Os Descendentes 25.
Os quatro voltaram do reino Lothlóriem, um dos principais da dimensão
dos elfos.
Hakon se teletransportou com Raquel direto para o apartamento dela. Os
dois finalmente estavam se entendendo.
— Obrigada por me levar com vocês. Eu
jamais imaginei a quantidade de criaturas que existem, nem sabia sobre outras
dimensões, mundos paralelos ao nosso... é muita coisa pra pensar.
— Você cresceu
entre as pessoas erradas, eu deveria ter cuidado de você quando era criança.
Assim você já estaria preparada, os seus poderes já teriam despertado.
— Ia ficar estranho
você me criando e depois querendo casar comigo. Não iria dar certo!
— É normal entre
nós, algumas famílias escolhem os pretendentes para seus filhos antes mesmo
deles nascerem, eles os criam e educam desde crianças, quando atingem a fase
adulta fazem a ligação de almas.
— Na nossa
realidade isso não é normal. Mas eu entendo, vocês são seres milenares e tem
costumes diferentes dos nossos.
— Certamente eu não iria criar você, arrumaria
uma "aia" (babá) para você.
— Mudando de assunto. A elfa, você vai dar
uma chance pra ela, não vai?
— Sim. Como prometi
para você.
— Vai voltar hoje,
pra gente conversar?
— Voltarei ao
anoitecer.
— Vou esperar no
meu quarto.
Hakon beija Raquel antes de ir para a ilha onde morava.
Anoitece.
Raquel estava esperando por ele.
"Eu sei que estou me precipitando, mas quero logo que isso
aconteça..."
Hakon se teletransporta direto para onde ela estava, ele sentiu as
vibrações de Raquel. Decidiu vir com a aparência humana, pois essa agradava
mais a sua amada.
"Finalmente vou tê-la, ela se entregará por completo para
mim."
"Será que ele vai gostar de mim assim?" — Raquel estava insegura, o que estava sentindo por Hakon era diferente
do que já tinha sentido, a única pessoa com quem tinha se relacionado
intimamente, foi com Higor.
— Você está linda. Nunca vi beleza igual a
sua, você é perfeita minha amada.
— Hakon, a quanto
tempo você está aí?
— Não muito, fiquei
tentado a observá-la anonimamente.
Ele caminha até Raquel.
— Você gostou mesmo? Sei que essa não é a
sua cor favorita.
— Você ainda tem
dúvidas? Eu anseio por esse momento desde que descobri que amo você. Está
linda.
— Estou sendo
precipitada, mas não consigo parar de querer você.
— Eu preciso de
você Raquel, nós necessitamos um do outro.
— Mas não poderia
ser assim Hakon... Eu tenho medo de te querer dessa forma, eu nunca me senti
assim. Eu quero e preciso de você.
— Estou aqui, eu sou eternamente seu!
— Faz amor comigo?
— Você tem que
dizer que é minha.
— Eu...
— Diga, sou
eternamente sua.
— Sou eternamente
sua!
Com essas palavras, Hakon começava o ritual da união da alma dele com a
de Raquel. Depois ele faria o feitiço formal de ligação, com a permissão dela
que na verdade, era como uma cerimônia de casamento.
O sexo entre as raças sobrenaturais era comum da mesma forma como era
para os humanos, mas o sexo entre os seres que ligavam a alma a outra, era
diferente, os dois sentiam as mesmas emoções, os sentimentos eram verdadeiros
tornando tudo mais intenso.
Assim que Hakon ligasse a deles, eles se tornariam praticamente um único
ser. O feitiço com o ritual da ligação se consolidava da seguinte forma:
Hakon teria que ganhar o amor de Raquel, ela teria que falar segura e
verdadeiramente, que pertencia eternamente a ele, e ele também teria que falar
o mesmo para ela. Os dois teriam que beber sangue um do outro em um ato sexual,
enquanto isso Hakon recitaria um feitiço na linguagem antiga, quando ambos
tiverem feito isso, os dois teriam que falar ao mesmo tempo, que pertenciam um
ao outro pela vontade celestial. E estariam ligados um ao outro, sendo assim,
um sentiria tudo que o outro sente, nada seria escondido, os poderes que ainda
dormiam, seriam despertados, e Raquel seria transformada na sua verdadeira
forma.
(Esse ritual foi copiado do livro “O Príncipe Sombrio”, o qual eu me
inspirei para fazer alguns personagens, incluindo e principalmente, Hakon e
Jacques. Eu acrescentei algumas coisas para poder adaptar a minha história.)
— Você realmente quer que isso aconteça? —
Ele pergunta para ela.
— Estou surpresa
com essa pergunta. Você tem poderes de ler mentes, e, mesmo que não tivesse
daria para perceber que realmente quero transar com você! Olha o jeito que eu
te esperei aqui no quarto? Essa é uma das minhas melhores lingerie, eu nem
cheguei a usar.
— Eu sei, porém, tenho que fazer uma coisa
que você não vai gostar, mas vai permitir que eu faça, porque me deseja e
precisa que eu seja seu.
— O príncipe da
modéstia voltou! O que você precisa fazer?
— Preciso provar o
seu sangue. É só um pouco.
— O quê? Tem ideia do que tá me pedindo
Hakon?
— Eu sei, é difícil
para você, mas tem que ser feito. Apenas algumas gotas.
— Hakon, eu não
posso, isso é demais pra mim! Mesmo querendo tanto você.
— Eu preciso
Raquel. Você não vai sentir dor, eu jamais machucaria você.
— Mas por quê? Não
podemos fazer sexo como pessoas normais?
— Não somos pessoas
normais. Eu sou o príncipe guardião e você é minha rainha, nós precisamos estar
ligados de agora em diante, eu só posso fazer amor com você se tiver o seu
sangue fluindo com o meu.
— Então, você só
vai fazer amor comigo se beber o meu sangue, toda vez será assim?
— Nem todas, mas
hoje terá que ser assim, pois é a nossa primeira vez. Por favor meu amor,
aceite e me ofereça um pouco da sua essência vital. — Hakon, queria começar a
ligação, mas só ficaria completa se ela também bebesse do sangue dele, e ele
não tentaria fazê-la beber naquela noite, pois já era demais para aceitar que
ele bebesse dela.
Raquel cheia de
desejo por ele, aceitou. Mesmo sendo contrário a tudo que ela acreditava, pois
não fazia muito tempo que tinha se distanciado dos caçadores de vampiros.
— Isso é tão gostoso...
Hakon tinha lambido
o pescoço dela, espalhando saliva e anestesiando o local da mordida, a saliva
também poderia estancar sangramentos e curar ferimentos. Ele poderia mordê-la
sem deixar nenhum hematoma, como se nada tivesse acontecido. Enquanto bebia o
sangue, recitou as frases do feitiço na linguagem antiga, em voz baixa quase
inaudível.
— Pronto meu amor. Sou todo seu agora!
Obrigado por me tornar o ser mais feliz.
— Eu nem sei quem eu sou mais, mas preciso
que você faça amor comigo agora. Não consigo me controlar, chega a doer dentro
de mim.
— Estou sentindo o
seu desejo Raquel, e peço aos Deuses para me dar força e controle. Como eu amo
você, minha rainha.
A criatura selvagem dentro dele estava ansiando por Raquel, como um
demônio faminto, que estava preso nas correntes mentais que Hakon colocou, ele
tinha que ser cauteloso, pois a fera queria se libertar, se isso acontecesse
ele não seria mais o mesmo.
Raquel também não estava agindo normalmente, ela mal conseguia se controlar, seu corpo tremia por inteiro.
— Por favor eu quero você agora! O meu
corpo todo dói, eu não consigo me conter.
— Calma meu amor.
Logo estarei dentro de você.
O que Raquel estava sentindo era uma consequência do feitiço que Hakon
já tinha começado a fazer, como ainda estava na forma humana, ela sofreria as
consequências. Precisaria da presença constante de Hakon para ficar bem, Raquel
sofreria tormentos mentais, como uma viciada em drogas, caso Hakon se afastasse
por muito tempo.
Hakon fez um enorme esforço para controlar sua força, Raquel era humana
ainda, ela se machucaria fácil, apesar de ser mais resistente do que os humanos
normais.
Fizeram sexo por horas seguidas.
Vez ou outra ele falava palavras no seu idioma antigo: promessas de amor
eterno e devoção. Raquel não entendia, mas sua alma sim, ela que estava agitada
enlouquecida, foi se acalmando conforme ele ia dizendo.
Foi difícil de satisfazer os desejos de Raquel sem perder o controle, com
toda a ansiedade que ela sentia por ele, mas Hakon finalmente conseguiu, ele
sabia o porquê dela estar se comportando daquela forma.
"Calma meu amor, não vou sair daqui, não sairei de perto de você,
nunca mais! Sou eternamente seu" — Hakon fala
mentalmente com ela, acalmando-a.
Os dois adormecem juntos.
— Bom dia meu amor. Como está se sentindo?
— Feliz... A mulher
mais feliz desse mundo, e talvez dos outros que existem.
— A sua felicidade
é a minha. Eu me sinto da mesma forma.
— Eu tô tão
confusa. Tudo parece loucura, isso não é real!
— Eu sou real, estou aqui com você, e
jamais sairei do seu lado.
— Me sinto como se
tivesse encontrado o meu lugar... Eu nunca pensei que fosse me apaixonar por
um...
— Vampiro?
— Sim. Me desculpe,
sei que você não gosta que eu te chame assim.
— Tudo bem. Você
vai ver que eu não sou quem pensou que eu era.
— Não, você não é.
E eu te amo tanto...
— Tudo que importa
é isso: o seu amor, você... Eu vou te proteger até o fim da minha existência.
— Não sei se vou
viver tanto tempo.
— Raquel, eu não posso viver sem você. Só
vou continuar existindo, enquanto você estiver comigo.
— Hakon...
— Você decide
quanto tempo vamos viver.
— Você está me
pedindo para ser transformada?
— Não.
— Então?
— Quero que aceite
ser quem realmente você é.
— Não quero ser
como ela: Tessa Graham.
— Você não será!
Você é diferente, evoluída. Nenhuma geração foi como você. Apenas aceite!
— Eu não quero
falar sobre esse assunto agora! Eu quero te beijar de novo, e de novo... Queria
fazer amor com você, mas o meu corpo todo dói.
— Desculpa meu
amor. Eu tentei ir devagar, para não machucar você, mas estava difícil de me
controlar e de controlar você.
— Eu sei Hakon, nem
precisa me pedir desculpas. Fiquei como louca ontem, não entendo o que
aconteceu.
— Eu explico.
Superei todas as suas expectativas, e você estava faminta por um sexo bem-feito,
nossas almas estavam se desejando, ansiando por esse momento de amor e desejo.
— Ah, você
finalmente chegou? Príncipe da modéstia. Mas eu te amo desse jeito... Eu te amo
Hakon.
— Eu te amo Raquel.
Minha Raquel.
Raquel foi escovar
os dentes e trocar de roupa.
Enquanto Hakon, ficava pensativo olhando para ela.
"Espero poder concluir esse ritual o mais rápido possível. Agora
ela precisa de mim o tempo todo, e eu estou me sentindo fraco, não me alimentei
desde que a conheci, e não descansei como deveria. Sinto a conexão com a sua
alma, está mais forte... é maravilhoso!"
De repente, Hakon ouve uma voz que não era familiar, um ser celestial
lhe falava:
"Hakon Astaroth. Príncipe guardião da terra. Precisamos nos
encontrar em matéria, você vai precisar da minha ajuda" — O ser celestial ainda não tinha se identificado, mas Hakon sentiu
que sua presença era diferente, era muito mais poderosa do que dos outros que
já tinham se comunicado com ele.
"Estou
ouvindo, obedeço e agradeço. Mas você é diferente dos outros, quem é
você?" — Hakon perguntou.
"Sou Ravi
Metatron. Antigo arcanjo mensageiro da palavra, general de mil exércitos, filho
do deus Enlil, o mesmo deus que criou a sua raça!"
"Eu sinto o seu poder. Por que precisarei da sua ajuda? Minha amada
corre perigo? Por favor, alivie a minha angústia!?" — Hakon estava aflito, um ser tão poderoso de tão alta hierarquia,
falando com ele, lhe dizendo que ele irá precisar de ajuda, isso trazia grande
preocupação.
"Não se
desespere, filho de Ades, criação de Enlil. Eu não vou deixar que nenhum mal
lhe aconteça, pois você é quase como se fosse meu irmão, afinal, foi meu pai
quem o criou. Eu também vou precisar da sua ajuda. Breve nos encontraremos, até
lá, fique calmo e aguarde."
"Esperarei
pelo seu chamado. Ravi Metatron, filho do meu criador." — Hakon, acalmou o
coração, o ser celestial havia dado a certeza de sua proteção, então nada lhe
aconteceria, nem a ele, nem a sua amada.
Minutos depois.
Enquanto Raquel, preparava o desjejum, ele observava e pensava.
— Por que você está
tão pensativo?
— Não quero que
você volte para ver os lycans.
— Eu só vou pegar
algumas coisas, e pedir formalmente a minha despensa. Não precisa se preocupar.
— Eu preciso, sinto
que devo tomar cuidado.
— Eles não me
machucariam, Algor é como se fosse o meu pai. Eu não corro perigo com eles.
— Eu não confio.
— Acalme-se Hakon.
Sei cuidar de mim mesma.
Raquel iria pedir para sair, ela não queria mais ser uma caçadora,
estava apaixonada por uma criatura que eles nem sabiam que existia, um ser
antigo e muito pior do que um vampiro ou qualquer outra criatura que eles
conheciam.
Mas ela sabia que não seria nada fácil sair do clã. Raquel apenas daria
o primeiro passo para que isso acontecesse, porém, não queria preocupar Hakon.
— Você deveria
experimentar a torrada com pão, bacon e ovos. Está uma delícia!
— Não sinto o mesmo
gosto que você sente, o meu corpo não precisa desse alimento. Mas obrigado por
me oferecer.
— De nada! Nossa tá
muito bom, eu acho que vou comer mais, tô morrendo de fome, é como se tivesse
um buraco aqui no estomago!
— Você gastou
muitas energias ontem. É bom vê-la se alimentando bem.
Dois pratos depois:
— Como está se sentindo
agora?
— Ainda com um
pouco de fome, mas o estomago não cabe mais nada!
— Não conheço bem o
comportamento humano, Jacques conhece, ele saberia responder o porquê desse
apetite, mas e quanto ao corpo, você ainda sente doer?
— Não muito, depois
que eu comi passou, só a barriga que está... dolorida. Acho que exageramos
ontem.
— Sim. Mas logo vai
passar, você ficará bem. Depois que sair do canil dos lycans, vou pedir para
que Jacques a examine.
— Não precisa! Eu
não quero seu irmão estranho me examinando.
— Estranho?
— Ele me dá medo. É
simpático e intimidador ao mesmo tempo. Não sei bem o que sentir quando falo
com ele. Com você era diferente, eu sabia exatamente o que sentia.
— O que você sentia
quando conversava comigo?
— Conversava? A
gente não conversava. E eu sentia vontade de te matar. Você também sentia isso,
eu sei e pude ter um pouco disso.
— Eu nunca vou me perdoar
por ter ferido você, não posso voltar atrás do que fiz.
— Tudo bem, nós
sabemos que não foi mesmo a nossa vontade, foi o impulso de quem... éramos um
para o outro.
— Eu tinha medo...
Eu nunca senti medo. Você não sabe o que é isso, conhecer todos esses
sentimentos ao mesmo tempo... Eu me achava fraco, por não conseguir entender o
que estava acontecendo comigo.
— Nós precisamos
conversar mais sobre o nosso futuro, vamos ficar juntos de agora em diante e eu
não quero ter que morar na mansão sombria. Temos que conversar sobre os
humanos, os seres que você protege, e também se alimenta deles.
— Você sabe que não
é bem assim.
— Eu não sei, mas
eu preciso acreditar que você não é um demônio assassino.
— Depende. Para
alguns eu sou esse demônio que você está falando.
— Hakon!
— Raquel.
— Você não está
ajudando.
— Eu não sou um
assassino de inocentes. Mas mato sem piedade quem merecer morrer.
— Eu também faço
isso. Mas não os humanos decentes, já matei um serial killer, ele estava dando
trabalho para a polícia e matando pessoas do bem, então esse tipo de gente não
merece viver.
— Viu, não somos
diferentes.
— Olhando por esse
lado, acho que não muito.
— Eu já te falei o
quanto você é lindo sorrindo?
— Não.
— Eu adoro esse
meio sorriso. Você é muito especial pra mim, Hakon.
— Raquel, eu... —
Hakon, não sabia o que falar, ver Raquel agindo daquele jeito e naturalmente,
era mais do que ele esperava. — Eu te amo. Você sabe disso, não sabe?
— Eu sei.
Os dois se despediam, por um curto período de tempo. Hakon iria descansar debaixo da terra, era assim que ele se recuperava completamente, e se alimentaria de sangue fresco antes disso.
— Não baixe a
guarda perto deles, por favor não se ponha em perigo. Jacques estabelecerá um
contato mental com você. Aceite.
— Hakon, eu não
corro riscos, mas vou aceitar o contato mental pra te deixar mais tranquilo.
— Você não vai me
deixar tranquilo, mas eu preciso muito descansar, recuperar minhas forças. Se
pelo menos você esperasse até eu acordar?
— Eu quero resolver
logo isso. Quero sair do clã, e assumir o meu relacionamento com você, ainda
que eles pensem que você é humano. Eu preciso mesmo!
— Tudo bem, Jacques
cuidará de você. Se acontecer alguma coisa com você, se eles te fizerem mal, eu
mato todos! Não sobrará nenhum! Eu te disse, se merecer mato sem piedade.
— Não vai ser
preciso matar ninguém.
— Você é muito
preciosa para mim, é única e eu não vou perder você, Raquel.
— Você não vai me
perder meu amor. Eu sou eternamente sua. Lembra?
Hakon, estava temendo que acontecesse algo ruim com a sua amada, ele
esperou a vida toda por Raquel, ela o resgatou da escuridão, ela mostrou as
cores para ele, ela o fez se sentir vivo, e ele não aceitaria perdê-la, de nenhuma
forma. Agora ele iria para a sua ilha, e Raquel para o Clã Raziel.
Caraca! O clima pegou fogo entre esses dois ( ͡° ͜ʖ ͡°)
ResponderExcluirKKKK sim
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