O Poder Do Destino. Capítulo 16.
Essa história é fictícia e foi inteiramente criada por mim. Patrícia Leal.
Windenburg. Os Penhascos.
— É lindo, eu adorei!… Mas é tudo tão… transparente!
— A transparência é proposital. As janelas e o teto de vidro permitem que a gente aprecie a paisagem, mesmo estando aqui dentro.
— Pois é… mas… você disse que tem duas pessoas aí, não é?
Hugo entendeu de imediato. Ela não se sentia à vontade com os funcionários presentes para servi-los. Para ele, isso não era problema, mas a tranquilidade dela era prioridade.
— Sim, são funcionários. Mas vou dispensá-los para ficarmos mais à vontade.
— E eles vão ser pagos mesmo assim? — Amanda franziu a testa, preocupada.
— Sim, claro. Serão pagos normalmente.
— Isso é o certo… mas agora você vai gastar dinheiro à toa… por culpa minha!
— Não pense assim! É bom estar aqui com você. Já disse: o dinheiro não importa.
Ela olhou em volta, curiosa. Reparou nas sacolas ao lado da cômoda.
— Pensei em passarmos o dia juntos amanhã. Comprei algumas coisas para nós… caso você aceitasse vir.
— Mas nem tinha certeza de que a gente viria! Você até tinha desistido! E mesmo assim comprou roupas e pagou por tudo?!
— Eu não tinha certeza… mas gosto de me preparar. E as probabilidades eram altas. Não queria decepcionar você, de nenhuma forma.
Amanda o olhou sem entender.
— Como assim, Hugo? Tem horas que não entendo o que você quer dizer.
Hugo a abraçou por trás, com delicadeza. Tentou explicar de um jeito que ela compreendesse. Sabia que Amanda vinha de uma vida simples, com uma educação básica, e admirava isso nela.
— Tudo bem… vou explicar melhor. Quando pensei na gente saindo junto, esse lugar me veio à mente. Mas depois, fiquei com receio de que você achasse que minha intenção fosse só sexo… E não é isso que eu quero. Gosto de você, Amanda.
Quero estar com você. O que acontecer entre nós… é consequência do que sentimos. Não um objetivo.
Por isso preparei tudo — mesmo sem ter certeza de que viríamos. Porque queria que tudo estivesse perfeito… se você aceitasse.
— Meu Deus! Por que você é tão complicado? Eu já disse que fui eu quem deu em cima primeiro!
— Você estava alcoolizada. Eu não considerei.
— Pois devia considerar!
Amanda sorriu. Ela estava pronta, entregue. Não queria mais lutar contra o que sentia. Se declarou com um beijo — intenso, doce — só para ele ter certeza.
Com a casa só para eles, Hugo levou Amanda para conhecer o banheiro do térreo.
Era espaçoso, aconchegante. Feito sob medida para um banho relaxante à beira-mar.
Sozinha, Amanda respirou fundo diante do espelho, observando as peças. Seu reflexo sorria, mas por dentro, a insegurança roía as bordas da sua autoconfiança.
"Será que ele vai mesmo me achar bonita depois de me ver nua?… Ele é tão perfeito… e eu sou só… eu. E agora?"
Caminhou até a borda do penhasco. Lá do alto, o mar se estendia até onde os olhos alcançavam — vasto, solene, imperturbável — como a confusão dentro dele.
Ele, que sempre fora meticuloso, calculista, dono dos próprios passos, agora sentia-se à deriva. E se perguntava como havia se apaixonado justamente por alguém tão diferente…
Mas talvez fosse isso. Amanda era livre, instintiva. Não carregava as sombras que ele arrastava no peito. E isso o atraía.
Ela era luz. E ele, um homem que aprendera a viver no escuro.
Enquanto ele encarava o abismo, Amanda se olhava no espelho mais uma vez e sorriu:
— Nossa… eu tô bonita! Acho que ele vai gostar… É claro que vai! Eu tô uma gata! Que bom gosto ele tem, amei essa lingerie!
Ela estava vestida com um conjunto de lingerie de grife: renda delicada na cor verde abacate, transparente em quase tudo. A composição era ousada e elegante: calcinha fio dental, cropped de alcinhas e meias-calças com laços de seda amarrados como presentes.
Amanda chamou:
— Hugooo! Pode vir!
E ele ouviu.
"Não tenho respostas nem para mim mesmo… estou caminhando no escuro. Mas sempre que ouço a voz dela, ou apenas lembro do seu sorriso… consigo me guiar. Como se fosse a única luz que me resta. Mesmo que me leve direto ao precipício… Se é esse o meu destino, eu aceito."
Hugo não sabia o que aconteceria a partir dali. Mas sabia o que sentia. E não fugiria disso.
Ele caminhou na direção dela. Caminharia sempre. Para onde quer que Amanda o chamasse — ainda que o levasse à ruína — ele iria. Porque a amava.
Mas Hugo não desviou os olhos. Continuava parado, admirando-a. Encantado. Apaixonado. Dominado por um desejo que vinha da alma.
— Você é a mulher mais linda que conheço... Perfeita em todos os sentidos.
— O quê...? Não sou, não...
— Sei que não sou digno de tanto... Mas ainda assim, quero você. Mesmo que não a mereça...
— Do quê você tá falando?
— Você está linda, Amanda. Mas...
"Mas..." Aquela palavra ecoou como um trovão na cabeça dela.
"Ahhh, não! Será que ele vai desistir de novo? Se gostou tanto, por que esse 'mas'? Vai me dar um beijo na testa, igual da outra vez? Eu morro se ele fizer isso hoje! Que indeciso! Tenho que fazer ele criar coragem. Ou vai, ou vai!!"
A voz dela era um sussurro desesperado, o corpo em chamas, a alma exposta. E ele sentia o mesmo. Dez vezes mais. Lutava contra o próprio instinto, tentando não exagerar. Queria que fosse perfeito. Porque fazer amor com ela seria diferente. Porque ele a amava. Porque, no fundo, era como se fosse a primeira vez dele.
Minutos depois, as roupas estavam espalhadas pelo chão. Hugo a carregava nos braços, o coração acelerado. Amanda o queria. Dizia isso. Implorava por ele.
— Eu quero você... agora, Hugo! Não aguento mais imaginar. Eu te quero demais!
Cada palavra dela o fazia vibrar por dentro. Excitação e ternura misturadas. Hugo tremia. Não podia perder o controle. Queria entregá-la prazer, não dor. Mas o corpo... o corpo já não obedecia.
Sem conseguir esperar mais, colocou Amanda no chão. A otomana estava ali, próxima. Era o lugar mais acessível. Mais íntimo. Mais agora.
— Aqui mesmo? — ele murmurou com a voz rouca, os lábios roçando os dela.
— Quero! — Amanda respondeu sem hesitar, com a mesma urgência e intensidade.
Virou Amanda de costas, colocando-a de quatro sobre o móvel. Os dedos firmes em sua cintura, os olhos fixos naquela curva perfeita. Penetrou-a com desejo e reverência. Começou com força moderada, alternando o ritmo, firme, profundo, sentindo cada resposta do corpo dela como se fosse música.
Amanda gemia alto, rebolava, perdia o controle — e isso acendia ainda mais o fogo em Hugo. Ele acelerava, depois desacelerava, brincando com os limites, ouvindo os sons que escapavam dela como provas de que estava no caminho certo.
Ela se assustou um pouco com a mudança de ritmo — talvez por não esperar que ele fosse assim — mas não pediu para parar. Ao contrário. O desejo dela crescia. Seu corpo pedia mais. E Hugo gemia junto, mais baixo, tentando manter o controle.
Mas não era fácil. Com Amanda, tudo era diferente. Ele queria que ela chegasse primeiro. Que tivesse prazer verdadeiro, e não apenas servisse de recipiente para o dele. Isso nunca tinha importado tanto antes. Mas agora... importava.
Amanda estremeceu, mordeu os lábios, e então gemeu o nome dele, baixinho, com a voz embargada pelo prazer. Hugo sentiu um calor no peito, como se ela o tivesse chamado para casa.
Caíram sobre o móvel, ele por cima dela, abraçando-a com força, ofegante, ainda a beijando. Não estava cansado. Estava vivo. Quente. Pulsando.
— Me desculpa... Eu acho que exagerei nos gritos! Não sei o que deu em mim... — Amanda falou com as bochechas coradas, envergonhada por ter se soltado tanto.
— Eu adorei cada gemido que saiu da sua boca. Se não fosse desse jeito, eu não teria me sentido bem. Isso me faz pensar que... você gostou de mim. — Hugo sorriu, tentando aliviar a vergonha dela com um elogio verdadeiro.
— Só agora você percebeu isso? — Amanda respondeu com ironia, mas havia carinho no tom.
— Não sei... você não foi muito clara sobre seus sentimentos. Uma hora me odeia, na outra me beija. Fiquei confuso! — ele rebateu com o mesmo sarcasmo leve.
— Digo o mesmo de você! — ela lembrou das vezes em que ele a tratou com frieza — Mas mesmo assim, eu sempre te quis. E sempre fui eu que dei o primeiro passo.
— Eu sei, amor... — ele disse, sorrindo mais suave — Só estou brincando. Vamos tomar um banho?
Abraçou-a mais forte, beijando-a de novo. Seu corpo já reagia, roçando-se entre as pernas dela.
— Não acredito que você já tá assim de novo?! — Amanda riu, cansada e ainda suada, mas sentindo o desejo reacender.
— A noite só começou — sussurrou ele ao pé do ouvido, com a voz rouca. Começou a lamber, chupar e morder suavemente o pescoço dela, fazendo-a esquecer qualquer cansaço.
Ele a devorava com os olhos, tocando, beijando, explorando cada centímetro do corpo dela. E Amanda o retribuía com a mesma intensidade. Sem pressa. Sem culpa. Faziam amor, faziam sexo — sem rótulos, só entrega.
Experimentaram cada posição que o momento pedia, cada desejo que o corpo gritava. E, juntos, chegaram ao clímax mais uma vez.
Mais tarde, exaustos e famintos, tomaram um banho rápido. Amanda trocava de roupa quando Hugo foi até a cozinha. Preparou dois sanduíches com o que encontrou pronto, dois copos de cerveja e uma garrafa de água.
Colocou tudo na bandeja e subiu. Amanda já o esperava sentada à mesa ao lado do quarto, com aquele sorriso sonolento e feliz.
— Por que não deixou eu ir te ajudar?
— Você está cansada.
— Você também!… Não tá?
— Hmm… um pouco.
— Tá brincando, né?
— Não. Então, valeu a pena esperar? Como você está se sentindo?
— Valeu sim… Eu tô bem… Muito bem!
Amanda sorriu com um brilho nos olhos que nem ela conseguia disfarçar. Mas as palavras... ah, as palavras se perdiam no tumulto doce que era sua alma naquele instante. Seu corpo ainda pulsava no ritmo do que haviam vivido, mas seu coração, esse danado, corria mais rápido do que qualquer gemido que pudesse ser dito.
Hugo a observava em silêncio, mas com a atenção de quem decora cada detalhe de uma obra rara. Ele não precisava que Amanda dissesse nada — o corpo dela já havia falado tudo. Os olhos, então… ah, aqueles olhos diziam obrigada, me beija de novo, fica comigo, tudo ao mesmo tempo.
Ele não disse nada também. Apenas sorriu. Um sorriso contido, mas cheio de orgulho. Ele tinha dado prazer a ela, mas o que mais o tocava era a paz que ela deixava no ar depois. Amanda era o tipo de mulher que fazia o mundo parecer mais calmo só por estar nele. E isso, para Hugo, era mais raro que o próprio amor.
Continua...
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