Os Descendentes 26.
Depois de sair do apartamento de Raquel. Hakon volta para a ilha onde
morava, reuniu-se com seus irmãos, para contar-lhes a novidade.
— Então finalmente vocês estão juntos. Como
era para ser. — Jacques já esperava por isso, ele percebeu que Raquel já estava
diferente, quando estavam no reino dos elfos.
— Sim. Como era
para ser! — Hakon confirma.
— Agora só falta
trazer a nossa futura rainha para cá. — Armin, estava feliz e esperançoso.
— Ainda não consegui
convencê-la, mas não demorará até que ela venha.
— Estamos todos
muito felizes por você, meu príncipe. Finalmente nossa raça terá esperança da
continuação. Não seremos esquecidos. — Armin, fala novamente.
— Eu concordei com
Raquel em não apressar os acontecimentos. Teremos os nossos filhos, mas será no
tempo que ela escolher.
— Essa não é uma decisão muito sensata, já
que estamos há milênios esperando por essa criança! — Jacques protesta.
— Ora meu irmão,
você mesmo me disse para ter paciência com ela, e foi isso que eu fiz. Estamos
juntos, Raquel me ama verdadeiramente, e muito em breve estaremos ligados, pois
já comecei o ritual.
— Você começou o ritual,
mas não concluiu?
— Ainda não.
— Presumo que ela
não saiba sobre isso.
— Eu não achei que
deveria contar a ela, pois não entenderia.
— Você sabe o que
vai acontecer a ela se não concluir logo.
— Eu sei. Na
próxima vez que dormimos juntos novamente, eu concluirei.
— Por que iniciou o
ritual? Sentiu alguma necessidade?
— Sim. Quero sentir
quando ela estiver em perigo, tenho que proteger Raquel, saber onde ela está, o
que precisar que eu faça eu farei.
— Entendo. Porém, ela deveria saber a que
está se submetendo, você tinha que explicar para ela, não arrisque perdê-la.
— Eu não vou
perdê-la! — Hakon, fala com rigidez — Quero que você a vigie, cuide dela
enquanto eu estiver descansando. Já deixei avisado, e vai aceitar quando você
falar com ela.
— Você precisa descansar o quanto antes. Já
preparamos tudo. — Armin fala.
— Eu irei, assim
que conversar com Jacques. Você pode nos deixar a sós, Armin?!
— Claro. Esperarei
para acompanhá-lo.
— Enquanto espera,
cuide do seu animalzinho de estimação, ela está agitada, parece que a gaiola
está pequena. — Jacques ironiza.
— Eu não entendo o
que você quer dizer, irmão. Manuela, não é meu animal, e sim minha companheira,
e ela não pensa em fugir. Com licença?!
— Por que você o provoca dessa forma?
— Não tenho tempo a
perder provocando Armin. Foi um aviso! Apesar de não concordar com a sua
decisão de deixá-lo se iludir, eu não quero que você tenha que puni-lo.
— Ele sabe das suas
responsabilidades. Armin não é apenas o irmão mais novo, já está na hora dele
ocupar o lugar que lhe é devido!
— Por que pediu que
ele saísse?
— Para que você me
fale o que está querendo. — Hakon, sentia tudo ao seu redor, ele sabia que
Jacques, queria lhe pedir algo, mas que não pediria na presença de Armin.
— Tudo bem, vou direto ao assunto então.
Uma de nossas convidadas pediu para morar na ilha, e eu quero que ela fique.
Morinth, a irmã mais nova da Aswang, e ela trouxe notícias de como andam as
coisas em Forgotten Hollon. Nós precisamos fazer uma visita a Aurius.
— Se você quer
tanto que ela fique, eu deixarei, mas será responsabilidade sua. Quanto as
notícias que ela trouxe, trataremos desse assunto quando eu me recuperar.
Conversaremos sobre planos para o futuro.
— Me responsabilizo
por Morinth, se ela vier a dar trabalho eu mesmo a matarei.
Enquanto isso.
A jovem Manuela não estava muito feliz, sentia-se presa e tinha saudades de sua irmã.
Armin foi visitá-la, enquanto os irmãos conversavam.
Agora ele entendia o que Jacques, queria lhe dizer. Armin não tinha
poderes mentais tão fortes quanto os irmãos, mas ele não era fraco, tinha forças
superiores a muitos vampiros da raça dele.
"Ela já leu bastante, já deve estar consciente do que lhe
acontecerá se tentar fugir. Eu mesmo terei que matá-la e na frente de todos
para dar exemplo aos demais e não demostrar fraqueza."
"Não entendo porque pensa em fugir, tem tudo que precisa ao seu
alcance: alimento de excelente qualidade, proteção, amor, sexo e poderes."
"Aí está ela, pensativa e triste. Eu não sou o bastante para que
fique feliz?"
"Parece ter descontado a sua infelicidade na parede. Esse não é um
bom sinal."
— Armin? Há quanto tempo tá aí?
— Não o suficiente para impedi-la de
danificar a parede.
— Me desculpe. Eu
não queria... Posso consertar.
— Esse não é um
trabalho para você. O que está acontecendo?
— Sinto falta da minha vida... das coisas
que eu costumava fazer: sair com os amigos, ir no shopping, no cinema,
conversar com alguém... Quero ver a minha irmã.
— Eu pensei que
você estivesse feliz aqui, comigo.
— Eu sou feliz, mas esse lugar é uma
prisão. Tô enlouquecendo sozinha!
— Eu entendo. Mas
você pensava em fugir?
— Eu não posso, é
impossível sair daqui. Mesmo se eu conseguisse passar sem morrer por esse véu
que cobre a ilha, e sobreviver as queimaduras do sol. Você ia ser punido por me
deixar escapar, e eu ia ter que ficar sem você em um mundo que não sei mais viver.
Minha irmã não me aceitaria, ela ficaria louca se soubesse de tudo isso.
— Manuela, eu teria
que matar você na frente de todos. Eu a amo, mas se quebrar as regras, se
tentar fugir...
— Eu não vou! Já disse que não quero viver
sem você. Mas por favor, me leve pra ver minha irmã, nem que seja de longe? Nós
podemos ir à noite.
— Vou ver o que
posso fazer para aliviar o seu sofrimento. Não tente me enganar, eu a amo, mas
não mais do que a meus irmãos. Nada é mais importante e sagrado do que a minha
lealdade ao meu príncipe, Hakon Astaroth.
— Eu entendi Armin.
Nunca pensei em fazer isso, eu te amo.
— Minha criança. Eu vou te levar para ver a
sua irmã.
— Você promete?
— Prometo. Mas
tenha paciência.
— Me desculpe...
— Quando estiver
angustiada fale comigo, eu acalmarei você da forma como desejar.
— Então, me acalme
agora, na cama?
— Agora?
— Sim. Por favor? Esse desejo por você é
insano. Eu sempre gostei de sexo, mas agora é diferente.
— Porque não é
apenas sexo. Irei acalmá-la, como deseja.
— Eu não posso querer mais do que já tenho,
você é tudo que eu preciso, Armin.
— Então por que se
sente tão infeliz?
— Queria ser mais
livre, ir além das paredes desse quarto, passar mais tempo com você.
— Teremos o nosso
próprio quarto, e você terá o seu lugar e sua liberdade, mas tudo virá com o
tempo certo, basta ter paciência. Agora irei satisfazê-la, mas não tenho muito tempo.
Armin atendeu ao
pedido de Manuela, ela estava nervosa e ele queria acalmá-la, apesar da pouca
idade, Manuela já tinha tido relações sexuais antes de conhecer Armin, mas
quando se tornou vampira o desejo pelo sexo aumentou e ele sempre estava
disposto a satisfazê-la.
Meia hora depois:
— Você vai esperar por ele? — Jacques
pergunta.
— Ele já está
vindo. Armin anda ocupado com seu animalzinho de estimação, como você mesmo já
disse.
— Eu tenho que ir, meus irmãos estão
esperando por mim.
— Mas ainda não
terminamos...
— Meu amor, eu já
fiz você sentir prazer duas vezes seguidas, continuamos quando eu voltar.
Minhas obrigações em primeiro lugar.
— Tudo bem. Você tá certo, eu vou esperar
ansiosa por você.
— Conversaremos
sobre o que prometi. Não se preocupe, logo teremos o nosso lugar como casal.
— É tudo que eu
mais quero.
Minutos depois. Armin encontra com os irmãos já esperando por ele.
— Ele não podia esperar até você descansar?
Armin está priorizando essa garota mais do que seus afazeres e suas obrigações.
— Falarei com ele
depois. Mas entendo o que ele está sentindo, é novo e perturbador.
— Então ele deve
voltar ao que era antes, está perturbado e isso não é bom. — Os dois já sabiam
o que o irmão mais novo estava fazendo.
— Irmãos. Me desculpem pela demora, eu...
— Já sabemos o
motivo do seu atraso, Armin. Você está se tornando ineficiente! Não podia
colocar uma coleira nela, depois poderia satisfazê-la quando terminasse de
cumprir com seus deveres com o príncipe Hakon, seu irmão?
— Eu já pedi
desculpas, irmão.
— Que não se
repita, Armin! — Hakon, encerra a conversa.
— Não vai se
repetir, meu príncipe. Me perdoe.
— Agora vamos. Eu
preciso descansar, estou com muita fome.
Cemitério da ilha. Onde Hakon costumava descansar. Arakiel já esperava
por eles, junto com a refeição de Hakon.
Hakon iria descansar dentro dessa espécie de capela, mas que não era
usada para orações.
Eles entram na capela, Arakiel estava no subterrâneo com a garota, era
lá que Hakon iria descansar depois de se alimentar.
— Sinto o cheiro dela, o gosto do seu
sangue limpo...
Depois de descer as escadas, eles chegam até onde o descanso e a
refeição estava.
Hakon estava ansioso, preocupado com o que o anjo havia lhe falado, ele
não comentou nada com os irmãos, mas pensava em fazer isso depois que
acordasse.
A garota era uma serva e tinha ido de boa vontade, assim como as demais
que serviam a eles.
— Você está aqui por vontade própria?
— Sim senhor. É uma
honra servi-lo, meu príncipe.
— Sabe que pode
morrer fazendo isso, me servindo?
— Eu... — A garota
engasga quando ele pergunta.
— Ainda quer continuar?
— Sim... meu
príncipe... — Ela gagueja ao falar.
"Está temperando o sangue com a adrenalina do medo. Ele não fazia
isso há muito tempo" — Jacques observa.
"Acho que ele
não vai se controlar, talvez tivesse sido melhor drená-la e servir em taças,
como ele pediu" — Armin estava temendo que Hakon, realmente matasse a
garota.
"Se ele fizer
isso, não impeça. Hakon está voltando às origens, ele parece feliz!" —
Jacques estava disposto a deixar que Hakon, se satisfizesse até onde sua sede o
levaria, afinal, essa não iria ser a primeira vez que uma serva ou servo, morreria
alimentando-os, no entanto, já faziam séculos que isso não acontecia.
Ele cravou as presas no pescoço da jovem.
— Olhe só para ela. Tão frágil e submissa,
como essas criaturas podem estar em primeiro lugar no plano celeste? Eu não
entendo o porquê tenho que dedicar minha vida para protegê-las.
— Você ainda pode sair se quiser. Saia
agora ou fique e talvez não viva!
— Eu vou ficar!
— Humana estupida!
Por que você quer morrer?
— Eu não quero
morrer, quero ser como vocês!
— Prometeram a ela que iria ser
transformada? — Hakon pergunta para os irmãos.
— Ela é uma das que
estão na lista de espera. Já estava sendo preparada há 3 anos. — Armin
responde.
— Então que comece
a transformação!
— Terá a honra de ser transformada por mim.
— Obrigada... meu
príncipe...
Hakon bebeu quase todo o sangue da garota, ele tinha planos para ela.
— Levem-na, e deem o meu sangue para ela
beber. A sua lealdade foi sincera, e eu a quero como serva de Raquel, quando
ela estiver transformada. Receberá treinamento para servir a rainha. Foi uma
boa escolha, Armin. — Eles tinham um pouco do sangue de Hakon, armazenado.
— Obrigado. Arakiel
a levará. Ela já tem um bom treinamento, é uma policial, será uma ótima serva.
Depois que Arakiel sai levando a jovem nos braços, pois ela estava fraca
demais para andar. Hakon iria descansar, mas antes conversou com os irmãos.
— Assim que eu acordar, teremos uma
reunião. Iremos resolver alguns assuntos pendentes e faremos uma visita para
Aurius. Tenho outra coisa importante para resolver com Lilith, eu conversarei
com vocês depois. Agora Jacques, fale com Raquel, proteja sua rainha enquanto
eu estiver descansando. Eu não posso mais adiar esse descanso...
— Descanse em paz,
irmão. Falarei com ela, logo que sair daqui.
— Não demorarei.
— Descanse o tempo
que for preciso. Falarei com Raquel.
Hakon não estava seguro de que tudo ficaria bem com sua amada, ele temia
pelo perigo que ela corria enquanto ele dormia.
Ao sair da tumba. Jacques tratou logo de fazer contato mental com
Raquel.
"Raquel, minha rainha. Onde você está?" — Ele chamou por ela.
Continua...
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