Um Amor em Windenburg 10.
Helena suspeitava que estava grávida, sentia todos os sintomas de uma
gravidez, e depois da conversa com sua amiga Jena, ela resolveu comprar um
teste de gravidez na farmácia.
Depois de alguns minutos, o resultado estava pronto, deu positivo,
Helena estava grávida.
"Eu não consigo acreditar, o que isso significa meu Deus? Eu não
posso estar grávida!".
"Mas é verdade, minha menstruação está atrasada, e com todos os
sintomas que sinto, não há como negar a verdade, estou mesmo grávida! Esperando
um filho de Marcos Silva, o que o meu pai vai fazer comigo? o que vai acontecer
agora?".
Três meses se passaram, o casamento entre Helena Leão e Fernando Marques
estava marcado para oito dias, e ela ainda não tinha tido coragem de contar a
verdade sobre sua gravidez para ninguém, mas Lucas já tinha desconfiado que sua
irmã não estava bem.
Helena não conseguindo mais esconder, decidiu que era hora de enfrentar
as consequências do que aconteceu em Windenburg.
"Não vou conseguir mais esconder a gravidez, o casamento está prestes a
acontecer e eu não sei mais o que fazer, eu sei que o que eu fiz foi muito
grave, meu pai nunca vai me perdoar por isso. Eu tenho que acabar logo com essa
angústia, vou contar para o Fernando, não posso me casar com ele estando
grávida de outro homem".
Pouco tempo depois, Fernando chega ao local marcado por Helena para se
encontrarem e conversar.
— Helena, o que aconteceu? Por que você
estava tão nervosa no telefone?
— Eu preciso muito
conversar com você, Fernando...
— Não podia
esperar, eu tenho uma reunião daqui a pouco? E tinha que ser aqui, por que não
foi até a empresa para conversar comigo?
— Eu não queria que
nossa conversa fosse na empresa ou próximo de qualquer pessoa que conheça nós
dois! Fernando, o que eu tenho para falar é muito grave, me desculpa por favor?
— Desculpar o quê?
— Estou grávida!
Não posso me casar com você!
— Você o quê?... Não pode ser verdade!
— Fernando?...
— Você não me disse
que era virgem? O seu pai me garantiu que você era, você até exigiu para que eu
esperasse até o casamento!
— Me desculpa, eu
não queria que tivesse acontecido...
— Então é mesmo verdade, você engravidou de
outro?!... Foi naquela viagem, não foi?
— Sim.
— E quem é o
desgraçado?
— Ninguém
importante!
— Você é uma vadia
mesmo! Engravidou de qualquer um?
— Você não tem o direito de falar assim
comigo!
— AH EU TENHO SIM!!
Você sabe quanto eu já gastei com os preparativos do nosso casamento? Sabe
quanto essa falta de caráter sua vai custar ao seu pai?
— Não planejei
isso, eu concordei em me casar com você! Por favor, não culpe o meu pai por
isso?!
— Eu não o culpo,
na verdade tenho pena dele por ter uma filha como você, eu teria vergonha de
ser o seu pai, você Helena Leão, não merece o sobrenome que tem e muito menos o
meu!
— O que você quer que eu faça agora?
— Eu quero que suma
da minha vida, não vou me casar com você! E o acordo está desfeito, sua família
não vai ver um centavo da minha, vou desmoralizar o sobrenome da sua família,
quero que apodreçam na pobreza!
— Você é cruel,
Fernando Marques! Acho que tenho que agradecer ao destino por me impedir de
casar com um homem como você!
— Agradeça mesmo,
vai lembrar de mim todas as manhãs quando estiver comendo o seu pão com
manteiga! É só o que vai ter para comer no café da manhã, vocês estão acabados!
O casamento estava
desfeito, e junto com ele os acordos de futuras sociedades e empréstimos
milionários.
— Tenha a decência
de falar para o seu pai o que aconteceu aqui, eu não quero ver ele implorando
na minha casa novamente!
— O que eu vou
fazer agora?... Tenho que contar para o meu pai, e para meu irmão também, e
eles nem estão na cidade, eu não posso falar uma coisa dessa por telefone, vou
esperar os dois voltarem.
Dias depois, os
dois voltam de viagem e Helena pede para conversar com o seu pai em particular,
ela já tinha contado para Heitor e Jena, que contaram para Lucas.
"Meu Deus me
dê coragem nessa hora?!".
Helena entra no
escritório de seu pai, ele já estava esperando más notícias, mas não sabia
exatamente da gravidade do assunto.
— Disseram que você
tem novidades para mim, Helena? E a julgar pela mensagem de Fernando Marques,
não são boas. O seu jantar de ensaio é amanhã à noite, você vai se casar em
quarenta e oito horas, então por que os Marques não atendem ao telefone quando
eu ligo? O que você fez?
— Pai, antes de
começarmos eu peço que se acalme e me ouça com paciência, por favor?
— Paciência é o que
mais tenho com você minha filha, mas estou muito nervoso, tive que tomar uma
dose extra de remédios para controlar a pressão. Hoje é o dia em que devíamos
assinar alguns acordos, é o dia em que eles deveriam preencher um grande cheque
para a Leão Inc, para salvar a empresa e o emprego de muitos funcionários, mas
agora o filho deles me disse que não vai fazer isso. Seu noivo. Eu exijo saber
o porquê!
— Pai, tenho uma
coisa para te contar, e... eu preciso que você entenda.
— Não tenho tempo a
perder com seus dramas. Fale!
— Estou grávida.
— E presumo que a
criança não seja de Fernando Marques?
— Eu não amo o
Fernando. Quase não falei com ele desde que nosso noivado começou, muito menos
o toquei. Aconteceu quando eu estava em Windenburg, me apaixonei por um homem
que conheci, um artista francês.
— E você já contou
para ele? Ele sabe que terá que assumir esse filho bastardo?
Helena estremece
com a palavra, afinal, o pai não estava errado, mas ainda assim era difícil
ouvir que seu filho foi gerado de um adultério, apesar de ela não estar casada,
mas já estava noiva, comprometida com outro homem. Luciano estava à beira de um
colapso, ele estava fervendo de raiva.
— Pai...
— Cale-se!
Helena se prepara
para ouvir, ela sabia que não seriam palavras amáveis. O ar dentro do
escritório parecia denso. O olhar de Luciano é um misto de frieza e fúria
contida, como se a qualquer momento fosse explodir, a respiração dele estava
grave e pesada.
No momento da
conversa, antes que Luciano começasse a falar, Lucas entra no escritório.
— O que você faz
aqui Lucas, essa conversa é entre mim e Helena?!
— Eu já estou
sabendo de tudo, e vim para me certificar de que essa seja apenas uma conversa!
— O que você está
insinuando?
— Que você pode
perder o controle, eu também vou participar, é uma conversa da família.
— Pois muito bem,
fique! Assim vamos esclarecer tudo o que está às escuras.
— Pai, não é a hora
certa para isso!
— Do que vocês
estão falando? — Helena percebeu que Luciano tinha algo a revelar também.
— Todos esses anos
cuidei de você, como se fosse minha filha de sangue, dei tudo o que você
queria, amei você, mesmo sabendo que você era fruto de uma traição.
— O quê?
— É isso mesmo que
você ouviu, você não é minha filha, sua mãe me traiu com um vagabundo qualquer,
exatamente como você fez, tinha que ser tão parecida com ela?
— Pai acalme-se!
Helena não teve culpa do que aconteceu. — Lucas tenta em vão, acalmar o pai.
— Ela teve sim. O
que há de errado com você Helena? Com toda a educação cara, todos os luxos que
você sempre teve, mesmo não sendo uma Leão de sangue, ainda assim eu a criei e
a amei como se fosse!... É assim que você me agradece?
— Lucas você sabia
disso? — Helena não podia acreditar no que estava ouvindo.
— Soube há dois
anos, quando ele achou que ia morrer. Não contei nada para você porque não era
necessário, isso não muda nada, você é filha da minha mãe, portanto é minha
irmã de sangue e de coração.
— Por isso não me
pareço com vocês?
— Você é idêntica a
sua mãe... Cometendo até os mesmos erros. — Luciano fala.
— E por eu ser
igual a ela, você me amou e me criou como sua filha, por que você ainda a ama
mesmo depois da morte dela?!
— Sim, ela é mãe do
meu filho. Eu encobri o adultério dela, para que ninguém descobrisse e
desmoralizasse o sobrenome da família, mas agora eu não posso fazer nada, você
se deitou com um vagabundo e ainda contou para o seu noivo, por que não me
contou primeiro? Nós poderíamos contornar esse problema, eu ganharia tempo para
você fazer um aborto?
— Eu nunca faria um
aborto, eu amo o pai do meu filho, ele não é um vagabundo!
— A dinastia
política de nossa família está com um desfalque de vinte milhões. Nossa
reputação está em frangalhos. E tudo por um homem que você mal conhece...
Infernos! Nosso legado pode morrer para sempre, tudo por causa dessa pouca
vergonha, do seu erro! Não vou ouvir mais uma palavra sua, é hora de acabarmos
com isso.
— Pai não tome
decisões precipitadas, você está com a cabeça quente! — Lucas tenta novamente acalmar
o pai, mas não consegue.
— Você Helena Leão,
está deserdada! Você não tem mais permissão para entrar na minha casa ou em
minha família!
— Mas pai, eu não
tenho para onde ir, e estou prestes a ser mãe de um neto seu! — Helena sente o
coração quase parar, sua respiração falhar e os joelhos tremerem.
— Esse bastardo não
é meu neto. Eu não me importo com o que vai acontecer com você!
— Não... Você não
pode ser tão sem coração, eu sei que errei, mas eu ainda sou sua filha, mesmo
que não seja de sangue...
— Saia agora. Você
não é mais a minha filha.
— Pai! Você não
pode fazer isso! Ela ainda é sua filha e minha irmã! — Lucas fica inconformado
com a decisão do pai — Essa criança que minha irmã espera, é seu neto também, o
que minha mãe diria se estivesse viva? Você quer que Helena crie o filho sem
família?
— E onde está o pai
dessa criança? Onde está o homem que roubou o legado de nossa família?
— Bem eu, não sei
onde encontrá-lo, tentei ligar no número que ele me deu, mas não consegui falar
com ele.
— Ah, perfeito,
conseguiu o que queria de você e depois te bloqueou. Esse é o tipo de homem
pelo qual você arruinou o seu casamento maravilhoso?
— Ele não me
bloqueou...
— Não importa mais!
Bem, O que você está esperando?
— Como você se
atreve? Quem você pensa que é, sua bastarda ingrata? — Luciano levanta a mão
para dar um tapa em Helena.
— Não me faça te
dar um soco! — Lucas, se prontifica para defender a irmã.
— Você teria
coragem de bater no seu pai?
— Se você colocar
um dedo em minha irmã, eu terei!
— Tudo bem Lucas.
Obrigada, por cuidar de mim... — Helena respira profundamente antes de falar
com o seu pai — Não preciso de nada de você. Obrigada por ter me criado como
sua filha, deve ter sido difícil para você, olhar para mim e lembrar do que a
mulher que você sempre amou fez, eu não vou prolongar o seu sofrimento, vou
sair da sua vida junto com meu filho. Adeus pai!
Helena e Lucas vão para o quarto dela conversar sobre o que iriam fazer.
— Você sabe que tem direito legais, uma
parte de tudo que temos é sua.
— Eu não quero
nada, Lucas!
— Helena, você tem
que querer a sua herança por parte de nossa mãe?!
— Lucas, nossa
família está falindo, o pouco que restou é de vocês. Ele me renegou, me
deserdou, eu nem sou filha dele de verdade...
— Ei, não fala mais isso, ele está de
cabeça quente, vai se arrepender e voltar atrás do que disse!
— Não, ele não vai.
Eu vi nos olhos dele quanta mágoa estava guardada, todos esses anos contida
dentro dele... Eu devo ter sido um fardo gigante para ele.
— Não Helena, você
não foi! Você sempre fez tudo o que ele ordenou, ele já me disse muitas vezes o
quanto se orgulhava de você.
— Ele só queria uma filha educada, bonita e
refinada para casar-se com um homem com muito dinheiro, que traria lucros para
esse legado que ele tanto fala. Eu não queria ser fruto de um adultério, Lucas,
eu não tenho culpa do que aconteceu entre ele e a mamãe, eu o amo como o meu
pai de verdade, eu não tenho outro.
— Você não tem
culpa de nada, não temos culpa dos problemas de nossos pais, nem matrimoniais,
nem financeiros. Não se culpe!
— O que eu faço
agora? Eu nem posso arrumar um emprego, estou grávida.
— Eu já tenho tudo
planejado, vou cuidar para que você e o meu sobrinho fiquem bem.
— Como? Eu não
quero que você brigue com o pai.
— Por você eu brigo
com qualquer um, você é minha irmã e eu a protegerei de quem quer que seja!
— Você é um irmão
maravilhoso, eu te amo Lucas!
— Eu também te amo
Helena, nós vamos cuidar de você e do seu filho.
— Nós, quem?
— Heitor e Jena,
eles já estão a caminho, vão vir pegar você para morar com eles em Willow
Creek, e depois que o bebê nascer, você verá o que vai fazer e onde irá morar,
mas por enquanto tem que ficar com eles.
— Eu não mereço
vocês, mesmo assim, obrigada, por me apoiar nesse momento tão difícil, parece
um pesadelo tudo isso que está acontecendo.
— Calma maninha,
vai passar!...
Helena afunda o
rosto no ombro de Lucas, soluçando. A vida dela tinha dado uma reviravolta
completa, o destino tinha mudado, o que iria acontecer dali para frente,
ninguém sabia.
Continua...
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