Um Amor em Windenburg 30.
New Crest. Noite de quarta-feira.
Jean levou Helena até uma casa não muito longe da mansão Adams.
— Que casa é essa, Jean? O que nós estamos
fazendo aqui a essa hora?
— Você gostou da
casa?
— É linda. É sua?
— É sua!
— O quê?...
— Eu comprei para
você.
— Eu não acredito
que você fez isso!
— Vamos entrar!
Conversaremos lá dentro. Está ventando aqui fora e você não está aquecida.
— Você não me
deixou trocar de roupa!
— Eu pedi para você trocar, mas você não
quis.
— Você nunca pediu
nada, você manda!
— Eu precisava
mostrar a sua nova casa, passei o dia procurando uma casa ideal para vocês
dois, e, essa é perto da casa da Jena e da escola das crianças.
— Minha nova
casa?... Eu não vou morar aqui!
— Vamos entrar.
Helena concordou em entrar, pois estava ventando bastante naquela noite
e ela não estava vestida com roupas quentes.
— Você comprou a casa que eu ia morar só
para que eu não me mudasse, e agora compra outra para que eu me mude?!
— Essa é uma casa
decente, confortável, ampla e está em um bairro seguro, aquela não era adequada
para vocês morarem.
— Eu não posso
pagar por uma casa assim!
— Mas ela já está
paga. É sua!
— Você não
entendeu, Jean. O que eu vou dizer para eles? O meu salário não daria para
pagar o aluguel de uma casa desse tamanho e ainda me sustentar, não sei o que
posso dizer para explicar o porquê de morar aqui.
— Diga a verdade. Diga que eu a comprei
para você.
— Eu não posso
dizer isso, o que eles pensariam?
— Que eu e você
estamos juntos.
— Simples assim? Eu
não posso dizer nada agora, Heitor ficará magoado e meu irmão ainda quer matar
você... matar o Marcos, o homem que me engravidou e desapareceu.
— Mas essa não é a
verdade.
— Eles não vão
entender tão fácil como você pensa.
— Eu já perdi a paciência. Já chega Helena!
— Jean fecha os olhos e respira profundamente. — Joel nasceu em uma mansão e
não seria justo você tirá-lo do conforto para uma casa no subúrbio. Você não
vai fazer isso com o meu filho!
— Mas é o que eu
posso dar a ele! Ele pode ser 90 por cento você, mas foi da minha barriga que
ele nasceu!
— Do que você está
falando Helena?
— André disse que
ele é 90 por cento parecido com você. Ele é meu filho também, eu o criei!
— Eu sei disso.
Você foi e é uma excelente mãe, mas eu posso dar muito para ele, e eu sou o pai
dele. É só você deixar que eu cumpra com o meu papel!
— O que você quer
que eu faça?! Eu estou vivendo sob pressão o tempo todo... você não sabe como
eu me sinto!
— Eu sempre penso
em você, o tempo todo Helena!... Penso em tudo que deve ter passado, como deve
ter sido difícil assumir uma gravidez sozinha, ser renegada pelo seu pai e tudo
que você passou..., mas isso não é culpa minha!! Eu não sabia o que estava
acontecendo com você, droga!! Se você não tivesse ido embora no meio da noite,
tudo teria sido diferente!
— Agora você me
culpa? Se você tivesse falado a verdade eu não teria me sentido culpada, eu
tive medo de prejudicar um artista em começo de carreira, se eu tivesse
desafiado o meu pai pra ficar com você acreditando que era um simples Marcos
Silva, ele teria acabado com qualquer chance que você teria de conseguir alguma
coisa com a sua arte.
— Eu... — Jean
respira novamente, dessa vez a respiração estava pesada, ele se sentia mal em
falar alto com Helena, o que tinha acontecido no passado não foi culpa de
nenhum dos dois, ela fugiu por medo de que o pai prejudicasse o amor da vida
dela, não teve coragem para enfrentá-lo. — Por favor, me desculpe?! Eu não
queria magoar você, não quero te fazer sofrer. Eu te amo Helena.
— Eu te amo Jean,
mas não posso ser como você quer.
— Eu não quero que
seja diferente, eu te amo do jeito que você é.
— Então por que
você tenta me mudar me dizendo o que fazer o tempo todo?!
— Você é tão
egoísta, Helena!
— Eu??
— Você não pensa em
como me sinto?... Eu só quero viver com a mulher que eu amo e com meu filho.
Caralho, isso é pedir demais?!
— Não... — Helena, se dá conta do quanto
está fazendo Jean sofrer.
— Por favor, me deixa cuidar de vocês? Nós
já sofremos demais longe um do outro, eu preciso de você e do Joel... Eu não
sou nada se não tiver o amor de vocês.
— Mas você já tem.
Nós o amamos. Joel ama você, ele nem sabe que você é o pai dele e já te ama
demais.
— E eu sempre o
amei, é um amor incondicional eu não consigo explicar, mas sempre senti algo
muito forte quando estava com ele... É meu filho Helena, nosso filho... Vamos
viver a nossa história, deixa eu viver com vocês. Por favor?
— Ele vai amar você
mais do que a mim...
— Não vai meu amor,
é disso que você tem medo?
— Eu sou mesmo
egoísta! Me desculpe por ser assim, eu tenho tanto medo de perder o amor do meu
filho, e eu não o culpo se ele amar mais você.
— Helena...
— Ele é tão
parecido com você... Quando eu olhava nos olhos dele, conseguia ver você...
você sempre esteve perto.
— Ele é mesmo muito parecido comigo, o
nosso amor por você é infinito, é imenso... Nós te amamos acima de tudo, eu e o
Joel sempre vamos fazer tudo para te agradar.
— E será que eu mereço isso?
— Você merece tudo.
Eu posso te dar o mundo se me pedir.
— Eu não quero o
mundo, só quero você.
— Eu sou seu.
— E eu sou sua...
sempre fui, apenas sua.
— Eu tive muito ciúme do André Gusmão,
achei que ele tinha uma chance com você.
— Ele até teria.
— É?...
— Se eu não tivesse
conhecido você. Eu não quero e não preciso de mais ninguém, além do meu amor de
Windenburg.
— Ma belle... Je
t'aime. (Minha linda... Eu te amo).
— Quando vai se
mudar?
— No final de
semana, quando ficarei de folga... Eu nunca tinha ouvido você xingar, fiquei um
pouco surpresa.
— Eu xingo de vez
em quando, falo palavrões e outras coisas que um homem normal faz.
— É bom saber que
você é normal, porque me parece tão perfeito, mas não gosto de ouvir palavrões,
tá bom?
— Tá bom, eu só falei motivado pelas emoções,
não costumo xingar com frequência. E quanto à casa, preciso fazer umas reformas
nela, mas posso fazer com vocês morando aqui.
— Mas a casa me
parece ótima.
— Esses móveis
precisam ser trocados, eu mesmo quero decorar e mobilhar o quarto do Joel.
— E o que vamos
fazer com esses móveis?
— Doar.
— Ótimo. Mas não
precisava mudar nada aqui, talvez algumas adaptações sejam necessárias, mas...
— Eu vou comprar os
móveis novos que a casa precisar. O que eu queria mesmo era que vocês se
mudassem para o meu apartamento em San Myshuno, Joel adorou quando passou uns
dias lá.
— Quando ele foi
pra Paris com os tios?
— Sim. Antes
ficamos dois dias em San Myshuno, e só depois fomos para Paris.
— Vamos dar um
passo de cada vez, tá bom? Eu vou conversar com a Jena e o Heitor sobre nós
dois amanhã mesmo, e depois eu vejo uma melhor forma de falar com o Lucas.
— Tudo bem. Você
quer que eu participe? Vai ser melhor contarmos juntos.
— Não. Eu quero
contar sozinha, não sei o que o Heitor vai dizer... Eu não quero magoar o meu
primo, e nem a Jena, ela é como uma irmã para mim. Eu amo os dois, não queria
deixar eles decepcionados comigo.
— Eles não ficarão. Vão entender que, o que
aconteceu no passado não foi culpa nossa. Vamos consertar tudo e seremos
felizes juntos. Vai ficar tudo bem.
— Eu acho que sim.
Mas você pode esperar até eu te dizer o que aconteceu na conversa pra poder
falar com o Joel?
— É claro que sim.
Contaremos juntos para ele.
— Agora, vamos inaugurar a casa.
— O quê? Como assim?
— Vem que eu te
mostro!
— Você não podia esperar até o final de
semana?
— Não mesmo! Eu não
consigo ficar longe de você nem mais um segundo. Você é o meu vício, Helena. Eu
preciso de você.
— Ter vícios não é saudável!
— Nesse caso, sim.
— Eu não quero ser
o seu vício, Jean.
— Tarde demais! Não
posso viver sem você, eu não quero!
— Jean...
— Eu adoro ouvir
isso. Lembrava todas as noites desses gemidos, você chamando o meu nome... Foi
um inferno viver sem você... Sem a sua pele, sem o seu cheiro, sem sentir o
gosto do seu corpo. Você é minha, Helena!
— Eu sou sua!
Helena concordou em contar para a família sobre Jean ser o pai do seu
filho, no dia seguinte ela chamaria Jena e Heitor para uma conversa.
— Os vizinhos vão ver a gente assim.
— Dane-se os
vizinhos!
— Jean, vamos
parar?!
— Quer mesmo parar?
Eu acho que não.
— Não sei bem que é
o mais viciado aqui, eu ou você? Eu não consigo dizer não pra você.
— Nós nos amamos, é
por isso que o sexo é gostoso, natural e irresistível.
— Sim... Eu não
conheço outro.
— E nem vai
conhecer. Eu vou ser tudo o que você precisa, o que quiser que eu seja, eu
serei. Porque eu te amo.
Jean usando seus métodos, conseguiu
convencer Helena a se mudar para a nova casa que ele comprou. Ele não deixaria
que ela e seu filho vivesse em um lugar inferior ao que ele poderia dar. Joel
nasceu e cresceu na mansão dos Adams, tirá-lo de um lugar de luxo para viver em
uma casa no subúrbio não seria bom para ele, e agora Helena estava decidida a
assumir Jean.
Faltava poucas horas para o dia amanhecer, Jean foi deixar Helena na
mansão Adams, mas desta vez não dormiu lá, ele voltou para New Crest.
Quinta-feira 7:00 da manhã.
A família tomava o seu café da manhã juntos, como sempre faziam antes de
irem para seus afazeres. Os adultos conversavam e revisavam o que iriam fazer
no dia, e as crianças comiam e brincavam.
— Tudo bem, Helena? Você conseguiu
descansar? — Heitor perguntou para a prima, ele sempre estava preocupado com a
família.
— Dormi muito bem,
apesar de ter ido dormir tarde. Obrigada por se preocupar comigo Heitor, eu sei
que não estava bem ontem, e todos esses dias eu estive meio agitada... eu peço
desculpas a vocês.
— Não precisa pedir
desculpas querida, nós entendemos o seu nervosismo. Você está passando por uma
fase difícil com essa mudança de casa. Quer conversar? — Jena já pretendia
conversar com Helena, ela queria acalmá-la, entender o que realmente estava
deixando Helena daquele jeito.
— Eu quero
conversar sim, depois que eu voltar do trabalho. Preciso contar um... uma coisa
sobre mim.
— Não pode ser
agora? — Jena pergunta bastante curiosa.
— Acho melhor
depois do trabalho, não é tão simples de dizer.
— Você está saindo
com alguém? Essa carinha que você fez agora já disse tudo. Você sabe que pode
contar com a gente para qualquer coisa, não sabe? — Jena, mal podia se conter
de tanta curiosidade.
— Eu sei Jena,
vocês são meus irmãos do coração. Heitor fez um bem enorme para todos nós
quando se casou com você.
— Eu fiz mesmo,
minha esposa é maravilhosa. Mas querida prima...
— Ah não, já sei
que vai vir problemas pra mim.
— Não é problema, é
só uma mais uma festa que você irá participar.
— Outra festa,
Heitor?
— E dessa vez eu
agradeceria grandemente se você fosse no nosso lugar, não quero mesmo ir, estou
cada vez mais desinteressada de festas da sociedade. — Jena pede para Helena
que vá no lugar deles e quando ela pede alguma coisa, ninguém nega nada para ela.
— Heitor combinou
com você não foi? Ele sabe que eu nunca digo não para você! — Jena rir
afirmando o que Helena suspeitava.
— E você não
precisa ir trabalhar hoje, terá que comprar um vestido para ir à festa, e
cuidar do cabelo, maquiagem, essas coisas que vocês precisam.
— Tudo bem, eu não tenho
outra escolha mesmo.
— Então amanhã nós
conversamos e você conta o que queria nos contar? — Heitor pergunta.
— Ela poderia nos
contar agora, estou curiosa para saber quem é.
— Não posso contar
agora. Como você sabe que se trata de alguém, Jena?
— Eu sou mulher, e
já percebi há algum tempo que você está apaixonada por um certo alguém.
— Não é o André! —
Helena destrói as esperanças de Heitor.
— Se não é o
André... Quem é? — Jena se preocupa um pouco, ela não queria que alguém
desconhecido se aproximasse de sua querida amiga, Helena já tinha sofrido
demais por se apaixonar pelo pai de seu filho e Jena era extremamente cuidadosa
quanto a isso, pessoas desconhecidas e sem referências querendo se aproximar.
— Não se preocupa
amor, ela sabe o que faz. Helena tomará todos os cuidados necessários quanto a
esse pretendente. Ou isso ou o Lucas tomará!
— Ainda bem que ele
é cuidadoso com você, o Lucas é um amor de pessoas, eu nem sei como ele ainda
está solteiro. O meu irmão costumava ser assim também, antes de ter ido para
Windenburg naquela época.
— Olha, já estamos
quase atrasados. As crianças precisam ir para a escola! — Helena tenta mudar de
assunto.
— Sim, é verdade.
Mas se não vamos poder conversar hoje, então vamos conversar amanhã bem cedo,
assim não nos atrasamos. Tudo bem, Helena?
— Claro, Jena!
A noite chegou
rápido, o tempo passou voando para Helena, ela mal teve tempo de se arrumar,
houve um imprevisto em uma das empresas e ela teve que ir correndo para
resolver, mesmo Heitor dizendo para ela não ir, então para facilitar o dia dela,
Jena havia comprado alguns vestidos pelo catálogo da loja, Helena só teria que
escolher o que vestir para ir à festa.
"Eles só
esqueceram de me dizer que era uma festa de gala e em Avelândia do Norte, eu
quase não consegui chegar a tempo!"
"Eu não sei por
que ainda deixo a Jena escolher os meus vestidos! Ou era um decote enorme nas
costas ou um enorme na frente. Ela quer me vestir como ela gostaria de se
vestir, mas não pode porque o Heitor não deixa."
Era um evento
social para arrecadar fundos para a caridade, grandes nomes estavam
participando, essa festa acontecia anualmente.
"Uau! Esse lugar é lindo, as dez maiores redes de hotéis do mundo
estão reunidas aqui esta noite. Já sei que não vou gostar de estar aqui, mas
preciso me acostumar pois casada com o Jean, participarei de muitas
dessas."
A festa estava agradável, com pessoas dançando e bebendo ao som de um
piano, o pianista era extremamente talentoso.
Helena examina a multidão, e ver muitos rostos conhecidos de outras
empresas — "Não conheço ninguém aqui pessoalmente,
mas reconheço muitas pessoas que trabalham com Jean e Heitor, e... meu
pai"
Ela tenta se misturar entre as
pessoas, mas tinha dificuldades de se socializar com os convidados, então no
meio delas, ver um rosto familiar.
O rosto familiar era de André Gusmão, apesar de estar com um novo visual
Helena o reconheceu imediatamente.
— Boa noite. É bom ver você Sra. Leão, está
linda como sempre.
— Boa noite, Sr. Gusmão. Você está de
visual novo!
— Dei uma mudada,
você gostou?
— Eu adorei. Acho
que não apenas eu, mas todas as mulheres solteiras da festa.
— Então eu devo dar
uma boa gorjeta ao meu cabeleireiro?
— Sim, você deve!
Acho que meu primo esqueceu de me dizer que você estaria aqui.
— Engraçado. Ele me enviou cerca de uma
dúzia de mensagens de texto dizendo que você estaria aqui.
— É claro que ele
fez isso.
— Mas você vai encontrar outros rostos
conhecidos nessa festa.
— Eu já estou reconhecendo alguns, mas
ninguém que eu realmente conheça, apenas você agora.
— Estou surpreso
que Heitor não tenha te falado que Jean Martinez estaria aqui.
— Ele está aqui? Onde?
— Procure por ele
você mesma.
André acena na
direção da mesa onde eles haviam acabado de se sentar.
Helena mal podia acreditar no que via, Jean estava sentado ao lado de
Amanda Durand e uma outra mulher, ambos elegantemente vestidos.
Jean já estava
olhando para eles desde quando entrou no salão de festa.
— Eu não sabia que ele estaria aqui... e
com ela.
— Não fica assim, ele não teve escolha.
— Ah, não?
— Essa festa já
estava organizada há meses, na verdade, no começo do ano e seus pares estavam
formados, os convites foram enviados com antecedência.
— Então eu sou
penetra?
— Você está
representando as Indústrias Adams, esse tipo de alteração é válida.
— Vamos dançar, Jean?
— Não estou com vontade.
— Você não precisa
ser grosso desse jeito!
— Me desculpe.
— Tudo bem meu
amor, eu sei que teve um dia difícil. Você atravessou três países hoje, deveria
contratar alguém de confiança para trabalhar com você. Precisa descansar um
pouco.
— Eu já tenho
pessoas de confiança trabalhando para mim, e gosto de estar presente nas minhas
empresas.
— Você quer dançar? — André a convida.
— Eu quero sim. —
Helena aceita, com o propósito de provocar ciúme em Jean.
Os dois deslizam
pelo meio do salão, Jean observa desconfortável.
— Olha, não é o André Gusmão com a ex noiva
do Fernando Marques?! Ela não perde tempo mesmo, e até que eles formam um casal
bonito. — Amanda faz um comentário maldoso, ela só queria provocar Jean
Martinez, pois sabia da confusão que deu na última festa que Helena participou,
em um dos hotéis de luxo dos Martinez.
— André, me desculpa. Eu só aceitei dançar
com você...
— Para provocar o
Jean? Eu sei, e vamos fazer isso direito.
Helena rir enquanto
ele roda com ela no salão.
— Nós estamos em
público, ele não vai tentar me matar aqui. Então relaxa e aproveita, daqui a
pouco ele sai daquela mesa e deixa a Amanda Durand.
— Eu adoro você,
sabia? É o melhor e mais bonito amigo que eu já tive.
— Eu digo o mesmo
de você.
— Eu não sabia que
você dançava tão bem.
— O que você não
sabe sobre mim poderia encher um livro. Ou um dos dossiês do Jean, suponho.
— Imagino, o meu
irmão não aprovou a possibilidade de ter você como cunhado. Ele disse que você
é um pegador.
— Um pegador? Não!...
E você chegou a pensar nessa possibilidade? Estou surpreso.
Jean se levanta da
mesa, deixando Amanda e sua amiga.
— Jean, aonde você
vai?
— Andar um pouco,
cumprimentar as outras pessoas.
— Eu posso ir com
você.
— Acho melhor ir
sozinho, preciso ir ao banheiro.
Jean Martinez,
observa os dois de longe, ele não estava gostando nada de ver sua futura esposa
dançando com o seu possível rival.
— Ele está olhando
com aquele olhar assassino de novo. Acho que hoje vou precisar sair com os
seguranças dessa festa.
— Ele gosta de
você, ele me disse que se eu fosse ficar com alguém que não fosse ele, você
estaria aprovado.
— Você está falando
sério?
— Estou. Me disse
ontem à noite quando me ligou, ele pensou que eu e você...
— Estávamos
juntos?... Seria incrível se isso fosse verdade, mas o seu coraçãozinho e todo
o resto é inteiramente dele.
— É sim, mas ele me
magoou hoje, ontem mesmo estávamos juntos conversamos e eu decidi que ia contar
tudo para a Jena e o Heitor, e olha só com quem ele está?!
— Eu expliquei por
que ele está com ela, é só por status social, não que ele precise, mas a família
dela sim.
— Mas ele nem veio
falar comigo, parece que ela exerce um controle sobre ele.
— Eu acho que a
única mulher que exerce alguma influência sobre o senhor implacável, é você.
Ele perde o controle perto de você, e esse não é o Jean Martinez que todos
conhecemos.
Enquanto os dois
dançavam, Jean se retira do salão principal de festa.
"Já basta para
mim! Eu não posso manter o controle vendo ela desse jeito com o André
Gusmão."
Amanda percebe o
que estava acontecendo com ele.
Logo depois da
saída de Jean, Helena pede para pararem de dançar, ela agradece ao seu amigo
André Gusmão, e sai em direção a fonte de ponche de frutas.
Ele reconhece sua
amiga de infância, Tiffany Assunção. A amiga que estava sentada com o casal,
Jean e Amanda. André se senta com ela e os dois começam uma agradável conversa
de velhos amigos.
Helena estava
tentando pegar um pouco de ponche de frutas, mas Amanda apareceu para falar com
ela.
— Você novamente no
lugar errado e com a roupa inadequada.
— Isso não é da sua
conta!
— Eles deveriam
exigir um dress code, assim evitaria pessoas malvestidas como você.
— O seu problema,
Amanda Durand, é que você fica nervosa quando não é a estrela da festa. Usa
tantas joias que deve sentir torcicolo, tudo para chamar a atenção do Jean, já
eu não preciso usar nada para chamar a atenção dele, ele gosta mesmo é sem
roupas, sem acessórios, sem nadinha.
— Sua ridícula!
Acha mesmo que ele vai ficar com você, né? Você não é nada comparada a mim! Nem
sobrenome você tem, todos nós sabemos que seu pai está tirando o sobrenome Leão
de você. Vou te mostrar quem vai ficar com ele no final, eu tenho nome e
sobrenome de peso, os pais dele me adoram.
— Ah é? Então por
que ele ainda não te pediu em casamento? O que será que aconteceu? Será que ele
está gostando de alguém?
— De você é que não
é! Ele poderia ter quantas mulheres desejasse e todas muito melhor do que as
sobras de Fernando Marques. Coloque-se no seu lugar, sua renegada! E uso joias
porque tenho e posso usar, quanto a você, apenas algumas semi joias e
emprestadas da minha futura cunhada.
— O Jean não é um
troféu de competição, eu não estou disputando ele com você!
— Você não teria a mínima
chance de uma disputa comigo, não tem munição para guerrear, Helena a renegada.
Ahh, e essas joias foram presentes dos pais dele, coisa que você nunca terá,
pois no máximo o que pode ser dele, é apenas a amante enquanto ele não enjoar
de você!
Helena se retira do
salão principal e vai para uma sala onde não tinha ninguém.
"Ela tem
razão, eu não sou ninguém perto dela, me senti nua... eu acho que ele merece
alguém à altura dele."
Continua...
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