O Poder Do Destino. Capítulo 11.
Essa história é fictícia e foi inteiramente criada por mim. Patrícia Leal.
Newcrest. Sábado. Ensolarado, mas o vento trazia um frio delicado.
Amanda, que sempre era a primeira a acordar, se surpreendeu ao sair do quarto e ver os dois.
Pedro já estava de pé, e Sarah, mesmo sonolenta, arrumada ao seu lado.
— Bom dia! O que tá acontecendo? Tá tudo bem com a minha sobrinha, né? — Amanda perguntou, coçando os olhos, surpresa.
— Com a Sofia tá tudo ótimo — disse Sarah, bocejando. — O Pedro me acordou às 5:30 e eu tô morta de sono ainda...
— Mas eu fiz de tudo pra não te acordar. Você tava jogada em cima de mim e não consegui sair sem te mover. Desculpa, meu amor — disse Pedro, com um sorrisinho culpado.
— Agora a culpa é minha? A barriga tá enorme! Você que colocou essa criança gigante aqui dentro! Juro que às vezes acho que são dois!
— Calma, amor, não fica brava... Volta a dormir mais um pouquinho. Acho melhor você nem ir trabalhar hoje.
Amanda, que observava a cena com carinho, interferiu:
— Mas por que você acordou tão cedo, Pedro?
— Ele vai sair com o Hugo. Tem uma reunião marcada pra sete horas. Vão passar o dia fora — respondeu Sarah. — Quem marca reunião essa hora? Se é dono do próprio negócio, não precisa disso!
— Ah, meu amor... Não é bem assim que funciona. Também fiquei surpreso com essa mudança de rotina. O Hugo me avisou ontem à noite, mas você já tava dormindo e não quis te acordar.
— Tudo bem… fazer o quê. É trabalho, né? E eu tô exagerando... — Sarah suspirou, tentando não demonstrar cansaço.
— É só a gravidez. Você precisa descansar — disse Pedro.
— Nem pensar! Aquelas mulheres vão procurar o Hugo. Como vocês duas vão dar conta de tudo?
— A gente dá um jeito! — respondeu Amanda, meio distraída.
"Ele não vai ajudar hoje... Claro que não. Era só ontem. Ele nem falou se iria hoje... Gosto tanto dele que comecei a acreditar que ele sentia o mesmo... Amanda, acorda! Talvez até saiu com alguém ontem à noite..." — ela pensava, sentindo o coração pesar.
— Não, senhora. Eu vou sim! Esse mau humor vai embora depois do café — disse Sarah, forçando um sorriso.
— Bom dia, Hugo! Dormiu bem?
— Bom dia. — A resposta saiu seca, quase automática.
— O Pedro me disse que vão sair cedo hoje… Aconteceu alguma coisa?
— Apenas trabalho.
Amanda sentiu o peso de cada palavra dita com frieza. Como se tudo o que haviam compartilhado tivesse evaporado da noite para o dia.
— Parece que você não quer conversar… Tudo bem, então. Tenha um bom dia de trabalho.
— Igualmente.
Mas Amanda ainda carregava a dúvida, então insistiu:
— Preciso te perguntar sobre ontem...
— Já terminei o aplicativo. Passei tudo pro Pedro. Ele vai explicar e dar suporte quando precisar — interrompeu Hugo, seco.
Amanda parou, confusa. Ela nem lembrava do aplicativo naquele momento — o que realmente queria saber era sobre o que acontecera entre eles. O encontro. A promessa implícita.
— Ah… — murmurou. — Tá bom. Vou tomar meu café. Obrigada por terminar o aplicativo.
Ela virou as costas, tentando manter a postura firme. Mas por dentro, sentia-se magoada, burra por ter criado expectativas.
"É melhor assim,"
Hugo apenas observou enquanto ela voltava para dentro. O peito apertado, o coração batendo contra sua lógica fria.
"Não posso me envolver... Eu sou um problema. Só tenho o caos para oferecer. Ela teria que viver escondida, fugindo do meu passado. Ela nunca aceitaria quem eu realmente sou. Nós não precisamos um do outro! Não quero ter um ponto fraco!..."
Mas então veio o aperto no peito.
"Essa dor por ser frio com ela... me incomoda mais do que deveria."
Na cozinha, Amanda e Sarah estavam tomando café quando Luísa apareceu com seu jeito leve e divertido.
— Bom dia, meninas! Começaram sem mim?
— Você demorou demais pra se levantar — respondeu Amanda, num tom azedo.
— Eita! Que bicho te mordeu, hein?
— Acho que o nome do bicho começa com H — Sarah disse, de olhos semicerrados.
— Nenhum bicho me mordeu! — Amanda rebateu rápido demais. — Só tô preocupada, só nós três hoje, e acho que nem vai vender como ontem…
— Então o bonitão não vai? — Luísa cutucou com sorriso travesso.
— Não! E não me pergunta por quê!
— Tuuuudo bem… — Luísa recuou com humor.
— Sabe o que eu tava pensando? Hoje é sábado!
— E o que tem?
— A gente podia sair à noite pra dançar, relaxar e beijar na boca!
— Luísa?! Só você mesmo…
Mesmo contrariada, Amanda riu. E aquele riso, por um instante, fez o incomodo passar.
— Acho uma ótima ideia — Sarah disse. — Vocês são jovens, bonitas e solteiras. Faz bem pra saúde!
— Mas pra onde?
— Qualquer lugar que toque música e tenha cerveja serve! — Luísa respondeu sem hesitar.
— A doida…
— Quê? Aliás, amei o cabelo de vocês hoje!
— Eu só lavei e sequei — Amanda comentou. — A hidratação fez milagre!
— Pois é, aquela mulher é ótima! — Sarah completou. — O meu também tá uma maravilha.
— Oi! Tudo bem? Eu queria falar com o Hugo, tô com problema no aplicativo. Fiz compras aqui ontem, lembra de mim?
— Oi! Tudo sim! Claro que lembro de você. Mas o Hugo só ajudou ontem, ele não trabalha aqui, sabe?
— Sério? Mas ele disse que resolveria pessoalmente…
— Ele deixou instruções no aplicativo e tem até um chat. Tenta por lá. Ele é muito ocupado, tem muitos clientes.
"Safadinha… aposto que o aplicativo dela tá funcionando perfeitamente. Só quer a atenção dele. Ai, ai, viu…"
— Então… mandei mensagem pro número do Hugo, mas só recebo mensagem automática!
— Ué, você achou que ia rolar algo?
— Não! Só queria ajuda com o aplicativo!
— Ah, bom… porque ele é apaixonado pela dona da floricultura. A gente não tem chance nenhuma!
— A dona da floricultura? E você não é amiga dela?
— Amiguíssima! Mas a Amanda não se decide. Então tentei minha chance. Mas ele tá de quatro por ela, minha filha. Nem adianta tentar!
— Eu não queria nada com ele, só ajuda mesmo!
"Que amiga talarica… e que mulher sortuda e burra essa Amanda! Eu me jogava nos braços dele e nunca mais largava!"
— Vai levar alguma florzinha hoje?
Amanda organizava as plantas do lado de fora com um sorriso pequeno e orgulhoso. O dia tinha sido bom.
— Walter? — a voz saiu num sussurro quase engasgado.
Ele apareceu ali, como uma lembrança teimosa que insiste em voltar.
— Oi, minha linda — disse, com aquele velho sorriso que já não surtia mais efeito.
Amanda se retraiu.
— O que tá fazendo aqui?
— Vim te ver. Desculpa não ter vindo mais cedo… Saí do trabalho agora e vim direto. Estacionei ali, no mesmo lugar da outra vez… lembra?
Ela respirou fundo, tentando conter o nó no estômago.
— Walter, eu não quero que você venha aqui.
— Porque não temos mais nada pra conversar. Não quero te ver, não quero te ouvir. Simples assim.
— Pensei que tivesse me perdoado…
— Perdoar não é esquecer. Não tenho mais raiva de você, Walter, mas também não quero você na minha vida.
— Amanda… por favor…
— O nosso tempo já passou.
— Mas… e amizade? Pelo menos isso?
— Nem isso.
Nesse instante, Luísa surgiu feito uma tempestade repentina.
— O que tá acontecendo aqui? — o olhar dela varria Walter dos pés à cabeça como um raio.
— O que você tá fazendo aqui? — O tom era ácido, sem espaço pra simpatia.
— Nossa, que recepção… perdeu a educação?
— Educação é o caramba, Walter. Vaza daqui, seu cretino cara-de-pau!
— Que isso?! Essa garota sempre foi de baixo nível!
— Baixo nível é você, seu enganador de merda! Sai agora ou vou chamar a polícia!
Amanda, embora tensa, manteve a postura.
— Eu já pedi pra você ir embora, Walter. Ela tem razão em se revoltar. Vai embora e não volta mais, por favor?
Sarah, vendo a confusão se formar, saiu da loja com preocupação.
— Meninas? O que tá acontecendo?
— Nada, Sarah, tá tudo certo agora. — Luísa respondeu, mas ainda com os punhos cerrados.
Amanda respirou fundo e deu o ponto final.
— A loja já fechou. Estamos indo pra casa. Adeus, Walter.
Ele hesitou, ofendido, confuso.
— Mas… da última vez, a gente conversou numa boa. O que mudou em você?
— Eu mudei. E não quero voltar a conviver com quem me feriu tanto.
— Mas você sabe que eu não fiz por querer. Você conhece a verdade!
— Chega, Walter! Você era como uma doença. E eu já me curei.
Walter ficou em silêncio por um segundo, como se engolisse a última frase com veneno.
— Amanda?!
Foi Sarah quem deu o empurrão final, com a doçura firme de quem protege o que ama.
— Já deu, rapaz! Vai embora, ou eu ligo pro meu marido. Ele é irmão dela, sabia?
— Isso não é um adeus, Amanda… Você ainda vai pensar com mais clareza. E Luísa… você não devia se meter na vida dos outros.
— Mete o pé, Walter! — Luísa respondeu. — Amanda não precisa de gente que mente, engana e ainda posa de coitado.
Ele se afastou devagar, com o veneno ainda pingando dos olhos.
— O proprietário deste café é nosso primeiro cliente do dia. Precisaremos instalar o software e ensinar a proprietária e a secretária a operá-lo. — Hugo explicou com calma, os olhos atentos ao movimento da rua.
Pedro assentiu, observando a fachada moderna do café.
— Esse lugar é novo, né? Antes era uma loja de roupas aqui.
— Sim. — Hugo fez uma breve pausa, como se pesasse as palavras. — Precisamos conversar sobre essa cliente.
Pedro franziu o cenho.
— Não é um cliente? A gente falou com um homem.
— Era o marido dela. Eu já estive com ela duas vezes. O senhor Ambani é um homem de negócios — ocupado, distante. Ele presenteou a esposa com essa loja, não por amor, mas para tê-la fora do caminho. Ele é um filho da puta com a esposa, se quer saber.
— E ela?
— Jovem. Bonita. Solitária. E um pouco confusa. — Hugo deu um meio sorriso, sem graça. — Ela deu em cima de mim. Pode acontecer com você também. Eu confio no teu caráter, mas lembre-se: não cruzamos certas linhas com clientes. Isso pode comprometer tudo.
Pedro engoliu seco, mas respondeu com firmeza:
— Hugo, eu jamais trairia a Sarah. Amo aquela mulher mais do que amo a mim mesmo.
— Bom ouvir isso. Então vamos lá. Você fica aqui até que elas aprendam tudo sobre o sistema.
— Eu? E você?
— Tenho mais dois clientes agendados. Algum problema?
— Não… nenhum. Vai tranquilo.
— Obrigado.
— Este é Pedro, meu colaborador. Ele dará todo o suporte técnico necessário.
Lorena Ambani levantou-se com um sorriso suave e um brilho esperançoso nos olhos — que desapareceu tão logo percebeu que Hugo não ficaria.
— Por favor, ignorem a bagunça. Ainda estou tentando organizar tudo por aqui. — Ela lançou um olhar rápido para o ambiente desorganizado, embora seus olhos voltassem sempre para Hugo.
— Não se preocupe, entendemos bem essa fase inicial. — respondeu Hugo, cordial.
— Então o Pedro vai ocupar seu lugar hoje? — a pergunta tinha um tom de lamento mal disfarçado.
— Sim. Ele é extremamente competente. Já instalei o programa, e ele vai finalizar o processo e tirar todas as dúvidas. Confie nele como confia em mim.
— Eu não duvido da competência do seu funcionário… Tudo bem. Mas agora você me deve um almoço. Não se esqueça disso.
— Não esquecerei. — Hugo sorriu de leve. — Obrigado por confiar no nosso trabalho.
Lorena mordeu os lábios com frustração. Pedro percebeu o descontentamento, ele decidiu que faria seu trabalho com agilidade e profissionalismo — e sairia dali o mais rápido possível.
Amanda o perturbava mais do que ele gostaria de admitir. Havia nela uma luz que iluminava os cantos mais escuros dele — e isso o apavorava.
Noite de sábado.
Hugo e Pedro só chegaram em casa às nove da noite. Doze clientes atendidos. Doze histórias, doze ambientes, doze rostos. Ao final, ainda passaram pela locadora — Hugo trocou de carro, uma estratégia usada para não ser rastreado.
Pedro já havia avisado Sarah sobre cada detalhe do dia. Ele sabia o quanto ela ficava inquieta quando estavam distantes. A cada cliente visitado, uma mensagem. A cada pausa, uma ligação breve. Amor maduro, firme, e cheio de cuidado.
Enquanto isso, Amanda e Luísa escolheram um lugar novo para dançar. Amanda precisava da noite, da música, e de esquecer — por algumas horas — os olhos que a assombrava e os sentimentos que não sabia nomear.
Sarah preparou o jantar para três. Amanda e Luísa, naquela noite, não se juntariam a eles. Decidiram, em silêncio, que não contariam nada sobre o ocorrido com Walter. O dia fora longo e todos precisavam de um pouco de paz.
— As meninas chegaram bem no clube. Mandaram beijo e boa noite — informou Sarah. — Amanda disse pra gente não esperar acordados, ela tem a chave e não vai chegar cedo.
— Manda um beijo. Que ela se divirta… mas tomem cuidado. E liguem pro irmão se precisarem — respondeu Pedro, sempre protetor.
— Tá… mas cadê o Hugo, hein? Tô morrendo de fome! Já tá tarde! — reclamou Sarah, impaciente.
— Ele tá vindo, meu bem, mas pode comer sem a gente. Nem devia ter esperado — disse Pedro.
— Posso comer qualquer refeição sozinha, mas o jantar é sagrado. Tem que ser com você. Por isso esperei.
— Eu sei… Por isso não aceitei jantar fora com ele. A gente tem que manter esse momento só nosso.
— Ainda bem que chegou, Hugo. A Sarah tá faminta. Tava te esperando pra começar — brincou Pedro.
— Tô mesmo! Agora que tá todo mundo aqui… vamos comer?
Hugo olhou para as cadeiras vazias.
— Não incomoda, imagina. Faço com carinho. Que bom que vieram!
— E Amanda e Luísa… não vão jantar com a gente?
— As meninas saíram! — Sarah respondeu de imediato.
— Foram pra uma balada. Quer dizer… um clube. A Amanda tava meio pra baixo hoje de manhã, sabe como é. A Luísa quis animar ela. Disseram que só voltam depois de beijar alguém por lá.
— Ué! Foi o que disseram. A Luísa fez a Amanda prometer que não voltava sem beijar na boca.
Ele congelou. Um nó se formava no estômago. A cena de Amanda rindo nos braços de outro começou a projetar-se na mente como um pesadelo.
"Então ela saiu pra isso… por minha causa… e foi buscar consolo nos braços de alguém?!"
— É bom se divertir depois de um dia de trabalho. Fizeram bem em sair — disse ele, tentando manter a postura.
— Pois é… eu sempre falo pra ela sair mais, se soltar. Mas a Amanda é tão quieta… tão certinha. Só que hoje saiu linda! Vai beijar sim, se depender da Luísa.
A provocação era clara. Sarah lançava dardos com precisão, e Hugo mal escondia o incômodo.
— Sarah… não é educado comentar a vida dos outros, ainda mais quando eles não estão aqui — Pedro advertiu, já pela segunda vez.
— Tá bom, desculpa. Mas que eu queria estar na Pan Europa com as meninas, isso eu queria! Só pra dançar, viu?
— Hugo, você ainda não comeu nada — comentou Sarah, fingindo inocência.
— Pedro… Sarah… muito obrigado pelo jantar. Mas estou sem apetite. O horário me tirou a fome. Peço licença.
Depois que ele saiu, Pedro olhou sério para a esposa:
— Você não devia ter provocado ele assim.
— Se ele ficou chateado, é porque gosta dela. Esses dois são doidos um pelo outro! Só precisam de um empurrãozinho.
— Eu só não sei se o Hugo é a pessoa certa pra Amanda.
— Ah, ninguém passa nesse seu teste! Por você, ela morre solteira!
— Não é isso… é que eles são de mundos diferentes, Sarah.
— E se for pra acontecer, não vai ser você que vai impedir. Vamos ver depois de hoje… se ele não correr atrás, é porque não era pra ser.
Xiii!!! Lascou. A Amanda apaixonou por quem não devia
ResponderExcluirQue violência é essa? A chinela da Joshefina dói mais que falhar no supino.
Amanda perdidamente apaixonada pelo cara errado!
ExcluirA Joshefina atravessa gerações e histórias! kkkkk Se brincar até o Hakon vai levar chinelada dela! 🤣
Confeso que estou comecando a gostar do Hugo so acho que ele devia tirar a camisa mas vezes kkkkkkkkk.A joshefina que vive em mim queria mesmo era ter pego o talo espinhoso da rosa pra dar umas lapadas nas costas daquele safado mas claro que a Luisa tmb merece umas boas palmadas e umas aulas pra ser mas recatada.
ResponderExcluirQue bom que você tá começando a gostar dele, espero que não mude de ideia com o decorrer da história! 🤔
ExcluirEu ia amar ver isso! A Joshefina dando umas palmadas na Luísa! kkkkkk