O Poder Do Destino. Capítulo 18.

 


Essa história é fictícia e foi inteiramente criada por mim. Patrícia Leal.

Obs: Perdi minha pasta de móveis inteira, então tive que baixar tudo novamente. Vocês vão notar móveis diferentes nos cenários, pois não consegui baixar todos iguais. Peço desculpas por isso.



Os Penhascos de Windenburg. Segunda-feira, 18:00.


Depois de um dia e uma noite mergulhados um no outro, Hugo e Amanda estavam prontos para voltar pra casa. Ele guardou com cuidado tudo o que havia comprado no porta-malas do carro. Era hora de partir — embora uma parte deles ainda quisesse ficar.






Já dentro do carro, enquanto Hugo dirigia pelas curvas que levavam de volta à rotina, Amanda olhava a paisagem pela janela. Gravava em silêncio os últimos traços daquele lugar.
“Vou guardar pra sempre na minha memória… esse lugar, onde me senti a mulher mais feliz do mundo com o homem mais incrível que existe. Nunca vou me esquecer.”






A viagem até Newcrest foi tranquila, o silêncio entre eles era confortável. Chegaram às 17:00.






Hugo estacionou o carro em frente à casa, tirou uma mala e uma bolsa — havia colocado ali todas as roupas que comprara para Amanda. Quando se preparavam para entrar, ela parou ao lado dele.







— E agora?... — Amanda perguntou, quase num sussurro.
— Vamos entrar.
— Eu sei!... Mas... o que a gente vai dizer pra eles?
— Não vamos precisar dizer nada. Eles já sabem. Falei com o Pedro sobre a gente.
— Ah, é... Mas a gente dormiu juntos e... tô com vergonha agora!
— Você se sente mal por estarmos juntos? Não quer mais namorar comigo?







— Não é isso, você sabe que eu adoro você.
Me adora? Pensei que me amasse...
— Hugo! Quer que eu diga que te amo, de novo?
— Quero. Muitas vezes. Todos os dias da minha vida.
— Tão convencido esse meu namorado! Eu te amo, Hugo. Te amo demais. Mas... tô com medo.







— Do quê?

— De tudo. De como a gente é diferente... olha pra mim e olha pra você.
— E é por isso mesmo que me apaixonei. Porque você é diferente. Porque você é melhor do que eu... Amo quem você é. E se um dia você decidir não continuar, eu vou aceitar. Respeitar. E lamentar não ter sido à sua altura. Mas saiba que eu quero você. Muito.





Amanda ouviu em silêncio. O coração apertado, quase duvidando das próprias emoções. Nunca havia sido amada assim, com tanta intensidade e entrega. Era bom demais, assustador até. Ela o abraçou forte.

— Para de falar isso, por favor? Eu quero continuar sendo sua namorada. Quero você. Quero tudo isso pra sempre... porque é tão bom... tudo com você é bom demais. — Ela afundou o rosto no peito dele, aspirando o perfume que agora era dele, deles. — Esse cheiro... antes me incomodava, agora me acalma. Me deixa louca... quando se mistura com o suor dele, parece até mágico. Eu não quero nunca deixar de sentir isso. Preciso estar aqui. Preciso. Quero. Nada mais importa. Só quero ele. — Amanda estava entregue.






— Não tenha medo de estar ao meu lado. Vou ser o melhor homem que puder. Você vai ter o melhor de mim. Te prometo isso. — Hugo a envolveu nos braços, fazendo em silêncio outra promessa: “Vou ser o homem que você merece. Porque você é tudo o que eu sempre quis. Vou expulsar meus demônios. Não posso arrastar você pro inferno comigo. Então terei que merecer o céu. Por você.”

— Não tenho medo de estar com você... tenho medo de não estar! Me promete que nunca vai me deixar? E se um dia isso acontecer... que não vá doer tanto?
— Eu nunca vou deixar você... — Hugo parou antes de terminar. Não mentiria. Ele não sabia o que o futuro traria. Ainda era um homem procurado. Mas havia esperança. Talvez Amanda aceitasse fugir com ele, se fosse preciso.

— Então vamos. Acho que já tão estranhando nossa demora. — Amanda percebeu a ausência da promessa final, mas decidiu se contentar com a intenção.







— Tá mais confiante. Pronta pra conversar em família?
— Em família? Por quê?
— Pra dizer que estamos namorando. E que você vai dormir comigo de vez em quando...
— O quê?! Não precisa falar isso! Quer me matar de vergonha? O Pedro é meu irmão! Não vou falar que vou dormir com você!
— Tá bom, a gente conversa sobre isso outro dia.






Hugo pegou a mala, segurou a mão de Amanda e juntos foram até a porta dos fundos da casa. Pedro e Sarah os esperavam na área de churrasco. Já começavam a preparar o jantar — carne assada, cerveja... e suco pra Sarah, claro, por causa da gravidez.






— Olha eles aí! Que bom, agora vão jantar com a gente! — Sarah sorriu e abraçou Amanda. — Nossa, você tá com uma carinha ótima! Essa saída te fez bem. Vocês deviam sair mais vezes!
Amanda ficou corada, sem saber o que dizer. Tentou disfarçar:
— Tô morrendo de fome! Tão assando carne?







Pedro estava na churrasqueira. Parecia tranquilo, mas Hugo sabia ler nas entrelinhas. Pedro não estava 100% confortável com o namoro da irmã — e Hugo compreendia. Amanda já havia sofrido demais, com o ex, com a doença e a morte da mãe... agora estava abrindo o coração pra um homem cheio de sombras. Mas ele não desistiria. Ganhar a confiança de Pedro era parte do que ele precisava conquistar.






— Tudo certo, Pedro?
— Tudo certo, Hugo. Como foi o domingo?
— Perfeito. Precisa de ajuda no churrasco?
— Tranquilo, obrigado. Podem guardar as malas, depois a gente come. Tô assando pra todo mundo.
— Tudo bem, obrigado!





Hugo se voltou para Amanda:
— Vamos levar as coisas pro seu quarto?
— Não precisa, eu levo. — Amanda corou na hora.
— Nem pensar. A mala tá pesada pra você subir. Eu levo.
— Tá bom... — Amanda esperou pra ver se Sarah ou Pedro diziam algo, mas o silêncio foi um alívio.

— Então vão logo! Daqui a pouco a carne tá no ponto! — Sarah chamou.
— A gente já volta! — Amanda sorriu, mais tranquila.







Entraram e subiram as escadas. Amanda à frente com a bolsa menor, Hugo atrás com a mala. Quando entraram no quarto, o mundo lá fora ficou um pouco mais distante.






— Então esse é o seu quarto?
— É!…
— Por que está tão nervosa?
— Nunca trouxe um homem aqui! Fiquei com vergonha do Pedro e da Sarah… E esse era o quarto da minha mãe.
— Não se preocupe, não vou pedir para dormir com você aqui. Quero que durma comigo no meu quarto.
— Mas não hoje, né?







— Hoje não. Você está cansada. Pode ser amanhã. — Amanhã?... Mas é muito recente. Por que não esperamos um pouquinho mais? — Tudo bem. Vai ser quando você quiser. — Ficou chateado? — Não. — Parece que ficou!






— Não estou chateado. Mas... se eu ficar mais tempo olhando pra essa cama, corro o risco de me atrasar pro jantar.

Amanda riu, sem jeito, e passou os braços pela cintura dele. Hugo pousou uma das mãos no ombro dela, num gesto que dizia “tô aqui”.

— Essa cama era da minha mãe. Eu mesma reformei, pintei, comprei outro colchão... Não sei se tenho coragem de ficar com você aqui.
— Então vamos comprar uma cama nova. E guardamos essa.
— Hugo?!…

Ele a abraçou por trás e a beijou com calor.






— Vou tomar um banho. Te encontro no jantar.

Ele saiu do quarto, deixando Amanda sorrindo sozinha.






Tomaram banho, trocaram de roupa e se juntaram a Pedro e Sarah para o jantar. A conversa foi leve. Risadas entre goles de cerveja, comentários sobre o trabalho, planos simples. Pedro parecia finalmente mais tranquilo com o namoro da irmã.






A noite tinha cheiro de comida caseira e aceitação.




Pedro e Sarah, ainda que com alguma reserva, aprovaram o relacionamento. Pedro, especialmente, decidiu confiar no que via nos olhos da irmã: felicidade.





Amanda transbordava. Seu peito parecia pequeno demais para tanto sentimento.
“Ele é maravilhoso. E é meu namorado! Nem acredito que se apaixonou por mim.”

Já Hugo... ele sorria, mas por dentro travava uma batalha.
“Isso não devia ter acontecido. Eu não podia ter me apaixonado por ela. Mas aconteceu. Eu a amo. E não vou deixá-la aqui. Ela vai embora comigo.”








Depois do jantar, cada casal ficou com uma parte da limpeza. Amanda e Hugo lavaram a louça, com sincronia de quem já dividia mais que pratos. Sarah e Pedro ficaram com a churrasqueira.

Sarah puxou Pedro para ver TV no quarto. Quando os dois subiram a escada, Amanda relaxou. Surpreendeu Hugo com um abraço apertado.







— Amanda, você disse que não podíamos nos beijar na frente deles! — ele brincou, só pra provocar.

— Mas eles não tão mais aqui! Já subiram… Não vai me dar um beijo antes de ir? Só um?

— Que garota ousada... Eu só conheci essa versão sua quando estava bêbada.
— Vai me negar um beijo… e ainda me lembrar daquilo? — ela fez um beicinho desarmante.









Ele a puxou com firmeza e a beijou. Sem pressa. Sem culpa.





— Sabe o quanto eu amo você?
— Ainda não! — Amanda riu, manhosa. Ele a envolveu num abraço, espalhando beijos pelo rosto e pescoço.

— Sou capaz de qualquer coisa por você. Nunca vou deixar de te amar.
— E nem eu de amar você… Prometo te amar pra sempre.
— Fez uma promessa, agora tem que cumprir.
— Eu vou! — ela respondeu, convicta.






— Agora preciso ir. Tenho trabalho antes de dormir.
— Tá bom. Eu vou descansar. Amanhã abro a loja cedo.
— Vou com você.
— Sério? Vai pra loja comigo?
— Sim.
— Obrigada! Acho que vai lotar de clientes… Aquelas assanhadas adoram quando você tá lá!
— Elas vão saber que eu já tenho dona. E que é linda demais.








Hugo sorriu, beijou Amanda uma última vez naquela noite, e foi para seu quarto.






Amanda entrou no quarto ainda sorrindo. O coração batia leve, embalado pela felicidade que florescia dentro dela. Hugo a tratava com tanto carinho… era romântico, protetor, atencioso — tudo estava perfeito. Como num sonho bom do qual não se quer acordar.

Poucos minutos depois, o celular vibrou. Era Luísa.






Conversa ao telefone:

— Alô? Lu… tá tudo bem com você?

— Tá, comigo tá. Mas invadiram minha casa, Amanda… Tô na delegacia agora.

O quê?!… Meu Deus, Luísa, o que aconteceu?

— Quebraram tudo! A TV, meu aparelho de som, o computador da sala… Acabaram com as minhas coisas, Amanda! E eu ainda tô pagando aquela televisão!

— Mas… não levaram nada?

— Nada! Foi vingança. Picharam a parede com uma frase: “Não se meta nos assuntos dos outros!

— Isso é sério… Luísa… você tá achando o quê?…





— Foi o Walter. É a cara dele. Ele disse exatamente isso antes de ir embora aquele dia.

— Você contou isso pro delegado?

— Contei, mas ele disse que não posso acusar sem provas. Eu tô com medo, Amanda. O Tae tá vindo pra cá, vai ficar uns dias comigo.

— Ainda bem que ele vai ficar com você… mas… será mesmo que foi o Walter? Eu… não vejo ele fazendo isso. Ele não era violento.








— Você não conhece ele de verdade. Só viu o lado bonzinho. Boa pessoa ele não é. Graças a Deus que você não chegou a ver esse outro lado!

— Mas… Luísa, ele era meu namorado… me enganou, sim, mas não sei se teria coragem pra isso.

— Olha, só se cuida. Não deixa ele chegar perto. Não fica sozinha na loja!

— Você tem certeza de que foi ele?

— Eu tenho quase certeza, Amanda. Fala com o Pedro e a Sarah. Eles vão te ajudar, vão proteger você.

Não conta nada pra eles, por favor! Eu já discuti com o Pedro por causa disso, e não quero deixar a Sarah mais nervosa. Ela anda tão ansiosa…

— Então conta pro Hugo. Você falou na mensagem que tá saindo com ele de novo, né?

— Tá bom, eu vou contar… — Amanda ouve uma voz ao fundo.

— O Tae chegou. Tô indo pra casa. Se cuida. Qualquer coisa, me liga!

— Tá bom. Me liga também?

— Ligo sim. Tchau!

— Tchau…






Amanda desliga. O quarto agora parecia mais frio.

"Será que foi ele mesmo? Será que o Walter seria capaz disso?… Eu mal comecei a namorar o Hugo e já tô cheia de problema. Não posso contar. Ele vai pensar que sou um imã de encrenca. Não, não vou falar nada…"







Ela veste o pijama — short curto e uma blusa de algodão de mangas longas — e deita. Mas o sono não vinha.






"Tava tudo tão perfeito… Coitada da Luísa. E se foi o Walter mesmo, eu me sinto culpada… Tenho que ajudar ela com os prejuízos. E se ele aparecer lá na loja… vai se ver comigo!"






Enquanto isso, no quarto de Hugo:

Sentado à escrivaninha, ele analisava a conta bancária de Vivian. Invadira o sistema como quem desarma uma armadilha com os olhos fechados. Transferiu o que ela lhe devia — mas deixou trezentos mil de saldo na conta dela. Não era vingança. Era justiça.









"Está feito. Agora ela não me deve mais nada."

Vivian não podia denunciar. Estava tão suja quanto ele, e se tentasse algo, a própria irmandade que o protegia se voltaria contra ela. Isso seria pior que a prisão.







Com a mente em paz e o coração surpreendentemente leve, Hugo se deitou. Pela primeira vez em semanas, adormeceu sem precisar dos calmantes.

Continua…

Era pra ser Hugo e Pedro. Mas nem sempre sai igual kkkkkk

Imagem gerada por IA.

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