O Poder Do Destino. Capítulo 21.
Ainda na terça-feira.
— Acho que ele não vem fechar a loja com a gente. — Amanda esperava por Hugo para fecharem a floricultura juntos.
— Talvez ainda venha, só tá um pouco ocupado. Você ligou pra ele?
— Eu não!… E nem vou ligar, ele sabe o horário que fechamos a loja, se não veio ainda é porque deve tá muito ocupado, né?… Talvez com alguma cliente especial.
— Amanda?… Para de ciúme e liga pra ele!
— Não!
— Oi, me desculpe pelo atraso, demorei mais do que o previsto.
— Não precisa se desculpar, devia tá bem ocupado com o seu trabalho, né? — Amanda, responde e Hugo percebe o quanto ela estava irritada.
— Chegou bem na hora de ajudar a gente a fechar a loja, falta 30 minutos! — Sarah, tenta mudar o clima da conversa.
— Mas nem precisava vir, a gente consegue fechar só!… Se veio apressado na última hora, poderia ter ficado com suas clientes!
— Amanda, tá de TPM, não liga pra ela! Foi bom você ter vindo Hugo.
— Está aborrecida. — Hugo não era paciente com adultos tendo comportamentos infantis.
— Não!
— Tá sim! — Sarah, responde.
— Vamos conversar! — Ele a convida para conversar em outro canto da floricultura.
Eles foram para perto do caixa.
— Por que está agindo assim? — Hugo está sério e fala em um tom firme e seguro.
— Assim, como?
— Como se eu tivesse feito algo de errado!
— Eu não disse que você fez nada de errado!
— Você não confia em mim?
— O quê?… Como assim?
— Está desconfiando que estive com clientes com fins para diversão e não a trabalho.
— Eu…
— Se vamos manter um relacionamento deve haver confiança mútua! Não demorei porque quis, precisei resolver um problema que exigiu mais tempo do que o esperado. Não estava traindo você, e nunca vou trair! Você entendeu?
— Você disse que ia voltar logo, e... — Amanda para de falar envergonhada, ela não sabia o que dizer, se sentia mal.
— Haverá situações semelhantes a essa e não quero que pense mal de mim, não desse jeito, eu não quero outra pessoa a não ser você. Não se sinta insegura, amo você. Mas não posso me sentir bem com essa desconfiança, o que sinto é forte demais, acredite em mim!
— Me desculpa?… Mas é difícil pra mim, toda mulher dá em cima de você!
— Entre todas as mulheres eu só preciso de uma!… Você, Amanda!
Amanda o abraça com força, ele retribui da mesma forma.
— Sou uma idiota, né?
— Não. Você é a garota que amo e sempre vou amar!
— Desculpa, tá? Nunca mais desconfio de você.
— Tudo bem, meu amor.
— Você tem razão, precisamos confiar um no outro e eu prometo que vou controlar esse meu ciume, mas não posso deixar de sentir! Olha só pra você e olha só pra mim?
— Estou olhando, e a única coisa que vejo é uma mulher maravilhosa, boa demais para mim… Eu não mereço você, mas eu te amo demais.
— Eu é que te amo demais! Muito mais!…
— Não quero te perder, Amanda…
— Eu não vou pra lugar nenhum sem você!
— Minha princesa. Você se tornou o meu mundo!
— Hugo… — A felicidade que sentia não cabia nela e todas as inseguranças foram embora. Eles se beijam carinhosamente.
Sarah olhava o casal apaixonado de onde ela estava. — “Tão lindo o amor desses dois, eu não entendo como duas almas tão apaixonadas demoraram tanto pra se encontrar?… Hugo e Amanda ainda vão se casar, eu sei que vão!.”
— Nossa, eles não desgrudam mais? Que pouca-vergonha dentro da loja com clientes olhando! — A cliente reclamava.
— Ahhh, mãe! Para de reclamar! Queria era eu tá no lugar dela. Ele é um pedação de mal caminho! — A filha da cliente que estava reclamando é a favor do romance.
— Você não tem vergonha na cara? Acabou de se divorciar, vê se sossega esse fogo, Jéssica!
— Ai, ai! Quero arrumar um assim agora! — Jéssica, a cliente de cabelo rosa, brinca provocando a sua mãe.
Passaram-se 10 dias. Hugo e Amanda estavam juntos e apaixonados. Ele não tinha outro motivo para permanecer naquela cidade, a não ser estar com seu amor. Já havia recebido o dinheiro que Vivian devia a ele, e se fosse seguir os planos iniciais já era para estar morando em outro país.
O contato com Vivian foi cortado, ele a avisou de que não o procurasse mais. Agora tudo que queria era encontrar uma forma de convencer sua amada a ir embora com ele. Hugo não deixaria Amanda para trás, a primeira mulher que ele realmente amou, mas ainda não havia contado a verdade para ela, ele disse que teria que fazer uma viagem a negócios e voltaria depois de alguns dias.
A noite de sexta-feira estava chuvosa. Hugo e Amanda, conversavam na garagem coberta.
— Você precisa mesmo viajar?
— Preciso, e gostaria que você aceitasse ir comigo.
— Mas e a floricultura? Não posso fechar a loja!
— Só por uns dias, depois você reabriria.
— Mas Hugo, eu vou perder os meus clientes, eles vão se afastar se a loja ficar fechada por muitos dias.
Hugo respira pesadamente lamentando em pensamentos o que estava por vir. — Amanda, essa viagem serviria para nos conhecermos melhor, para você me conhecer e saber um pouco mais sobre a minha vida.
— Não posso ir com você, mas vão ser só alguns dias, não é? Depois você volta pra mim?!
— Sim… Só alguns dias. — Ele pretendia convencê-la até o dia que realmente precisasse ir. — Dorme comigo hoje?
— A gente dormiu juntos na semana passada!
— Já faz cinco dias! Sinto sua falta, desse cheiro, dessa boca… Amo você.
— Eu também te amo! Não queria ficar nenhum dia longe de você.
— Então viaja comigo?!
— Não posso, amor! Você precisa mesmo ir?
— Sim. Mas vamos falar sobre isso depois, agora quero que desça comigo até o meu quarto, preciso fazer amor com você. Não consigo mais esperar!
— Vamos sair amanhã e a gente faz… — Hugo passa a mão envolta do pescoço de Amanda e esfrega seu membro tenso na bunda dela, fazendo-a gemer de excitação.
— Não! Tem que ser hoje, agora!… Estou cheio de tesão por você, não me obrigue a te comer aqui mesmo! — Ele não estava brincando quando ameaçava a ter relações sexuais com ela ali na garagem.
— Você faria isso, aqui? — Ela pergunta excitada com a possibilidade de fazerem sexo naquele lugar, arriscando serem descobertos por Pedro e Sarah, mas o medo de serem pegos também a impedia de deixar que ele arrancasse suas roupas.
— Faria! Tem dúvidas sobre isso?
— Não!… Vamos até o seu quarto!
Amanda concorda e desce até o quarto dele no porão daquela garagem.
— Pronto, conseguiu de novo me trazer pra cá!
— Você não gosta de vir?
— Adoro, mas fico com vergonha do Pedro!
— Ele não sabe que você está aqui, e está chovendo, já devem estar dormindo.
— Talvez, mas tenho a impressão de que ele sabe.
— É apenas impressão sua, mas entendo o que sente, precisamos ter mais privacidade.
— Nossa!… — Amanda olha fundo no azul dos olhos dele, admirando e contemplando a beleza de seu homem amado.
— O que foi? — Hugo pergunta com uma certa timidez por ela o estar olhando daquele jeito.
— Como você é lindo… Não acredito ainda que se apaixonou mesmo por mim… é tão bom se sentir assim, amada por um homem maravilhoso como você… Não tô falando só da sua beleza física, mas dessa beleza que tem dentro de você, é uma pessoa linda por dentro e por fora. Tenho muita sorte. Obrigada por existir nesse meu mundo, você deixa tudo mais colorido.
Hugo não sabia o que dizer, Amanda fazia com ele o que ninguém conseguia, ela o desarmava e o deixava frágil, vulnerável para ser ele mesmo, uma pessoa que nem ele conhecia, o Hugo que só queria amar e ser amado verdadeiramente.
O namoro de Hugo e Amanda estava firme e forte, estavam mais à vontade com o relacionamento e Amanda não sentia mais vergonha do irmão saber que eles dormiam juntos. Pedro e Sarah se acostumaram a ver os dois tendo intimidades por todos os cantos da casa.
— Hugo, vamos na casa da Luísa no próximo final de semana, já combinei com ela.
— Vamos, amor.
Amanda e Luísa sempre conversavam pelo telefone e se mantinham próximas dessa forma, mesmo estando distantes. Walter, o ex-namorado de Amanda, não apareceu mais, parecia ter desistido de reconquistá-la, talvez fosse por ter visto que ela já havia arrumado um namorado.
— Luísa, Tae! Que saudade! O Hugo quase atropela as plantinhas! — Amanda desce do carro e corre para abraçar a amiga.
— Em minha defesa, eu não poso deixar o carro no meio da calçada! — Hugo se explica.
Luísa estava com um novo visual, ela havia mudado o corte e a cor do cabelo.
— Você ficou linda com esse cabelo. Adorei!
— Obrigada! Tive que mudar, você sabe que enjoei rápido!
— Sei mesmo! Pensei até que ia voltar a usar o penteado da Beyoncé.
— Não fiz de novo porque as pessoas ficam me confundindo com ela, coisa chata, sabe?
— Hahaha! Sei!
— E vocês ainda tão namorando? — Luísa pergunta, mas só para provocar a amiga, pois sabia que eles estavam em um relacionamento sério.
— Sim! Você e o Tae, também, né? Fico feliz de terem dado certo! — Amanda responde também sabendo que Luísa finalmente estava namorando.
— Parabéns Tae, você sobreviveu aquela noite e foi aprovado. — Hugo brinca com o casal.
— Ela não resistiu ao meu charme, me pediu em namoro naquela mesma noite! — Tae, entra na brincadeira.
— Mentiraaaa!! Você que nunca mais saiu daqui, tá quase se mudando pra cá!
— Não é uma má ideia, eu vou pedir você em casamento hoje mesmo! — Tae, continua brincando e todos se divertem.
Minutos depois. Tae convidou Hugo para irem assar uma carne na área do lado de fora da casa, Amanda e Luísa foram conversar na sala de estar. Luísa estava mostrando a nova TV que havia comprado, já que a anterior havia sido destruída por algum vândalo que invadiu a casa dela, não apenas destruiu a TV, como pichou a parede da sala, e Luísa teve que pintar a sala inteira.
— Você ainda não contou nada pra ninguém?
— Não.
— Amanda, sabe que tem que falar sobre isso, e se ele quiser te incomodar ou fazer coisa pior?
— Eu nunca mais vi ele, e a gente nem tem certeza que foi mesmo ele!
— Você sabe que foi, Amanda! Se acha que não foi ele, por que me ajudou a comprar a TV?
— Luísa! Você é minha amiga e eu quis ajudar, a floricultura tá vendendo bem, pelo menos bem melhor do que quando era da minha mãe. Eu pude ajudar você e ajudei!
— Agradeço a sua ajuda, mas você tem que contar pra alguém… Tenho medo dele aparecer quando você tiver sozinha.
— Ele não vai chegar nem perto de mim! Não se preocupa, tá? Tô bem!
— Sabe Amanda, eu e a Luísa estamos considerando morar juntos, dividir o aluguel!
— É sério?… Vocês dois vão morar juntos?
— Tae!!… Não era pra falar agora! — Luísa fica sem jeito.
— Ah, não fica com vergonha, minha deusa de ébano! Estamos curtindo muito o nosso namoro, venho todos os dias dormir juntinho com a minha deusa, e só queria contar logo pra você, pra Luísa me deixar vir de vez!
— Eu… Nossa!… Tô muito feliz por vocês! De coração.
— Que bom. Agora posso me mudar, amor? — Tae pergunta para Luísa, Hugo apenas observa calado.
Sarah já estava com 7 meses de gravidez. Luísa e Tae, estavam morando juntos. Pedro já aceitava de bom grado o namoro da irmã com o seu amigo e patrão. A empresa deles crescia, mas Hugo não estava gostando de se destacar tanto assim, a viagem havia sido adiada e ele só queria estar de bem com a sua amada.
O casamento de Vivian se aproximava, Otacílio teve uma melhora no seu estado de saúde, ele procurou outro hospital com outros médicos e lhe pediram novos exames, melhorou e agora queria estar presente para sua noiva.
Hugo sentia-se livre para viver o seu amor, estava despreocupado e levava Amanda para passear e fazer compras frequentemente, o medo de ser reconhecido aparentemente havia sumido.
— Você não precisa me carregar no colo só porque apareceu umas bolhas no meu pé! Posso tirar os sapatos!
— Não. Você não vai andar descalça por essas ruas contaminadas.
— Mas eu consigo andar com o sapato, pode me colocar no chão.
— Você vai nos meus braços até chegar no carro, não insista em querer sofrer machucando os seus pés!
— Meu amor, meu príncipe! Eu já disse que te amo hoje?
— Hmmm… não consigo lembrar! Acho que não disse!
— Eu acho que disse sim, mas vou repetir quantas vezes você quiser ouvir. Eu te amo, Hugo! — Feita a declaração, Amanda o beija amorosamente.
— Como você se sente, meu amor? Ainda tem cólicas? — Pedro estava preocupado com a esposa, e tirou o dia de folga para cuidar dela.
— As cólicas já passaram, só cansada mesmo. Não se preocupe, Pedro.
— Por que você não quis ir ao médico, Sarah? Acho que deveríamos ir, você anda muito cansada.
— Fazer o quê lá? Já me passaram os remédios que tenho que tomar caso sentisse dor de cólicas. Já passou, tô bem!
— Tem certeza? — Pedro não se convenceu de que ela estava bem.
Sarah, para convencer o marido, abraça ele e os dois ficam namorando na cama.
Depois do último encontro com Hugo, Otacílio procurou outro hospital e marcou uma consulta, mostrou todos os exames que havia feito e a receita dos medicamentos que tomava, o outro médico achou desnecessário a quantidade de remédios, mas não desconfiou que Otacílio estava sendo envenenado pelos próprios medicamentos, isso porque os remédios eram normais para a doença cardíaca que tinha. Murilo, o outro médico que era cúmplice e amante de Vivian, trocava os comprimidos por outros mais fortes e os colocavam no frasco, Otacílio tomava os remédios errados. Agora ele estava melhorando a sua saúde e queria aproveitar o romance com sua noiva.
— Gostou da lingerie que comprei para você, amor?
— Adorei, meu bem!
— Que bom, vou comprar mais algumas, quero compensar o tempo que você não pode me ter, agora estou melhorando muito. Vamos fazer amor sempre que você sentir vontade, eu prometo!
— Isso é maravilhoso, senti saudades de você! Era muito triste ter que te ver doente, meu amorzinho.
— Agora você vai ter o seu noivo todos os dias! E quando nos casarmos, será ainda melhor! — Otacílio acaricia Vivian na parte mais íntima dela. — Preciso só de alguns minutos para ficar pronto, aí vamos para a cama.
— Claro, meu amor, leve o tempo que precisar! — “Velho desgraçado, nojento! Preciso me livrar desse maldito, logo! Não suporto mais ele me tocar!” — Vivian estava quase desesperada, ela não gostava de ter relações sexuais com Otacílio.
Demorou bastante para Otacílio ficar pronto para o sexo. Fizeram em posições que favorecesse o desempenho dele, não o forçando para que ele não se cansasse. Vivian fingiu estar gostando durante todo o tempo, depois do sexo foi tomar banho e escovar os dentes chorando de raiva.
Ela cobrava uma solução para o que estava acontecendo com Otacílio.
— Ele não confia mais em mim, e a culpa é do seu ex-namorado! Foi depois daquele dia que Otacílio decidiu fazer novos exames em outro hospital.
— Eu sei que foi culpa dele, mas não aguento mais aquele velho, ele tem que voltar a dormir! Resolva isso, Murilo! Te paguei adiantado e paguei muito bem pelos seus serviços. Cumpra com a sua parte!
— Vivian… Como faço isso, se ele trocou de médico?
— O problema é seu! Quero uma solução!
— Tenha paciência, podemos pensar em algo depois do seu casamento, e...
— Se você soubesse o que é transar com aquele velho desgraçado, não falaria isso, não me pediria calma!
— Me desculpe, meu amor! Sei que não é fácil para você.
— Não me toca!
— Vivian, calma por favor?
— Enquanto ele tiver me tocando, você não vai encostar em mim!
Vivian chora para que Murilo se sinta culpado.
— Vamos pensar com calma, por favor, meu amor?
— O meu erro foi ter me apaixonado por você… É horrível transar com um homem e amar outro, eu penso e quero você o tempo todo, tenho nojo dele quando lembro do que sinto quando estou com você!
— Amor, me perdoe?!…
— Não consigo mais!… Você não pode me tocar, me sinto suja! Amo você, Murilo!… Só quero viver em paz com o homem que eu amo.
— Eu também te amo meu amor!… Pensarei em como resolver essa situação hoje mesmo. Prometo que resolverei! Ele não vai mais tocar em você!
— Então resolve logo, por favor! Nem mil banhos me faz sentir limpa depois de transar com ele, é tão diferente de você!… Porque me apaixonei por você, Murilo? Não era pra ter acontecido, agora não quero mais ninguém, além de você! — Vivian, chorava muito ao ponto de soluçar.
— Fique calma, em breve ficaremos juntos de novo. É uma promessa e eu cumprirei!… Eu também só penso e só quero você, Vivian! Pensar nele obrigando você a fazer o que não quer… Tenho vontade de matá-lo pessoalmente!
— Eu tenho que ir agora, ele tá pegando no meu pé o tempo todo. Depois a gente conversa de novo!
Vivian se afasta e Murilo a observa, revoltado. — “Tenho que dar um jeito de trocar os remédios dele, mas dessa vez terei mais cautela, talvez uma dosagem intermediária, assim ele vai piorar lentamente sem desconfiar, já que os novos medicamentos foram receitados por outro médico!… Aquele velho não tocará no que é meu. Vivian é minha, ela está sofrendo por me amar.”
Vivian conseguiu comover Murilo, ela sabia manipular e envolver as pessoas que se aproximavam o bastante. — “Que idiota! Chega a ser ridículo a burrice dele, imagina que vou me apaixonar por esse trouxa!… O único homem que amo é o Hugo… Por onde será que ele anda?… Será que foi mesmo embora sem se despedir de mim?”
Após conversar com Murilo, Vivian almoçou com Otacílio em casa e depois que ele saiu, ela trocou de roupa e saiu também. Vivian foi em uma das propriedades que Otacílio possuia em Windenburg.
Era uma biblioteca pública que ele construiu para a comunidade local, lá funcionava o escritório de contabilidade das empresas Brandão, e Rayca trabalhava nele.
“Espero que ela tenha boas notícias pra mim, pelo menos isso vai compensar um pouco ter que aturar aquele velho nojento! E ainda falta dois meses pro casamento, não vejo a hora de me livrar dele!”
Vivian havia pedido para Rayca desviar uma quantia maior do que o de costume, essas quantias eram depositadas semanalmente na conta dela, mas Rayca não conseguiu fazer a transferência e chamou Vivian para contar o que estava acontecendo. A biblioteca ficava em um bairro de classe média baixa.
— O que você tá me dizendo, Rayca?… Não tô entendendo! — Rayca, sentada na cadeira atrás da mesa de escritório, mexia no seu computador tentando explicar para Vivian o que estava acontecendo, Vivian sentada na cadeira na frente de Rayca tentando entender o porquê de tudo estar dando errado para ela naquele dia.
— Vou me explicar melhor, meu bem! Otacílio está desconfiado e me pediu um relatório das finanças de todas as empresas e as atualizações dos investimentos em ações. Ele sugeriu uma nova contratação, outra pessoa trabalhará comigo na contabilidade das empresas Brandão. Você entendeu agora porque não pude depositar o valor que me pediu?
— Velho desgraçado!
— Não sei como e porque ele desconfiou de algo, sou muito cautelosa e até onde sei, ele confia em mim!
— Eu sei o que aconteceu com ele!… Recebeu uma dica e seguiu, desde então anda vendendo saúde e me importunando! Agora até com o dinheiro tá desconfiado.
— E de quem ele recebeu essa dica?
— Do meu primo, Hugo!
— Mas como isso afetou na saúde dele?
— Não vou te explicar! E já que você não consegue ser útil pra mim, não me interessa ficar aqui!
— Vivian? — Rayca se surpreende com a frieza dela.
— Adeus, Rayca!
— Mas como assim, adeus?
Rayca corre rapidamente para alcançá-la antes que ele saísse do escritório, se pondo na frente dela para impedi-la.
— O dia do casamento tá chegando e ainda não tenho a quantia que preciso pra me livrar do Otacílio!
— Se livrar?
— Sim! Desmanchar o noivado! Pensou que fosse o quê, que eu ia matar aquele velho?
— Não! Imagina… eu nunca pensaria isso de você, meu bem!… Mas Vivian, não precisamos de tanto dinheiro para vivermos em paz, podemos ficar juntas, montar uma empresa, e...
— Nem fudendo, Rayca! Eu não vou viver uma vidinha de classe média com você! Prefiro aguentar o velho até o final da vida dele, do que viver na pobreza com você! Ele já tá velho demais, nem vai viver tanto assim!
— Meu Deus!… Vivian, eu não sabia que você era tão ambiciosa.
— Agora você sabe. Não se vive só de amor, o dinheiro traz tudo que precisamos e principalmente, a felicidade! Agora me dá licença por favor?!
Vivian desvia de Rayca e caminha em direção à porta.
— Então você só estava comigo porque eu era útil para você desviando o dinheiro que precisava?
— Mais ou menos isso, tirando o fato de eu ter me apaixonado por você! — Vivian, finge estar apaixonada por Rayca, mas isso não era verdade.
— Se você me ama mesmo, por que não tenta viver comigo sem roubar o dinheiro dele?
— Saiba que pra mim, querida Rayca, o dinheiro é mais importante do que tudo! Eu não vou viver uma vida mesquinha com você e nem com ninguém, ainda que eu te ame muito! Planejei uma vida perfeita pra nós duas, mas você não cumpriu com o que combinamos… Vou me casar com o Otacílio e não posso ter amantes, não quero mais que se prenda a mim.
— Você está terminando comigo?
— Estou!
Rayca se desespera e a abraça por trás, ela estava dependente emocionalmente de Vivian, a amava loucamente e não aceitava o fim.
— Por favor, querida, me perdoe?
— Não tem o que perdoar, a culpa não é sua, mas não podemos continuar juntas depois que eu me casar, se eu não conseguir levantar o dinheiro pra vivermos juntas longe daqui… vou ter que me casar com ele.
— Vou ver o que posso fazer para desviar pelo menos metade do que me pediu hoje, mas não sei se consigo sem que ele saiba.
— Não precisa fazer nada, Rayca! Se ele descobrir vai ser pior.
— Então… o que faremos?
— Me dá um tempo pra pensar, depois falo com você.
— E para onde você vai agora?
— Beber em algum lugar!… Só me deixa pensar direito, tá bom?
— Tudo bem, meu amor. Mas toma cuidado, nada se resolve com a cabeça quente e o estômago cheio de bebidas!
Rayca tenta beijar Vivian, mas ela se afasta.
— Eu já disse que quero um tempo pra pensar!… Por favor, me deixa ir!
Rayca se afasta e Vivian sai, ela estava despedaçada pelo desprezo de sua ruiva amada.
Continua…
A loira burra nem imagina que ela vai de arrasta pra cima também se a Vivian tiver sucesso. Oh mulher besta!
ResponderExcluirConcordo com você, Erick!
ExcluirObrigada, por ler!