Um Amor em Windenburg 11.

 




Observação: Heitor e Jena (nomes verdadeiros: Justin e Adriene. História completa deles em Chapter: "Com tudo para dar errado").


Helena já não estava mais noiva de Fernando Marques, e não fazia mais parte da família Leão, o pai tinha deserdado e expulsado ela de casa, como se não bastasse toda a infelicidade dos acontecimentos, ainda descobriu que não era filha biológica de Luciano Leão. Lucas seu meio irmão, já tinha pedido ajuda para o primo Heitor, (o pai de Heitor era irmão de Luciano Leão), e sua esposa Jena que era muito amiga de Helena.




Já estava anoitecendo, era sexta-feira do mês de março, Lucas ajudou Helena a fazer as malas, eles não levaram tudo que ela tinha, Lucas levaria depois para a casa de Heitor e Jena. O casal foi buscar Helena em um bar que tinha um ponto de táxi, ficava próximo da casa onde antes, Helena morava.



Vocês já estavam esperando? — Lucas fica surpreso ao ver que Heitor e Jena já estavam lá esperando por eles.

— Claro que sim! Viemos assim que você desligou o celular. — Jena responde.

— Você não está nada bem, não é Helena? — Heitor se preocupa com a prima.



— Não estou mesmo. Mas me sinto bem melhor em ver vocês, gostaria que fosse em melhores circunstâncias.

— Não fique triste Helena, você está grávida prima, estamos comemorando!

— Heitor?! Não é hora para isso! — Jena reclama pela indiscrição do marido.

Estamos comemorando o bebê que virá, não a situação em si...

— O que Heitor quer dizer é: não deixe essa experiência fazer você ter medo do futuro. Estamos do seu lado, somos sua família e queremos cuidar de você. — Jena explica o motivo da felicidade de receber um novo membro na família, e dá o seu total apoio a amiga.

— Isso mesmo. Então, vamos levar você para morar com a gente em Willow Creek, assim você pode ficar longe dos paparazzi, e o seu bebê vai nascer seguro em um lar tranquilo.

— Bom, mais ou menos tranquilo, porque tem duas pestinhas de 2 anos vivendo lá também! — Jena estava se referindo aos dois filhos deles.



Mas Jena, eu não tenho como pagar...

— Imagina Helena, nunca cobraríamos nada de você, não precisamos e não queremos.

— Mas nossas famílias são parceiras de negócios! Seu pai não ficará chateado com você Heitor?

— Não, mas mesmo que ficasse, que se dane. Já abusamos da paciência dele antes.

— Heitor, Jena... Obrigada! — Helena estava grata pela ajuda dos primos.

— Agradeça ao Lucas por nos contar e pedir a nossa ajuda, e a Jena, ela já tinha um plano pronto em três minutos após ouvir sobre sua situação. — Heitor responde.



— Nós vamos cuidar para que você tenha essa criança em paz, Helena. Meu sobrinho vai nascer em um lar seguro e vai ser amado por todos nós. — Lucas conforta sua irmã.

— Sim, vamos cuidar de você e desse bebê também, eu sei que você faria o mesmo por nós. Não precisa ter medo, e nem se preocupar com nada.

— Helena, você não vai nos dizer quem ele é, vai? — Lucas queria saber sobre o pai da criança.



— Quem?

— O pai do seu bebê, o pretendente sem nome que você conheceu em Windenburg.

— Tudo que eu posso dizer sobre ele é, que é um homem que me fez muito feliz, eu me entreguei de uma forma tão natural e apaixonada, não consegui evitar... Planejei em me entregar apenas para me vingar do meu pai, mas eu realmente me apaixonei.

— Tudo bem, mas qual é o nome dele?

— Lucas! Ela não quer falar, respeite isso! Ainda é muito recente, não a pressione, ela vai nos dizer quando se sentir segura.

— Eu não acho que devo contar, estou preocupada com o que você pode fazer com ele.

— Ele engravidou você e então desapareceu, Helena. Naturalmente...

— Que vamos matá-lo! Basta dizer o nome dele. — Heitor completa o que Lucas começou.

— Heitor, Lucas! Parem com isso! — Jena reprime os dois.

— Gente, eu me apaixonei por ele... eu amo o pai do meu filho, se vocês fizessem qualquer coisa com ele, eu nunca me perdoaria. Ele é muito importante para mim, mas provavelmente nunca o verei novamente, eu sei que vocês o culpam por me deixar, mas foi eu que sai da vida dele e sem avisar, eu queria cumprir com a promessa que fiz ao meu pai, me casar com Fernando para salvar a empresa, então o deixei, desisti da minha felicidade, ele não tem culpa de nada. Estou pronta para encarar as consequências dos meus atos. Eu vou ser mãe!



— Não se preocupe Helena, vou ficar de olho nesses dois. Agora vamos para sua nova casa?

— Obrigada Jena!



Seis meses se passaram.



Helena estava no sexto mês de gravidez, ela já sabia o sexo do bebê. Era um menino, e seu nome ia ser: Joel, em homenagem a Jena, sua melhor amiga e esposa de seu querido primo e melhor amigo, Heitor.



Helena estava tendo uma gravidez tranquila, seu pai não a incomodou mais, Lucas e Heitor cuidaram para que a imprensa a deixasse em paz, os três a protegiam de tudo e de todos, quanto a Marcos Silva, Helena desistiu de procurá-lo, mas nunca esqueceu de seu único amor.



7 anos depois.



São quase 6 da manhã, Helena estava pensativa, deitada em sua cama.



"Ainda é muito cedo, mas eu não consigo mais dormir — Helena lembra do passado — Sete anos atrás eu estava me preparando para passar o último dia com Marcos Silva, para logo depois me despedir dele, mas não tive coragem e sai sem acordá-lo, uma parte de mim pensou que eu iria ser capaz de esquecê-lo, mas... Joel é a cara dele, o filho que ele nunca vai conhecer".



Helena se entristece ao lembrar de Marcos, mas logo fica feliz ao lembrar de Joel, o filho dos dois.

"Meu filho é tão lindo, tão parecido com o pai dele, os mesmos olhos, a mesma paixão por arte... ele é tão criativo, inteligente, educado... meu Joel, meu amor verdadeiro e incondicional".



— Falando nisso, eu vou já ligar para Jena, quero saber como o meu filho está!

Joel está em Paris com seu tio Heitor e Jena, Helena sente falta dele de um jeito que jamais imaginou ser possível.



— França... Marcos disse que nasceu lá, mas não sei exatamente onde, que ironia do destino, Heitor levar meu filho para Paris?! Vou ligar logo, eu estou com tanta saudade daquele pestinha!



Ela liga para Jena:


Jena: — Helena? O que você está fazendo acordada? Não é muito cedo em Willow Creek?

Helena: — Não consegui dormir, estou morrendo de saudade do meu filho.

Jena: — Eu entendo você, Joel é um amor de criança.

Helena: — Sim, ele é. Espero que ele esteja se comportando, um filho extra deve estar dando um trabalho extra também.

Jena: — Tenho dois filhos, Helena, e eles são uns bagunceiros, brilhantes e sarcásticos como o pai, e eu os amo por isso, mas Joel é um anjinho, tão gentil e doce. É bom ter ele aqui para acalmar seus primos.



Jena rir. Helena sabe que Jena está dizendo a verdade. Os gêmeos Higor e Hugo, fazem jus ao sobrenome Leão, são teimosos e prontos para uma briga. Higor é mais parecido com a mãe, tanto em aparência como em personalidade, tem o coração mole, curioso, cheio de sonhos e com mais empatia do que qualquer outra criança de sua idade, já Hugo, é parecido com o seu pai, protetor, amoroso, bondoso e muito seguro de si.

Helena: — Obrigada por cuidar tão bem do meu filho.

Jena: — Não precisa agradecer, Joel é como se fosse nosso filho também.

Helena: — Eu sei... Sou tão grata a vocês dois por cuidar de nós, nunca vou conseguir agradecer o suficiente.

Jena: — Você já agradece todos os dias com a presença de vocês dois nas nossas vidas.

Helena — Jena, e o Joel? Está gostando da cidade?

Jena: — Ah, adorando. Ele pula de alegria em todos os lugares que o levamos. O zoológico, os parques, as lojas...

Helena: — Paris é o paraíso dele, então?

Jena: — Com certeza! Heitor está ensinando o idioma francês para ele, e Joel aprende com uma facilidade incrível, ele ama falar francês, se não tomarmos cuidado ele não vai querer mais sair daqui! — Jena rir ao falar.



Helena suspira, e mais uma vez a lembrança de Marcos vem à mente dela.

Helena: — Sua família não se importou de você levar o Joel junto? — Heitor e Jena, estavam em Paris, para visitar os pais de Jena, mas antes de ir, passaram por San Myshuno, onde o irmão de Jena morava. Os pais de Jena, meio que se dividiam entre morar em Paris e morar em San Myshuno.

Jena: — Você está brincando? Todo mundo o ama! Até meu irmão, e olha que ele sabe agir como um monstro chato, às vezes!

Helena: — Como isso é possível tendo você como irmã?

Jena: — Ele costumava ser tão doce, mas ele simplesmente se tornou essa criatura angustiada. Você entenderia se o conhecesse.

Helena: — Bem, eu não me socializo muito com a família também. — Helena lembra do pai.

Jena: — Não se preocupe. Algum dia seu pai vai voltar atrás, vocês vão se acertar, eu sei disso.

Helena: — Talvez... Quero acreditar que sim.

Jena: — Esse é o espírito. Não perca a esperança! Tenho certeza de que Joel vai conhecer o avô algum dia. — Há um segundo de silêncio — A hora certa chegará. O coração dele vai derreter quando ele conhecer seu filho, Joel é naturalmente encantador.



"Assim como Marcos. Uma das criaturas mais lindas e angelicais que já conheci.".



Jena: — Helena, prometa que você virá na próxima vez. Meus pais estão morrendo de vontade de conhecer a mãe desse pestinha encantador.

Helena: — Eu prometo.

Jena: — Em breve!

Helena: — Por quê?

Jena: — Minha mãe vai dar uma grande festa no mês que vem, e vai ser em Windenburg. Todos nós devemos comparecer. É uma festa do livro dela! Uma publicação de sucesso significa uma festa cheia de networking e será especial... Como uma dupla celebração, meu irmão vai ficar noivo na mesma noite.

Helena: — Em Windenburg?

Jena: —Sim, meu irmão passa mais tempo lá do que no próprio apartamento. Está quase se mudando para o Hotel que tem lá.

Helena: — Entendi... Então vai ser ótimo, eu vou rever Windenburg novamente.

Jena: — Foi onde você conheceu o pai do Joel, não foi?

Helena: — Foi sim, mas não vamos falar sobre isso... Sobre o casamento do seu irmão. Uau! É mais um desses famosos casamentos arranjados?

Jena: — Bem, ele está saindo com ela. Ela simplesmente é uma herdeira de um magnata da hotelaria.

Helena: — Entendo.



Jena: — Pois é. É meio conveniente e meio engraçado que seja assim. Meu irmão é um prodígio do ramo da hotelaria, por isso é a missão da vida dele ver empresas como a dela unidas à nossa.

Helena: — Se eu fosse amiga dele, diria a ele para se casar por amor.

Jena: — Ele não é esse tipo de cara. Ele é todo profissional, ele faria qualquer coisa para ajudar a empresa.

Helena: — Então é uma festa de noivado? — "Casar para ajudar a família, isso não deu certo para mim. Eu me pergunto se Jena pensa que isso é certo...”.

Jena: — Não, ele ainda vai fazer o pedido. Minha mãe quer começar o tipo de tradição, assim como no nosso casamento.

Helena: — Sempre vou me arrepender de não ter ido àquela festa. Eu gostaria de ter visto a cara de seus pais...

Helena ouve o som de crianças brigando do outro lado da linha, eram os gêmeos. Jena grita algo, ela passa o telefone para o marido.



Heitor: — Não se preocupe, você terá a chance de ver os rostos de todos em nosso segundo casamento.

Helena: — Você vai se casar de novo, Heitor?

Heitor: — Eu me casaria com Jena todos os dias se pudesse, mas vamos fazer isso apenas para renovar nossa licença de Willow Creek. Estamos renovando nossos votos e dessa vez não será segredo!

Helena: — Ótimo! Se eu não receber um convite, nunca mais falarei com você ou com sua adorável esposa.

Heitor: — Devidamente anotado. Você já checou seu e-mail?

Helena: — Sim. — Helena, já tinha olhado o e-mail na madrugada, tinha informações sobre uma empresa de transporte. — Heitor, esta empresa está no mercado há apenas dois anos. Você tem certeza disso?

Heitor: — Eu confio no dono. Se alguém pode lidar com nossas rotas de transporte, é ele. Acha que pode se encontrar com ele depois que chegarmos em casa? Se você conhecer o cara, acho que vai entender por que gosto dele, e você é minha vice-presidente de estratégia, tenho certeza de que você é a pessoa certa para o trabalho.



Helena: — Tudo bem. Farei isso.

Heitor: — Ótimo! Você quer falar com Jena de novo, ou...?

Helena: — Coloque o Joel na ligação! Estou com saudades!

Heitor: — Ele está um pouco ocupado, os pais de Jena estão bajulando ele na cozinha.

Helena: — Eu juro, se ele estiver comendo doces, você é um homem morto!

Heitor: — Hum... não! definitivamente nada de doces! Tenho que ir! — A voz de Heitor soa mais aguda do que o normal, Helena rir e a ligação termina.





"Mais um dia como mulher de negócios e mãe solo. Não é fácil, mas seria bem mais difícil sem a ajuda dos meus anjos da guarda: Lucas, Heitor e Jena. E pelo meu filho, tudo vale a pena. Agora preciso ir trabalhar!".



Tarde do dia seguinte. Segunda-feira de primavera.



Helena se senta na sala, esperando ansiosamente.



Continua...


Comentários

  1. Nossa como o tempo passa, 7 anos já! Espero que Helena encontre logo um novo amor ou quem sabe o antigo.

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    1. Sim, sete anos sem namorar, tá mais do que na hora de encontrar um novo amor. Obrigada Néia.

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