem?…





— Ainda tá chateado comigo? — Não. Você não me deixa chateado. — Então…? — Então descanse, porque amanhã descontarei a noite de hoje! — Tá bom!… — Amanda ri e concorda, ela estava mesmo precisando descansar, Hugo a beija e sai.





Ele teria que pensar no futuro, no que precisava para seguir em frente e o que fazer com a sua vida, pois aquela não era a dele.





Sarah finalmente conseguiu adormecer, sentia fortes dores de cólicas, mas tomou remédios receitados pelo médico, as dores não passaram, apenas diminuíram e ela adormeceu de exaustão.





Vendo que sua esposa dormiu, Pedro foi para o seu escritório adiantar o trabalho para no dia seguinte poder ir ajudar Amanda na loja.






Amanda também dormiu, queria dormir com seu amado, mas aquele dia havia sido cansativo e estressante. Ela concordou, pois precisava descansar e quase sempre que dormiam juntos faziam sexo antes.





Hugo estava triste e com raiva de si por não saber como lidar com a situação que se colocou. O plano inicial era receber o dinheiro que Vivian o devia e se mudar para outro país, mas acabou se apaixonando por Amanda e agora não sabia o que fazer para convencê-la de aceitá-lo e ir embora com ele. Naquela noite, falou com um amigo em quem ele confiava. Yan.





Na madrugada, Pedro ainda estava trabalhando no seu escritório. Sarah acorda e praticamente pula da cama, sentindo uma forte dor na barriga.





— Ai, meu Deus! Que dor é essa? Cadê o Pedro?… Pedrooo!!! Sarah chama pelo marido, mas ele não podia escutá-la do seu escritório com paredes acústicas.





Então ela saiu do quarto andando com dificuldades, a dor se intensificava a cada passo que dava.





— Aaaa!! Que dor é essa?… Essa criança não pode nascer agora, não tá na hora! Nem arrumei o quarto dela ainda! Amanda acorda após ouvir Sarah falar, mas não entendendo e nem imaginava o que estava acontecendo.





— Sarah!! O que você tem? O que aconteceu? — Acho que a Sofia vai nascer!





— Sarah, olha pra mim! O que você tá sentindo? — Tá doendo muito, não tá normal! Será que vou perder a minha filha? — É claro que não vai! Vamos pro hospital, agora! — Mas não é tempo dela nascer, ainda faltam dois meses, a gente nem arrumou o bercinho dela! Eu tô com medo, Amanda!





— Não fica com medo, eu tô aqui com você, nós vamos arrumar tudo rapidinho, vai ficar lindo! E tem um monte de bebês que nasceram com sete meses! — Tem mesmo, né?… Tá bom, então me leva pro hospital! — Vamos! Você consegue aguentar um pouco pra a gente se vestir ou vamos assim mesmo? — Eu consigo! — Cadê o Pedro? — Trabalhando. Não briga com ele, tá preocupado, adiantando o trabalho pra ajudar você na loja amanhã.





Amanda chamou Pedro e os dois foram arrumar as coisas para levarem para o hospital. Vestiram Sarah, enquanto Hugo posicionava o carro.




— Desculpa te acordar, mas nem eu, nem o Pedro vamos conseguir dirigir! — Você pode contar comigo para o que precisar. Não fique tão nervosa, ela ficará bem! — Vai, né?… Vai sim! Vai dar tudo certo!





— Aguenta só mais um pouquinho, amor! — Tô aguentando, mas não consigo andar mais rápido! Tá doendo muito! — Você vai ficar bem!





— Amanda, você pegou a minha bolsa? — Sarah perguntava mesmo sentindo dor. — Tá aqui comigo! — E as coisas da Sofia? — Tão no porta-malas!





Quinze minutos depois, chegaram ao hospital. Pedro havia mudado o plano de saúde de Sarah, optou por um mais completo e mais caro, devido às complicações que Sarah vinha tendo. Pedro não quis arriscar.





Ao chegarem no hospital, um enfermeiro veio até o carro e levou Sarah em uma cadeira de rodas. Pedro acompanhava a esposa. Amanda e Hugo conversavam enquanto eles entravam para dar início ao atendimento. — Vou entrar com eles e espero você na recepção. — Tudo bem, vou estacionar o carro e logo estarei com vocês. Hugo estacionou o carro na frente do hospital e, por isso, não poderia se demorar ali.





O atendimento foi rápido, levaram Sarah para um quarto particular onde iria ficar até ter o bebê.





— Então ela vai ter o bebê hoje? — Amanda pergunta para a doutora Luciana. — Provavelmente, sim! A Sarah já entrou em trabalho de parto. Será um parto prematuro, mas ela e o bebê estão bem. Será um parto natural! — Mas, doutora, ela não tá com nove meses! Vai ficar tudo bem, né? — Ela está com 32 semanas e iniciou o trabalho de parto, o que não é muito comum, mas existem muitos casos como o dela e os bebês crescem saudáveis. Não se preocupe, cuidaremos bem. Agora precisam ir, só o pai pode ficar como acompanhante!





Amanda se despediu de Sarah com um abraço apertado, ela e Hugo foram para a sala de espera.





— Por que pagar tão caro nesse plano de saúde se a gente nem pode ficar com ela? — Normalmente é assim, meu amor! Não fique preocupada, ela está bem. — Ela não tá bem, tá com dor e com medo… A culpa é minha, acho que foi porque ela soube da briga… — A culpa não é sua, ele invadiu a loja. — Mas invadiu por minha causa… quebrou as coisas da Luísa por minha causa também! Por que conheci aquele babaca? Se acontecer alguma coisa com elas, com a Sarah ou com a Sofia… — Pare de se culpar! Elas estão bem!… — “Garantirei que ele não volte a incomodar você!”





Duas horas depois. Sofia nasceu de um parto natural, porém, prematuro, ela teve que ir para incubadora, mas não estava correndo riscos de vida, a colocaram lá por nascer antes da data certa.





Ficaria sob observação médica por algumas horas e depois iria para o quarto junto de sua mãe, que estava descansando.





O dia estava amanhecendo. Pedro deu a notícia para a irmã e todos comemoraram felizes. Hugo o parabenizou e ofereceu ajuda para o que fosse preciso, Pedro agradeceu e voltou para o quarto onde sua esposa descansava. Amanda agora estava feliz e tranquila.





Os dois voltaram para casa. Amanda não pode ver a sobrinha naquele dia, mas voltaria no dia seguinte para visitar e ficar com a cunhada, enquanto Pedro descansava um pouco em casa. A loja ficaria fechada por alguns dias até se organizarem. Os planos de contratar um ajudante para trabalhar na loja depois que Sarah tivesse o bebê eram para um mês adiante.





Dez dias se passaram. Sarah ainda estava no hospital, Sofia estava com baixo peso e precisaria engordar um pouco antes de sair. Nesse período, Amanda e Pedro revesavam com os cuidados e acompanhamentos no hospital.
A loja estava fechada durante esse tempo. Hugo organizou o aplicativo de vendas on-line para Amanda e Luísa venderem as mercadorias. Amanda ainda não sabia quando reabriria para vendas presenciais, ela decidiu esperar Sarah voltar para casa, até porque o aplicativo foi eficiente para ela, estavam vendendo mais do que na loja física. Ainda faltava comprar quase todo o enxoval para a recém-nascida. Eles resolveram deixar para comprar no oitavo mês de gestação, mas Sofia nasceu com sete meses.





O quarto de Pedro e Sarah era pequeno e não tinha espaço para a filha, então ele teria que abrir mão do escritório dele. O plano inicial era que Hugo se mudasse antes que ela nascesse, assim Pedro mudaria o escritório para o quarto do porão e Sofia ficaria com um quarto, mas os planos mudaram. Amanda não queria que Hugo se mudasse, então ela trocou o seu quarto com o do casal. Pedro, Sarah e Sofia tinham mais espaço agora. Luísa foi chamada para ajudar, Hugo levou as duas e foram às compras. Ele pagou todo o enxoval, disse ser um presente para a sobrinha. — Ficou lindo! A Sarah vai amar! Obrigada, amor! Mas vamos dividir essa conta, tá bom? — Não existe conta, paguei à vista! — O quê?… Você nem dividiu no cartão de crédito? — Não. — Amanda! Deixa ele! Já disse que é o presente da sobrinha, e você esquece que o seu namorado é o patrão do seu irmão? — Mas… — Mas nada, Amanda! Ele pode pagar, então fica quieta! — Luísa ri, estavam felizes com a chegada do novo membro da família. Naquele mesmo dia, Sarah e Sofia iriam retornar ao lar. — Bem, agora que terminamos, tenho uma surpresa para você. Quero mostrar algo que fiz! — Hugo queria que Amanda o acompanhasse até o seu quarto.





Eles não só arrumaram o quarto, adaptaram todos os cômodos da casa para convivência com o bebê, trocaram quadros por porta-retratos, colocaram móveis na sala, na cozinha, compraram alimentos e acessórios também.





Amanda acompanhou Hugo até o quarto dele para ver o que queria lhe mostrar, e ficou surpresa quando viu o que era. Continua…

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