Um Amor em Windenburg 34. FINAL.
Willow Creek, final da tarde de sexta-feira.
— Você está bem?
— Não.
— Eu vou pegar água
para você.
— Não precisa!...
Ainda não acredito que isso realmente aconteceu.
— Um dia tinha que
acontecer.
— Eu não vou me
casar com você! Você dormiu com ela na casa de Windenburg! Quantas você levou
pra lá?
— Eu não levei ninguém para lá! Ela apareceu
em uma noite em que eu estava muito bêbado.
— Ahhh, já vai
colocar culpa na bebida!
— Eu tinha acabado
de desistir de procurar por você. Tinha esvaziado tantas garrafas de uísque que
perdi completamente a noção do que estava fazendo... ela chegou em uma hora que
eu estava arrasado, nem me lembro direito do que aconteceu e já faz tanto tempo.
Não foi eu que escolhi ficar com ela. Por favor Helena, acredite em mim... Eu
estive no inferno durante sete anos, até encontrar você novamente. Eu te amo
meu amor.
— Ela disse que vocês
transaram pouco depois daquela festa de noivado.
— Não... ela
tentou, entrou no meu quarto de hotel, tirou a roupa e nos beijamos..., mas eu
não fiz nada com ela, eu pedi que ela saísse do quarto. Não consigo ter outra
mulher agora que eu sei que você está
aqui, eu só quero você.
— Vocês se beijaram
quantas vezes?
— Helena, isso não
é importante. Não foi por amor!
— Ah, não é
importante? E seu disser pra você que eu e André nos beijamos?
— Você não fez
isso, fez? — Jean pergunta com a ira já crescendo dentro dele.
— Isso não é
importante, é? — Helena pergunta dando o troco pela resposta dele.
— Eu vou matar o
André Gusmão!!
— Não foi bem um
beijo, nós só fizemos isso para ver se sentíamos alguma coisa um pelo outro,
mas não sentimos nada porque eu só consigo amar você, e resolvemos continuar
sendo amigos.
— Eu aposto que ele
sentiu!...
— Não era para você
estar em Windenburg agora, fechando acordos pré-nupciais?
— Eu não vou me
casar com Amanda Durand! Só íamos desfazer, amigavelmente alguns acordos que
fizemos antes de você aparecer naquela festa de noivado. Eu não posso me casar
com nenhuma outra mulher, tem que ser você. O amor da minha vida, a mãe do meu
filho.
— Então você veio e
deixou de resolver seus problemas com o pai dela, amigavelmente?
— Sim. Eu não poderia deixar você pensar
que eu estava com ela.
— E quanto isso
custou para você?
— É irrelevante,
pago o que tiver que pagar! Para ficar com você eu faço qualquer coisa, nada é
caro, você é valiosa demais...
— Jean...
— Helena, eu te amo
ma belle.
— Não tá com raiva
porque eu e o André...?
— Um pouco, mas eu
sei que você não sente nada por ele, e depois eu resolvo com o Gusmão.
— Mas o que você
vai fazer?...
— Não se preocupe,
só vamos conversar um pouco. Agora vem cá?!...
Jean beija sua
amada ternamente, com muito amor e carinho, ele sentia medo de perdê-la, sentia
no seu coração que nunca iria amar uma mulher do jeito que amava Helena.
— E agora o que
vamos fazer? Todo mundo já sabe da verdade.
— Iremos ter o
nosso, felizes para sempre! Vamos para casa, eu você e o nosso filho.
— Não é tão simples
assim, tenho que conversar com Heitor, Jena e Lucas, e depois encarar aqueles
olhinhos verdes do meu filho para contar toda a verdade... Amei tanto você, que
ele nasceu idêntico.
— Iremos contar
juntos, eu quero falar para o meu filho que ele tem um pai que o ama, que
sempre o amou, mesmo não sabendo que ele era meu filho, e que vou cuidar de
vocês, minha família, pelo resto da minha vida.
— ... — Helena fica
em silêncio absorvendo a felicidade daquele momento, querendo parar o tempo e
continuar olhando nos olhos do homem que ela amou desde o primeiro dia que se
conheceram. Já havia se passado quase oito anos separados e nada tinha mudado,
ela o amava do mesmo jeito.
— Mas antes de
contarmos para o nosso filho que vamos nos casar, eu preciso pedir a mãe dele
formalmente em casamento.
— Uma coisa de cada
vez, Jean... acabamos de contar para todos sobre nós e...
— Helena, você quer
se casar comigo?
Jean não deixou
Helena terminar de falar e a pediu em casamento com um lindo e valioso anel.
— Meu Deus!...
Helena não sabia o
que dizer, ainda estava se recuperando do que havia acontecido naquela sala de
estar, Jean aparecendo e revelando para todos sobre a paternidade do seu filho,
que aos olhos do pai dela e da sociedade era apenas um bastardo prestes a ficar
sem sobrenome, agora o homem mais rico e mais cobiçado estava de joelhos
pedindo a mão dela em casamento, e isso a fazia sentir náuseas de tanto
nervosismo, medo do que viria pela frente, ela que queria se livrar das amarras
da sociedade e levar uma vida simples com o seu filho, agora estava prestes a
se tornar a Sra. Helena Martinez, carregar um sobrenome de peso de um alto nível
social, porém, aquele mesmo homem era o amor de sua vida, um pintor de
sobrenome Silva, sem importância para a sociedade, apenas o Marcos Silva, por
quem ela se apaixonou e se entregou virgem, pai de seu filho, seu único amor.
— Helena, case-se
comigo por favor, diga que sim. Não sei mais o que fazer da minha vida sem você
e o meu filho... Je t'aime mon amour.
— Sim... mil vezes
sim! Eu também te amo meu amor.
— Ahhh Deus,
obrigado!... — Jean, respira aliviado ao receber o sim de Helena, por um
momento achou que ela se recusaria e ele já estava exausto, renunciaria a
qualquer coisa para conseguir estar com a família dele. Helena e Joel.
Logo depois de pedir a mão de Helena em casamento, Jean a leva para a
sala de estar onde estavam Jena e Heitor, ele queria esclarecer tudo de vez e
pretendia levar Helena e Joel para a casa que comprou.
Helena não sabia o que dizer, estava com vergonha por não ter contado a
verdade para eles, então Jena começa a falar.
— Ei, tá tudo bem.
Não precisa explicar nada agora, estamos felizes por vocês finalmente se
encontrarem, não deve ter sido fácil para você... esperou por seu amor por
todos esses anos, você passou por muitas coisas, e o meu irmão está de volta,
agora eu sei o que fez ele mudar, o sofrimento por perder o seu amor de
Windenburg o endureceu, mas agora tudo vai voltar ao normal.
— Me desculpe?...
Eu deveria ter contado, mas tive tantos medos... Onde está o Lucas? Eu tenho
que conversar com ele.
— Ele precisou
levar o Luciano, o velho ranzinza não estava em condições de dirigir, mas não
se preocupe ele já está bem. Helena, estamos ao seu lado e sempre estaremos,
você é da nossa família, e não ouse tirar o nosso menino de nós! Ouviu Jean? —
Heitor fala.
— Não se preocupe
Heitor, o meu filho vai crescer entre o amor da família. Eu sou muito grato a
vocês por amparar a minha Helena, não pude estar com ela nas horas mais
difíceis quando precisou, pois se eu soubesse...
— Eu sei cunhado
você é um homem de bom caráter, andou dando umas deslizadas, mas...
— Heitor, agora não
é hora de relembrar os erros do passado! Vamos comemorar grandes alegrias que
virá! Eu já tô vendo um anel de noivado nesse dedo?! — Jena notou o anel nada
discreto no dedo de Helena.
— Pois é, ele me
pediu em casamento e eu aceitei... Eu amo o Jean, sempre amei, ele foi o único
na minha vida.
— Mas é claro que
você tinha que aceitar, vocês se amam e tem um filho lindo que é a cara dele,
sempre estranhamos que Joel fosse idêntico ao Jean, mas nunca pude imaginar que
ele era o meu sobrinho. Estou tão feliz que nem consigo explicar. — As duas se abraçam e comemoram a felicidade
por tudo estar se resolvendo.
— E o Joel?...
Vocês vão falar com ele gora?
— Eu não sei como
explicar sem fazer uma confusão na cabecinha dele. — Helena não sabia como
contar para o filho que o tio Jean era o pai dele.
— O Joel é um
garoto inteligente, ele vai entender, eu mesmo vou explicar tudo. Quero o meu
filho perto de mim o quanto antes.
— Eu vou sentir
falta do meu sobrinho, ele é como um filho para nós...
— Não vamos sair
desse planeta, em qualquer lugar que estivermos vai dar para voltar e você o
verá com frequência. — Jean pretendia esclarecer tudo o mais rápido possível.
Um tempo depois.
Jean e Helena foram
até o quarto de seu filho para lhe contar sobre tudo que estava acontecendo.
Depois das
explicações.
— Então o seu amor
desconhecido é o tio Jean?
— Me perdoa filho,
eu não sabia que o tio Jean era o meu amor de Windenburg, o seu pai.
— Ele entendeu o
que aconteceu, Helena. O importante é que estamos juntos e somos uma família.
— E então garoto, o
que você achou do seu pai? Posso te chamar de meu filho e me casar com a sua
mãe?
— Eu sempre quis
conhecer o meu pai... e sempre quis que ele fosse igual a você, tio Jean.
— Mas eu sou o seu
pai, estou aqui e sempre cuidarei de você. Eu amo você, sempre amei... mesmo
não tendo certeza de que era meu, mas no meu coração eu já sabia que você era
muito precioso... meu filho.
Helena observa pai
e filho juntos, mas não fala nada, ela estava feliz e mal acreditando que
aquele dia chegou.
— Eu te amo, pai...
— Eu também te amo
meu filho, e nem todo o dinheiro do mundo pagaria a felicidade que eu sinto
agora...
Jean olha para
Helena e sussurra — Obrigado, por me fazer tão feliz. Eu te amo.
— Eu também amo
você. — Ela sussurra de volta.
— Nós vamos morar
juntos, eu você e mamãe? — Joel pergunta para o seu pai.
— Vamos! Já comprei
uma casa próxima daqui de onde seus tios e primos moram, para você não ficar
separado deles e eu sempre estarei com vocês. Nunca mais vai ficar sem o seu
pai.
— Vamos hoje? Eu
ainda não arrumei as minhas coisas.
— Não filho a casa
precisa de uns reparos e decorações, mas iremos em breve, você pode esperar um
pouco mais?
— Eu posso sim,
quero contar tudo pros meus primos!
— Tudo bem, nós
contaremos e eles sempre vão poder estar com você quando vocês quiserem, agora
eu preciso conversar com a sua mãe.
Jean não podia
conter a sua felicidade.
"Minha
família... Nunca pensei em ser tão feliz, a mulher que eu amo tem um filho, e
ele é meu, como posso querer mais?... Ela está aqui comigo e me deu um garoto
incrível, não sabia que era capaz de sentir tanto amor assim."
Pouco depois de colocar Joel para dormir,
que não foi uma tarefa fácil porque ele estava eufórico com todas as novidades,
Jean e Helena voltam para o quarto dela.
— Viu, não foi tão
difícil, foi?
— Eu tô tremendo
até agora, não acredito que esse dia finalmente chegou.
— Vamos ser felizes,
eu disse que queria te dar o mundo, era só você deixar.
— Mas ainda falta
você conversar com os seus pais, e se eles não aprovarem?
— Eles já sabem de
tudo, inclusive, foi a minha mãe que me deu o anel de noivado.
— Jean, você contou
para eles? Quando?
— Hoje mais cedo
quando me reuni com eles em Windenburg, nós iriamos contar para a Amanda e o
pai dela, que eu já tenho uma noiva e um filho, que amo mais do que a mim
mesmo.
— Desculpa?... Por
favor me desculpa por tudo?
— Não precisa pedir
desculpas porque não há o que desculpar, só quero que se case logo comigo.
— Eu me caso amanhã
mesmo se você quiser, mas vai ter que renunciar à festa luxuosa que os seus
pais querem fazer.
— Você não quer uma
festa de luxo? Você merece tudo meu amor.
— Eu já tenho tudo
que eu quero, você! Vamos nos casar em uma cerimônia simples, vai ser bem
rápido e ficaremos juntos logo.
— Vai ser do jeito
que você quiser, ma belle.
O casamento foi
marcado para sete dias depois, e foi realizado em uma das propriedades dos Martinez.
Uma cerimônia reservada e bem simples, pois Helena não quis um casamento de
luxo, apenas convidados mais íntimos da família, a imprensa estava lá,
representada por uma pequena equipe que só tinham autorização de fotografar a
cerimônia, Jean não queria filmagens e nem entrevistas, tudo para não estressar
sua noiva.
Joel levou sua mãe
ao altar, acompanhados por Jena e Joana, a irmã e a mãe de Jean.
Jean estava com um sorriso de orelha a
orelha, a sua vida estava plena de felicidades.
Todos estavam
felizes e emocionados, principalmente os noivos. Fizeram juramentos e trocaram
votos de casamentos, Jean chorou pela felicidade de estar com sua esposa e o
seu filho, agora nada os separariam.
Dois dias depois do
casamento.
Helena não quis ir
imediatamente para a sua lua de mel, ela estava cada vez mais indisposta e eles
esperariam por mais uns dias para viajarem. Naquele dia de domingo, Joel tinha
ido dormir na casa de seus tios e os seus pais puderam passar uma noite inteira
a sós.
— Bom dia meu amor!
— Jean tenta despertar a amada esposa.
— Bom dia... — Ela
olha para ele, ainda sonolenta, pois tiveram uma noite agitada.
— Ummm... — Jean
não queria acordar sua esposa, ele sabia que ela estava cansada, mas a vontade
de ver e estar com o filho novamente era grande. — Mon amour, eu não queria
acordar você agora, me desculpe, mas estou com saudades do meu filho.
— Tudo bem amor, eu
já me levanto... Tô exausta, você não me deixou dormir direito.
— Você quer relaxar
um pouquinho? Uma massagem gostosa antes da gente sair?
— Jean, não! A
gente passou a noite inteira transando, eu tô enjoada.
— Não transamos,
fizemos amor. Eu não sabia que você enjoaria de mim tão rápido!
— Não amor, jamais
vou enjoar de você... sempre que me toca eu quero mais e mais, não consigo
parar de querer você... estou assim pelo mal-estar mesmo.
— Temos que fazer
esse exame o mais rápido possível, eu quero ter certeza de que você só está
exausta mesmo, talvez seja...
— Uma gravidez?
— Você acha que
sim?
— Pode ser, mas tá
diferente... quando eu estava grávida, os enjoos eram bem mais fortes.
— Eu não tenho um
conhecimento grande sobre gravidez, mas pode ser diferente. Acho que vai vir
outro bebê? Vamos ter mais filhos! Isso seria maravilhoso.
— Vamos fazer um
teste de farmácia primeiro!
— Então vamos logo
comprar esse teste.
— Daqui a pouco,
agora me dá um beijo pra eu acordar direito?
— Você é tão linda
minha Helena... — Jean fica contemplando a beleza de sua esposa.
— E você é
perfeito, meu esposo... meu e só meu!
— Sempre só seu!
Minutos depois.
Helena e Jean
estavam felizes na sua nova casa, não era os planos dele morar por muito tempo
em Willow Creek, Jean achava a casa muito pequena e inadequada para a sua
família, mas iria fazer uma coisa de cada vez, ele teria paciência com a sua
amada que ainda não tinha aceitado de fato a realidade que estava vivendo,
Helena tinha se casado com um homem bilionário e muito ocupado, ele estava
afastado dos negócios no momento, mas logo teria que retornar.
— O que faz aqui
fora, meu amor?
— Aproveitando um
pouco mais essa vista, eu vou sentir falta dela.
— O quê...?
— Não se finja de
desentendido Sr. Martinez, Joel o seu cúmplice, já fez o trabalho dele.
— Ele já convenceu
você? Mas que garoto inteligente.
— Você não conhece
aquele pestinha, ele é muito insistente quando quer alguma coisa e eu acabo
cedendo, não resisto àqueles olhinhos verdes.
— Eu acho que ele
herdou isso de mim também. Obrigado por entender, meu amor, nós precisamos de
mais espaço, principalmente se você estiver grávida, é justo aproveitar tudo
que eu posso dar a vocês, isso aqui não é nada, eu posso te dar a mansão que
você quiser ter.
— Eu já disse que
tenho tudo o que eu quero e preciso, bem aqui comigo...
— É por isso que eu
te amo tanto, você sempre foi humilde e pediu tão pouco, ou não pediu quase
nada. Eu te amo até a eternidade, ma belle.
— Eu também amo
você, meu amor, mas se eu tiver mesmo grávida, você ainda vai me achar tão
linda assim?
— Você é linda de qualquer
jeito, eu vou te amar ainda mais, se bem quem nem sei se isso é realmente
possível. — Helena rir enquanto ele a beija.
Helena pediu um teste de gravidez pelo aplicativo da farmácia, e deu
positivo. Mas Jean a levaria para fazer exames laboratoriais e então iniciar o
pré-natal.
Pré-natal é o cuidado de saúde recomendado para todas as gestantes. Seu
principal objetivo é garantir uma gestação saudável e diagnosticar e tratar
possíveis complicações precocemente. Consiste em realizar exames periódicos, ultrassonografias
e tomar vacinas indispensáveis para o momento.
E é lógico que ele ficou imensamente feliz.
— Eu não posso
acreditar, mais um filho?! Obrigado universo, eu não mereço ser tão feliz
assim, mas aceito com muita gratidão.
— Jean, eu vou
vomitar se continuar me balançando assim!! — Os dois contariam para o resto da
família após fazer os outros exames, que seria naquele mesmo dia.
Duas horas depois, Jean já tinha levado
Helena para fazer os exames, e também deram positivo, depois que saíram de lá passaram
em uma galeria a qual ele patrocinava, era uma espécie de escola de artes que
incentivava as pessoas a começar a carreira, principalmente as pessoas que não
podiam pagar por um curso de artes plásticas, a população carente.
Enquanto Jean conversava com os
funcionários da galeria, Helena rever um amigo .
André Gusmão. Ele estava tratando de
assuntos do seu trabalho, e próximo de onde Helena e Jean estavam.
— Que coincidência boa, eu pensei em ligar para você e você me ligou.
— Eu ia ligar antes, mas agora você é uma mulher casada e o Martinez ainda quer me matar.
— Não exagera André, ele concordou sem reclamar que a gente conversasse a sós!
— Você já olhou pra ver se ele não tá ali atrás nos observando?
Helena rir.
— Não está não, no fundo, ele gosta de você.
— Só se for no fundo
do oceano com cem quilos de cimento amarrado nas minhas pernas, ele me odeia,
ainda mais agora que você contou que nos beijamos. — Helena não se contêm e
solta uma gargalhada que ecoa por todo o lugar.
— Ele tinha que
saber, mas estamos bem com isso, Jean sabe que somos amigos e que você é muito
querido para mim.
— Estou surpreso
com a evolução do Jean, ele sabe que estamos a poucos metros de onde ele está e
nem veio tentar me matar, ainda deixou você a sós comigo? Inacreditável!
— Eu disse que ele
mudou, e agora que vai ser pai de novo está mais tranquilo e muito feliz.
— Pois é... você
vai ser mãe novamente, eu fico muito feliz por vocês, o Joel merece crescer ao
lado dos pais, e o Martinez está fazendo um bom trabalho como pai e como
marido.
— Obrigada, mas por
que não foi ao meu casamento? Você nem respondeu ao meu e-mail!
— Me desculpa
Helena, eu estava fora do país, não deu tempo para voltar.
— Tudo bem...
— Mas você se casou
e está muito feliz, isso é o que importa, não é?
— Acho que sim...
Eu queria te dizer que sou muita grata por ter um amigo como você. Obrigada
André, por tudo... Queria que continuássemos sendo bons amigos.
— Mas nós somos
bons amigos e continuaremos sendo se o Martinez me deixar viver.
— Jean, está bem
com a nossa amizade.
— Tudo certo então!
Mas sabe, pensando bem...
— O quê?
— Eu teria sido um
bom marido e um ótimo pai pro Joel, eu sou bem mais bonito do que o
Martinez!...
— André!!!
— Eu tô brincando
com você, Helena.
— Eu sei... Olha,
você teria sido um bom marido pra mim, mas eu não teria sido uma boa esposa pra
você... Eu amo o Jean de um jeito que não consigo explicar, e espero que você
encontre alguém que te mereça, que te faça feliz, e que seja muito feliz ao seu
lado.
— Um dia eu vou
encontrar, mas enquanto não encontro, continuo procurando por aí, é um trabalho
cansativo.
— Você não tem
jeito mesmo. Obrigada pela sua sincera amizade, André.
— Conte sempre
comigo, quando precisar é só ligar e irei correndo te socorrer, mais rápido do
que delivery de pizza! Lembra?
André e Helena se despedem, a amizade
continuava e com a aprovação de Jean, pois ele soube dos conselhos que André
Gusmão tinha dado para Helena quando ela descobriu que o Marcos Silva era o
Jean Martinez. A amizade dos dois não representava perigo algum para ele.
A reunião durou mais do que o esperado, e
outra boa coincidência aconteceu. Lucas Leão, o meio irmão dela, estava próximo
e iria vê-la.
Helena enviou fotos do resultado do exame
para toda a família, estavam felizes por mais um bebê a caminho.
Ele vai ao encontro
dela e já chega abraçando a irmã.
— Lucas!!
— Maninha, como é
bom ver você tão bem.
— Que saudades de
você!
— Onde está o seu
marido?
— No andar de cima,
em reunião.
— Ele patrocina
esse lugar, não é?
— Sim. Jean é um
bom homem, ele ajuda muitas pessoas.
— Sim, e está
ajudando a nossa família a voltar ao mundo dos negócios.
— E como está o
papai?... O seu pai, já que ele não me quer como filha.
— Não fique triste
por isso, ele está bem.
— A Jena deixou
escapar que ele não estava.
— Foi um problema
cardíaco, mas já está bem, o velho é duro na queda. Não se preocupe.
— Eu me preocupo
sim, afinal foi ele quem me criou... um dia ele foi um bom pai para mim.
— Eu sinto saudades
daqueles tempos, quando éramos crianças... Você era uma peste, mas eu adorava
ter você em casa.
— Eu uma peste? Era
um amor de criança.
— Ah, tá bom!
— Você está se
sentindo só?
— Um pouco, acho
que agora vou pensar em namorar alguém.
— É sério? Será que
esse milagre vai acontecer?
— Eu já tive
namoradas!
— Duas semanas não
contam como namoro.
— Conta sim.
— Mas você sabe que
nada vai mudar entre nós, somos irmãos e nos amamos.
— Sim. Agora você
tem alguém para cuidar de você e do Joel, posso ficar mais tranquilo.
— Pode sim, e logo
terá mais um sobrinho.
— Estou muito feliz
por você, eu já disse para o Martinez o que vou fazer com ele se ele não for um
bom marido e um bom pai!
— Lucas!
— Tudo bem, eu sei
que ele é um cara legal. O Joel adora ele, sempre adorou... Ele deve ser um
ótimo pai.
— Ele é, e um ótimo
marido também. Obrigada por você ser o melhor irmão, eu te amo muito. Você me
amparou, me tranquilizou quando tudo desmoronava embaixo dos meus pés, eu não
poderia ser tão amada assim em outra família, que bom que eu cresci ao lado de
um homem tão maravilhoso como você.
— E eu não poderia
ter pedido outra irmã. Eu te amo maninha.
— Lucas?...
— O quê?
— Eu queria saber
quem é o meu pai, o verdadeiro... Por que nossa mãe fez isso, traiu o marido
dela?
— Eu sei que ela
não agiu certo, mas deve ter tido motivos.
— Nada que
justifique uma traição, ela deveria ter se separado e levado você com ela.
— Helena, não vamos
pensar nisso. Se você quiser nós contratamos um detetive, mas acho que não
deveria se preocupar agora, você está grávida.
— Tem razão, eu só
vou me preocupar com minha família, estou bem assim do jeito que estou.
— Isso mesmo
maninha.
Jean, finalmente
sai da reunião e vai ao encontro da sua esposa.
— Lucas Leão. Que surpresa!
— Como vai Jean?
— Muito bem, vou
ser pai novamente.
— Pois é, fico
feliz em ter mais um sobrinho, mas acho que você foi rápido demais. Cuide muito
bem da minha irmã, ela não teve uma gravidez boa na primeira vez.
— Helena terá os
melhores médicos cuidando da saúde dela, e terá um marido dedicado ao seu bem-estar
e sua felicidade. Meus filhos e minha esposa são de prioridade máxima para mim.
— É o que
esperamos.
— Sei que começamos
com um pé esquerdo, mas quero acertar as coisas entre nós.
— Já acertou. Nos
ajudou financeiramente e está fazendo o seu papel, o que você já devia ter
feito quando a conheceu lá em Windenburg.
— Lucas!! — Helena
reprime o irmão.
— Tudo bem Helena,
ele só está sendo um bom irmão. Estamos bem agora, cunhado?
— Estamos bem,
Martinez. Você está fazendo a minha irmãzinha feliz. — Lucas e Jean, estavam
meio receosos ainda um com outro, mas queriam a mesma coisa: a felicidade de
Helena e filho, agora, filhos. — No
começo eu queria te matar por ter deixado a minha irmã e grávida, mas depois de
descobrir a verdade, eu só queria quebrar a tua cara mesmo.
— Lucaaass!... —
Helena reprime novamente o irmão.
— Eu entendo, mas
não ia ser nada fácil fazer isso! E imagino o quanto deve ter sido duro ver
tudo o que sua irmã passou. Não foi culpa minha...
— Eu já sei de tudo
agora! Não vamos mais cutucar as feridas. Ter um cunhado Martinez é melhor do
que um cunhado Gusmão!
— Meu Deus, você
não para Lucas?!! — Helena fica sem graça.
— Concordo
plenamente com você! O Gusmão já entendeu que não tinha chances.
— Gente, vamos
parar por aqui, por favor?
Os dois dão as mãos
e se divertem com a vermelhidão no rosto dela.
no mesmo dia, mas já no final da tarde.
A família já tinha recebido a notícia de que um novo membro estava à
caminho, e ficaram muito felizes, se reuniram para comemorar juntos.
Os avós paternos de Joel: Joana e Marcos, estavam felizes, tinham
recebido a notícia recentemente que tinham um neto, filho de seu querido Jean,
e agora viria outro.
— Eu nunca vi o
nosso filho desse jeito, ele parece outra pessoa. Felicidade é pouco para
descrever o que sinto. — Joana comenta com o marido.
— O nosso doce
menino voltou, agora ele é pai e já vai nos dar outro neto. — Marcos estava
orgulhoso do filho.
— Jean sempre foi
amável, protetor, responsável e forte. Seguro do que fazia, confiante e eficaz
nos negócios... um prodígio. Vê-lo despedaçado daquele jeito me matava por
dentro, sou muito grata por ele ter reencontrado a sua Helena.
— Eu sempre achei
esse menino a cara dele, todo mundo achava, não tem como não notar as
semelhanças... No fundo já sentíamos que Joel era o nosso neto, e agora temos a
certeza... Jean está de volta, e está completamente feliz, isso é tudo o que
importa agora. — Marcos completou.
— Olha como o Joe
está feliz?!... Está com o pai que ele sempre quis. Eu até tentei ser um pai
para ele, mas é diferente quando não somos o pai de verdade. — Heitor fala
observando a felicidade de Joel.
— Você é o melhor
pai que uma criança pode ter, amou o Joel como um de nossos filhos, não fique
com ciúmes amor, ele sabe disso.
— Eu tenho um
pouquinho sim, mas é muito bom tudo isso aqui, a Helena apesar dos enjoos, está
muito feliz.
Enquanto Jean e as crianças se divertiam, Helena descansava um pouco na
cadeira, ela estava enjoada devido a gravidez, porém, já estava tomando um
medicamento receitado pela médica dela e logo ficaria bem.
Dois anos depois.
Jean e Helena se mudaram para Paris, a cidade natal dele, onde sua filha
Heloise nasceu, ela agora estava com um ano e três meses. Joel estava feliz em
ter ganhado o posto de irmão mais velho.
— Heloise, não
precisa ter medo da água, neném!
A família Martinez tinha ido tirar férias em Sulani.
O amor entre Helena e Jean, se multiplicou duas vezes, agora eles tinham
dois filhos e Jean já fazia planos para um terceiro herdeiro, os dias de choro
e tristezas ficaram para trás.
Enquanto Joel era a cara do pai, Heloise era um misto dos dois.
Então eles tiveram o seu "Felizes Para Sempre".
FIM!
Finalmente os dois se acertaram de vez
ResponderExcluirDemorou, mas aconteceu kkkkk
ExcluirMuito obrigada por ler e comentar, Tatsumi.