Um Amor em Windenburg 16.
Ainda na noite da festa de noivado.
Helena volta para a festa com Jena, ela procura por Jean, e ver ele
conversando com os pais.
Ele parece sério, perdido em pensamentos.
— Seu irmão é sempre assim?
— Sempre tão sério? Acho que sim. Eu não o
vejo rir faz muito tempo.
— Pois é... É a festa de noivado dele, mas
ele não parece feliz.
— Eu não acho que esteja, Helena. Ele está
se casando por negócios. Eu sei que foi escolha dele e ele leva a sério, mas... no fundo, acho que não é isso o que ele quer.
— Você disse que ele era mais relaxado e
despreocupado. Então... o que fez ele ficar tão sério assim?
— Eu gostaria de saber. Jean não costuma se
abrir, ele engole tudo o que sente e guarda para ele. Pelo jeito que ele fala,
nas raras vezes que comentou alguma coisa, ele cometeu um tipo de erro. Não
faço ideia do que aconteceu.
A conversa acaba,
todos sentem a tensão no ar, as pessoas se posicionam para enfim, ouvir o tão
esperado pedido de casamento.
Amanda Durand, estava cada vez mais impaciente, acompanhada por seu pai,
que também não estava nada satisfeito com o comportamento de Jean.
A mesa de doces já havia Sido trocada duas vezes por comidas diferentes,
os convidados já estavam satisfeitos.
Lucas se posiciona ao lado da irmã, Helena, estava triste pensando no
que Jena disse.
"Então o erro fui eu?... Apenas isso que eu fui para ele, um
erro?"
Joana Blanc Martinez, começa um discurso afim de apressar as coisas,
Jean estava visivelmente tenso, mais do que normalmente ficava, e ainda não
tinha se aproximado de Amanda, nem para cumprimentá-la.
— Sou abençoada com uma família
maravilhosa. Meu marido Marcos é meu melhor amigo há anos.
— Digo o mesmo. —
Marcos Martinez, concorda com a esposa.
— Ele não é apenas
meu parceiro na vida, mas também meu parceiro de alma. Um brinde ao nosso felizes para
sempre, meu amor.
Os convidados
brindam e comemoram.
— Esta noite celebramos não apenas o
lançamento de um livro, mas também o noivado de meu filho Jean com a Sra.
Amanda Durand. Eu gostaria de aproveitar para agradecer a minha filha, que tem
estado ao nosso lado nos bons e maus momentos. Amamos você Jena e Heitor
também, e, claro, os netos perfeitos que vocês nos deram. Obrigada! E ao meu
filho Jean... Você merece ser feliz, mais do que ninguém. Sua dedicação aos
negócios da família é admirável, estaremos ao seu lado não importa o que
aconteça. Boa sorte querido.
— Esse é o momento
que ele deve pedir Amanda em casamento, mas não sei bem o que é... Tenho a
impressão de que isso não vai acontecer. — Lucas comenta em voz baixa com
Helena.
— Como não aconteceria? Jena disse que ele não desistiria de um casamento tão promissor.
"Deus, o meu coração vai sair pela boca, isso parece surreal, ele é
o Marcos, mas esse é tão frio..." — Helena olha
para ele, enquanto ele começa a discursar.
Jean olha em volta, seus olhos penetrantes examinando o lugar. Amanda
mantém a postura e seu pai continua tenso. Jean, respira fundo, mas nada diz,
parece perdido em pensamentos por um momento.
— O que está acontecendo com Jean? Isso
está ficando constrangedor. Ele esqueceu de como fazer um pedido de casamento?
— Joana, estava temendo de que o pedido não seria feito naquela noite.
— Calma querida.
Jean está pensando, e se ele quiser voltar atrás apoiaremos, nosso filho merece
ser feliz com quem ele escolher.
— Sim, ele merece
ser feliz com que ele já escolheu! Nós não planejamos esse casamento para ele,
foi ele mesmo que quis assim, e já deu a sua palavra para o pai de Amanda, o
Sr. Durand. Negócios foram fechados na promessa desse casamento. Então que Jean
cumpra com sua palavra!
— Gostaria de
parabenizar minha mãe pelo sucesso do lançamento do seu romance. Nossa família
sempre foi inspirada pelo romance, pelo amor e pelos felizes para sempre... Uma
vez acreditei em romance de contos de fadas, no amor capaz de te consumir, até
mesmo em amor à primeira vista...
— Amor que faz seu
coração saltar em um momento e se partir no outro seguinte. Almas gêmeas. —
Jean fala com pesar, e não tira os olhos de Helena.
Ela sabe que todas
aquelas palavras eram para ela. — "Eu não sei o que pensar, como processar
tudo isso? Primeiro encontro Marcos, e então descubro que ele não é quem eu
pensava que era... O pai do meu filho, meu único amor... Ele mentiu para mim,
disse que era um artista em começo de carreira, mas na verdade é um milionário,
e muito diferente da pessoa por quem me apaixonei... E mais, ele vai se casar
com outra mulher" — Helena sente um aperto no peito, ela se prepara para o
pedido de Jean.
E quando ele fala
novamente, a voz dele é pura amargura.
— Se você encontrar
o amor, não o deixe escapar. Cuide dele... Porque é isso que todos nós
queremos, certo? O amor verdadeiro? — Jean faz uma pausa e depois continua — Bem,
mas isso é lamentável. Porque isso não é para qualquer um. Temos que saber
lidar com esse sentimento, ele é capaz de fazer o homem mais feliz virar um ser
triste e frio... Ele pode nos arruinar, nos separar, destruir toda esperança de
felicidade que possamos ter!
— Não confiem nos
sentimentos, não sabemos quem realmente é a outra pessoa por quem nos
apaixonamos... Não se deve confiar sua vida a outro ser humano, quando se dá
conta do que está acontecendo você está sozinho. O amor perfeito existe, mas nem
todos o merecem... Se colocar o seu amor nas mãos de alguém, não chore quando
esse alguém o deixar cair, jogar fora tudo o que você acreditou ser verdadeiro.
Helena está em
pedaços, ela sabia que Marcos, nunca mais a amaria daquele jeito como fez em
Windenburg, naquela mesma cidade, há sete anos atrás. Porque ele nunca foi
Marcos Silva.
Um silêncio mortal,
recai sobre todos. Amanda, que antes estava nervosa, agora já tinha perdido as
esperanças, e seu pai já se preparava para uma conversa com Marcos Martinez.
Joana, estava atordoada, ela não podia acreditar no que estava acontecendo.
— Marcos, pelo amor
de Deus, o que está acontecendo com o nosso filho?
— Só ele poderá nos
explicar. Mas se prepare para algumas perdas financeiras, nada que possa abalar
nossas finanças principais. Nós vamos resolver!
— Mãe, pai.
Obrigado por todo o seu amor e por tudo que me ensinaram. — Com uma expressão composta, ele olha
para os pais e as pessoas que estavam presentes, um breve olhar para Amanda.
— Por essa eu não
esperava, ele parecia tão determinado a se casar com ela.
— Eu também não,
mas confesso que estou adorando que meu irmão tenha tomado essa decisão.
— Mas por que ele
só desistiu agora, hoje? Alguma coisa aconteceu aqui.
— Se não aconteceu,
vai acontecer, porque o pai da Amanda não vai deixar por isso mesmo.
— Eu sabia! Ele
amarelou. Não pediu a Amanda Durand, em casamento.
"Não consigo
decidir se estou magoada por ele guardar todo esse ressentimento por mim, ou
emocionada por ele ter desistido de se casar com a bruxa da Amanda Durand. De
qualquer maneira, eu preciso de uma grande dose de bebida!". — Helena
pensa.
— Mãe, pai. Me
perdoem, eu prometo que essa será a última vez que eu os decepcionarei. Vou
arcar com as consequências pessoais, e responsabilidades financeiras.
— Não se preocupe
meu filho, você deve ter um bom motivo para ter tomado essa decisão. — Joana,
que estava aborrecida, logo esqueceu quando o filho a abraçou.
— Vamos conversar
com o Sr. Durand e pedir desculpas para Amanda. Depois conversaremos melhor
sobre hoje. — Marcos, o pai de Jean, fala para ele.
Ele se retira deixando todos confusos. Amanda, se entristece e o pai
fica furioso.
Helena pega uma taça de vinho, ela e Jena vão conversar enquanto Heitor
e Lucas se socializam com os convidados.
— Eu não sei o que
fez meu irmão mudar de ideia, mas confesso que fiquei feliz.
— Por que Jena?
Você não quer que ele se case?
— Quero, mas que seja
com alguém que ele ame, se bem que isso vai ser bem difícil de acontecer!
— Ele é um
homem bonito e bem-sucedido, pretendentes não irão faltar.
— Não falta mesmo,
mas Jean é exigente, e agora com o final desse quase noivado, eu acho que ele
vai se jogar novamente nas farras e mulheradas.
— Então ele é
desses?
— Não costumava
ser, mas de dois anos pra cá, ficou assim. Por cinco anos ele ficou triste e
meio perdido, depois se soltou e só queria saber de festas e mulheres de todos
os tipos, foi quando ele conheceu Amanda Durand, depois ele sossegou e ficou
essa pedra que ele é, frio e calculista.
— Que pena...
— Eu tenho pena,
mas sinto muito mais de quem se envolve com ele, olha só o que ele fez com a
coitada da Amanda?!
Depois de conversarem, as duas voltam para perto de Lucas e Heitor.
Helena precisava inventar alguma coisa para sair da festa, ela queria
voltar para o hotel, pois não estava se sentindo bem, sabendo que seu amor
estava ali e odiando ela.
— Lucas, eu estou
com dor de cabeça, preciso voltar para o hotel. Você pode me levar?
— Sim eu posso, eu
não gostaria que você desmaiasse novamente.
— Não vou desmaiar,
só estou cansada.
— Então vamos.
Lucas levaria a irmã para o hotel.
Chegando lá.
— Você vai ficar
bem?
— Vou sim. Obrigada
por me trazer. Você vai voltar pra lá?
— Não mesmo! Vou
avisar Heitor, que estamos aqui. Na verdade, eu vou aproveitar a hidromassagem
e descansar também.
— Obrigada, Lucas.
Até amanhã!
— De nada maninha.
Nos vemos amanhã!
Helena entra no quarto do hotel e fica pensativa.
"Esse hotel é da família de Jena, portanto, Jean o gerencia... Ele
estava tão cheio de amargura. E se ele descobre que Joel é seu filho? Será que
ele o tiraria de mim? Eu preciso voltar para casa, organizar meus pensamentos.
Como eu sairia daqui sem levantar suspeitas? Já sei quem pode me ajudar!".
Helena liga para André Gusmão.
"Atende logo!"
Apesar de ser bem tarde, André logo atende.
André: — Boa noite, Helena! Leu minhas
mensagens?
Helena: — Boa
noite, André! Li, mas não pude responder, estava na festa, lembra?
André: — Lembro, mas pensou em mim e me ligou,
sentiu saudades?
Helena: — André, eu
preciso da sua ajuda. Invente uma emergência e eu te deverei um grande favor.
André: — Hum... Que tipo de emergência?
Helena: — Uma que
eu tenha que voltar sem levantar suspeitas.
André: — Bem, eu poderia fingir que alguém
morreu. Todo mundo acredita nessa desculpa. — Helena fica em silêncio por um
momento. Ele limpa a garganta.
André: — Isso foi uma piada.
Helena: — Isso é
sério, André!
André: — Ok. Eu te ajudo. Mas espero uma
explicação mais tarde.
Helena: — Combinado.
Apenas seja rápido.
André: — Pode deixar. Mais rápido do que
delivery de pizza. 30 minutos ou o seu pedido sai de graça. Eu te vejo em
breve?
Helena: — Sim.
Obrigada, André. Espero que dê certo.
A ligação termina.
Helena vai para o banho.
Ela se joga na cama depois do banho.
— Deus. O que eu
vou fazer? Se ele descobrir que Joel é o filho dele... Eu não posso deixar isso
acontecer. Perderei minha vida se ele tirar meu filho de mim. A justiça
certamente daria direitos a ele, já que tem muito mais condições para dar uma
vida boa para Joel. Eu senti tanta raiva e mágoa vindo dele... Sonhei tanto com
esse momento, e agora se tornou um pesadelo.
Minutos depois.
Joel entra no quarto com a babá.
— Mamãe! Eu tava
com saudades!
— Me desculpa, ele
não conseguiu dormir, perguntou por você o tempo todo!
— Tudo bem,
querida. Obrigada por cuidar dele.
— Imagina, ele não
deu trabalho, já os primos não posso falar o mesmo! — As duas riram.
— E você mocinho,
se comportou bem?
— Sim mamãe, eu
obedeci a Ana.
— Obedeceu mesmo,
ele é muito bonzinho. — Ana, a babá, concorda com Joel.
Ana se despede de Helena e Joel. Heitor e Jena, chegam e entram no
quarto.
— Ainda estou um
pouco atordoada com tudo o que aconteceu hoje. — Jena entra comentando sobre a
festa.
— Jean estava tão
certo de que iria se casar, não entendo o que fez ele desistir no último
momento. — Heitor comenta.
— O mais estranho é
que, Jean não é disso, ninguém esperava que ele desistisse. O pai da Amanda
ficou furioso, e a mãe que não pôde ir, mas que acompanhava por celular, não
passou bem depois que ele desistiu.
— A Sra. Durand,
preza o bom status social, ela ficou abalada por Jean ter desistido em público
de se casar com a filha deles. Ele deveria ter pedido e depois desistido mais
tarde, mas...
O celular de Heitor
toca. Ele atende.
— Hm, alô? Sim, é
Heitor Adams...
Enquanto Heitor
conversa ao telefone, Jena continua falando — Eu fico com pena da Amanda,
apesar de ser a chata que ela é, mesmo assim não merecia passar por isso.
— O que aconteceu
depois? — Helena pergunta.
— Jean saiu sem
conversar com ninguém, ele parecia extremamente abalado por algo que não
entendemos. Antes de ir embora, ele me deu um beijo na testa e disse que me
amava... meu irmão estava triste, apesar de querer esconder isso.
— Helena, sinto
muito. Temos um problema com uma remessa da Itália.
— Ah?
— A alfândega
confundiu com uma remessa ilegal, e toda a papelada parece ter se perdido. Não
deve ser nada complicado, mas não podemos arcar com o desfalque financeiro de
um atraso. Eu preciso que você volte.
— O quê? Outra
pessoa não pode fazer isso por ela?
— Preciso de alguém
que controle a crise, e ninguém mais está autorizado a fazer isso. Nossos
clientes vão ficar em pânico.
— Tudo bem. Posso
voltar para Willow Creek. Na verdade, eu até ficaria feliz.
— Mas Helena! Você
acabou de chegar, nem aproveitou as piscinas do hotel, nós nem fizemos compras!
— Vamos ter tempo
para fazer tudo isso depois. Primeiro tenho que resolver esse problema, eu amo
meu trabalho nas Indústrias Adams.
— Mas parece que
essa noite não está para brincadeira, não é? E quanto ao Joel? Meus pais estão
contando com ele no almoço de amanhã.
— Eu quero ficar com
os meus tios, e almoçar com os meus avós amanhã...
— Joel, eles não
são seus avós!
— Mas a vovó Joana,
me pediu para chamar ela assim.
— Ah, foi é? —
"A mãe do Jean pedindo ao meu filho para ele chamá-la de avó é uma coincidência
e tanto..."
— Além disso... O
tio Jean disse que me levaria para andar de montanha-russa! Eu tenho que ficar!
Helena olha para
Jena e Heitor, eles aprovam balançando a cabeça.
— Pode deixar que a
gente cuida dele! — Jena tranquiliza Helena.
— Hum... Tudo bem,
você pode ficar, mas já sabe o que tem que fazer, não é?
— Obedecer e me
comportar bem!
— Isso mesmo!
— Oba!! Tio Jean
vai me dar mais presentes!
— Filho, não quero
que peça mais presentes ao tio Jean, certo?
— Eu não peço
mamãe, ele me dá sem eu pedir.
— Então diga a ele
que você não precisa de mais. Diga isso por mim.
— Tá bom, mas posso
ir aos passeios com ele?
— Pode. Sinto muito
em não poder ficar, vou voltar para casa essa noite, mas logo nos veremos.
— Eu não sei...
Você já passou mal hoje, deve estar sobrecarregada com o trabalho. Tem certeza
de que pode lidar com esta situação?
Helena
automaticamente se levanta da cama.
— Estou bem Heitor,
eu posso lidar com qualquer situação do meu trabalho.
— Helena, é viciada
no trabalho, é claro que ela vai resolver qualquer problema da empresa. — Jena
fala.
— Tem certeza
prima, você vai ficar bem?
— Sim, eu vou ficar
bem, contanto que... — "Jean Matinez não perceba que meu filho é filho
dele... Contanto que meu filho volte para mim" — Helena não diz nada
pensando por um momento — "É mais suspeito desaparecer com ele do que deixá-lo
ficar, e além disso, ele já tem planos para se divertir com os primos, tios e
avós...".
— Contanto o quê,
Helena? — Heitor pergunta.
— Vocês vão cuidar
bem do meu filho? Ficar de olho nele?
— Como sempre
fazemos? Sim. Nós o traremos de volta para casa são e salvo em apenas alguns
dias. — Jena responde.
— Na verdade, eu
quero que ele volte com Lucas amanhã à noite. Eu já fiquei longe dele por
muitos dias enquanto vocês estavam em Paris. Eu realmente preciso dele em casa
comigo.
— Nós entendemos
Helena. Eu cuido disso. Obrigado por tudo, por ser o meu braço direito nas
Indústrias Adams, e por ser essa prima tão dedicada.
— De nada! — Helena
rir — Deixa eu me despedir do meu filho, e depois vou fazer as malas.
Continua...
Acho que Helena deveria falar com Jean não fugir isso pode complicar as coisas ainda mais.
ResponderExcluirEu também acho, ela deveria conversar sobre o que aconteceu, porque se afastou. Obrigada Néia!
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