O Poder Do Destino. Capítulo 03.

 

Essa história é fictícia e foi inteiramente criada por mim. Patrícia Leal.



Terça-feira.

O dia amanheceu ensolarado, com um ar fresco e agradável. A cidade de Newcrest não tinha prédios altos e era rodeada por árvores.





Amanda acordou cedo, como de costume. Vestiu uma calça jeans azul-clara, uma camiseta branca de algodão e uma camisa azul com botões. Calçou suas botas de couro marrom e, em seguida, foi ao banheiro escovar os dentes. Ela sairia para dar uma olhada na floricultura, que logo reabriria, as reformas tinham terminado, e a ansiedade pela reabertura tomava conta dela. Sarah iria trabalhar com Amanda até onde a gravidez a permitisse.








"Espero que esteja tudo em ordem... Preciso arrumar dinheiro urgente pra pagar as dívidas. Nem sei se vou conseguir manter a loja aberta... As vendas de flores estão tão fracas... Mas a mamãe gostava tanto daquele lugar..." — pensava Amanda, sentindo o peso das incertezas.
"Se não der certo, se a loja não tiver retorno... vou ter que vender. Aceitar o fim de tudo."






Desceu as escadas e foi até o quintal, onde ficava a garagem.

A floricultura havia sido da mãe deles. Pedro, ao ver que a loja já não dava lucro, propôs a venda. O imóvel não valia tanto, mas o terreno tinha bom valor no mercado. Ainda assim, Amanda recusou. Para ela, aquele lugar tinha valor sentimental, era onde trabalhava ao lado da mãe nos últimos anos.






O carro que dirigia era uma caminhonete Ford Ranger azul, que sua mãe comprara antes de adoecer. Amanda nunca entendeu como a mãe conseguira comprar um veículo tão caro com a renda que tinham. Agora, o carro estava com ela.

Mas que carro é esse...? Argh! Já sei de quem é! Só pode ser do tal do Hugo! Ele tinha que estacionar bem na frente do meu? — resmungou, ao ver um jipe preto, de quatro portas, bloqueando sua saída.





Vai ter que tirar esse carro daí! Eu mato o Pedro! Foi ele quem trouxe esse folgado pra morar aqui! — Amanda desceu ao porão, decidida a falar com Hugo.





Antes mesmo de entrar, notou um saco de pancadas para treino de boxe. A garagem, antes usada para pequenos arranjos florais, agora estava tomada por aparelhos de musculação — bicicleta ergométrica, estação de treino, halteres.

Olha só o que ele fez aqui! Tomou conta da minha área de trabalho com essas tralhas! Quem esse Hugo pensa que é? Tá achando que já é dono de tudo?




Ao descer as escadas, notou que Pedro havia reformado a lavanderia também. O porão contava agora com quarto, armários, pia e máquinas de lavar.




Ela gritou:
HUGO!!

Do banheiro, ele a ouviu:
"Amanda?... O que ela quer a essa hora? Ainda são seis da manhã!"

HUGOOO!! — insistiu, impaciente.

"Como ela é impaciente! Do que será que veio reclamar agora? Já tô me arrependendo de ter aceitado o convite do Pedro."




Hugo saiu do banheiro apressado, ainda sem camisa.

— Bom dia, Amanda. Tudo bem com você?

Ela parou por um instante. Perdeu até o fôlego ao vê-lo novamente sem camisa. Ele exalava um perfume masculino, sofisticado.




— Você tem o péssimo costume de andar sem camisa por aí? Sente tanto calor assim?

— Me desculpe. Você me chamou alto, achei que fosse urgente. Não tive tempo de me vestir.

— E é urgente! Você estacionou o seu carro na frente do meu!

— Que descuido... Pode me esperar vestir uma camisa?

— Pode vestir, sim. Mas não é só isso! Você tomou conta da minha área de trabalho! Alugou aquele espaço também? Tá espalhando aparelhos por todo lado!

— O Pedro incluiu aquele espaço no valor do aluguel. Mas posso pagar a mais, se for necessário.

— Ele fez isso? Ele devia ter me consultado antes! O Pedro sabe que uso esse espaço pra guardar as coisas da loja! Olha... sei que ele fez isso porque gosta de você — gostou rápido até demais, não sei por quê. Mas eu sou diferente. Não é porque somos irmãos que pensamos iguais. Eu vou conversar com ele.

— Já percebi que vocês têm personalidades bem distintas. Não quero causar nenhum atrito. Posso tirar meus aparelhos. Não pretendo ficar aqui por muito tempo... Só até resolver um problema.




— Um problema?... Ah, deve ser a casa que quer comprar. Pedro e Sarah me contaram.

— Sim. Enquanto estiver aqui, prometo não causar incômodos. Eu e Pedro conversamos sobre a convivência, mas ele errou em não incluir você nessa conversa. Se a minha presença incomoda tanto, posso procurar outro lugar hoje mesmo.

Amanda silenciou. Ficou sem argumentos.

— Vou conversar com Pedro. Procurar outra casa. Posso sair ainda nesta semana.




— Não precisa! Tá tudo bem. Talvez eu tenha exagerado um pouco. Parece que você pagou por tudo... pela garagem, pela comida, pelo aluguel... Mas já que fui excluída da conversa da boa convivência, quero estabelecer alguns limites: gosto da minha privacidade, não quero estranhos andando sem camisa pela casa nem espalhando coisas por aí. Lá em cima tem espaço suficiente, é só não trazer mais nada.

— Claro. E peço desculpas mais uma vez, especialmente por ontem. Quanto aos aparelhos: não trarei mais nada.

— Tá bom... Vou avisar antes de chegar perto de você, aí dá tempo de se vestir decentemente. Pode ficar até encontrar a casa, só espero que não demore muito. Agora... pode tirar o carro?

— Já estou indo. Só vou vestir uma camisa.




Amanda subiu as escadas. Hugo a observou.

"Não é tão durona assim... Que decepção. Achei que fosse diferente... mas parece ser igual às outras que se deixam conquistar fácil."



Hugo, em Windenburg

Depois de liberar a garagem para Amanda, Hugo dirigiu até Windenburg. Estava em busca de Vivian.




Soube que ela estava na cidade, e a viu entrar numa cafeteria no centro.





"É ela. Mesmo mudada, eu a reconheceria em qualquer lugar. Quero ver onde está morando... ou com quem dessa vez."

Vivian havia passado por várias transformações: harmonização facial, preenchimento labial, botox, lipoescultura, lentes verdes, novo corte e cor de cabelo, bronzeamento artificial.

Hugo também mudara: novo corte de cabelo, barba raspada, tatuagem no braço direito, e dez quilos a menos, resultado da pausa nos treinos.




Ele a seguiu discretamente pela cidade. Quando ela saiu da cafeteria, dirigiu em velocidade média para fora da cidade. Ele a seguiu, mantendo distância. Mas percebeu que ela notou sua presença. Vivian acelerou. Hugo também. Ele a seguiu sem dificuldades e se aproximou um pouco mais para que ela o visse por completo. Após quinze minutos, chegaram a um local isolado, com uma estrutura antiga em ruínas.



Vivian tinha trinta e cinco anos. Era uma mulher bonita e extremamente vaidosa. Gostava de roupas e sapatos caros, e joias valiosas faziam parte do seu vestuário. Media 1,62m e pesava 50kg. Seu cabelo natural era castanho-claro, mas agora estava tingido de preto com mechas vermelhas. A maquiagem e as unhas estavam sempre impecáveis, e sua pele, extremamente clara, jamais tocada por bronzeamento artificial. Seus olhos eram castanhos, cor de mel, combinando com a cor original de seus cabelos.

Ela chegou primeiro, minutos antes dele. Estacionou seu carro esporte vermelho e se afastou um pouco, esperando Hugo descer do carro para falar com ela.

Vivian conhecia Hugo. Depois de quase dez anos juntos, sabia exatamente como ele era. Ele podia ser quente como fogo ou frio como gelo. Podia ser paciente e calculista de maneira quase sobre-humana, mas também podia mudar de uma hora para outra, tornando-se explosivo, agressivo e violento. Ela, por outro lado, também tinha suas armas. Manipulava facilmente qualquer pessoa ou situação a seu favor, mas nunca conseguiu total controle sobre ele.




Hugo desceu do carro e a encarou com uma expressão indecifrável. Caminhou até ela.

— Olá, Vivian. — Cumprimentou-a com um tom de voz calmo e normal.

— Oi, amor. — Ela sorriu. — Estava morrendo de saudades!

Ele não sorriu.

— Você já sabia, não é? Não foi um descuido. Deixou que eu a encontrasse de propósito.

— Sim — respondeu ela, sem hesitação. — Eu queria que me encontrasse. Demorou mais do que deveria. Está perdendo o jeito?

— Se queria que eu a encontrasse, por que simplesmente não me ligou?

Vivian riu.

— E perder a graça? Você gosta de desafios, meu amor. E eu só faço o que você gosta. — Ela se aproximou um pouco mais. — Está feliz em me ver? Gostou do meu visual? Não via a hora de te mostrar tudo.

— A única coisa que eu quero ver é o dinheiro que você me deve. Um milhão.




— Sobre isso... nós temos que conversar.

— Não tem conversa. Faça a transferência para a conta que eu vou te enviar.

— Não posso... ainda não.

Hugo a olhou por um momento, os olhos se estreitando. A paciência começava a se dissolver.

— Não quero perder o controle com você. — A voz dele saiu baixa, sombria. — Devolva o que me pertence.

— Eu tive que usar para sobreviver!






Num movimento rápido, Hugo agarrou o braço dela, apertando-o com força suficiente para causar dor.

— Nós tínhamos uma conta conjunta — rosnou. — Eu confiei em você. Mas não deveria. Você me roubou e acha que eu vou deixar isso passar?

— E vou devolver, mas eu não tenho quase nada agora! Você tá me machucando! — Ela tenta puxar o braço. 






Hugo a soltou bruscamente, mas não antes de levantar a mão, ameaçando-a.

— Na conta havia três milhões. Eu dei a maior parte para você! — Ele falou friamente, em um tom grave e baixo. Então, sua paciência se rompeu. — O QUE VOCÊ FEZ COM TODO ESSE DINHEIRO, SUA VADIA DESGRAÇADA?!

A voz de Hugo, geralmente grave e sedutora, agora era pura fúria. Ele falava alto, quase gritando, sua raiva transbordando em cada palavra. Mas não era o volume que tornava aquilo assustador. Hugo não precisava elevar a voz para intimidar quando queria, sua simples presença já bastava. A mudança em seu tom fez o ar ao redor pesar. Vivian recuou um passo.

— Hugo, por favor, não me machuque! Não posso ficar com hematomas no rosto... Eu posso explicar!

— Não quero ouvir suas mentiras. Não me importo com o que aconteceu com você.

— Eu precisei me esconder da polícia! Paguei a Irmandade, subornei policiais e alguns agentes do governo. Eu não tenho as mesmas habilidades que você, Hugo. Não conseguiria chegar até aqui sem antes gastar quase todo o dinheiro que eu tinha!

— O dinheiro não era só seu! Você planejou me roubar desde o início, não foi? — Ao ver Vivian se encolher de medo, Hugo abaixou o tom de voz, retomando a calma dentro do possível. Afinal, ela ainda lhe devia.

— Não!!... Hugo, eu te amo! Eu nunca iria te enganar. Não tive tempo de pensar direito... Achei que não fosse fazer tanta falta pra você... Eu sei que você tem uma conta repleta de milhões. Você escondeu de mim, Hugo... A traidora aqui não sou eu!

— Eu não preciso te dar explicações sobre o que tenho ou o que faço. Está confundindo as coisas. Você não passava de uma sócia, uma companheira de trabalho. Naquela empresa, cada um tinha uma função e recebia seu pagamento por ela. Eu guardei o meu dinheiro, enquanto você torrava o seu sem pensar no futuro. O que queria? Que isso durasse para sempre? Que eu continuasse te dando lucros infinitamente?

— Como pode me dizer tudo isso desse jeito?! Nós tínhamos uma boa relação!... Você fala como se só o dinheiro importasse para mim. Nunca foi o dinheiro, sempre foi você!

— Quanta hipocrisia! Se o dinheiro não era tão importante assim, por que, logo que fomos descobertos, você transferiu tudo para a sua conta?

— Hugo, eu já disse que usei para fugir!...

— Eu não quero explicações. Quero apenas o que me deve. Ou paga com o dinheiro, ou paga com a vida. Mas, sinceramente, espero que seja com o dinheiro... Porque a sua vida não vale nada para mim.




— Você é tão frio... Eu sempre te ajudei, cuidei de você... Sempre fiz tudo que me mandava. Acabei me apaixonando. Pensei que sentisse alguma coisa por mim.

— Você não gosta de ninguém além de si mesma. Cada passo que dá é calculado para o seu próprio benefício. Me deixei usar por você e, por um tempo, até gostei, o sexo compensava, e os negócios também. Poderíamos lucrar juntos. Resolvi confiar um pouco... e você me roubou.

— Hugo... Eu vou devolver esse dinheiro, eu juro! Tenho um ótimo plano. Vamos ficar milionários, e de um jeito seguro. Nunca mais vamos precisar nos esconder. Vai dar certo, você vai ver. Só tenha paciência, por favor?!

— Você foi a pessoa que mais teve a minha compreensão. Eu sentia pena de como ele te tratava. Até o cachorro da casa tinha mais regalias... Mas agora vejo que ele tinha seus motivos. Você não é de confiança, Vivian. E essa nem foi a única vez que me traiu. Eu deixei passar porque o que você roubava de mim eram pequenas quantias. Os homens com quem transava sem me dizer nada... Nunca perguntei porque, no fim, eu não me importava. Mas foi por sua culpa que fomos descobertos. Por sua causa temos amigos na prisão.

— Eu não sabia que ele era policial disfarçado! Ele era seu amigo!

— Eu não tenho amigos! — Hugo rosnou. — Você dormiu com ele por quatro meses sem me dizer nada! Você é mais do que vulgar. É ambiciosa. Não tem consideração por ninguém. O Marcelo não merecia a morte. Você é uma manipuladora... e eu caí como um idiota.

— Ele também te usava! Você acha que ele ia deixar você sair? Ele ia te matar, Hugo! O Marcelo não escondia de ninguém que faria isso se você abandonasse o clã.

— Pelo menos ele não escondia suas intenções. E eu já sabia o que fazer.

— Hugo, vamos continuar juntos? Eu vou precisar da sua ajuda!

— Não.

— Você vai ter muito mais do que três milhões!





— Eu não confio em você.

— Só me ouve, por favor?!... Eu tô com uma pessoa...

— Mas é claro! Quem é o trouxa da vez?

— Otacílio Brandão.

— O quê?! Eu devia era ter perguntado quem é o otário!

— É o que eu sei fazer, não é? Manipular as pessoas. Tenho que usar meus talentos a meu favor... mas eu quero incluir você nisso, por amor.

— Fala logo! E desista desse argumento vazio, eu não tenho paciência! Você me roubou, eu sou um fugitivo, quero meu dinheiro para sumir desse país miserável!

— Ele é um viúvo. Idoso. Milionário. Sem herdeiros. Dono de metade desta cidade. E... ele me pediu em casamento.



— E você realmente acha que vai ser fácil se tornar a viúva milionária?!

— Já está tudo planejado. Faço tudo que ele quer, sou a mulher perfeita, submissa... Ele está apaixonado, Hugo. Me pediu em casamento.

— Mas é claro. Você sempre consegue o que quer de um homem carente, não é, Vivian?

— Quase sempre. Sei que nem tudo sai exatamente como planejamos, mas cheguei até aqui. Vou herdar tudo... e seremos milionários de verdade, eu e você, juntos como antes. Não vai precisar fugir do país!




— Se você se esforçasse um pouco, poderia ser mais inteligente! — Hugo não acreditava que o plano de Vivian pudesse dar certo. — Se for pega e me entregar, vai morrer de um jeito bem doloroso, mesmo dentro da prisão.

— Eu não vou ser pega! Tenho pessoas de confiança ao meu lado, extremamente competentes!

— Ótimo! Boa sorte. Mas não conte comigo pra mais nada.

— Você não quer ganhar mais dinheiro?

— Quero. E vou ganhar muito mais. Mas não desse jeito. Você é imprudente, age por impulso e não pensa... Para e reflete! Um homem dono de metade dos bens imobiliários da cidade, foi assim que você o descreveu. Como alguém chega tão longe sem ajuda? Ele nunca teve esposa? Filhos? Ninguém de confiança? Um idoso milionário e desamparado, uma presa fácil, como um pote de ouro no fim do arco-íris?!

— Eu sei que parece fácil demais, até mentira... Mas ele me contou que nunca teve filhos com a falecida esposa. Pesquisei o passado dele. Nada, ninguém. Sem herdeiros, sem pessoas próximas. As finanças dele estão todas em ações de empresas, algumas gerenciadas pela contadora, mas já dei um jeito nela. Tá na minha mão. Hugo, podemos nos dar muito bem depois que ele falecer... de causas naturais, claro.




— Você está planejando matar o velho e forjar uma morte por causas naturais. Quem mais está envolvido nisso?

— Estou pedindo a sua ajuda...

— Quer mesmo tentar me enganar?! Quem está na jogada além da contadora? Você está transando com ela?

— O médico dele. E sim, estou transando com os dois. Ofereci um bom dinheiro pra eles. Já começamos a mudar a medicação.

— Eles sabem que você está dormindo com os dois?

— Não. Faço parecer que estou apenas com um...

— E depois? Vai eliminar os dois?

— Apenas ela. O médico tem família.




— Você é doente! Quantas pessoas mais vão precisar morrer para você conseguir esse dinheiro?... Eu não mato inocentes. E muito menos por você!

— Você já matou antes!

— Ele não era inocente e planejava me matar! E não foi por você!... Faça o que quiser, mas me deixe fora das suas jogadas. Apenas devolva o que me deve. E se tentar me enganar de novo, quem vai ficar viúvo será ele!

Hugo se aproximou ainda mais, a voz carregada de ameaça.

— Não adianta tentar se esconder. Eu te encontro. Nem que seja nos quintos do inferno, eu te encontro, Vivian.

Em um movimento brusco, ele a segurou pelo pescoço, apertando o suficiente para que ela sentisse a força dele, sem ar, sem escapatória. Seus olhos se fixaram nos dela, frios, monstruosos.

— Vou quebrar vértebra por vértebra desse seu pescoço. Bem devagar.



Depois, ele a soltou com um empurrão leve e deu um tapa suave em seu rosto — um gesto frio, quase calculado. Vivian estremeceu. Seus olhos marejavam, mas ainda havia fogo neles. Ela não tinha desistido.




— Eu já sei o número do seu telefone... — Hugo disse, virando-se para ela, a voz carregada de ameaça contida. — E se não me atender quando eu ligar, eu mesmo vou fazer uma visita ao Otacílio Brandão. Fique atenta.

Virou as costas e caminhou em direção ao carro. Vivian, ainda ofegante, levou a mão ao pescoço dolorido e ficou ali, observando ele se afastar.




"Talvez eu seja doente... Mas Hugo é a minha cura. A solução para todos os meus problemas. E ele vai voltar pra mim… Sempre volta. Pode se enganar o quanto quiser, bancar o durão, ameaçar, mas no fundo, ele sempre faz o que eu quero. Sempre fez.

Ele só chegou até aqui porque eu fiz ele virar um homem. Eu dei a ele coragem para matar… Para nos livrar daquele desgraçado do Marcelo. Agora vem com essa pose de justiceiro, mas sei exatamente como isso vai acabar. Ele vai matar de novo. Porque eu quero.

A ideia me provoca um arrepio delicioso. Meu Deus... O desejo bate forte. Eu conheço esse olhar, esse jeito bruto. Ele me quer tanto quanto eu o quero.
Ele pode negar, mas não vai resistir por muito tempo.

Vai voltar. E quando voltar… vai ser do meu jeito."



Continua...

Imagem gerada por IA.

Comentários

  1. 1- 1.000.000! PQP! O prejuízo foi alto!

    2- Na conta tinha 3 milhões e ela vem com essa que teve que gastar pra sobreviver? Que padrão de vida caro!

    3- Hugo tá certo em querer distância. Vivian é muito imprudente ela vai acabar sendo pega ou torrando tudo de novo. E não dá pra esperar lealdade de quem aceita aplicar golpes, óbvio que ela tá correndo riscos de mais.

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    1. Esse relacionamento deles é complicado né?
      Vivian gasta demais, eu viveria o resto da minha vida de boa com 1.000.000, imagine com 3.000.000!
      Obrigada!

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  2. Fiquei bege, que caminho torto esse Hugo se meteu, espero que ele tome rumo na vida um dia.

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    1. O passado o condena! Kkkkkk
      Obrigada por acompanhar a história. Bjus!

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