Os Descendentes 22.

 




Depois da conversa que teve com os irmãos. Hakon levou Raquel até a cela de Therian, para que ela visse como ele era.





Ele sente a forte presença de Hakon, e até para ele, um híbrido, a presença do príncipe era assustadora e temida.




— O que está acontecendo? Por que ele tá assim, tão assustado? Você Deve ter torturado o demônio, não é?... Mas eu não vejo marcas, manchas. Nenhum sinal de espancamento!

Raquel achou estranho que o elfo estava aterrorizado, como se estivesse vendo algo horrendo. Hakon não respondeu às perguntas dela, mas sabia o porquê de Therian, estar daquele jeito.



O príncipe dos Astaroth, sabia se impor quando queria, ocultava o seu lado sombrio para Raquel, mas os outros sentiam na proporção e com a intensidade que ele queria, um simples olhar para uma pessoa fraca, poderia enlouquecê-la.




— O que você vai fazer com ele?

— Será julgado.

— Vai matar?

— Sim.

— Olhando assim dá pena, mas eu sei como são essas criaturas. Eles matam sem piedade.

— Vamos, Raquel! Teremos que fazer uma viagem ao reino deles. Deixe esse infeliz aí!

— Sim, vamos!




Antes de partir para Lothlórien, Raquel pediu para conversar com Renata e ver Manuela, e Hakon atendeu ao seu pedido.




Raquel e Renata conversavam em frente ao quarto que Manuela estava.

Então Renata, que coisas boas aconteceram com a Manuela?

Ela mudou...

— Deve ter mudado mesmo, assim como você mudou quando se transformou!

— Não foi uma simples mudança, ela não é uma vampira comum.

— Tá, o que significa não ser uma vampira comum? Eu tô começando a ficar mais preocupada do que já estava!



A Manuela foi transformada por um vampiro híbrido, um elfo filho de um vampiro...

— Sim, eu sei disso. Hakon me levou para ver ele pessoalmente!

— Então, ele deu alguns poderes extras a ela, mas Manuela teve uma ajuda mais do que especial, ela tem o sangue de Armin Astaroth, ele finalizou a transformação dela, e isso fez com que ela sobrevivesse a transformação, que na idade dela, Manuela não teria a menor chance!

— E...?

— Ela não é mais uma adolescente. Manuela agora é uma mulher, e muito linda por sinal, tanto que Armin, se apaixonou por ela, e agora pede a guarda de Manuela, porque Hakon pode decidir findar a vida dela a qualquer momento!




— Ele não vai fazer isso!

— Hakon Astaroth, é a supremacia entre as raças, ele é o juiz, é quem decide o futuro de quem desobedece ou mostra ser uma ameaça ao equilíbrio, se ele quiser acabar com a vida de qualquer ser, ele pode.

— Eu sei o que ele é, apesar de achar tudo isso um absurdo, surreal demais! Mas ele não vai dar fim na vida de ninguém que eu gosto!

— Se você pedir, eu sei que ele vai fazer o que puder para te agradar, mas certas decisões não dependem apenas dele...

— Você está me confundindo Renata! Disse que ele é a lei aqui, e agora diz que não depende apenas dele?




— Como você pode ver, Jacques é o mais velho, um ser incrivelmente poderoso, ele tem muita influência sobre o irmão, Hakon leva a sério as decisões de Jacques, dificilmente o contraria, os Astaroths obedecem às leis das raças, eles são impiedosos com quem não obedecesse.

— E você acha que Manuela pode infringir alguma lei?!

— Ela ainda está sendo observada, mesmo que esteja sob a proteção de Armin, se não se encaixar, vai ser eliminada.




— Eu não quero que isso aconteça, mas se ela realmente for uma ameaça aos humanos, não vou me impor!... Mas e quanto a você, Renata, você está diferente?!

— O príncipe Hakon Astaroth, me deu um anel com feitiços poderosos, estou mais forte, mais resistente e me sentindo ótima!

— Nossa, que bom Renata, ele não me disse isso!

— O nosso príncipe não costuma falar sobre os feitos dele, ele apenas faz. É um homem incrível!... Deu para mim e para o Brandon.

— O seu príncipe Hakon, não o meu! Que ótimo que ele finalmente conseguiu ver o seu valor, minha irmã querida.




— Mas tudo isso, graças a você, minha irmãzinha cabeça dura!

— Foi graças a minha cabeça dura, que eu encontrei você!

— Eu tive tanto medo, mas agora estamos bem, eu amo você Raquel!

— Eu também te amo Renata, minha barbezinha...




Minutos antes:




Depois da conversa que teve com os irmãos, Jacques ficou furioso com a decisão de Hakon, Só depois de conversar com Morinth, que ele ficou mais calmo, então decidiu ir ver Eliza.

— Jacques, que bom ver você, senti saudades.

— Não deveria, criança tola!

— Por que não, se quando você me ver só traz felicidades com você?

— Eu não trago apenas felicidades, sou portador de coisas muito ruins...

— Não para mim.




— Você é tão ingênua, Eliza..., mas de nada adiantaria se fosse mais esperta, isso não a salvaria de uma morte, se assim eu decidisse.

— Você está me assustando... Vai me matar?

— Talvez. E se você quiser viver, se afaste!



— Eu pensei que você tinha vindo me ver, fazer amor comigo...

— O amor não é para mim, eu não sou capaz de senti-lo, o que fazemos é apenas sexo, uma atividade carnal e física, não temos nada ligados espiritualmente.

— Me desculpa...

— Não é culpa sua, eu não tenho ligação alguma com ninguém. Eu já depositei uma boa quantia na sua conta, você e sua mãe não precisará mais servir a nós!

— Mas Jacques...

— Você não ver Eliza, estou te dando a chance de sair ilesa, saia, se afaste de mim!




— Mas eu não quero me afastar de você, eu quero que faça sexo comigo, se é assim que você quer!

— Eliza...

— Por favor, Jacques, faça comigo o que desejar?!

— Você pode não sair com vida daqui.

— Eu não quero sair daqui.

— Se é o que deseja...




Eliza não sabia o que fazer, ela sentia o perigo que corria, mas estava com a mente enevoada, embriagada de prazer e desejo por Jacques.




Jacques estava enfurecido, o seu lado selvagem estava a flor da pele, ele queria deixar Eliza, mas não estava obedecendo a razão.




Se alimentava dela sem piedade, ele queria que Eliza sentisse dor. Ela apenas gemia, mas não reagia, e mesmo se tentasse não conseguiria.





— Eu disse que as algemas iriam ser usadas, agora você sabe como. Eu vou te dar mais uma chance de sair!

— Eu não quero sair!




— Por que insiste com isso, você quer ser uma serva durante o seu curto tempo de vida?

— Eu quero servir a você, ser o que você quiser que eu seja...



— Você vai aprender do modo mais difícil, que não deve confiar em seres como eu.

— Eu não consigo viver sem você, Jacques... Eu te amo.

— Não diga bobagens, o que sente não é amor!





— Jacques, eu te amo...

— Cale-se!!




Jacques não teve cuidado com Eliza, ele não estava preocupado em se controlar para não a machucar, mesmo assim ainda tentou não matá-la.




— Jacques você está me machucando, por favor?...

— Por favor o quê?

— Jacques?...

— Quer que eu pare? Você vai desistir de me servir?

— Não!!!




— Pois deveria!...

— Não sei o que aconteceu, mas esse não é você!

— Esse é apenas um pedaço de mim, você não me conhece Eliza, e não quero que conheça outros iguais a mim!

— Não me deixa...





— Você vai ser minha hoje, mas nunca mais voltará a ser de outro como eu!

— Eu não vou me afastar de você Jacques, vai ter que me matar aqui.




— Se é esse o seu desejo...

— Jacques, deixa eu te servir por favor?



Jacques observa o corpo de Eliza, ela estava muito machucada, e ele não tinha feito esforço para isso, apenas não se conteve o suficiente para não deixar hematomas.




— Você não vai morrer por minhas mãos, doce Eliza... Não fez nada para merecer, porém, hoje é o último dia que nos vemos.




Ele fez sexo com Eliza, e apesar da dor que ela sentiu, não desistiu dele, mas Jacques já tinha decidido, ele não voltaria a vê-la.




— Você vai sair daqui com uma vida financeira estável, eu não quero ver você novamente, não quero você servindo, eu vou dar ordens para que não se aproximem de você, da sua mãe e de nenhum membro da família que você virá a ter.




— Não faz isso comigo, eu já disse que te amo... Você sempre me tratou tão bem.

— Não sente amor por mim, você está sob o efeito do veneno, eu tentei não viciar você, mas foi inevitável.

— Eu só quero servir a você, posso viver ao seu lado sem pedir muito, eu só quero te ver de vez em quando?

— Sinto muito por isso, eu não queria que chegasse a esse ponto... na verdade eu não me importava que chegasse, mas sentir o seu sofrimento... está me incomodando mais do que deveria.




— Se está incomodando é porque você sente algo por mim, por favor Jacques, eu sou sua!

— Eu só sinto piedade por você, Eliza.




— Como pode ser tão cruel assim?

— Você não faz ideia, eu estou sendo tão paciente com você, eu tenho que seguir as regras que meu irmão ordenou, eu vou devolver você com vida. Agora se afaste de mim, e siga com a sua vida, tenha uma família e viva a sua vida longe das criaturas da noite. Esqueça tudo que viveu aqui, tudo o que você sabe sobre nós, eu ordeno que esqueça a partir do momento em que sair da ilha!




Jacques ordenou para que a mente de Eliza esquecesse de tudo, logo que ela saísse da ilha, esqueceria o que aconteceu entre eles e de todos os vampiros que conheceu, ele ordenaria para que apagassem as memórias da mãe de Eliza também, agora elas iriam ser pessoas ricas, viveriam bem.




— Eu nunca vou me esquecer de você, NUNCA!!

— É claro que vai. Adeus criança!




Voltando para a atualidade:




— Desculpe por interromper, mas devemos ir, Raquel!

— Eu ainda não vi a Manuela.

— Então vamos vê-la, quero resolver esse problema com os elfos, o quanto antes!




Os três foram até o quarto em que agora, Manuela estava.




Raquel ficou impressionada com a mudança de Manuela.

— Raquel, que bom ver você!

— Manuela, nossa como você ficou bonita. Mudou muito mesmo!




— É tão bom ver você Raquel, como a minha irmã está?

— É bom ver você também, e viva.




— Eu preciso te agradecer, muito obrigada por ter me salvado, eu sei que se não fosse por você, eu já teria morrido.

— Eu não poderia deixar isso acontecer, você é a irmãzinha da Mariana, tão jovem...

— E como ela está, a Renata disse que vocês deram um jeito pra ela não surtar.

— Sim, mas foi o Hakon que fez isso, e foi ele que te salvou também, te trouxe pra cá.




— Muito obrigada, príncipe Hakon Astaroth. Eu devo a minha eterna gratidão a você.

— Você deve muito mais do que isso, mas não fiz por você, fiz porque Raquel me pediu!

— A simpatia em pessoa! — Raquel comenta.




— Eu juro eterna lealdade, obediência e gratidão ao meu príncipe, Hakon Astaroth!

— Ainda não é hora de fazer o juramento, e não é bem assim que se faz. Armin, ensinará você como deve se comportar, como deve viver daqui para frente, eu dei a sua guarda a ele, mas já lhe adianto, que se você cometer o mínimo erro, pagará com a sua vida!

— Obrigada, meu príncipe.




— Bom, você vai se adaptar Manuela, e você tem o Armin, o irmão mais gato né?

— Eu... acho que sim. — Manuela concordou temerosa, porque Hakon estava observando a conversa, Renata apenas riu do comentário ousado que a irmã fez, ela sabia que Raquel só queria provocar Hakon.





Continua...

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