Intenso Demais 02.

Willow Creek. Sexta-feira, 18:00.

Residência dos Pereira.

Roberto Pereira, estava voltando do trabalho para sua casa.

Ele gerenciava um restaurante famoso da cidade. Antes de sair para trabalhar, Eliza e ele, discutiram, como já era de costume fazerem isso.

"Espero que eu tenha paz essa noite, não aguento mais dormir no sofá!"

"Ele chegou, mas não ouvi o barulho do carro. O que será que aconteceu?"

Bob sobe as escadas e encontra sua esposa na porta do quarto, esperando por ele.

— Boa tarde, querida?

— Boa tarde, bob! Precisamos conversar!

— Eliza... estou cansado, você não pode esperar para conversar mais tarde?

— Você está sempre cansado, nunca tem tempo para conversar, não é mesmo?

— Eu mal cheguei em casa e você já quer discutir?

— Chamei o vizinho para montar a minha cama hoje cedo.

— E ele montou?

— Sim, já não vou dormir com você hoje à noite...

— Que bom... era o que você queria.

— Pois é, eu queria mesmo... porque para você não vai fazer diferença alguma já que sempre dorme tarde, prefere o sofá a dormir ao meu lado, agora terá a cama inteira só para você!

— Eu durmo no sofá porque você reclama o tempo todo, uma simples conversa já vira uma discussão!

— Não importa! Não vai ouvir reclamação sobre nada, já chamei o marido de aluguel e ele resolveu todas as minhas necessidades!

— O que você quer dizer com todas as necessidades, Eliza?

— Eu transei com ele!

— O quê? E você ainda me diz como se não fosse nada?

— Você mesmo propôs que saíssemos com outras pessoas, então eu já dei o primeiro passo!

— Outros casais! E, combinamos que íamos sair juntos e conversar muito antes disso!

— Até parece que você se importa!

— É claro que eu me importo, você é minha esposa! Você nem conhece esse rapaz direito, e se ele sair falando coisas sobre você?

— É com a sua reputação que você está preocupado, e não comigo...

— Eu me importo com você, mas você é muito impulsiva, não deveria ter feito isso!

— Eu quero o divórcio! Estou cansada de viver assim.

— É isso mesmo que você quer?

— É sim.

— Tudo bem, então vamos nos divorciar!

— Eu sabia! Era exatamente o que você queria, você tem outra mulher, não tem Bob?

— De novo esse absurdo, Eliza?

— É a única explicação pra você não me procurar mais! CONFESSA?!

— Eu não tenho outra mulher!!

— É claro que você tem! Não se importa se eu ficar com outro homem, sendo ele casado ou solteiro, que diferença faz? Afinal, você já tem a sua amante!

— EU NÃO TENHO UMA AMANTE! Eu nunca fui infiel a você..., mas você resolveu me trair, e bem aqui na nossa casa?

— A culpa foi sua! Você me empurrou pra isso...

— Te empurrei para os braços do vizinho?

— Eu preciso de um homem na minha cama, preciso me sentir mulher de novo... você não me procura, só quer saber de trabalho, está sempre cansado, ocupado e sem paciência para conversar comigo.

— E ele te deu o que você queria? Pelo menos valeu a pena? Ele te tratou bem?

— Me tratou sim, mas não quer mais nada comigo.

— É claro que não, esse tipo de homem não quer nada sério com ninguém!

— Ele me disse que era para fazer as pazes com você, porque você é um cara legal... Eu devo ser um lixo mesmo, não desperto o interesse em ninguém!

— Não, Eliza...

— Você perdeu o interesse em mim, antes a gente brigava e sempre discordamos em tudo, mas na maioria das vezes acabava em sexo, agora nem isso...

— Eu pensei que...

— Você não se importa mais comigo e quer que eu saia com outros homens, por isso fiquei com o vizinho, que me comeu e depois me aconselhou a fazer as pazes com você. Eu sou uma ridícula mesmo!

— Você é maravilhosa, querida.

— Se eu fosse mesmo maravilhosa você ainda estava comigo!

— Mas eu estou com você, eu nunca vou te deixar Eliza...

— Já me deixou há muito tempo, você é ausente o tempo todo, não me abraça, não me beija... não me toca. Você deixou de me amar, mas eu ainda não deixei de amar você...

— Eu te amo querida, pensei que você não me amasse mais, porque está sempre reclamando de tudo que eu faço...

— Por que você nunca me inclui no que você faz Bob?!

— Pensei que você não gostasse do que eu faço, sempre reclama da minha alimentação, dos meus amigos.

— Você não entendeu nada mesmo?... Eu amo você, estou sempre querendo ficar melhor para chamar a sua atenção, mas você me ignora cada vez mais!

— Me perdoa meu amor? Eu não quero te perder...

— Mas foi eu que trai você...

— Vamos esquecer isso? Eu te amo Eliza.

— Eu também te amo Roberto.

Bob, beija intensamente a sua esposa, como se quisesse apagar e curar toda a dor que ela estava sentindo. Ele também sofria com os problemas do casamento e tentava resolver de outras formas, infelizmente não era do jeito que Eliza queria, Bob, pensou que a esposa havia perdido o interesse físico nele e propos que eles apimentassem a relação com trocas de casais, pois ele conhecia um casal de amigos que tinham esse estilo de vida e viviam muito bem assim.

Depois de conversarem foram para o quarto de Bob, que antes era o quarto do casal.

— Você quer mesmo fazer amor agora, querida?

— Quero sim, se você quizer?...

— Posso perguntar uma coisa sobre o que aconteceu entre você e o vizinho?

— Nós vamos brigar de novo?

— Não.

— Tem certeza? Eu não quero que fique com raiva de mim.

— Eu não estou.

— Então tá bom. Pode.

— Você transou com ele hoje?

— Transei, mas usamos preservativo...

— Tudo bem, querida, não precisa ficar nervosa eu quero saber o que você achou?

— Como assim?...

— Eu quero saber se você sente vontade de sair com outros homens, estou disposto a fazer tudo por você, mas tem que conversar comigo primeiro antes de sair com outra pessoa...

— Eu não quero outra pessoa... não quero fazer sexo, eu quero fazer amor e hoje eu aprendi que amor não se faz com qualquer um... amor fazemos com quem amamos, e, eu só amo você.

— Que coisa lindo de se dizer...

— Foi o Jonathan que me disse isso, e depois de pensar eu vi que é verdade, que eu tenho mesmo que valorizar quem eu realmente amo... Você.

— Tudo vai mudar meu amor, nós vamos conversar e se você quiser podemos até fazer terapia de casal. Eu te amo, Eliza!

O casal, Eliza e Bob, estavam se entendendo finalmente, será que teriam o seu felizes para sempre? Eu espero que sim.

— Você pode dormir aqui no nosso quarto, Eliza?

— Você promete que não vai ficar muito tempo assistindo Tv?

— Eu prometo, só tenha um pouco de paciência quando eu não estiver disposto por favor? É que o trabalho tem me deixado exausto ultimamente, e não, eu não tenho uma amante no trabalho!

— Eu sei e vou entender, mas preciso que converse comigo quando tiver um problema que faça você ficar de mal humor, não me ignore e nem desconte em mim?! Passo muito tempo sozinha, preciso arrumar um trabalho.

— Tudo bem, eu vou conversar com você... e acho que posso te arrumar um emprego, você quer mesmo trabalhar?

— É claro que eu quero! Falando nisso, Bob, o que aconteceu com o carro? Você veio de táxi pra casa.

— Quebrou de novo, preciso comprar um carro novo.

Bob, iria contratar Eliza para ser a secretária dele no restaurante, assim passariam mais tempo juntos, ela teria uma ocupação e veria que ele não tem uma amante. Será que vai dar certo? Será que esse casal encontrou uma solução para os problemas? Só o tempo dirá.

Ainda na sexta-feira às 18:30.

Kevin Guimarães, amigo de Jonathan, tinha ido fazer uma visita a ele.

— Abre logo Jonathan, eu tô vendo você!

— Kevin, o que você veio fazer aqui? Quem te deu o meu endereço? O pobre não tem um minuto de paz mesmo?!

— É assim que você trata os amigos? Abre logo, se não a gente vai se atrasar!

— Se atrasar pra quê?

— Pra festa!

— Não tô sabendo de festa nenhuma.

— Abre aí que eu te explico, já trouxe as nossas fantasias.

Kevin tinha ido convidar Jonathan para uma festa que ele queria ir, e já estava com os trajes que usariam.

— Como me encontrou?

— Passei na sua antiga casa, e a gostosa da Carla, me deu o seu endereço. Não tá feliz de me ver? Logo eu que te amo tanto?

— Ai caralho, a Melissa tem o meu endereço?

— Ela tem sim, e eu acho que ela vai tá na festa.

— Que festa é essa hein? E Kevin, você não faz o meu tipo.

Jonathan convidou Kevin, para se sentarem e conversar melhor sobre a tal festa.

— É uma, estilo festa do pijama, só que com roupas íntimas, várias gostosas de calcinha de renda, entendeu?

— Gostei! Mas e os caras, usam o quê?

— Você vai ver, eu trouxe umas roupas aqui que algumas ex, esqueceram no meu quarto, fiquei com elas como lembrança, agora vão servir pra gente se dar bem.

— Eu não uso calcinha em público, só quando as gatas pedem e em ocasiões especiais!

— Não é calcinhas! Vamos dar uma olhada, vai valer a pena.

— Você pelo menos lavou essas coisas aí?

Pouco tempo depois, chegaram na boate onde estaria acontecendo a festa.

— Tô me sentindo meio ridículo aqui! Vamos entrar logo que eu não quero mais passar vergonha.

— Para de reclamar, tá cheio de mulher seminua lá dentro, é só escolher! E você ficou uma gracinha de vaquinha, eu te comeria fácil.

— Sai pra lá mané! Tenho alergias a homem!

Lá dentro. Apesar de cedo ainda, as pessoas já se divertiam, estavam todas em roupas íntimas, e Carla já havia chegado.

Carla gostava de se divertir sem regras ou restrições, naquela noite ninguém tinha despertado o interesse dela até o momento.

— Nós podíamos sair, os três juntos, Karina, você e eu? Me diz o que você acha?

— Talvez mais tarde, a noite ainda tá começando. Vamos esperar animar um pouco e depois a gente se fala. — Carla respondeu ao João, que estava com a ruiva, ela não gostou muito dele.

— Eu já tô me sentindo em casa, a música é boa, e, olha que morena!?

— Eu te falei que ia valer a pena, Jhonny.

— Vamos começar a animar essa festa!

 

Kevin, era amigo de faculdade do Jonathan, ele também morou em Oasis Springs, mas não no mesmo bairro, Kevin foi morar em Willow Creek primeiro do que Jonathan, ele arrumou um emprego e morava em um quarto dos fundos da academia onde trabalhava, estava tentando encaixar Jonathan no quadro de funcionários, porém não tinha conseguido ainda.

Ana Clara, 20 anos. Estava com a irmã Ana Laura, as duas tinham recebido um convite para participar da festa temática, Ana Clara a de roupa vermelha, só estava lá para fazer companhia a irmã, Ana Laura a de roupa branca com colar de pérolas.

Karina, percebendo que João queria ficar mais à vontade com a Carla, se afastou e foi conversar com Ana Laura, parece que não tinha ido muitos homens nessa festa.

Kevin já tinha despertado o interesse por alguém e foi conhecer, a morena de vermelho, Ana Clara.

"Esse daí não perde tempo, é pior do que eu. Tô me sentindo um prostituto nessa roupa, acho que vou vender meu corpinho por aí, será que vale alguma coisa? Tô precisando levantar uma grana." — Jonathan, brincando com os pensamentos dele.

Minutos depois, ele estava flertando com uma das participantes da festa, Diana, e estava sendo correspondido.

Enquanto isso, Kevin não estava tendo a mesma sorte com Ana Clara.

— Eu me apaixonei por você logo de cara Ana Clara, que morena linda você é!

— Foi é?... Olha, a gente acabou de se conhecer.

— Eu sei, mas você não acredita em paixão à primeira vista?

— Não! Mas eu te achei bem bonitinho.

— Bonitinho? Só isso?...

— Sabe o que é? Eu não tô a fim de ficar com ninguém, só vim porque minha irmã praticamente me obrigou. Eu vou te apresentar ela, você quer conhecer?

— Se for gata como você, quero!

Ana Laura, já estava em pé atrás dos dois, ela tinha entendido a sinalização da irmã, e o loiro era de seu interesse.

Jonathan havia dado um passo à frente, ele já estava aos beijos com a Diana.

Mas Carla não estava gostando do que via. Carla era a filha da amiga do pai de Jonathan, foi a mãe dela que o acolheu por dois meses enquanto ele se estabelecia na cidade, Jonathan tinha saído recentemente da casa dela, enquanto estava morando com elas manteve uma relação descompromissada com Carla, mas ela começou a gostar dele de outra forma.

"Filho da puta! Eu sou mesmo uma idiota, fui gostar logo do filho do Don? Filho de peixe, peixinho é, mas nesse caso o filho tá superando o pai, e minha mãe que estava certa, ela me alertou o quanto canalha ele deveria ser, a julgar por ser filho de quem é!"

Carla não se entristeceu, ela logo encontrou com amigos e também iria se divertir naquela noite.

— Podemos continuar a festa na minha casa, mais tarde, o que acham? — Joaquim perguntou para as duas.

— Tô fora! Adoro sexo a três ou até mais, mas hoje não vai rolar. — Bianca respondeu.

— Por mim tudo bem, mas não quero ficar entre vocês dois. — Carla não queria desentendimentos.

— Não se preocupe amore, somos todos amigos querendo diversão e se rolar algo mais sério, melhor ainda, a Bianca entende.

— É claro que entendo. Divirtam-se amores!

— Carla? — Jonathan ainda não tinha visto ela.

— Olha, a Carlinha! Você conhece ela?

— Conheço, somos amigos...

— Você já transou com ela? Uma delícia de garota, será que ela ainda lembra de mim? — Diana também a conhecia.

— Você e ela...?

— Sim, mas ela nunca mais quis saber de mim...

— Ahhh... bom saber!

Algum tempo depois, todos já tinham bebido muito, alguns estavam na pista de dança no andar de cima.

Jonathan, beijou algumas bocas e no momento estava com Karina.

Kevin, não estava com Ana Clara, mas tinha gostado bastante de Ana Laura.

— E esse colar de pérolas, você sabe como usar? — Ele perguntou.

— Por que você acha que eu tô com ele? É só me acompanhar depois da festa e eu te mostro.

— Mal posso esperar pra ver!

Melissa também estava acompanhada, não era bem com quem ela queria, mas ele estava se esforçando para agradá-la.

Ana Clara estava se divertindo sem companhia mesmo, ela, Diana e outras garotas escolheram ficar curtindo sozinhas.

A noite foi agitada e a festa já estava terminando.

Continua...