Um Amor em Windenburg 17.
Helena chega em Willow Creek.
Ela respira aliviada por ter conseguido sair sem levantar suspeitas, e
decide agradecer ao seu salvador, André Gusmão.
Helena: — Obrigada novamente. Eu estou em débito
com você.
André: — Nah. Você
me deve um passeio ;)
Helena: — Ok. Quando?
André: — Um jantar
daqui a algumas noites? Depois que a "emergência" acabar?
Helena: — Certo. Mas não vou deixar você pagar
dessa vez.
André: — Parece um
bom plano. Nos falaremos em breve.
Alguns dias depois.
Helena estava
terminando de se arrumar para sair com André.
André tinha acabado
de chegar, e no horário certo.
— Bem pontual,
André Gusmão.
— Eu tive que ser,
mas confesso que me adiantei um pouco, estava estacionado há uma quadra daqui,
esperando o horário certo para me aproximar.
— Estava ansioso?
— Você nem imagina
o quanto.
Os dois se
aproximam um do outro.
— Como eu estou?
— Tão linda quanto,
quando nos vimos pela última vez, porém, gostei mais desse estilo casual.
— Obrigada. Levei
em consideração a sua queixa de que eu estava muito formal no nosso último
encontro.
— Então foi um
encontro?
— Na cabeça do meu
primo, foi.
— E hoje, é um
encontro?
— Vamos sair para
jantar, como você mesmo disse. E a propósito, você também está muito bonito.
— Você é muito gentil.
Pronta?
— Claro. Vamos lá.
O restaurante não
era longe da casa de Helena. André, tinha reservado um lugar mais afastado do
salão principal. Os dois pedem o mesmo prato e a mesma bebida.
— Então, Heitor
está feliz que a emergência foi resolvida.
— Tenho certeza que
sim. Ele estava bastante chateado no telefone na noite passada.
— Você conhece ele.
Não quer um desastre ligado à reputação da empresa.
— Claro. Agora,
você se importaria de me dizer por que eu tive que mentir para um de meus
amigos mais antigos?
Helena suspira ao
lembrar de tudo que aconteceu na festa de Jean Martinez.
— Então, como você
deve se lembrar... Eu tenho um filho.
— Joel, certo? O
filho de um homem misterioso que sua família está obcecada em identificar.
— Certo. Eu
engravidei enquanto estava em Windenburg. Ele era um artista brilhante chamado
Marcos Silva.
— Ah, já posso
saber o nome dele? Isso é um avanço.
— Na verdade, não.
A questão é... esse não é o nome verdadeiro dele.
— Interessante. Não
tenho certeza se entendi pra ser sincero...
— Eu vi o pai de
Joel novamente. Em Windenburg.
— Isso deveria ser
uma boa notícia, certo? Uma chance de se reconectar ou pelo menos obter algumas
respostas. — André percebe que Helena estava triste ao falar do pai de Joel.
— Eu dei a ele um
nome falso, e ele me deu um também.
— Uau! O quê?
— Seu nome não é Marcos Silva, e ele não era um pintor promissor em começo de carreira.
— Então, quem é
ele?
— Ele é um cara
importante do meio da hotelaria. Achei que se ficasse com ele, minha família
seria arruinada e seria tudo culpa minha... Acontece que ele é mais rico do que
meu ex-noivo e meu pai juntos. — André parece atordoado com o que Helena estava
lhe contando, e ela continua a falar — Talvez... ele estava se protegendo de
mim. Ele não confiava em mim o suficiente para me dizer quem ele realmente era.
— Você vai confiar
em mim o suficiente para me dizer quem ele é?
Helena respira
profundamente, buscando coragem para falar.
— Jean Martinez.
André olha para
Helena em estado de choque, ele não consegue esconder a surpresa e o espanto em seu rosto.
— Espera. Ele era o
noivo da festa? O que você fez na festa de noivado dele?
— Eu desmaiei!
— Agiu rápido.
— Eu não fingi. Eu
realmente desmaiei! Minha família inteira está caçando ele há anos, e...
— Ele estava bem
debaixo de seus narizes, pelo visto.
— Sim...
— Então você o
conheceu em Windenburg, percebeu quem ele é e não pode contar a ninguém ou sua
família o mataria.
— Mais ou menos.
Heitor não o mataria, mas perderia a amizade com o cunhado, e eu não quero
isso, e quanto ao Lucas, bem... eu acho que ele tentaria sim!
— E o que você vai
fazer? Decidiu fugir em vez de enfrentar? Ou contar para alguém?
— Eu me senti presa,
ameaçada. Eu tinha que sair de lá de alguma forma.
André tenta
diminuir a tensão da conversa.
— Tudo bem. Justo.
Qual é o seu plano agora?
— Não tenho plano,
eu sempre sonhei em encontrar o pai do meu filho novamente, mas o pai do meu
filho era um homem completamente diferente desse que eu vi na festa dos
milionários Martinez... Eu devo enfrentar o que estar por vir, de frente.
— Você tem certeza
de que está pronta? Ele é um dos empresários mais durões do planeta.
— Eu não estou
muito segura, mas se precisar, vou tentar convencê-lo a ver o meu lado das coisas... Espero
que dê certo.
De repente André fica preocupado, ele se dá conta de que Helena corre
riscos.
— Bem, espero que
você esteja certa. Para a sua própria felicidade. — André suspira com pesar, e
continua — Seu filho merece conhecer o pai dele. Toda criança merece... Eu
cresci sem o meu pai e todos esses anos, tudo o que eu queria era conhecê-lo.
Saber se ele me queria.
— Não posso fazer
isso, vou mergulhar minha família inteira no caos.
— Você é
inteligente Helena, vai pensar na melhor forma de resolver essa situação.
— Eu queria ter
esse otimismo... Devo ter feito uma cena e tanto, desabando nos braços dele.
— O que aconteceu
depois?
— Acordei no quarto
dos pais dele, com Heitor, Jena e Lucas me observando muito preocupados, quando
me senti melhor, voltei para a festa de noivado.
— Eu imagino a
preocupação da sua família, eles são superprotetores com você. E ele, Jean, fez
o pedido?
— Não. Mas no
discurso, ele falou sobre o amor não valer a pena, e olhou para mim quando
disse isso.
— Sério? — André
fica pensativo — Você tem uma foto do seu filho no seu celular? Eu gostaria de
ver.
— Claro, tenho
várias! Olha essa de rosto. — Helena escolhe uma foto de rosto completo e
entrega o telefone para André, ele olha a foto de Joel, e rir.
— Mas olha só, o
pequeno Jean?! Ele é a cara do pai, Helena. A única razão pela qual ninguém
percebe...
— É que ninguém
sabe do que aconteceu entre mim e Jean em Windenburg.
— E agora é só um
certo alguém somar dois mais dois.
— Você acha mesmo
que ele perceberia?
— Jean Martinez não
é estúpido. Se ele ainda não percebeu... — André, volta a ficar pensativo —
Bem, eu só estava pensando...
— O que foi André?
— Não é nada.
— Então... Você acha
que sou uma péssima mãe?
— Você só pode
estar brincando né? Seu filho é uma criança feliz, bonito, inteligente e
saudável! Você é uma supermãe, Helena.
— Mas Jean Martinez
pode não levar isso em consideração, se ele descobrir e tentar levar meu filho embora,
não sei o que vou fazer da minha vida... Ele me odeia.
— Joel também é
filho dele, Jean é implacável, mas não é um monstro... Mesmo que ele te
odiasse, pensaria no bem-estar do filho, ele não o roubaria de você. Quando
chegar a hora certa, você terá que contar a verdade ao Jean, é o certo.
— Ei, pensei que
você estava do meu lado!
— Eu estou do seu
lado. Só acho que é a coisa certa a se fazer, senão por vocês, mas por Joel.
— Eu sei..., mas
ainda não chegou a hora certa.
O jantar foi muito
bom. Conversas amigáveis. Comida e bebida em abundância. André leva Helena de
volta para à mansão dos Adams, por volta da meia-noite.
Os dois estavam se
despedindo quando André, solta um assobio enquanto olha para o lado.
— Achei que Heitor
não tinha permissão para comprar mais carros.
Helena se vira, e
ver uma Ferrari verde cara estacionada.
— E ele não tem
mesmo. Estranho... Jena deve ter mudado de ideia.
— E Heitor deve ter
mudado de gosto. Verde não é a cor dele.
— Bem, eles podem
comprar o que quiserem, tem dinheiro de sobra pra isso.
— Sim. Foi ótimo,
Helena. Obrigado por confiar em mim.
— Eu deveria
agradecer. Eu me sinto muito melhor. Obrigada por me ouvir.
— Fique à vontade
para me ligar se precisar conversar. Os melhores amigos sempre atendem.
— Eu ligo.
— É melhor eu ir. Boa
noite, Helena.
— Boa noite André.
Os dois se
despedem.
Helena, sobe as
escadas e vai direto para o quarto dela.
"Eu não mereço um amigo como o André. Ele está sendo tão
compreensivo comigo...".
Helena vai até o guarda-roupas, para guardar sua bolsa.
"Talvez ele daria um ótimo namorado, se eu não tivesse reencontrado
Marcos, mesmo com ele me odiando, eu ainda o amo...".
Ainda se sentindo tonta por causa das bebidas, Helena pensa em ter visto
uma pessoa do lado de fora, na varanda do seu quarto.
— Quem está aí?
A pessoa se
aproxima. Uma voz suave e familiar causa arrepio em sua espinha.
— Você realmente
achou que poderia se esconder de mim pelo resto de sua vida... Ellen?
Continua...
Alguma coisa me diz que esse cliffhanger não vai terminar nada bem pra o André Gusmão. (Shippo Helena e Jean)
ResponderExcluirE quem não shippa? Mas André tem se mostrado um bom amigo né? kkkkk
ExcluirObrigada Tatsumi!
André me surpreendeu, parece ser um bom homem.
ResponderExcluirEle é um bom homem, a Helena poderia até dar uma chance pra ele né?
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