O Poder Do Destino. Capítulo 17.
— Amanda, eu preciso conversar com você… falar sobre mim. Você precisa me conhecer de verdade, pra saber se ainda quer continuar comigo.
— Tá bom… mas, olha, eu já conheço o suficiente pra querer continuar com você. — ela respondeu, com um sorriso leve.
— Hm… não conhece. — A expressão dele mudou, tornando-se mais pesada.
— Que cara é essa? Até parece que cometeu um crime! — ela comentou, num tom leve, sem imaginar quão perto estava da verdade.
— Eu… — Hugo hesitou. A garganta apertava. O medo da rejeição era real.
— O que foi, Hugo? Pode me contar qualquer coisa.
Ele suspirou, mas o peso era grande demais. O silêncio dele fez Amanda se mover. Virou-se de lado e deitou a cabeça sobre o peito dele, encarando-o com ternura.
— Se não quiser falar agora, tudo bem. A gente pode conversar sobre isso depois.
— E se você soubesse que eu não sou a boa pessoa que pensa que eu sou?
— Mas você é! Vejo isso nesses olhos lindos que você tem… E não só nos olhos. Na forma como me trata, no jeito como cuida de mim. Você parece gostar de mim.
— Eu amo você, Amanda… Não é só gostar. E é por isso…
Ela não deixou ele terminar. Com um brilho surpreso nos olhos, montou sobre ele num pulo, como se tivesse ouvido uma declaração de outro mundo.
— Espera aí… eu ouvi isso mesmo? Você disse que me ama??
— Amanda… — Hugo tentou puxar de volta a conversa séria, mas ela estava em outro ritmo, em êxtase.
— Preciso ouvir de novo pra ter certeza! Você disse que me ama, Hugo??
— Sim, amor. Eu disse que amo você.
— É só o que eu precisava ouvir! — Seus olhos marejavam de felicidade. Ela também o amava, mas ainda não tinha tido coragem de dizer.
— E se eu tiver cometido mesmo um crime? — ele perguntou, tentando puxá-la para a realidade.
— Ah, para com isso! Se cometeu, não deve ter sido nada tão grave. E olha… eu te amo também, Hugo. Você me faz feliz. Não quero saber o que fez no passado. O que importa pra mim é o homem que você é agora. O homem que me ama, que é romântico, que é… maravilhoso.
Hugo respirou fundo, como se estivesse tentando apagar o passado só com a força da vontade. “Já estamos envolvidos demais. Não vou perder ela… não vou.”
Ele a puxou para um abraço apertado, olhando nos olhos dela. Ele sabia que ela o amava, mesmo sem que ela dissesse.
— Eu disse que te amo e você nem pareceu feliz com isso… — Amanda falou, com um leve tom de decepção.
— Eu sei… é que eu fico pensando se sou digno do seu amor. Me entristece pensar que talvez eu não seja.
— Não fala isso! Você é o melhor que eu já conheci. E olha que conheci outros por aí… mas nenhum chegou perto de você. Carinhoso, inteligente, romântico, bonito… Ai, ai… são tantas qualidades. Acho até que eu é que não mereço você.
— O que eu mais quero… é poder ficar com você sem medo. Te proteger, cuidar de você, me sentir seguro pra te dar tudo que você merece. Porque eu te amo. E nunca amei ninguém antes… nunca disse isso a outra mulher.
Amanda o beijou com todo o amor que sentia. Ela queria acreditar nele. A razão sussurrava que devia ouvir o que ele tinha a dizer, mas o coração… o coração gritava mais alto.
Mas logo ela percebeu que ele não estava exatamente com sono.
— Hugo… você não vai dormir?
— Tô tentando… mas essa bunda encostada em mim não deixa.
— Quer mudar de lado?
— Agora não adianta mais. Só tem um jeito. — Ele começou a beijar o pescoço dela, as mãos explorando seu corpo por cima do short do pijama. Amanda soltou um gemido suave.
As roupas foram caindo pelo quarto até se tornarem apenas pele e desejo. Hugo a envolveu com seu corpo e penetrou-a por trás, com cuidado e paixão.
— Você não se cansa? — ela perguntou entre gemidos.
— Ainda não. Sinto muito desejo por você… E agora que sei como você é linda e deliciosa, não vou conseguir parar. Sexo com amor é outra coisa…
— Eu tive medo de você não gostar de mim… Mas agora acho que gostei da sua reação.
— Percebeu, né? — respondeu ele, voltando a se mover dentro dela, levando-a ao clímax.
Depois, Amanda desceu para tomar banho sozinha. Hugo respeitou o momento dela e só foi depois. Quando subiu de novo, a encontrou adormecida, exausta e serena.
Sentou-se ao lado da cama e ficou olhando para ela. Pensava, em silêncio:
Sentou-se na beirada da cama com cuidado, tentando levantar-se sem acordá-lo. Mas Hugo já estava desperto desde a primeira vez que ela tentou escapar dos braços fortes e longos dele.
— Bom dia, meu amor… Onde pensa que vai sem mim? — ele sussurrou, com um sorriso ainda meio sonolento.
— Bom dia! Eu pensei que você ainda tava dormindo…
— Não.
— O sol já vai nascer e eu quero ver… Se conseguir chegar até a porta… tô com as pernas doloridas, os braços também… Acho que a gente exagerou ontem, né?
— Me desculpa. Eu resolvo isso com uma massagem!
Hugo ajudou Amanda a caminhar devagar até a varanda. Os passos dela ainda eram frágeis, mas firmes, confiando no braço que a envolvia com delicadeza. Quando chegaram ao parapeito, ela encostou a cabeça em seu peito, e ele, em silêncio, deixou que o tempo se dissolvesse entre o calor dos corpos e o friozinho da manhã.
O céu, pintado em tons de mel e névoa, anunciava o nascer do sol como quem revela um segredo antigo. A brisa leve carregava o perfume das árvores e o som distante da água correndo no mar lá embaixo. Era como se o mundo, por um instante, tivesse se calado só para os dois.
— É lindo, não é? — Amanda perguntou, tentando absorver os primeiros raios da manhã como quem sorve esperança.
— É sim… Me desculpa por ontem. Vou comprar um relaxante muscular pra você tomar e depois faço uma massagem. Vai ficar boa logo.
— Vai se desculpar por ter me dado os melhores orgasmos da minha vida? Eu quero é mais! Muito mais!… Hoje, amanhã… sempre que a gente conseguir ficar juntos!
— Amanda?! Você não tava reclamando de dores musculares?
— Esse tipo de dor eu quero sentir todo dia… É tão bom...
Ele riu, surpreso e encantado. Não esperava uma resposta dessas.
Mais tarde, desceram para a cozinha. Amanda preparou o café da manhã: café quente, ovos mexidos e torradas douradinhas.
— Vamos tomar banho de piscina, Hugo?
— Amor, cuidado pra não cair!
— Só desço daqui se você for comigo!
— Amanda, senta aqui comigo só um pouquinho? Vamos conversar… depois a gente mergulha, prometo.
— Sobre o que você quer conversar?
— Sobre a gente. Sobre mim… Sobre quem eu sou de verdade.
— Tá bom… Mas sabe, acabei de lembrar uma coisa importante sobre ontem — Amanda disse, subitamente séria.
— O que foi? — Hugo pensou que ela fosse tocar no assunto que ele mesmo queria abrir.
— A gente não usou preservativo da última vez…
— Ah… é só isso? — ele disse, decepcionado por ter que começar toda a conversa mais uma vez.
— Como assim "só isso"? É importante, Hugo!
— Tem razão, é importante. Mas eu não tenho nenhuma doença, estou saudável.
— Eu confio em você. Mas como você sabe que eu não tenho?
— Também confio em você.
— Mas… e se eu engravidar?
— A gente pode comprar um anticoncepcional do dia seguinte.
— Não sei se quero tomar… desregula tudo!
— Então… vamos ter um filho.
— Tá doido? Eu, hein?!
— Seria a realização de um sonho. Casar com você. Ter um filho com você…
— Não sei se quero ser mãe. Ainda mais agora. Tá cedo pra isso!… Acho que vou tomar o remédio sim. Minha menstruação vai bagunçar, mas é melhor que engravidar.
— Me desculpa, amor. Eu não vou mais esquecer o preservativo.
— Tudo bem… eu também nem fiz questão… tava tão bom…
Hugo a olhou com ternura, então decidiu falar.
— Amanda… sobre o que conversamos ontem… Eu quero te contar o verdadeiro motivo de estar em Newcrest.
Ela não disse nada. Apenas o olhou, ouvindo.
— Vim atrás de uma ex-sócia. Tivemos um relacionamento complicado. Ela me roubou uma quantia alta e fugiu pra cá.
— Fugiu pra Newcrest?
— Pra Windenburg, na verdade. Ela tá aqui. Já nos encontramos, dei um prazo pra me pagar.
— E ela vai pagar?
— Não sei. Já gastou tudo que roubou. Não acho que consiga.
— Sua ex-sócia e ex-namorada, e te roubou?
— Sim. A gente tinha um relacionamento aberto. Nada como o que temos. Era só prazer e diversão.
— Vocês podiam sair com outras pessoas? Como conseguem se relacionar assim? Já vou avisando: não quero dividir você com ninguém!
— Nem vai. Eu não quero e não preciso de outra mulher além de você. Nunca.
— Uhum… assim é bom! E olha, não quero conhecer essa mulher.
— E nem deve. Ela é perigosa. Jamais vai chegar perto de você. Se pensar em te fazer mal…
Só de imaginar, Hugo estremeceu.
— Não se preocupa comigo. Eu sei me defender! Se ela procurar, vai achar!
Hugo sabia que Vivian jamais atacaria Amanda diretamente. Mas pagaria alguém, se fosse preciso… e isso o apavorava.
— Eu não vou deixar que nada aconteça com você. Eu prometo.
— Então agora que você já me contou sobre a sua ex… podemos ir pra piscina?
— Você não ficou chateada?
— Nem um pouquinho!
— Ainda tenho mais pra contar sobre mim, mas percebo que você tá ansiosa por esse banho… Só que antes… quero um favor seu.
Hugo pediu que Amanda posasse para um quadro. Entre as muitas habilidades dele, pintar era uma paixão.
— Fala sério, Hugo?! Nunca fiz isso na vida! Se ficar feio, eu te mato!
— Vai ficar lindo. Então, acho que continuarei vivo!
— Engraçadinho! Já tô com câimbra! Vai logo!
— Faz só dois minutos que você tá aí!
— Não fico mais de cinco! É o máximo que aguento com essa cara de paisagem!
— Eu só preciso de quatro. Já memorizei o que preciso. Pode sair e relaxar!
Amanda soltou o corpo, aliviada.
— Que bom! Já posso imaginar como esse quadro vai ficar! — riu, duvidando das habilidades dele.
— Tá me subestimando de novo?
— Já tô me preparando pra esconder esse quadro! Hahaha!
Minutos depois, Hugo terminou o rascunho do quadro. Não era sua intenção concluí-lo naquele momento — planejava guardá-lo e voltar à pintura outro dia, com mais calma. Com cuidado, colocou a tela no porta-malas do carro e caminhou até próximo à escada que levava ao quarto no andar de cima. Ali, parou, pensativo.
"Ela está fugindo da conversa... Sempre que tento falar sobre mim, ela muda de assunto. Talvez seja uma forma de evitar o sofrimento... Amanda sente que vai ouvir coisas que não vai gostar."
Vestia um biquíni branco com flores e detalhes em delicadas rosas cor-de-rosa. Era uma jovem de pele morena, sem tatuagens ou marcas visíveis. Seu corpo natural não seguia o padrão esculpido de academia, mas exalava beleza real: pernas grossas e bem torneadas, com discretas marcas de celulite; cintura fina; seios médios; barriga suavemente arredondada, perfeitamente harmônica com sua silhueta; e um bumbum médio em forma de pêssego.
Ao vê-la, Hugo ficou em êxtase — maravilhado com a mulher que amava.
Ela desceu as escadas com leveza. Assim que seus pés tocaram o chão, Hugo a envolveu num abraço forte e inesperado.
— Ai! — ela riu, surpresa — Eu tava brincando! Não precisava me agarrar assim!
— Você não vai a lugar nenhum sem mim. Pra onde você for, eu vou também… Minha princesa… Eu te amo demais.
— Eu também amo você, meu príncipe!… Fiquei bonita nesse biquíni? Você gostou?
— Você está linda! Fica linda de qualquer jeito, com qualquer roupa… ou sem nenhuma.
— Exagerado! Mas ele ficou um pouco folgado no peito. Nesse, você errou a medida.
— Não errei, só precisa ajustar as alças. E, sinceramente, logo logo não vai mais precisar dele.
— Hugooo! Vou ficar mais nua do que vestida!?
— Ficamos, e está perfeito assim.
Depois, tirou a camisa e permaneceu apenas de calção. Chamou Amanda para sentarem na cadeira de praia ao lado da piscina. Ela perguntou por quê. Ele disse que queria ajustar o biquíni para que ela se sentisse mais confortável — mas a verdade era outra: desejava tocá-la com intimidade.
Amanda se colocou de joelhos na cadeira, e Hugo, delicadamente, puxou a calcinha do biquíni para o lado, beijando-a por trás, com desejo e devoção. Ela quase gritou de prazer. Ele a acariciou com a boca até levá-la ao clímax.
— Isso não é justo! Como você pode fazer isso comigo?!
— Me desculpe… Você é deliciosa demais, eu não resisti!
— Vai ter troco!
— É uma promessa?
— É sim!
Depois, no tapete próximo. Amanda tapava a boca, tentando conter os gemidos — estava exausta. Seu corpo doía, não apenas de prazer, mas por não estar acostumado a tanta intensidade. Antes de Hugo, fazia muito tempo que não se entregava a alguém.
Hugo era um amante carinhoso, mas intenso. Penetrava-a com força, paixão e desejo. Não a machucava, mas exigia muito de seu corpo. Ele era atlético, acostumado a exercícios diários — Amanda, não.
"Tenho que parar! Não sou um animal... Preciso me controlar... Estou testando os limites dela... Ela parece exausta, mas não me afasta… Você precisa me dizer não!… Eu não tenho controle quando estou com você!"
Pensava isso enquanto se perdia nela, os dois cobertos de suor sob o sol ardente daquela manhã.
Uma hora depois, tomaram banho juntos. Amanda mal conseguia caminhar. Ele a carregou nos braços até a banheira, onde a lavou com cuidado e carinho. Passou sabão suavemente por cada curva do seu corpo, lavou seus cabelos como se fossem fios de ouro. Ela adormeceu em seus braços.
Secou-a com uma toalha, penteou seus cabelos com delicadeza, e a deitou na cama para descansar. Às 13h, acordou-a para o almoço. Ela despertou meio zonza, com os cabelos já penteados e secos — ele usara um secador portátil silencioso para não acordá-la.
Almoçaram juntos na varanda: arroz, feijão, bife bovino bem-passado e batatas cozidas com azeite e ervas finas. Suco de laranja acompanhava a refeição.
Depois do almoço, ela já estava recuperada e caminhava normalmente. Sentaram-se na cadeira de praia, tomaram o sol ameno da tarde, com o perfume das flores locais sendo trazido por um vento frio. Ficaram abraçados, em silêncio. Até que Hugo rompeu o momento:
— Amor, vou ao banheiro. Não demoro. Fica deitada, descansando.
— Tá bom. — ela respondeu com um beijo leve.
— Amanda! Pra onde você está indo?! — gritou. Ela apenas riu e continuou.
— Vou olhar a outra parte do penhasco! Não tô mais cansada!
Ele andou atrás, a passos largos, e logo a alcançou, pouco antes de ela se aproximar demais da borda.
— O que você está tentando fazer? Já falei pra não se aproximar da borda! É perigoso, Amanda! — disse num tom ríspido e alterado.
— Eu não ia chegar tão perto assim, não precisa ficar nervoso… Você tem tanto medo de me perder assim?
Apesar do tom duro, ela não sentiu medo — apenas percebeu o cuidado por trás da raiva.
Ela se virou, oferecendo as costas para que ele a abraçasse. Juntos, contemplaram o mar.
— Tudo bem, exagerei um pouco na brincadeira… Queria que você corresse atrás de mim, mas nem precisou se esforçar!
— Você ainda não se recuperou do cansaço. E eu tenho as pernas mais longas. Mas não precisa correr atrás da minha atenção, Amanda. Eu já estou aqui, com você.
— Tem razão, suas pernas são bem mais compridas! Mas eu já tô bem.
— Não, não está.
— Logo anoitece. Temos que voltar pra casa. Amanhã você precisa abrir a loja.
— A Sarah já me mandou mensagem, perguntando se eu ia dormir fora de novo.
— Então vamos arrumar as coisas. Mas eu queria passar mais uma noite com você.
— Acho que não ia aguentar! Só se fosse pra dormir mesmo!
Ela o abraçou.
— Me perdoa por não respeitar seus limites. Não deveria ter forçado você.
— Você não me obrigou a nada. Eu quis tudo… E como eu queria! Você só me deu o que eu pedi. Não se desculpe, senão vou me sentir mal… Ainda mais depois do vexame que dei, quase desmaiei, e você cuidou de mim.
— Você não deu vexame algum. Só não está acostumada com tanto esforço físico. Vamos com calma agora… Faremos amor com menos frequência.
— O quêêê?? Por quê??
— Não estaremos mais a sós… Não até eu mudar de casa.
— Não! Não precisa se mudar! A gente dá um jeito! Eu não quero que você se mude, Hugo!
— Tudo bem, meu amor. Vamos conversar sobre isso depois. Não farei nada sem seu consentimento.
— Promete?
— Prometo.
— Eu sou muito baixa pra você! — ela riu, se divertindo.
— Você é perfeita pra mim… Queria ter conhecido você antes. Teríamos nos apaixonado da mesma forma.
— Não mesmo. Eu era muito feia!
— Isso não é verdade.
— Vou te mostrar umas fotos minhas de uns anos atrás, você vai mudar de ideia rapidinho! Agora me coloca no chão, quero dar uma última olhada lá de cima!
— Já disse que não gosto que você se aproxime dali! Você não tem jeito?
Ele a pôs no ombro e caminhou de volta pra casa.
— Aiii!!! Hugoooo!!! Me coloca no chão! — Amanda ria e esperneava, sem conseguir desequilibrá-lo. Ele dava leves tapinhas em sua bunda para fazê-la parar, o que só aumentava a risada dela.
Acho que não dá tempo mais avisar. A Amanda já caiu na cilada. Esse cara aí tá cheio de problema com a doida lá.
ResponderExcluirPois é, infelizmente ela tá perdidinha! kkkkkkk
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