Um Amor em Windenburg 13.
Um dia se passou depois que a família voltou de viagem. Era terça-feira,
18:00.
Helena não tinha conversado com Jena, sobre a ligação que recebeu de
Jean, ela tinha acordado bem cedo para ir trabalhar, e só se viram no final da
tarde, no jantar.
— Helena, soube que meu irmão falou com
você? Joel me contou.
— Sim, ele ligou
para o celular novo que deu para Joel. Ele parecia ser um homem bom, muito
educado ao telefone.
— O que eu disse? Ele adora o Joel.
— Sim, e não me
disseram que eles ficaram tão próximos.
— Ah sim, eles se
deram muito bem. É apenas uma questão de tempo até que você se torne um membro
da família agora. Todo mundo quer te conhecer, especialmente depois do discurso
que seu filho fez sobre você...
— Joel contou a
todos os Martinez sobre mim? O que ele disse? — "Espero que não tenha
falado nada sobre o fato de não sermos mais da família Leão, e nem sobre ele
não ter um pai presente...".
— Ele disse apenas
coisas boas. Eu juro. — Heitor acalma a prima.
— Ele não parava de
te chamar de a mãe mais linda do mundo. Ele disse que a mãe dele era mais
bonita do que qualquer outra mulher que Jean já conheceu. Deixou ele sem
palavras imediatamente.
— Eu só disse a
verdade, mamãe! — Joel ouviu um pouco da conversa, ele não estava prestando
muita atenção.
— Ah, meu filho é
um amor.
— Ele puxou à mãe.
Você é casca grossa, mas por dentro é como um marshmallow, Helena.
— Ah, cale a boca
Heitor! Não que isso importe. Tenho certeza de que ficarei solteira por muito
tempo.
— O que te faz
pensar isso? Eu conheço pelo menos uma dúzia de homens que se apaixonariam por
você em um instante.
— Adoraria te
apresentar para o meu irmão, mas você merece alguém melhor, não alguém tão
cruel com as mulheres. — Jena fala.
— Jean está noivo,
não é? É por isso que vamos a essa festa mês que vem.
— Ah, quem se
importa? Ele ficaria apaixonado por você em um piscar de olhos.
— Você realmente
acha, Jena?
— Eu tenho certeza,
mas você não deveria escolher qualquer um. Há muitos Homens bons para você por
aí.
— Honestamente, só
estou preocupada que o Joel tenha uma presença paterna na vida dele.
— Tenho certeza de
que você encontrará um homem que vai amar o Joel tanto quanto ele amará você. —
Heitor dá esperanças a prima.
— Mesmo se não for
assim, tudo bem. Se eu criar meu filho direito, considerarei minha vida um
sucesso.
— Não feche
totalmente seu coraçãozinho, minha prima. Quem sabe essa festa de noivado pode
ser boa para conhecer gente nova.
— Pois é, o homem
de que você precisa pode estar logo ali. Você vai conhecê-lo mais cedo do que
pensa. — Jena entra novamente na conversa.
— É? Você tem
alguém em mente?
— Não. Mas o destino
deve ter.
— Vocês estão tão
enigmáticos!... E o meu lugar à mesa?
— Você não vai jantar com a gente hoje!
— Mas por quê?
— Sua reunião com
André Gusmão é em uma hora. Lembra? A reunião de negócios?
— Ah droga! Eu vou
chegar atrasada, não vou?
— Parece que sim.
— Tudo bem, aproveitem o jantar! Eu vou me
apressar em me arrumar.
— Te vejo mais
tarde mamãe?
— Sim meu filho,
coma tudo e depois escove os dentes!
— Tenha certeza de
que ele veja nosso orçamento anual! E se vista bem!
— Deixa comigo
chefe!
"Preciso me arrumar em meia hora. Eu consigo!".
"O que eu vou vestir? Pensa Helena. Heitor disse que é um jantar de
negócios, e que eu devo me vestir bem, então...".
Quase meia hora depois:
— Acho que assim está bom. Foi o máximo que
pude fazer em 30 minutos!
Helena iria de táxi. Heitor preferiu assim, e o táxi já estava esperando
por ela.
Demorou mais do que o planejado para ela chegar ao restaurante.
"Estou atrasada para uma reunião, mas tenho certeza que está tudo
bem. Vou apenas pedir desculpas. Então, quem será ele?".
Helena entra no restaurante. A atmosfera maravilhosa e o aroma delicioso
são quase suficientes para restaurar a calma dela. Quase. A atendente já tinha
informado para Helena, o número da mesa onde André Gusmão esperava por ela.
"Heitor me deu esse trabalho depois que meu pai me renegou. Ele
acreditou em mim quando ninguém mais acreditou. Então eu não posso estragar as
coisas... E eu não vou!".
Helena caminha em direção a mesa onde a atendente disse que André Gusmão
estaria.
— Sr. Gusmão?
— Ah. Você deve ser a estrategista
corporativa de Heitor. Eu sou André.
— Helena Leão.
Prazer em conhecê-lo. E... desculpe, estou atrasada.
— Não se preocupe com isso. Vamos sentar?
— Não quero ser rude, mas esperava alguém
um pouco menos... Formal.
"Formal? É por causa da forma como o cumprimentei?".
— Desculpe. Isso é um problema?
— Não, de forma
alguma. Disseram que seria uma reunião mais casual, ou algo assim...
"Eu não
entendo... Eu sei que Heitor mantém as coisas casuais, mas..." — Hum... me
perdoe, mas algo parece um pouco estranho sobre essa reunião.
— Acho que sei por
que não estamos na mesma página. O que Heitor te contou sobre esta noite?
— Ele me disse que
confiava em você e insistiu que nos encontrássemos esta noite para conversar
sobre rotas marítimas para a Ásia.
— Claro que sim.
— Algo errado?
— Você disse que
seu sobrenome é Leão?
— Sim. Embora eu
não trabalhe com Leão Inc no momento, e...
— Você é parente de
Lucas Leão, por acaso?
— Ele é meu irmão.
Por que a pergunta?
— Então você é
parente do Heitor também.
— Sim. Heitor e eu
somos primos.
André cai na
gargalhada, tentando contê-la para não constranger Helena.
— Algo errado, Sr.
Gusmão? Não posso deixar de sentir que você está rindo de uma piada que eu não
sei.
— Meus negócios na
Ásia não estão operando no momento. Não por pelo menos 4 meses.
— Então... esta
reunião é completamente inútil nesse momento. Heitor sabe disso?
— Isso mesmo. Claro
que ele sabe!
— Mas ele me enviou
para olhar seu portfólio de contêineres.
— Pois eu garanto
que esse portfólio não existe. — André se diverte com a situação, enquanto
Helena, se contorce de vergonha e frustração — Seu primo me disse essas
palavras: "Vista-se bem, cause uma boa primeira impressão".
Helena sente um
aperto no estômago e de repente começa a suar, quando percebe o que está
acontecendo. — Ele marcou um encontro!
— Isso mesmo.
— Eu juro... Sinto
muito por isso, André.
— Não há nada para
se desculpar. Heitor é quem deve desculpas a você.
— Eu vou matar
Heitor Cortez. Guarde minhas palavras!
— Deixe uma parte
do serviço para mim, por favor.
Depois de tudo
esclarecido, Helena presta mais atenção em André Gusmão — "Na verdade, ele
é bem fofo. Eu gostei dos olhos dele, e de mais algumas coisas...".
— Eu deveria ir.
Isso tudo não passou de uma brincadeira então...
Quando Helena tenta
se levantar da mesa, André toca suavemente a sua mão.
— Já estamos aqui,
Helena. Tenho certeza de que você teve um longo dia. Por que não relaxar?
Helena não puxa a
mão de volta e observa ele falar.
— Podemos tramar o
assassinato de Heitor, se isso te faz sentir melhor.
— Isso é tentador.
Bom, no mínimo, podemos ter um boa noite e usar o dinheiro do Heitor para pagar
a conta.
— Você já quer
estourar a conta do seu cartão de crédito corporativo? Gosto assim.
Helena e André
olham o menu, vendo todas as opções de pratos italianos. Depois de alguns
minutos, eles escolhem e pedem para o garçom. Ela pediu almondegas ao molho de
tomate, chamada de "polpetta" pelos italianos, e André pediu lagosta,
com molho especial da casa.
— Sinto muito por desperdiçar
seu tempo. Espero que a comida esteja boa, pelo menos.
— Você não está
desperdiçando meu tempo, André. A culpa é do Heitor.
— Mas nós o amamos muito para realmente
matá-lo, certo?
— Depende... O quanto você o ama? Vocês são
amigos?
— Éramos
companheiros de fraternidade em Britechester. Dividimos um apartamento por um
tempo depois.
— Acho que ele não
estava mentindo quando disse que confiava em você.
— Talvez ele possa ter me confundido com
outra pessoa. E se eu for secretamente um assassino?
— Bem... Eu também
sou uma condenada fugitiva.
— E eu que pensei
que uma vida como criminoso me tornava único.
— Tenho certeza de que há muitas mulheres
por aí querendo conhecer alguém com essa descrição.
— Você acha?
— Claro! Não é algo
fácil de se encontrar por aí.
O jantar estava
agradável para os dois, Helena e André estavam gostando da companhia um do
outro.
O garçom recolhe os
pratos da mesa, e depois eles pedem vinho. André ergue a taça, sorrindo.
— Aos novos amigos.
— Helena comemora.
— Saúde! — Os dois
brindam.
— Posso te fazer
uma pergunta? Na verdade, mais de uma.
— Claro!
— Heitor me disse
que você tem um filho.
— Sim, eu tenho. É
o amor da minha vida.
— Deve ser um bom
garoto.
— É sim, encanta a
todos que o conhece.
— Deve ter herdado
esse encanto de você. Quantos anos ele tem?
— Ele vai fazer
sete este ano. Somos muito próximos um do outro, deve estar me esperando para
dormir.
— E eu aqui,
tomando o seu tempo.
— Não, você não está.
Ainda é cedo, ele costuma dormir tarde quando está de férias. Além disso, estou
aqui pela comida.
— Ah, assim você me
magoa, Sra. Leão. Embora, verdade seja dita, estou aqui pelo vinho. — André,
rir e continua falando — Pelo visto o pai não é muito presente?
— Não mesmo.
— Não quis me
intrometer.
— Mas você vai.
Todo mundo sempre faz isso. Verdade seja dita, não consegui contar a ninguém o
que aconteceu... É um assunto delicado.
— Deve ser difícil.
Toda essa dor e ninguém para conversar.
— É mesmo.
— Bem... Se você
não se importa que eu pergunte, o que aconteceu com ele? Com o pai do seu
filho? Como é o nome dele, do seu filho?
— Joel. — Helena
olha para André, ele inspira confiança a ela — "Estou morrendo de vontade
de contar minha história a alguém... Eu preciso desabafar. E André parece ser
uma boa pessoa, algo me diz que vale a pena tê-lo ao meu lado. Esse sentimento
estranho e incômodo... é como quando conheci Marcos".
— Helena? Tudo bem, não precisamos
continuar com essa conversa. Me desculpe.
— Tá tudo bem...
Não sei onde está o pai do Joel. Não o vejo há sete anos.
— Ele te abandonou? — André pergunta, indignado.
— Não exatamente.
Tive um romance de contos de fadas em Windenburg, eu estava fugindo da minha
vida como, uma Leão. Usei um nome falso, conheci um cara, me apaixonei, passei
dias incríveis e noites mágicas com ele e... fui embora.
— Sério? Você deu a
ele um nome falso? Que confusão.
— Nem me fale. Lucas
e Heitor ainda querem caçá-lo e acabar com ele.
— Você nunca tentou
encontrá-lo ou contar que teve um filho?
— Quando descobri a
gravidez, tentei entrar em contato com ele, mas o número do telefone não
existia mais, então eu desisti. E também, o que eu diria a ele?
— Que tal: Oi, nós
fizemos sexo algumas vezes, aqui está a sua adorável criança?
— Fofo, mas não o
suficiente. Fiquei com muita vergonha, e com medo... Eu estava noiva de um
Marques. Era para ser um casamento de negócios, arranjado pelo meu pai.
— Pelo que eu sei
sobre famílias de hotéis de luxo, você está falando do... Fernando? Ele é mais
ou menos da minha idade, deve ter trinta anos?
— Bingo! Ele não
era o pai do meu filho e, obviamente, ele não gostou. Cancelou o casamento
quando descobriu.
— E o pai...
— Ele era apenas um
cara simples, tentando viver com as próprias pernas, estava até ficando famoso
com seu trabalho...
— Famoso?
— Eu não queria ser
um peso para ele.
André olha
pensativo para Helena — Se ele te amava, tenho certeza de que não pensaria
assim.
— Meu pai me isolou
de sua vida, e meu amante estava apenas começando a carreira artística dele. Eu
teria arruinado o estilo de vida dele, roubado seus sonhos...
— Você não tem como
saber isso.
— Acho que nunca
saberei. Eu tentei André, tentei encontrá-lo, mas simplesmente não tive sorte,
e depois de um tempo, desisti e parei.
— Tenho certeza de
que seu filho compensa a ausência do pai em sua vida.
— Verdade. Meu
filho é o único homem de que preciso.
— Nesse caso, direi ao Heitor para parar de armar encontros para nós. — Helena sorri sem graça ao olhar para André, os dois terminam o jantar.
— Você deveria ser
psiquiatra, com certeza se sairia bem. Agora eu preciso ir, já é tarde.
André paga a conta,
mesmo que com Helena se oferecendo para pagar, ele recusa, e depois a
acompanha.
— Sabe, eu acho que não seja para mim.
— O quê?
— Ser psiquiatra.
— Você é sempre tão
bem-humorado?
— Sou uma pessoa
cronicamente feliz. É uma bênção e uma maldição, pelo menos sou assim hoje em
dia, mas já fui diferente... Meu pai e eu... não temos o melhor relacionamento.
— Por quê?
— Nunca o conheci
até o colégio, eu fazia parte da família secreta dele, o filho de uma amante.
Então sua "verdadeira" esposa e filho faleceram, e de repente ele me
queria na vida dele.
— E isso te magoou?
O fato de ele querer finalmente conhecer você?
— Ele basicamente
me comprou junto com minha mãe, ele sabia que precisávamos do dinheiro para
sobreviver. Eu precisava de renda, ele precisava de um herdeiro, era puramente
comercial, negócios frios, cruéis e egoístas. Ele sabe ser um investidor, mas
não sabe ser um pai.
— Não falo com meu
próprio pai há 7 anos.
— Por causa de
Joel, certo?
— A última coisa
que ele fez foi tentar me dá um tapa. — Helena sente uma tristeza, ao lembrar
do que aconteceu — O que está fazendo comigo, Sr. Gusmão? Acabamos de nos
conhecer.
— Viu? Já somos
melhores amigos. — André rir — Até que nosso primeiro encontro não foi tão
ruim, foi?
— Não foi um encontro, André. Não de
verdade, pelo menos.
— Talvez, mas foi
muito bom mesmo assim. Eu tenho uma pergunta.
— Certo. Diga.
— Você está
procurando um relacionamento? Você não parece emocionalmente disponível para
mim, mas... bem, pensei em perguntar. Se você estiver interessada, é isso... em
qualquer pessoa, quero dizer. Não em mim necessariamente... Estou apenas
curioso para saber como está seu coração atualmente. Isso é tudo.
— Sinceramente...
Ainda tenho medo de me relacionar com alguém, seria preciso um homem muito bom
para eu me interessar.
— Entendo o seu
medo, mas que nível seria esse, bom? Se você estiver aceitando recomendações,
tenho boas referências.
Helena rir do jeito que ele fala.
— Acho que vou precisar de um tempo para
decidir se essas referências não são... tendenciosas.
— Opa. Posso
precisar de novas referências, então.
— É um processo
rigoroso. Poucas pessoas conseguem passar por elas.
— Se quiser jantar
de novo uma noite dessas, sabe para quem ligar, seja por amizade ou algo mais,
estou no jogo. Você é uma companhia maravilhosa. Posso te levar em casa, se
quiser?!
— Obrigada, André.
Você também é uma excelente companhia. Quanto à carona, eu vou no mesmo táxi
que vim, Heitor fez questão de pagar ida e volta.
— Pode deixar, eu
vou ter uma conversa com Heitor amanhã.
— Obrigada, pela
companhia, Sr. Gusmão, foi uma noite agradável.
— Você também é uma
boa companhia, Sra. Leão. Espero vê-la novamente algum dia.
— Provavelmente
sim. Tenha uma boa noite, André.
Continua...
Quero mais capítulos, agora sei quem é o pai do Joel
ResponderExcluirObrigada Ana! Hmm quem será? kkkk
ExcluirAndre parece muito fofo e um pedaço de mal caminho, mas acho que Helena esta sendo ingênua se abrindo om ele, não se deve confiar em homens no primeiro encontro ainda mais de negócios kkkkkk.
ResponderExcluirPois é, ela estava tão sufocada com esse segredo de Windenburg, que já foi logo confiando no André. Agora é esperar pra ver.
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