Um Amor em Windenburg 12.

 




"Já chegaram!".




As portas se abrem, e a família estava de volta ao lar.




Mamãe! Mamãe!



Helena corre para abraçar o filho.

Que saudade meu amor! Como você está?



Eu me diverti muuuiiitooo! Ganhei um monte de presentes!




Mesmo? Aposto que seus tios te mimaram demais, como sempre?

— Eu tenho um novo caderno, e um macbook e uma prancheta de desenho digital!

Do que você está falando, filho?

— Tio Jean me deu! Ele é tão legal.




Helena não gosta muito do que ouve, eles se sentam para conversarem sobre a viagem e os presentes que Joel ganhou.

Então filho, me conta que presentes são esses que você ganhou?

— Tio Jean deu presentes pra todos nós, mas pra mim ele deu algumas coisas dele!

— Coisas dele?

— É mamãe! Ele me deu um macbook que não usava mais, me deu uma prancheta de desenho digital, lápis de pintura e outras coisas.

— Mas por que ele deu tudo isso para você?

— Porque o tio Jean é muito legal, ele também gosta de desenhar, eu disse que gosto de fazer desenhos e fiz um pra ele.

— Não foi nada demais Helena, meu irmão adorou o Joel, e quis presenteá-lo por ser tão educado e adorável, simplesmente isso! — Jena tentou explicar para Helena — Heitor, vai lá pegar os presentes do Joel, por favor amor?!

— Tá bom, já volto!



Heitor foi pegar os presentes mais caros que Joel ganhou do seu tio, Jean.



Minutos depois:

Eu não posso aceitar esses presentes, essas coisas são caríssimas! Joel você não deveria ter aceitado.

— Mas mamãe, você disse que tenho que ser educado e agradecer?

— Sim meu filho, mas esses presentes não são para crianças!



— Helena, o meu irmão amou tanto o seu filho, ele não costuma ser tão amoroso assim, não mais... Talvez ele tenha sido um pouco extravagante, mas foi porque gostou muito do Joel. — Jena tenta acalmar Helena para que ela aceite que Joel fique com os presentes que Jean, o irmão dela, deu.

— Eu agradeço muito por isso, mas não quero acostumar o meu filho a ter coisas que eu não posso comprar, só esse macbook é uma fortuna!

— Mas mamãe ele não usava mais, deixa eu ficar com ele por favor?

— Tá bom filho, eu vou dar um jeito de pagar os presentes que o tio Jean deu para você.

— Ele não vai deixar você pagar, Jean é teimoso demais. Honestamente? Acho que Jean está apaixonado pelo seu filho, e só queria mimá-lo, o macbook nem é usado, estava na caixa ainda. Jean nunca foi assim nem com os sobrinhos. — Heitor fala a favor de Joel.

— Tudo bem então, mas eu gostaria que ele tivesse conversado comigo primeiro. — Helena finalmente concorda em ficar com os presentes, mas ainda está muito chateada.



— Helena, Joel é nosso sobrinho, na verdade é como nosso terceiro filho, e vamos comprar presentes caros para ele, assim como compramos para Higor e Hugo. Se você está tão chateada assim, posso tentar pagar o Jean.

— Não, não. Você tem razão estou sendo muito dura, mas é que... tenho medo de não poder sustentar isso, não sou mais uma Leão, lembra?

— Vocês sempre terão o nosso apoio e a nossa proteção, não precisa se preocupar. — Heitor a conforta.



— Obrigada primo. Jena, agradeça a seu irmão por mim, foi um belo gesto. Fico feliz com toda a atenção que meu filho recebeu, Joel não tem muitos homens na sua vida para admirar.

— Você poderia entrar em contato com o pai biológico dele, aquele vagabundo errante.

"Lá vem o Heitor com esse assunto de novo? Eu não quero começar uma discussão na frente do meu filho" — Helena não gostava de falar sobre o pai de Joel, na frente dele. — Heitor, eu sei que você tem boas intenções, mas vamos parar por aqui, por favor? Esta não é a hora para falar sobre isso.

— Mamãe posso ir jogar com meus primos?

— Claro filho, mas não fique por muito tempo, você precisa descansar da viagem.



Não estou cansado mamãe, mas não vou demorar.

— Daqui a pouco vou no seu quarto arrumar as suas coisas e os presentes que você ganhou.

— Tá bom, aí você me chama no quarto dos meninos?

— Chamo sim.



Depois que as crianças saem da sala:

— Helena você sabe tão bem quanto eu que...

— Heitor, não diga essas coisas na frente do meu filho, ok? Ele não precisa ouvir.

— Eu não consigo perdoar esse homem pelo que ele fez com você, Helena.

— E eu não vou te perdoar se você começar a falar sobre meu ex amante perto do meu filho! Que fique bem claro. Eu amei o pai do meu filho... Eu ainda o amo. Joel precisa saber que ele nasceu de um amor verdadeiro e que nunca foi abandonado. Portanto sem mais comentários. Entendeu?

— Tudo bem, eu sinto muito, serei mais cuidadoso. Joel é uma criança maravilhosa, um menino incrível, não merece ficar triste com essas conversas sobre o vagabundo do pai dele.

— Heitor?!

— Tá bom, já parei!

— Ótimo. Chega dessa conversa!



Agradeça por Lucas não estar aqui, ou você ouviria um sermão seis vezes ao dia. Jena lembra Helena, de que Lucas pensava igual a Heitor, em relação ao pai de Joel.

— Sim, ou doze. Helena concorda.

— Joel pode não ter um pai, mas ele tem a todos nós. — Jena conforta Helena.

Sim meu amor, Joel é como se fosse nosso, ele sempre terá amado por todos nós. — Heitor concorda e reforça o que a esposa diz.

E ele é bem-vindo na minha família também! Até Jean o adorou, e eu achava que ele tinha um coração de pedra.

— Por que você continua dizendo isso? Seu irmão é tão frio assim?



— Bem, tudo meio que aconteceu a alguns anos atrás. Ele apenas se fechou e ficou distante. Ele começou a ser descuidado e ruim com as mulheres que se envolveram com ele. Jean não consegue ver um futuro com ninguém. — Jena olha para o marido e lembra do passado — Ainda bem que o nosso casamento deu certo, apesar de ter sido arranjado, mas já nos amávamos sem saber que estávamos prometidos um para o outro. Nós tivemos sorte.

Mas não é o caso de Jean, aquele homem é incapaz de se apaixonar.

— Até parece, Heitor. Ninguém é incapaz de se apaixonar. Helena discorda.

— Bem, Jean talvez, ele é um caso sério, Helena, você não conhece a peça. — Heitor olha para a esposa e percebe que falou demais — Desculpe, querida. Jean é apenas... Você sabe como ele é.

— Eu sei. Tentei mudar a cabeça dele há meses, ele não a ama, mas já se decidiu. — Jena lamenta pelo irmão se casar sem amor.

— Ok! Eu já falei demais e agora vou para o meu quarto. Fui!! — Heitor se retira.



Está tudo bem Helena?

— Agora que meu pequeno está em casa, estou bem. Joel é meu coração e minha alma, por ele tudo vale a pena.

— Isso mesmo, pelos nossos filhos tudo tem que valer a pena.



Obrigada Jena, você sempre me ajudando com minhas dúvidas, com meus problemas... Vocês são a família que qualquer pessoa queria ter.

— E você é a amiga que qualquer mulher queria ter, você e Joel são nossos amores e ninguém toca em vocês sem antes passar por nós!



As duas se abraçam. A amizade era verdadeira entre Helena e Jena; Helena e Joel tinham três pessoas que os amavam e os protegiam: Lucas, Heitor e Jena.



Mais tarde no quarto de Joel.

"Eu ainda estava pensando se ia dar um notebook para ele, e de repente me aparece com um macbook... nem sei como vou fazer para controlar o acesso dele na internet?".



Enquanto Helena olhava para os presentes que seu filho ganhou, ela ouve um zumbido vindo da mesa perto da TV.

"Mas o que é isso? E esse telefone? Eu não dei um telefone caro para Joel!" — O telefone continua vibrando, alguém estava ligando — "O que eu devo fazer, atender para saber quem está ligando?".



"Vou atender! Certamente, essa pessoa que está ligando foi o mesmo que deu o celular para ele: Jean, irmão de Jena!".



Helena atende o telefone, mas não fala nada. Do outro lado da linha, ela ouve uma voz masculina grave e autoritária, que a faz sentir um calafrio.

Conversa ao telefone:

Jean: — Ei, amiguinho. Como vai você?

Helena: — Oi? Quem é?

Jean: — Opa! Você deve ser Helena.

Helena: — E você é?

Jean: — Jean Martinez, muito prazer. Sou irmão de Jena.



Helena: — Bem, oi...Sim, sou a mãe do Joel. Eu estava vendo os presentes que você comprou para ele, mas esqueceram de me mostrar esse último: o celular! São caros, eu insisto em te pagar. — Jean ri, há algo caloroso e reconfortante no som do sorriso dele, e Helena fica à vontade, mais calma.

Jean: — Não se preocupe. Dinheiro não é nada comparado à alegria no rosto daquele garotinho quando dei os presentes a ele! E quanto ao celular, o dele não estava em boas condições, então não custava nada dar um melhor de presente. É um prazer ter seu filho por perto, ele iluminou cada cômodo deste imenso apartamento.



Helena: — Bem... Ele é mesmo adorável, e eu me orgulho muito dele.

Jean: — Nem todo mundo tem um ótimo filho como ele. Imagino que a maioria das pessoas sinta inveja, apesar de amar muito os meus sobrinhos que não são muito mais velhos do que ele, eu nunca conheci uma criança tão educada e adorável. Você pode dizer a ele que liguei? Eu prometi que faria isso quando ele chegasse em Willow Creek.

Helena: — Eu...Sim, direi a ele que Jean Martinez ligou.

Jean: — Ele me chama de tio Jean. Espero que esteja tudo bem. Foi coisa da Jena, não minha... Eu não teria a pretensão de...

Helena: — Não, tudo bem. Sua irmã é como... uma irmã para mim, e podemos muito bem ser uma família aos olhos de Joel.

Jean: — Obrigado, Helena. Você está fazendo um trabalho maravilhoso como mãe.



Helena: — "Algo em sua voz soa tão familiar... o que é?" — Ela pensou

— Hum, antes de desligar...

Jean: — Sim?

Helena: — Já nos encontramos antes?

Jean: — Desculpe?

Helena: — Sua voz me parece familiar... Eu só...

Jean: — Não tenho certeza. Você é parente do Heitor, certo? Prima dele?

Helena: — Sim. Eu sou prima de Heitor, pelo lado do pai dele, e sou irmã de Lucas.

Jean: — Já ouvi muito sobre você, mas acho que nunca nos esbarramos por aí. Ultimamente estou dividido entre três cidades: San Myshuno, que é onde moro, pelo menos costumava ser, Paris, a cidade em que nasci, e Windenburg, onde adquiri alguns bens imobiliários. Você já esteve em alguma delas?



Helena: — Sim, em todas! Mas já faz muitos anos.

Jean: — Com certeza vou convidar vocês para conhecerem uma das minhas propriedades de Windenburg, qualquer dia desses. Tenho certeza de que vocês vão adorar a cidade.

Helena: — Joel e eu, ambos nos divertiríamos muito, tenho certeza.

Jean: — Foi bom conversar com você, Helena.

Helena: — Obrigada. Igualmente.



Helena desliga o celular, sentindo-se estranhamente encantada e ao mesmo tempo triste. Jean Martinez, não se parece em nada com o homem rude que Jena descreveu, na verdade ele trazia lembranças do único amor de Helena.



Horas mais tarde:

Já era noite, e Joel precisava dormir.



Filho, você não me contou sobre o celular?

— Mamãe me desculpa, o meu quebrou, então meu tio Jean me deu esse novo. Você está brava comigo?

— O seu quebrou? Como?

— Ele caiu quando eu estava brincando com os meus primos...

— Tudo bem meu filho, eu não estou brava com você, mas deve ter mais cuidado com suas coisas, principalmente com esse celular novo, é muito caro e se você quebrar não terá outro assim. O seu tio Jean, ligou e conversou comigo, ele me pediu para dizer a você que ele ligou.

— Você conversou com ele? Viu como ele é legal?

— Sim, ele é um homem bom. Mas Joel, o seu celular é para emergências, ou para falar com a família, não deve passar seu número para estranhos.

— Mas mamãe, o tio Jean não é um estranho.

— Agora não é, mas você deveria me consultar antes, não passe para mais ninguém. Ouviu? Você promete?



— Sim, eu prometo mamãe. Eu te amo muito, muito!

— E eu te amo muito, muito, muito mais! Agora vai dormir e descansar da viagem.




Joel agora iria descansar.



"Ele gostou tanto desse tio Jean..., mas ele é um bom homem, sendo irmão de Jena, eu não posso esperar menos do que isso. E pelo pouco que conversei com ele, já percebi que é mesmo especial... me fez lembrar do meu Marcos... A voz, o jeito de falar, era tão parecido. Eu nunca vou deixar de amar esse homem?".

 

 

Continua...


Comentários

  1. Não faço ideia se esse Jean é confiável ou não más por enquanto vou confiar na descrição que a Jena deu dele. Abre o olho Helena.

    Helena vai mesmo ter que dar um jeito de controlar o acesso do Joel a internet. Criança na internet sem supervisão é muito perigoso. Uma dica é levar esse equipamento todo em um técnico e pedir pra ele instalar programas que ajudem ela a ter esse controle.

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    1. É complicado monitorar ceianças, mas se precisar ela vai conseguir sim. Obrigada Tatsumi!

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  2. Sei não viu esse Jean ai, tomara que ele seja uma pessoa boa.

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    1. O Jean? Talvez seja sim, pois é irmão da Jena, que é um amorzinho com a Helena. Será? kkkk

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