Os Descendentes 21.
A lua está se pondo e o dia amanhecendo, em San Myshuno.
Hakon já estava acordado, ele não conseguiu dormir na cama de Renata.
Logo que o dia amanheceu, Jacques se comunicou com Hakon, eles dois teriam que
fazer uma viagem ao reino Vanyar, a dimensão dos elfos.
Em tempos passados, ouve uma guerra entre as raças e muitos morreram, a
raça mais poderosa prevaleceu, os Astaroth, no entanto, muitos deles morreram e
com isso a diminuição deles. Hakon e Jacques estavam receosos, e precisavam ser
cautelosos para não cometerem nenhum erro ou injustiça com os elfos, que eram
uma raça importante e poderosa, eles eram guerreiros destemidos.
Os irmãos iriam viajar até a dimensão maior do mundo dos elfos, onde a
rainha reinava e morava, Lothlórien, e Hakon pretendia levar Raquel com eles,
ele iria falar sobre a existência dos elfos, explicar para ela tudo sobre eles.
— Bom dia!... Dormiu bem?!... Acho que não.
Raquel nota a preocupação em Hakon, ela parou e observou por uns
instantes.
No conhecimento de Raquel, só existiam duas raças sobrenaturais, os
vampiros e os bruxos, que também eram considerados como feiticeiros, e até ela
compreender que havia outras raças, que no mundo dos humanos são consideradas
lendas, iria dar um pouco de trabalho para Hakon. Mas ele queria levá-la com
eles para onde fossem, assim ela poderia ver com seus próprios olhos.
— Bom dia Raquel.
— Você costuma
acordar cedo, ou não gostou de dormir aqui?
— Não preciso
dormir, descanso somente se for necessário.
— Como assim não
precisa dormir? Pelo que eu já pesquisei sobre os vampiros, isso não é verdade.
— Eu já lhe disse
que não sou um vampiro. Nasci do útero de uma mãe, como você nasceu, tenho
todos os órgãos que um homem possui, e posso dar filhos para a minha
companheira, como você pode ver, as suas pesquisas não lhe ofereceram todas as
verdades.
— Pois é, eu não
entendo como a sua raça pode procriar, isso é surreal!... Porque o vampirismo é
uma doença infecciosa, passada pela bactéria de um infectado, e esse ser não é
normal, não é considerado mais um humano, é outro tipo de criatura predadora da
raça humana, verdadeiros demônios cruéis e... — Raquel se dá conta de que a
verdade não é a que ensinaram a ela — Mas isso não é toda a verdade, nem todos
são assim... olha só a minha irmã, eu não vejo maldade nela, eu não consigo
imaginar a Renata matando uma pessoa inocente, e muito menos bebendo o sangue
dessa pessoa! Realmente eles esconderam e ainda escondem muitas coisas da
gente!...
— Você vai
descobrir muitas coisas Raquel, vai ver o mundo como nunca viu antes, existem
outras raças de criaturas, algumas são perigosas e outras nem tanto, mas não se
preocupe, estou encarregado para manter a ordem, e assim o farei!
— Mas você não pode
controlar o mundo, eles estão espalhados por toda parte! É muito até para você,
Hakon!
— Sim, eu posso! E
não é apenas esse mundo, nós temos dimensões paralelas a ele, e outras raças
vivendo nelas.
— Você é muito
confiante, como se não bastasse o mundo todo, você ainda tem que cuidar de
outros? Como assim?...
— Raquel, não vou
explicar muito agora, mas você pode vir comigo e ver com seus próprios olhos!
— Ir com você para
onde?
— Lothlórien,
dimensão dos elfos!
— Ah tá, então os
elfos existem? Os hobbits também? — Raquel não acredita em tudo que Hakon fala.
— Sei que pode ser difícil de acreditar, a sua mente ainda está limitada para a realidade em que foi criada, você foi educada e treinada desde que nasceu para acreditar e servir o propósito deles, eu não a culpo, porém, pode vir comigo e descobrir o que não te contaram.
Na ilha Krástis
Agares.
As irmãs Butzke,
acompanhadas de sua amiga bruxa, Tione Jensem. Estavam de passagem por
Windenburg, e pediram permissão para passarem pela casa dos Astaroth. Armin,
estava ocupando o trono de Hakon, enquanto ele estava fora, e, a pedido dele.
As irmãs e sua
amiga bruxa, vieram para uma reunião de negócios em Windenburg, aproveitaram e
pediram para passarem um tempo na mansão, e visitar os irmãos que até o
momento, estavam solteiros. Que mulher não ia querer se unir a um dos irmãos
mais poderosos da raça suprema?
O irmão mais novo,
Armin, era conhecido como o mais difícil de se envolver, ele não gostava de se
relacionar nem mesmo por diversão ou prazer, como os outros dois irmãos
costumavam fazer, no entanto, recentemente ele estava certo de que tinha
encontrada a sua companheira, a jovem e recém-criada vampira, Manuela.
O cão de guarda
Arakiel, estava protegendo Armin, ele era o guardião de Hakon, mas recebeu
ordens do próprio Hakon, para proteger o irmão mais novo, que ocupava o seu
lugar no trono, até que precisasse dele novamente. Arakiel estava tentando
rastrear algum sentimento negativo nas visitas, mas não conseguiu sentir nada
ameaçador.
De volta ao
apartamento de Raquel.
— Pode parecer
impossível, para vocês humanos, são lendas a existência desses seres que chamam
de mitológicos, mas eles existem, são bem reais. Venha comigo conhecer alguns
deles, estou convidando você!
— É claro que eu
vou! Não perderia uma oportunidade dessa, por nada!
O convite de Hakon
para Raquel, não era só para provar que os elfos existiam, mas também para
poderem passar um tempo juntos, assim poderiam se conhecerem melhor, Hakon
queria mostrar para Raquel o modo como eles viviam, mostrar que ela pode ser
feliz ao lado dele, que não precisaria fazer o que não gosta, como matar
transformados se não achasse necessário.
Raquel iria ligar para Algor.
— Alô! Algor?
Raquel falando!
— Raquel! Bom dia,
querida! Higor está esperando por você, vão fazer a ronda de hoje juntos.
— Sério?... Olha,
eu peço licença do clã hoje. Tenho trabalhos da faculdade e uma palestra
também, por favor me desculpe, mas é importante.
— Posso liberar
você sim, mas fale antes com Higor.
— Algor, espere?! —
Higor pega o telefone para falar com Raquel.
— Bom dia meu amor!
Estou esperando por você, vamos para Oasis Springs! Você adora aquela
cidadezinha.
— Tá fingindo que
tá tudo bem na frente do seu pai, né? Não espere isso de mim tá? Eu não vou
fingir nada pra ninguém, e não posso ir com você... chame Ana Clara, ela vai
adorar!
— Por que você não
pode? Você foi escalada pra fazer a ronda comigo, Raquel!
— Até mais Higor!
Fale com o seu pai, eu não preciso dar satisfações pra você!
— Esse caçador é
insistente demais! — Hakon ouviu a conversa dos dois.
— Ele é um babaca!
Mas não vamos mais falar nisso!... Não vejo a hora de conhecer os elfos.
Os dois saíram para
tomar café em uma pracinha que ficava a uma quadra do prédio em que ela morava.
Raquel ficou
surpresa ao ver Hakon, tomando café.
— Eu pensei que
você não tomava café!... Na verdade, eu não pensei que vocês comiam!
— Posso me
alimentar da mesma forma como você, porém não com o mesmo prazer. As vitaminas
e nutrientes não me afetam, mas sim... eu posso comer e beber, e o café me faz
bem.
— Viu como nem tudo
é mito, os vampiros dos seriados gostam de café e uísque. Você gosta também?
— Sim, das duas coisas e mais algumas!
Eles já conheciam
Akasha, a vampira da raça Aswang; uma raça que já foi extinta, um cruzamento
entre bruxos e vampiros, elas nasceram antes da lei de extermínio do cruzamento
dessas raças. Akasha era bem antiga, até mais do que Jacques, já a sua irmã não
era.
Morinth era a irmã
mais nova de Akasha, ela nasceu na mesma época de Armin, os dois tinham a mesma
idade, ela também era da mesma raça que a irmã, porém, não tinha o mesmo poder
que Akasha, para ter o mesmo poder elas tinham que praticar magia negra, e
Morinth não nasceu antes dessa lei que as proíbem dessa prática, era proibido
usar magia negra, a menos que fosse solicitado pela realeza: os Astaroth.
Então Akasha,
obteve os seus poderes em um ritual de magia negra, quando ainda era bebê.
A Aswang é uma criatura
vampírica oriunda das Filipinas que conserva uma metade humana. Essa
característica confere à Aswang o aspecto de uma linda mulher durante o dia,
que pode se transformar, à noite, em uma terrível criatura alada. Trata-se de
uma Vampira Bruxa muito temida pelos seus poderes.
Sua estratégia de
ataque também é assustadora. Na forma de besta, a Aswang pousa no telhado de
uma casa e usa a sua língua longa e pontiaguda para atingir a veia jugular de
sua vítima adormecida. Diz-se que essa horrível criatura prefere beber o sangue
de crianças, e comer o coração dos adultos.
Os ataques contra
crianças eram constantes, os moradores dos vilarejos viviam aterrorizados nos
séculos passados, e por isso Hades Astaroth, criou essa lei, o extermínio
dessas raças teve que acontecer. O cruzamento de raças diferentes e poderosas,
resultavam nessas criaturas selvagens e horrendas.
Os pais de Akasha e
Morinth, ainda estavam vivos, não poderiam serem mortos, pois nasceram antes da
lei entrar em vigor; eles ficaram presos e sob observação por um milênio
inteiro, depois foram soltos, quando considerados habilitados para viverem
entre os humanos, poderiam procriar novamente, sob aprovação e vigilância dos
Astaroths.
Nasceu Morinth, mas
sem os poderes de se transformar em uma besta alada, com poções feita pelo
curandeiro de Hades, que tirou os genes de demônio, ela possuia um poder
diferente das outras vampiras, um poder raro, Morinth era "empata". A
empatia é o poder de ler, interpretar, assimilar e intensificar emoções,
humores e semelhantes. É uma habilidade da manipulação de emoções.
Akasha, sua irmã
mais velha uma vampira antiga, a protegia como se fosse sua mãe, e a bruxa
Tione, que as acompanhavam, era igualmente poderosa, porém de uma forma
diferente.
Em San Myshuno.
— Então os elfos,
vivem em outras dimensões? Eu ainda não entendo como isso funciona.
— Você entenderá,
minha criança.
— Você pode parar
de me chamar de criança? Já provei para você, que não sou uma criança!
— Eu sei... sei que
não é uma criança, apesar da pouca idade que tem, eu já expliquei que é só uma
expressão, afinal o que são vinte anos perto de mil?
— Isso é verdade!
Mil e vinte oito anos são bem mais do que vinte! Nossa você é muito velho
mesmo! Fico pensando como é viver todos esses anos... vendo gerações passarem,
coisas históricas acontecendo... Viver tanto assim não deve ser bom!
— Confesso que foi
solitário até aqui, mas já está bem melhor agora... — "Agora entendi
porque tive que esperar pela minha prometida, os dias são mais fáceis de
suportar perto dela".
— Eu não quero
viver tanto assim, deve ser horrível ver todos que você gosta morrer e só você
viver, por séculos, milênios!?
— Para mim não! As
pessoas importantes estão vivas e vão ficar por muito tempo, incluindo você!
— Eu, por quê?
Esqueceu que sou mortal?
— Você não conhece
os poderes que tem, quando souber o que é capaz de fazer, vai decidir quanto
tempo quer viver.
— Eu sei que não
sou normal, mas nada parecida com o que você é!
— Você tem um pouco
de mim em você, Raquel, mas não vamos falar sobre esse assunto agora,
precisamos ir!
— Ir para onde?
— Minha morada!
Em segundos Hakon
abriu um portal invisível, foram parar na ilha e na entrada da mansão.
— Fiquei
impressionada!... Como você faz isso? Eu quero aprender!
— Terei prazer em
ensiná-la, mas agora precisamos nos preparar para irmos até a dimensão
Lothlórien.
— E aquele lance de
você ter que me abraçar? Era só conversa não era?!
— Não. Daquele jeito é mais confortável, e exige menos energia de mim. — Hakon sente a presença das visitas.
Lá dentro, Jacques
já sabe que os dois chegaram.
O príncipe Hakon,
já sabia quem eram as visitas que estavam lá, e orientou Raquel sobre elas, não
por temer o que podiam fazer com a sua prometida, mas pelo que poderia
acontecer a elas se caso tentassem alguma coisa contra Raquel, seriam
despedaçadas imediatamente. Então Hakon pediu para que Raquel, não se
aproximasse delas, por questões de segurança para todas.
— Sei me cuidar! Se
uma, por infelicidade delas mesmas, tentar me atacar...
— Não vão fazer
isso! Antes de sequer pensarem em atacar, morrerão!! — Hakon não a deixa terminar a frase, ele não
gosta de pensar em ver Raquel ferida, por ninguém. O simples fato de pensar
nisso, já o deixa nervoso.
Todos ficam de pé
na presença do príncipe. Eles o saúdam!
"O respeito e
adoração a ele é meio assustador! Normalmente eu me sentiria mal e ameaçada,
mas agora é bem diferente, só sinto um leve incomodo, eu nunca me imaginei no
meio deles, no centro do ninho dos temíveis demônios!" — Raquel fica impressionada com a importância
de Hakon diante dos súditos, ela já não se sente como uma estranha.
Hakon apresenta
Raquel para as irmãs, apesar dela não gostar nem um pouco de estar no meio de
tantos vampiros, se mantém calma e sentindo-se segura, ao lado dele que a
apresenta como Raquel Camargo, sua amiga caçadora, deixando as visitas
desconfortáveis com a presença dela, e deixando Raquel surpresa.
"Amiga
caçadora? Eu adorei isso! Parabéns pela evolução. Amiga caçadora em vez de
prometida reprodutora?" — Raquel provoca Hakon.
"No momento é
isso que você é para mim, uma amiga e uma caçadora, ainda que seja por pouco
tempo, pretendo mudar essas definições" — Ele responde às suas provocações,
e finaliza as apresentações e boas-vindas para as visitas.
— Agora que
conheceram Raquel. Sejam bem-vindas! Fiquem o tempo que precisarem, terei que
me ausentar, no entanto, meu irmão Armin Astaroth, ficará no meu lugar e terá o
mesmo poder de comando e decisões, portanto se precisarem de algo, peçam a ele!
As visitas estavam
encantadas com a presença do príncipe, elas sentiram o grande poder que emanava
de Hakon, a sua presença é notada e sentida por todos. A essência de Hakon, é
pura e poderosa, ele é cobiçado e desejado por todas as mulheres originárias da
raça, e até pelas outras raças que não podiam procriarem.
Mas Morinth, estava encantada com o primogênito, Jacques, e ela conseguiu atrair a atenção dele.
Nenhum dos três
irmãos Astaroth, tinham escolhido uma companheira, e apenas Jacques e Armin,
poderia escolher quem quisesse, já Hakon não poderia, a profecia dos Astaroth
já tinha escolhido a sua prometida: Tessa Graham, que nessa geração, era Raquel
Camargo.
Ele sempre obedeceu
literalmente, todos os ensinamentos, leis e tradições da sua raça, todas as
obrigações que lhe foram dadas, Hakon tinha o peso de ser o príncipe, e não
poderia ter seus próprios desejos e vontades, toda a sua vida, seu futuro e
todos os passos que dava, já tinham sido planejados. Hakon não conhecia o que
era diversão ele sempre obedeceu e cumpriu com o seu propósito, entretanto com
Raquel, sobre ela ser a prometida dele, isso estava mudando o jeito que as
coisas teriam que ser. O príncipe sempre teve tudo o que queria e na hora que
queria, não era difícil ter qualquer mulher aos seus pés, no entanto, com
Raquel não era assim, ele teria que conquistá-la, porque os dois tinham que
combinar energias, e para isso precisariam estar igualmente, apaixonados.
Para Hakon, isso
seria torturante, antes quando a conheceu pensou em apenas usá-la para
procriar, obter o que queria dela e mais nada, e pensar na possibilidade de se
apaixonar por ela, era absurdamente inaceitável, ele não pensava em se
apaixonar por Raquel. Agora tudo que ele queria, era ficar ao lado de Raquel,
temia pela segurança dela, ficava preocupado quando estavam longe um do outro.
Estar ao lado de Raquel, não significava apenas o cumprimento do dever de
príncipe, mas era bom e agradável para ele, Hakon estava apaixonado, ele só não
sabia como lidar com esse sentimento que até antes dela, não tinha conhecido.
— Raquel, que bom
ver você de novo!
— Eu também adoro
ver você minha irmã.
— E a Manuela como
ela está?
— Está bem... A
transição dela foi bem fácil, está triste porque não pode voltar para a sua
casa, viver com a irmã, mas coisas boas aconteceram com ela.
— Coisas boas, como
assim??
— Você logo vai saber, é melhor não conversar
sobre coisas pessoais aqui, tem ouvido demais nesse momento!
— Entendi agora!...
— E nosso pai, já
viajou, não é? — Renata ficava triste toda vez que lembrava do encontro com o
pai, ele não aceitou que a filha tenha se transformado em uma vampira.
— Não se preocupe
com ele, Renata... Ele vai ficar bem agora. — A conversa entre as duas irmãs
Camargo, é interrompida por Hakon.
Renata convidou a
irmã para conversarem em outro cômodo da mansão, enquanto as duas conversavam,
Armin, pediu para conversar com os dois irmãos, em particular. Armin estava pedindo
a guarda de Manuela, ele explicou o que aconteceu quando a viu, o sentimento de
ligação que teve com a recém-criada.
— Impossível de
acontecer! Manuela é uma vampira originária da raça humana, ela não poderá ser
sua companheira Armin! — Jacques não concordou com o pedido de Armin.
— Eu sei bem o que
ela é, irmão, mas mesmo sabendo que Manuela nunca poderá me dar filhos, eu a
quero! — Armin, insistia em poder ficar com Manuela.
— Eu não posso lhe
dar a guarda daquela vampira, ela está sob observação, foi transformada de
forma indevida e por um híbrido, não sabemos no que ela vai se transformar de
fato! — Hakon não estava de acordo com Armin.
— Meu príncipe,
tenho conhecimento de tudo o que está acontecendo com a jovem Manuela, eu a
senti, eu vi a energia áurea de Manuela, ela já terminou a transformação, eu
senti a ligação de nossas almas...
— Pare de dizer tantas
besteiras Armin! O que você quer fazer é uma ofensa para a nossa raça, o que
vão pensar os súditos do príncipe Hakon, quando souber que um dos irmãos
Astaroth, não vai continuar a raça? Você quer desmoralizar o reinado do nosso
irmão?
— Não tenho intenção
de desmoralizar o reinado de Hakon... jamais faria isso! Mas nunca senti algo
assim por mulher alguma... Me perdoe Hakon!?
— Que bom que
recuperou a razão! Você está confuso Armin, não pode ter sentido ligação por
essa criatura insignificante! — Jacques continuou falando.
— Insignificante
para você! Eu tenho absoluta certeza do que sinto por ela, mas aceito a decisão
do meu irmão, príncipe dos Astaroth, Hakon!
— Ouça Armin! Você
merece ter uma companheira, uma mulher que o ajudará e lhe acompanhará por toda
a sua vida, e se fizer o feitiço de ligação, sabe bem que morrerá caso aconteça
qualquer mal a ela, você não viverá sem a sua companheira e muito menos ela sem
você!
— Hakon? Você não
está pensando em conceder esse pedido absurdo para Armin?
— Eu tomo as
decisões, não é mesmo Jacques!?
— Sim!...
— Você pode ficar
com a guarda da garota, porém, vai se responsabilizar pelo que acontecer com
ela e tudo que ela possa fazer, você tem que ter certeza de que é isso mesmo o
que quer fazer. Não está autorizado a realizar o ritual da ligação!
— Obrigado meu
príncipe, meu irmão! Serei responsável por ela, e não darei um passo sem antes
consultar e obter a sua aprovação. — Armin então conseguiu a guarda da sua
amada, Manuela.
— Eu lavo as minhas
mãos! — Jacques não gostou da decisão.
— Jacques, ainda
não terminamos de conversar, sente-se irmão!
— Está ordenando
que eu fique aqui ouvindo esses absurdos?
— Não, estou
pedindo para que ouça o que temos a dizer.
— Então, eu sinto
lhe dizer que não consigo mais ouvir uma palavra sequer! Deixe-me ir, por
favor?!
— Tudo bem, então
vá, mas conversaremos quando estiver mais calmo.
Jacques sai da sala
profundamente irritado.
— Perdoe-me, irmão,
eu não queria enfurecer Jacques, a fera dentro dele está agitada, por culpa
minha...
— Não se preocupe
Armin, Jacques sabe se controlar, o que ele não sabe, é o que sentimos quando
encontramos a nossa companheira, ele ainda não conhece as cores, e você sim, por
esse motivo deixei que ficasse com a garota, mas foi uma infeliz escolha sua!
Jacques saiu para
poder se controlar, estava furioso com os irmãos.
"Eu prometi ao
meu pai que manteria a ordem no reinado dos Astaroths, e vou cumprir com a
minha promessa, os dois dificultam isso. Jurei proteger Hakon até dele mesmo, e
é isso que vou fazer!".
— O que faz aqui,
jovem Morinth?
— Vim olhar o mar,
está agitado!
— O mar está calmo,
sem ondas e sem ventos.
— Então a agitação
e fúria que sinto deve estar vindo de você!
— Não devia andar
por aí sozinha, temos feras perigosas à solta na ilha!
— Eu não tenho medo
dessas feras, as únicas que temo estão trancadas, e uma está dentro de você!
— O que você quer?
— Ajuda, ajudar?...
— Eu não estou em
um bom momento, e preciso ficar só!
— Eu sei Jacques
Astaroth, e por isso vim ao seu encontro. Eu preciso ajudá-lo!
— Você é uma garota
ingênua, está enganada, eu não preciso da sua ajuda!
— Você precisa, o
seu sofrimento me trouxe até você, eu sou "empata", posso sentir como
está destruído por dentro, a escuridão está vencendo e você pensa em se autodestruir
para não ferir os seus irmãos...
— Eu pedi para você
me deixar só, saia antes que se arrependa! — Jacques a adverte em um tom frio e
sombrio.
— Eu insisto em
ficar!
— Criança tola!...
— Eu quero ficar ao seu lado, porque você precisa de mim!
— Apure os seus
sentidos, o seu poder de empatia é inútil comigo!
— Você está mais
calmo, eu posso sentir, então não fui tão inútil assim.
— Tudo bem garota,
o que você realmente quer de mim?
— Esse lugar é
lindo! Diferente de onde nós moramos, eu não estou dizendo que não gosto de
onde moro, é que... aqui é bem ensolarado e quente, em Forgotten Hollon, é
sempre nublado...
— E...?
— Eu gostaria de
viver aqui, servir a sua família, não preciso morar na mansão, posso viver em
uma casa simples em qualquer parte da ilha.
— Aurius faz a
proteção daquele lugar, tem alguma coisa errada por lá, não é?
— Está tudo em
ordem!... Eu só quero servir ao meu príncipe mais perto dele.
— Eu tenho alguns poderes, e aperfeiçoei ao longo da minha existência, você não consegue me enganar!
— Eu não quero
enganar você, só não me sinto bem em falar de coisas que não me dizem respeito,
pode ser perigoso se meter onde não deve!
— Entendi. Mas não
precisa temer Aurius, você pode me falar ou quer que eu leia a sua mente?
— Se você quiser
ler, não vou poder fazer nada para impedir! — Morinth queria que Jacques lesse
a mente dela.
Depois de alguns
segundos, Jacques tinha acessado a mente de Morinth, que não ofereceu nenhuma
resistência.
— Forgotten Hollon
está mais nublada do que o de costume, as nuvens da desordem pairam por lá!
— Lorde Jacques,
por favor, não quero ser punida por trazer notícias indevidas.
— Você não será!
Tem a minha palavra!
— Obrigada! Você
vai pensar no pedido que fiz?
— Vou falar com o
príncipe Hakon sobre o que conversamos aqui, e depois lhe dou uma resposta,
agora vá, eu preciso ficar só!
— Eu vou deixá-lo,
mas gostaria de ficar e continuar a conversar com você...
— Não vou negar que
você me chamou a atenção, se destaca no meio de todos, por sua beleza e
carisma... você tem algo diferente das outras mulheres, mas suas emoções são
confusas para mim, não consigo saber o que você realmente quer.
— Eu também não sei
ao certo o que quero... sigo na sombra da minha irmã e da Tione, apesar de
amá-las e estar sob a proteção das duas a minha vida toda, eu gostaria de ter
um lugar apenas meu, um lugar onde não me sentirei diferente e insegura do que
poderá acontecer, eu odeio os meus poderes, não é fácil sentir as emoções das
pessoas, principalmente os de mente doente... Mas você Jacques, é diferente,
você é perigoso mas não é doente, tem controle do que está sentindo, teme em
ferir as pessoas que ama... Eu gostaria de ser sua amiga.
— Serei seu amigo,
você se importou comigo e sinto que é verdadeiro, mas não me queira de outra
forma, isso é tudo que posso oferecer...
— Para mim já é
grandioso ter a sua amizade, seremos sinceros um com o outro... amigos queridos
e sinceros.
— Verei você em
breve, bela Morinth!
— Esperarei, lorde Jacques!
Esses 2 ai hem...?! Vai dar namoro!
ResponderExcluirSerá?? kkkk
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