Um Amor em Windenburg 25.

 




Depois da discussão que teve com o pai adotivo. Helena vai para o seu quarto e se entristece.



Heitor se preocupa com ela e vai atrás para conversar, saber se Helena estava bem.



Você está bem mesmo, Helena?

— Não. Mas eu vou ficar... Como você faz para ter uma vida tão perfeita?

— Como assim Helena? Eu não tenho uma vida perfeita... Está quase perfeita, mas não foi fácil chegar até onde estou. Você quer um manual de instruções?

— Eu gostaria, se puder anotar o segredo, eu agradeço!

Helena, isso é sério?

— Você e Jena são tão felizes. Como você consegue manter tudo em perfeita ordem?



— Bem, hum... — Heitor procura explicar da melhor forma, com base nas aventuras e escândalos familiares que já passou. — Você conhece a minha história com Jena, como eu a conheci e como chegamos até aqui, não foi nada fácil dada a minha reputação de pegador. Nós tínhamos uma relação instável no começo, mas só porque estávamos com medo de confiar um no outro.

— Eu me lembro um pouco de como vocês eram no começo. Teve aquela cena no seu apartamento, comigo de tolha, ela pensou que eu era uma de suas amantes.

Pois é, ela não confiava em mim por medo de se machucar, eu não confiava que ela ficaria comigo depois de saber quem eu realmente era, que estava prometido para uma herdeira milionária...

— Que na verdade, era ela mesma, porque ela não sabia que tinha uma mãe tão rica.

— Foi incrível como tudo deu certo para nós dois. Se eu tenho um conselho para dar, é que, quando você encontra alguém de quem gosta, você deve confiar nessa pessoa o destino se encarrega do resto.



Você acredita mesmo nisso?

— Agora eu acredito.

— Mas como saber quando é seguro confiar em alguém?

— Eu acho que... depende do tipo de pessoa que você está gostando. Mas esperar muito tempo para se entregar, confiar nessa pessoa, trará consequências. Deixamos de viver bons momentos, de sermos felizes ao lado dessa pessoa, por medo de confiar.

Isso é verdade...

— É claro que é. Veja Jean, por exemplo. Ele era o cara mais coração mole, gentil, completamente diferente do que se tornou agora. Alguma coisa aconteceu, e agora ele é um idiota coração de ferro. Ele não assume, mas sabemos que foi uma mulher de quem ele amava muito, pelo que fiquei sabendo, ele não foi sincero com ela, por isso nunca mais a viu, e desde então não é mais o mesmo. Você não lembra do discurso dele na noite da festa?

Sim, eu lembro...

— Então, se você pode aprender alguma coisa com isso, é isso mesmo. A confiança é a base para um relacionamento dar certo. E para uma família forte e feliz.



— Mas e se as pessoas tirarem proveito dessa confiança para machucar você ou tirar algo que você ama?

— Se essa pessoa realmente ama você, ela não vai te fazer mal, e se você a considera importante é porque sabe disso. Quanto mais cedo decidir confiar, mais cedo se livrará da dúvida.

— Obrigada Heitor. Acho que sei o que fazer agora. Você me ajudou muito.

— Eu fico feliz. Mas quem é o cara? É o André?



Para de ser tão curioso!

— Ah, mas é só para me preparar caso seja ele, Lucas ainda vai querer me matar.

Os primos se abraçam e riem juntos.



Heitor sai do quarto, deixando Helena mais calma. Ela passa o dia trancada no seu quarto, pensando.



À noite, Jean bate na porta. Ele quer saber como ela estava.

Helena, abre. Sou eu, Jean.

"Eu pensei que ele tivesse ido embora... Ainda não me decidi se vou contar mesmo."

Jean insiste — Helena, abre a porta!

— Já vou.



— Jean, o que você quer?

— Quero ver você. Saber o que está acontecendo. Joel não foi dormir muito feliz, já que a mãe dele não deu atenção o dia todo.

— Eu... — Helena procura palavras para explicar, mas não consegue encontrar as palavras certas.

— Eu sei mon amour. Não precisa explicar para mim, e eu já o coloquei para dormir.

— Ele está bem?

— Brincamos o dia todo, jantamos juntos, e contei histórias antes dele dormir. Jena disse a ele que você estava muito cansada e com dor de cabeça, por isso precisava descansar o dia todo. Ele se conformou.

— Você deve estar me achando uma péssima mãe.



— Não estou. Sei a mãe maravilhosa que você tem sido para o Joel, só está em um dia ruim.

— Em um dia péssimo! Mas amanhã eu já sei o que vou fazer.

Pode me dizer o que você tem em mente?

— Ainda não. Agora que você já sabe como estou, pode ir.

— Como você é grossa. Eu não vou sair daqui agora.

— Mas não estamos sozinhos na casa, qualquer um pode nos ver juntos e pensar outra coisa.

— Eu não tô nem aí! Mas estou aqui mesmo para conversar e consolar você. Heitor me contou o que aconteceu entre você e seu pai, e ele está preocupado porque ficou trancada o dia todo no quarto.

Mas eu já conversei com ele. Estou bem, só precisava pensar no que irei fazer.



— Você me incluiu nisso aí?

— Em quê?...

— Nos seus planos, no que irá fazer.

Jean... O que o Heitor te contou?

— Me falou sobre o acontecido com você e o seu pai. Ele não é o seu pai biológico.

Ele não devia ter contado para você...

— Me contou por que eu perguntei. Ouvi um pouco da conversa entre vocês lá na sala.

— O quê?... O que mais você ouviu?

— Você dizendo que ele ia se arrepender. E ele vai! Eu só preciso que você me deixe ficar na sua vida.



Fique fora disso, Jean.

— Eu não vou deixar ele te ofender assim!

— Eu posso resolver meus problemas!

— Eu só quero cuidar de você. Por que me trata assim?

— Me desculpa. Não sei por que sou tão idiota desse jeito, eu não consigo confiar em ninguém... às vezes eu me odeio por ser eu mesma!



— Não, mon amour, vem cá? Você é uma mulher maravilhosa, não se odeie. Eu amo você Helena.

— Ama mesmo?...

— Sei que você tem dúvidas, mas eu vou te provar que pode confiar em mim de novo.

Se eu confiar em você, e você me deixar?...




— Helena! Tudo que eu mais quero é você, é estar ao seu lado. Sempre foi você, ma belle.

— A Jena disse que você está comprometido, se não com Amanda Durand, com outra herdeira milionária. É uma tradição da sua família. Pois bem, agora você sabe que não tenho um centavo de herança.

— Eu já tenho dinheiro suficiente para viver até 7 vidas, não preciso de mais nada além de você e do Joel.

— Por que você quer assumir uma família que não é sua?

Porque eu te amo. Mesmo se tivesse outros filhos... eu amaria você, de qualquer jeito.



Pois não devia... Eu não sou ninguém Jean, nem sei quem é o meu verdadeiro pai! — Helena soluça nos braços de Jean.

— Nós vamos encontrá-lo, se você quiser. Não chore mon amour, isso me entristece demais.

— Me desculpa, eu não sei o que fazer. Estou perdida!


Eu estou aqui com você, por favor confie em mim. Me conte a verdade...

— Por favor, não começa com isso agora! Não tenho forças pra falar...

— Tudo bem. Mas me deixa ficar, preciso ter certeza de que vai ficar bem.

— E se alguém ver a gente aqui juntos?



Deixe que vejam. Eu não me importo!

— Eu queria que fosse tão simples como você faz parecer que seja.

— É simples Helena, basta você querer.

Helena fecha os olhos e pensa — "Não é nada simples. Se ele souber que menti sobre o filho dele, vai se virar contra mim e me odiar também. Vai tirar o meu filho de mim, a razão da minha vida, e eu vou morrer de tristeza sem os dois... sem nada".



No que você está pensando?

— Queria que esse momento durasse a minha vida toda... É tão bom esse cheiro que me acalma, o mundo pode parar agora.

— Não. Vamos continuar de onde paramos. Vamos viver a nossa história de amor?



— Agora você tá parecendo com ele...

— Com o Marcos?

— Sim... meu Marcos...

— Quer que eu seja ele hoje?

— Por favor...

— Tudo bem ma belle. Eu serei o seu Marcos hoje.



Mesmo Jean se sentindo magoado por Helena preferir a companhia de um Marcos que não existe mais, Jean fez o que ela queria. Ele sabia que Helena não tinha lhe contado toda a verdade, mas resolveu respeitar mais uma vez, o tempo dela. Por amor.



Marcos, como Helena preferiu, levou sua amada para a cama.



— Você está mais calma?

— Estou..., mas você não precisava tirar a roupa.

— Vou passar a noite com você, não costumo dormir vestido. Você já sabe disso.



— Jean, você não pode dormir aqui! A Jena pode vir a qualquer momento.

— Não sei quem é Jean.

— Para de gracinha!

— Você pediu a companhia do Marcos Silva.

— Se você se tornar o Jean Martinez, vai ficar mau de novo?

— Talvez...

— É melhor você ir!

— Eu não vou.

— Se alguém pega a gente...

— Eu não ligo! Vou ficar com você a noite toda!

— Jean, não faz isso comigo?

— Decida. Quem você quer na cama. Marcos ou Jean?




— Jean.

— Por que mudou de ideia?

— Porque é a realidade, e devemos aceitar.

— Ótima escolha. Marcos Silva não pode te dar o que eu posso, ele não era real. Eu deveria ter contado tudo desde o início. Me desculpe.

— Nós dois erramos, eu também deveria ter contado a verdade.

— Erramos, mas podemos acertar agora.

— Ficar juntos? Continuar de onde paramos?

— Isso mesmo.

— Tenho que pensar. Vou fazer uma coisa que eu já deveria ter feito, mas eu não vou falar o que é, só amanhã mesmo.

— Então eu esperarei. Agora descanse!



Helena dorme nos braços de Jean, apesar do medo de alguém bater na porta do quarto e pegar os dois juntos.



"Seria tão menos complicado se me deixasse ser quem eu sou... Por que o universo me tortura tanto? Eu mereço ser feliz também. Tenho que ser mais paciente, não posso perdê-la novamente... Já fui ao inferno e voltei por não tê-la nos meus braços, eu não quero passar por tudo de novo!"



Ele adormece também.



Uma hora depois, Helena acorda.



"Tão lindo dormindo... não sei se me sinto feliz ou com medo de estar me sentindo assim. Talvez eu deva mesmo ouvir André e Heitor, eu vou contar que ele é o pai do meu filho, mas só depois que eu resolver esse problema com a briga do meu pai e Heitor. Não serei um motivo para uma guerra familiar."



Ei, você já acordou?

— Sim, você estava tão bonitinho dormindo, tão fofo.

— Eu pensei que fosse mau, não fofo!

— Agora você tá fofo, e excitado. — Helena rir.

Eu sempre fico quando estou perto de você.

Isso é um problema?

— Talvez seja, mas é um problema que só você pode resolver.

— De que forma?

— Fazendo amor comigo. Agora!

— Mas...


Já sei o que você vai dizer; é muito perigoso, e se fizermos barulho demais? E se alguém bater na porta chamando?

— São possibilidades.

— Minhas respostas são... Eu não me importo, eu não me importo e eu não me importo, caramba!



Jean arranca a roupa de Helena, e em minutos estão despidos e fazendo amor, como ele queria.




— Quero poder ter você assim, sempre e para sempre... Durante todos esses anos, não esqueci de você um só dia. Seja minha, Helena.




— Eu sou sua, Jean... você sabe que eu sou.

— Então, me assuma. Fale para todos quem eu sou.

— Não posso, não agora.

Eu não quero mais ser o seu segredo, não sirvo para ser amante.

— Eu não sou casada então você nunca será meu amante, e por favor, pare de falar. Não consigo me concentrar agora.

— Você é tão bela, não me canso de te olhar...

— Vamos continuar, por favor?

— Só se você gritar o meu nome.

— Você sabe que eu não...



Antes de Helena terminar a frase, Jean a puxa para si e penetra fundo com firmeza e cuidado para não a machucar, eles fazem amor em várias posições. Helena tenta não fazer muito barulho, ela não queria acordar as pessoas com seus gemidos de prazer, porém estava muito difícil se controlar.



E os dois adormecem juntos. Jean pressionava Helena cada vez mais para saber da verdade que ela escondia dele. Ele queria que ela o assumisse para a família, mas Helena ainda não se sentia totalmente segura para dar esse grande passo naquele momento, mas ela planejava terminar com esse segredo da paternidade. Helena pretendia alugar uma casa para morar com o filho, assim, o seu pai não brigaria mais com Heitor, e ela poderia namorar em paz com Jean.



Continua...




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