O Poder Do Destino. Capítulo 04.

 


Essa história é fictícia e foi inteiramente criada por mim. Patrícia Leal.



Ainda na terça-feira. 

Em outro bairro de Newcrest. Amanda chega na floricultura. Uma loja pequena e simples, reformada e decorada recentemente.




A decoração foi feita por Amanda e Sarah, algumas paredes tinham sido pintadas de rosa bebê e outras cobertas por papel de parede rosa floral, havia muitas plantas e jarros com flores variadas, Amanda percebeu que a loja precisava de uma novidade para atrair os clientes, então decidiu colocar uma bancada para vender lanches e bebidas não alcoólicas, colocou algumas mesas com cadeiras confortáveis para os clientes se sentirem à vontade. A reforma já havia sido concluída e faltavam três dias para a reinauguração. 




— Tá tudo tão perfeito... Eu adorei cada detalhe. Se a minha mãe pudesse ver como ficou linda...



— Ela adorava essa loja... Vou tentar mãezinha, vou fazer tudo que eu puder pra manter a loja... Só por você! — Amanda, como uma boa filha que era, tentava manter a loja funcionando em memória de sua mãe.




A estufa ficava nos fundos da loja, mas agora era usada como depósito.




Amanda, costumava montar buquês de flores com a sua mãe na bancada dentro da estufa, agora ela guardava fertilizantes e adubos ali. 



"Só não sei por quanto tempo vou conseguir manter funcionando... as vendas caíram tanto..."



As horas voam. 

Após verificar cada detalhe da loja, fechou as portas e agora iria voltar para sua casa. Andava a caminho do estacionamento onde o seu carro estava, quando encontrou um velho amigo.



Ele estava prestes a entrar no restaurante que ficava próximo da floricultura dela. Amanda, parou em frente a ele, os dois se olharam surpresos.



— Amanda?  

— Walter?! — Amanda, responde incrédula. Walter Nogueira, não era apenas um amigo, ele era o ex-namorado, que tinha ido embora há quatro anos. Ele tinha 28 anos, pele de cor parda, olhos grandes e pretos, usava óculos, media 1,75M, era magro e cuidava do corpo fazendo exercícios físicos na academia, tinha cabelos lisos finos e pretos, uma barba cheia e bem aparada, era um rapaz bonito aos olhos de muitas mulheres. Walter, usava brincos pequenos e prateados nas orelhas, vestia uma camisa branca de algodão com calça xadrez e calçava botas marrons. 



Os dois se cumprimentaram educadamente, ele perguntou para onde ela estava indo e Amanda respondeu, então, Walter, se ofereceu para acompanhá-la até o estacionamento onde o carro dela estava, ela concordou e conversaram enquanto andavam, os dois caminharam até uma trilha fora da estrada, era um atalho usado frequentemente por quem queria cortar caminho até o outro quarteirão. 



Amanda, achou estranho o fato de tamanha coincidência, eles pararam para conversar. 

— Então... Que surpresa encontrar você... aqui nessa cidade e tão perto da minha loja! 

— Uma ótima surpresa, não é mesmo?... Que bom ver você de novo, depois de quatro anos?!... Como você tá? — Walter, pergunta de um jeito meio teatral, como se já soubesse o que iria acontecer. 

— Agora eu tô bem. E você aparece assim do nada? Eu quase caio dura, pensei que tivesse morando em outra cidade?! — Amanda, inocentemente acredita 

— Muitas coisas aconteceram e eu quis voltar pra minha cidade... Fui muito feliz aqui! 

— Que bom, né?!... Olha, tenho que ir! Tô cansada, passei o dia ocupada com a loja, arrumando tudo pra reabertura. 



— Espera, vamos conversar um pouco?... A loja que você e a sua mãe trabalhavam, não é? A floricultura, fica aqui perto?!  

— Aquela mesma! Fica perto daqui!... Você nem lembra mais. — Amanda, se entristece um pouco, mas logo se recupera e lembra de um detalhe bem importante da vida dele. — E a sua esposa, como vai? 

— Eu não sou mais casado, Amanda. Depois que ela perdeu o bebê não foi mais a mesma, entrou em depressão e por fim, nos separamos. — Walter, parecia ter a resposta na ponta da língua. 

— Que triste! Eu lamento por vocês... por ela perder o seu filho e por terem se separado, espero que ela fique bem. 

— Era uma menina, mas ela já se recuperou. Está ótima! Isso foi há dois anos. 

— Nossa! Já faz um tempinho! Ahhh... que bom então!



— Fiquei sabendo da sua mãe... Eu sinto muito. 

— Tudo bem. Ela já descansa e não sente mais dor. 

— Amanda... Eu nunca vou poder me desculpar o suficiente... 

— Walter, por favor?! Não quero que volte do passado pra reviver todo o sofrimento de novo! 



— Deixa eu me desculpar, eu não queria que você sofresse tanto, não tivemos culpa de se apaixonar um pelo outro, sabe que se eu não tivesse sido forçado a me casar com ela... 

— Não quero saber disso! — Amanda, estava muito desconfortável com o rumo que a conversava tomava. 

— Ainda amo você, Amanda! Nunca te esqueci, e escolheria mil vezes ficar com você! 

— Já passou e já disse, que não quero mais saber!  

— Eu queria ter te dado força quando sua mãe faleceu, queria ter ficado do seu lado…  

— PARA WALTER! — O desconforto tinha virado tristeza com mágoas. 



— Eu só queria que você me perdoasse, eu te amo... nunca tive paz depois que sai daqui. 

— Eu já superei isso... Não quero reviver todo aquele sofrimento. Você fez a sua escolha e eu sobrevivi há muitas coisas. Já passou! 

— Não foi escolha minha, o pai dela ameaçou me matar se não me casasse com ela! 

— Ela estava grávida, e você enganou nós duas! Mas o passado fica no passado, Walter! Não tenho raiva de você, já superei! 

— Você é uma pessoa incrível, eu quero pelo menos ser o seu amigo. Posso?



— Não é bem assim, Walter... Você aparece do nada dizendo tudo isso. Não dá pra aceitar tudo de boa vontade. 

— Na verdade, eu não apareci do nada, tô vigiando aquela floricultura há uma semana... precisava ver você. Por favor, Amanda, vamos conversar?! 

— Então você lembrava da floricultura?  

— Me lembro de tudo, fingi não lembrar pra não parecer tão óbvio que eu tô atrás de você. 

— E o que você espera? Que recomece tudo de novo, só porque ela te deixou? 

— Esperei dois anos pra criar coragem e vim aqui, preciso pelo menos que você me perdoe.



— Mas eu já disse que não tenho raiva de você. 

— Então fala que me perdoa? 

— Já te perdoei, Walter! 

— Obrigado!... Me dá um abraço e vou embora feliz. — Walter, segura as mãos dela e os dois ficam de frente olhando um para o outro. 



Amanda, cede e o abraça, ele aproveita e a puxa firmemente abraçando e quase beijando o pescoço dela. 

Amanda e Walter viveram um romance complicado no passado, eles se conheceram quando ela fazia um curso público de auxiliar administrativo, ela com 17 anos e ele com 23, ele trabalhava como auxiliar de escritório no local, só que Walter, também namorava outra garota e manteve os dois relacionamentos sem que as duas soubessem da existência uma da outra. Glória, engravidou e as coisas se complicaram ainda mais para ele, como se não bastasse engravidar a primeira namorada, ele tirou a virgindade de Amanda, que era a segunda namorada, mesmo apaixonado por ela, foi forçado a se casar com Glória, o pai da garota é um fazendeiro conhecido na cidade de Newcrest, e tinha fama de ser um homem com um temperamento difícil, Godofredo Viana; o ameaçou de morte. Com tudo que estava acontecendo na época, não teve como Walter esconder por muito tempo e Amanda, descobriu tudo, na data do acontecimento ela descobriu também a doença da sua mãe e tudo desmoronou ao mesmo tempo.



Amanda, se solta do abraço exagerado. Ela pensou que quando o abraçasse iria sentir tudo de volta, mas não sentiu nada, nem sequer um pouquinho de raiva. 

— Eu preciso mesmo ir! — Ela estava feliz por finalmente ter virado a página desse capítulo do livro de sua vida. 

— Posso te ligar? — Mas parece que ele não iria desistir tão fácil de tentar se aproximar dela novamente. 

— Walter, talvez a gente pode ser amigos, mas ainda não sei direito! 

— Eu sei, mas é só pra saber como você tá?! 

— Eu tô ótima, não precisa me ligar. Adeus, Walter! Fique bem. Talvez a gente se veja por aí! — ela não queria se aproximar demais, já tinha se curado e não ariscaria se ferir de novo.



Amanda, vira as costas e se afasta pedindo para ele não a acompanhar mais, ela segue a trilha do atalho e ele desiste por enquanto. 



— Tudo bem, Amanda, vou ficar morando na cidade, se quiser falar comigo de novo o número do meu telefone ainda é o mesmo. 

— Tá bom. Tchau! — "Tá pensando que eu sou trouxa, né? Perdoei, mas não esqueci!... Não preciso de mais problemas na minha vida, de novo!" — Ela pensa ao se afastar dele.



"Eu não vou desistir de você! Você ainda me ama e vai ser minha de novo, Amandinha... eu sei que não teve ninguém depois de mim, nós vamos ser felizes juntos, como tinha que ser no passado." 



Mais tarde, Amanda chega em casa. 



Hugo, também já tinha chegado e estava treinando boxe no quintal. 



Descontando a raiva no saco de pancadas, sempre que Hugo ficava nervoso ele fazia exercício ou lutava. Hugo era faixa preta em jiu-jitsu e praticava outras artes marciais também.



Amanda estacionou o carro na garagem e ficou observando-o esmurrar o saco de pancadas. 

"Nossa! Até que ele é forte, pode até não pegar no pesado, mas tem bastante força." 



"Mas ele gosta mesmo é de se exibir, tá me vendo aqui e finge que não ver!... Não tô nem aí!" — Amanda, achou que Hugo estava tentando chamar a atenção dela — "Ele é bonito de qualquer jeito, de frente, de costas, de lado... O que ele veio fazer aqui?... Aposto que tem um monte de mulher dando em cima, ainda mais nessa cidade de solteironas, tem mais mulher do que homens!... Ele que não se meta a besta de trazer nenhuma pra cá!... Tá pensando que aqui não é casa de família?... Que é isso Amanda?! Até parece que você tá com ciúmes desse aí?!... Eu hein? Nem conheço mais arrogante do que ele, viu?!" — Amanda ainda olhando e pensando.



Hugo, percebe os olhares dela e ignora, ele continua o treino e só quando ouve os passos que resolve parar. Hugo estava vestindo um calção esportivo azul-marinho e uma camiseta regata preta que deixava os braços musculosos à mostra, usava luva de boxe para proteger as mãos e estava descalço. 

Amanda, parou de olhar e caminhou em direção à porta dos fundos, ia passar sem falar com ele, mas Hugo, a cumprimentou. 




— Boa tarde, Amanda!  

— Boa! — ela responde tentando fazer-se parecer indiferente. 

— Tudo bem com você? 

— Tudo! Por quê? 

— Você ficou parada me olhando, pensei que ia reclamar do meu saco de pancadas, mas quero esclarecer que já pedi permissão para colocar ele aqui, no entanto, se tiver planos para usar esse espaço, posso desocupar, encontrarei outro lugar. 

— Eu não tenho, pode deixar ele aí. — Ela responde calmamente. 

— Posso mesmo? — Hugo, olha surpreso com a resposta e reação dela. 

— Eu já falei que pode! — Amanda, ficou envergonhada com a atenção exagerada daquele par de olhos azuis puxados. 




— Você não vai mudar de ideia? A sua mudança de humor é constante, não quero chateá-la com mais nada. — Hugo, fala ainda a encarando, discreto, mas intenso. Ele sabia como deixar uma mulher desorientada apenas com olhares. 

— Fala como se eu fosse uma megera, você nem me conhece direito! — "Nossa, eu sou mesmo tão chata assim?... E por que ele tá tão cheiroso se tá suado? Esse homem não tem cheiro ruim? Sovaqueira ou chulé? Sei lá, ele deve ser anormal, nunca vi nenhum homem cheirar tão bem quando tá suado como ele!" 

— É verdade, não a conheço bem. Não tivemos tempo para conversas amigáveis, mas você já deixou claro que não quer minha amizade e lamento por isso, o Pedro me falou muito bem de você. 

— Eu... não sei se podemos ser amigos, somos diferentes e você nem vai ficar muito tempo aqui! Mas podemos conversar, sim, pelo tempo que ficar, não precisamos ter raiva um do outro. 

— Em nenhum momento senti raiva de você, e como sei que não se sente confortável perto de estranhos, decidi respeitar isso. Não aceitei a chave da sua casa, devolvi para o Pedro, e não farei nenhuma refeição com vocês. Não tenho o direito de tirar a sua privacidade.



— Mas... você fez as compras desse mês, então não é justo você não comer o que comprou! — Amanda, não se sentiu bem em expulsar ele do convívio com Pedro e Sarah, eles se tornaram amigos durante os dias que ela passou na casa de sua amiga Luísa. Não achou justo afastá-lo, já que ele agora era parte daquela casa, mesmo que temporariamente. 

— Não se preocupe com isso. Não quero que fique constrangida comigo à mesa. 

— Não vou ficar, pode comer com a gente... Se comprou então tem direito. — Os dois conversavam frente a frente em uma distância razoável. 

— Se estiver tudo bem para você, então farei minhas refeições aqui. Gosto da comida e das companhias. A Sarah, cozinha muito bem, e você também, o macarrão estava bom. 

— Obrigada! Mas não se acostuma, eu não vou ficar cozinhando pra você! Folgado hein?! 

— Tudo bem! — Hugo, sorri. 



— Então tchau! Tô cansada, tenho que tomar um banho urgente! — Amanda, encerra a conversa, vira as costas e sai. 

— Até mais, Amanda. 




Hugo, não esperava que a conversa com ela fosse agradável, ele admirava aquela família, por serem pessoas honestas, trabalhadoras e gentis, Amanda, apesar de não ser muito sociável, também tinha a sua admiração. — "É uma garota simples, de uma beleza exótica. Não existe meias verdades com ela, é sincera e honesta. Mesmo que não seja tão educada e refinada, ela chama a atenção. Nunca tive uma mulher assim... E sei que não é alguém que eu possa ter." — Ele pensa enquanto olha para ela indo em direção à porta da cozinha. 

  

Continua... 


Comentários

  1. Amanda foge que da tempo esse Hugo é suspeito kkkkkk

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  2. Aos comentarios

    1- IIIÌ rapaz! Será que esse Walter tá querendo um flashback com a Amanda?

    2- Pô Amanda não cai no papo desse cara não

    3- "O que ele veio fazer aqui?... Aposto que tem um monte de mulher dando em cima, ainda mais nessa cidade de solteironas" Qual cidade é? vou correndo alugar um apartamento lá!

    4- Amanda foge desse Hugo que ele também não presta! Oh mulher pra atrair cara ruim!

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    Respostas
    1. ErickGamer. Tá sim!
      Será que ela vai cometer o mesmo erro?
      Newcrest! kkkkkkkk
      Existem mulheres com o famoso dedo podre pra escolher homens! Amanda é uma dessas!
      Obrigada Erick!

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