Os Descendentes 14.

 



Na mansão de Hakon.



Ele conversava com Aurius sobre Raquel, e sobre umas vilas novas que surgiram nos domínios de Aurius, vilas essas que estavam sendo atacadas por supostos animais, era obrigação de Aurius e sua família, proteger essas pessoas, ele teria que encontrar e eliminar as ameaças aos humanos que ali viviam; vampiros e outras criaturas não poderiam caçar na sua cidade, os ataques estavam acontecendo na área rural, onde tinha floresta. 


— Mas não fique preocupado com esses ataques, eu cuidarei disso pessoalmente, nenhuma criatura vai me desrespeitar, se estão sob a minha proteção, os infelizes não vão morrer, pelo menos, não sendo atacados.

— Confio no seu modo de agir, meu tio, mas se precisar de ajuda já sabe que pode contar conosco.

— Comigo! Você quer dizer, Hakon! — Jacques interrompe — Agora você tem uma tarefa bem mais importante para fazer, o futuro da nossa raça depende do seu sucesso! — Ele lembra Hakon, da missão de conquistar Raquel.


— Não precisarei de vocês! Não por enquanto, Jacques, fique tranquilo. Eu sei que Hakon, agora estará ocupado com a sua prometida, e meus bruxos resolverão, eles farão a varredura em busca dos malditos e infelizes, que irão morrer gritando. — Aurius respondeu Jacques, mas não gostando do jeito como ele o falou.

Eu não duvido da capacidade e dos poderes dos seus bruxos, Aurius! Mas quero saber quem são essas criaturas, vou mandar um dos nossos com vocês, ele irá ajudá-los!

— Se você acha realmente necessário, eu o levarei conosco. Quem você mandará?

— Kailan Cresil. Ele irá com vocês, espero que o trate bem, como nós tratamos bem os seus!



Ele será bem tratado, e vocês serão informados dos acontecimentos. Algo mais, Jacques?

— Não queremos mais problemas, se você os tiver, resolva! Hakon tem que se dedicar por inteiro a sua futura rainha!

— E assim será! — Aurius concorda.

Hakon apenas observa, a palavra de Jacques, era tão importante quanto a sua, todos respeitavam e obedeciam, a menos que Hakon se manifestasse contra, e raramente ele fazia, só em decisões extremas que Jacques tomava, pois Hakon era bem mais tolerante do que Jacques, e a palavra e decisão final, era sempre de Hakon.



Fora da mansão.
 Trilir, tinha chamado Arakiel para conversar.



— Por que e para quê, me chamou aqui?
— Para conversar! Você não está ocupado agora, e eu estou entediada!



— Eu não vou perder meu tempo com você!

— Se ficar mais um dia aqui sem ter o que fazer! Vou começar a matar alguma coisa, e já que não posso matar um de vocês, vou ter que me contentar com os animais daqui!

— Faça isso e eu mesmo lhe darei um bom motivo, para que goste do seu tédio!



É mesmo? Fiquei até excitada. Quando foi que eu tive medo de você, Arakiel? Me poupe das suas piadas!

— Não sei fazer piadas, por isso me afastei de você!! Se não tem nada de importante para me dizer, eu já vou!



— Eu tenho muitas coisas importantes para dizer, mas você se recusa a ouvir?!

— Não tenho tempo para isso, Trilir!

— Uma delas é uma pergunta, posso fazer ou passarei as aflições delas para você?



— Isso é perda de tempo! Não vai levar a lugar algum! E, não sente medo ou aflição, você é uma fria como eu.

— Está enganado!!... Eu já destravei minha frieza, já faz um tempo... Senti tanto sua falta, que não consegui levar adiante, sou uma fraca!

— O que você está falando? Por que fez isso?... Sabe que não podemos ficar juntos... Ligue de novo!

— Não!! Eu não quero ligar!



— Então fique com sua fraqueza, mas não me culpe por isso!!

— Não o culpo! Culpo a mim mesma... Arakiel, por que não podemos tentar de novo? Não sente mais nada, nem um pouco que seja de afeto por mim?

— Eu não sinto nada!... E mesmo se sentisse, como poderíamos ficar juntos, eu sirvo ao príncipe, e você a Lilith... Não podemos viver juntos, não podemos ser uma família, não podemos procriar!... Já tem as suas respostas! 



Arakiel, já fomos um casal... lembra?

— Lembro, mas isso é passado. Você está bem com os Ventrue, e eu sirvo a Hakon Astaroth, e servirei até o fim dos meus dias!

— Não jurei lealdade eterna aos Ventrue!

— Você está fraquejando mesmo!

— Posso pedir para servir ao príncipe Hakon, eu sou uma guerreira de grande poder, ele me aceitaria!

— E você o abandonaria para servir a outra família quando desejasse, assim como quer fazer com os Ventrue?

— Não. Se me aceitar de volta, eu jurarei lealdade eterna ao nosso príncipe!

Eu devia matar você agora mesmo!!

— E por quê? Só porque amo você mais do que todos?!...

— Eu tenho que entrar... Desista Trilir, vá embora e ligue a sua frieza novamente!



Eu não vou ligar... não vou desistir de você, Arakiel.

— Não se aproxime...

— Pode me afastar depois, mas agora não sossegarei enquanto não conseguir um beijo seu...

— Demônios!!! Como você é teimosa!




E antes mesmo de Trilir beijar Arakiel, ele a puxa e dá um beijo nela.




E logo em seguida, ele se afasta dela.




— Vai me virar as costas, desse jeito?
— O que você achou que ia acontecer? Eu apenas dei o que você pediu. Não me procure mais, não quero voltar a ser aquele fraco que eu era, nunca mais!!





"Acabou de me mostrar que sua frieza não está ligada, não para mim!".



Em uma das salas da mansão de Hakon, Lilith esperava por ele.




"Hakon?! Exijo que fale comigo, tenho esse direito! Como pode fazer tanto descaso da minha presença aqui na sua mansão?".



"Lilith, eu irei vê-la assim que terminar a conversa com Aurius!... Não seja mal-agradecida, não está sendo bem tratada na minha casa?".




"Estou, mas você me ignora desde que a caçadora foi presa aqui, e seu irmão Jacques? Esse retorno dele, o que significa?".



— Aurius, terei que deixá-los! Tenho um assunto pendente para resolver.

— Pode ir meu príncipe, vou terminar de conversar com Jacques e irei para os meus aposentos.

— Fique o tempo que desejar! São bem-vindos e serão bem servidos.




Hakon se dirige para onde Lilith o esperava.



Jacques já sabia dos planos dela, e não foi a favor do filho que ela queria ter com Hakon.

"Sinto a presença da princesa Ventrue aqui!"

"Sim é ela mesma! Quer convencer Hakon, a dar um filho para a família Ventrue"

"Você não concordou com isso?!"

"É claro que não!"



— O que mais você quer? Está na minha casa desfrutando de tudo o que tem aqui e na minha ilha, teve os recursos que veio buscar para sua família, o que mais deseja, princesa Ventrue? Sua ingrata!!

— Não fale assim comigo! A única coisa que desejo é você!... Nenhuma riqueza ou coisas materiais me interessam, quero um filho seu, um pedaço de você comigo.




— Não posso dar filhos a você, mas prometo que arranjarei um parceiro de acordo com o que você pede, forte e poderoso, um de minha raça.
— Não quero!! Eu quero um filho seu!
— Pare com isso Lilith!



Jacques ouve a conversa junto com Aurius.

"Ensinarei a essa insolente, que deve obedecer ao seu príncipe!" — Jacques não gostou de ver Lilith implorando para ter um filho de Hakon.

"Não aconselho punir a princesa dos Ventrue, não a machuque, os pais dela são aliados valiosos... Eu tenho um ótimo substituto para Hakon, meu filho Austin, pode dar filhos fortes a ela, ele ainda não fez a ligação com ninguém".




Hakon sabendo que seu tio e seu irmão, ouviam a conversa entre ele e Lilith, levou ela para o quarto, ele não queria que Jacques punisse Lilith.



Quantas vezes terei que explicar os motivos de não poder dar um filho a você?! Tenho muitas obrigações, coisas que dependem de mim, não quero ter fraquezas espalhadas por aí.

— Quando eu estiver grávida irei para a caverna junto com as outras, ficarei segura! Depois que a criança nascer, posso morar aqui na ilha, não precisa ser na mansão, pelo menos até meu filho crescer e conseguir se defender sozinho.

— Lilith... Eu queria dar um filho para você, mas não posso ir contra meu irmão, ele não concorda com isso.

— Ele não saberá de nada!... Sei que me trouxe aqui para bloquear a conversa, ele não pode nos ouvir! Não vão saber de mim enquanto eu estiver grávida, irei logo para a caverna se for preciso, antes mesmo da criança começar a crescer no meu ventre, eu não me importo de fazer sacrifícios pelo bem de minha família... Hakon, faça isso por mim, pelo meu pai e por minha raça. Por favor meu príncipe, estou implorando pela continuação dela. O meu pai é muito dedicado e leal a você, ele o venera, assim como eu... Eu amo você meu príncipe, tenha compaixão por nós?



Hakon fica pensativo, ele queria dar um filho para Lilith, mas sabia que Jacques descobriria, e não queria desapontar o irmão.

"Sei que a família Ventrue precisa dessa criança, eu poderia dá-lo a Lilith, ela merece mais do que ninguém, porém, Jacques tentaria matá-la assim que descobrisse, e eu seria forçado a ir contra o meu irmão".



Enquanto Hakon pensava, Lilith não perdeu tempo, e tirou a roupa para seduzi-lo.




— Venha querido, vamos nos divertir um pouco?
— Não se engane Lilith, não engravidarei você se eu não quiser!



Eu sei meu amor, mas peço que faça isso, prometo que não serei problema para você...

Mulher tola, se eu a engravidar Jacques matará você, eu não quero ir contra ele.

Eu sei meu príncipe, você não o teme, se quisesse derrotar Jacques o derrotaria sem muito esforço, porém, o respeita muito...

Então porque insiste em correr tantos riscos, e me trazer tantos aborrecimentos?

Se me conceder essa honra, de gerar um filho seu, colocarei um sigilo grandemente poderoso, me enterrarei até meu filho nascer, se preciso for me esconderei em outro reino de outra dimensão, farei tudo que for preciso para sobreviver apenas para dar à luz a essa criança que mudará a história dos Ventrue, o nosso erro genético estará corrigido e o primeiro guerreiro Ventrue nascerá!

Você está disposta a morrer por isso?

Estou!




— Irei fazer o que deseja! Mas não poderei garantir que você viva depois que essa criança nascer!
— Eu aceito as consequências!




Então Hakon decidiu.



Ele iria engravidar a princesa Lilith, mesmo contra a vontade de todos.




— Mas lhe digo, que se representar perigo para mim, matarei você, seu filho e toda a sua família, não sobrará nada, serão apagados da história!




— Nos servimos a você Hakon, amaremos você meu príncipe, como sempre amamos!




E assim ele o fez.





Hakon pediu para que Lilith voltasse para sua mansão naquele mesmo dia, como ele a tinha inseminado recente, Jacques não sentiria a gravidez ainda.



Eu irei nessa tarde, vou chamar Trilir agora mesmo!

Não participarei do parto dessa criança, muito menos da vida dela. Tenho meu destino traçado, e já começou o meu caminho até ele.

A sua prometida, você a encontrou. É a caçadora?

Sim, é ela mesma! Se você viver, será sua futura rainha.

E, eu a servirei, assim como sirvo a você, se permitir que eu viva!

Prometo que farei o possível, Lilith, mas não depende só de mim. Quebrei uma promessa que fiz a meu irmão, eu falei que não iria engravidar você. 



Eu entendo, e aceitei as consequências..., mas por favor, permita apenas que eu viva até a criança nascer?

Esconderei você, até a criança nascer... Volte para os seus, vou tomar minhas providências!




— Obrigada, meu príncipe!



A princesa Ventrue, conseguiu enfim convencer o príncipe dos Astaroth, a engravidá-la, depois de quase duzentos anos tentando. Lilith Ventrue, estava planejando isso a séculos, se aproximou de Hakon para ganhar sua confiança e assim, engravidar do ser mais poderoso já conhecido, ela conseguiria corrigir a falha genética da sua raça (eles eram fracos fisicamente), a mãe de Lilith, Thana Ventrue, planejou esse momento desde o dia do nascimento da filha, que agora tinha seiscentos anos.

"Um dia, você vai olhar para mim como deve... Hakon Astaroth! E quanto ao Jacques?! Ah! talvez... a hora dele descansar esteja chegando... um descanso eterno! Jacques pode ser uma criatura poderosa, mas ele não sabe o grande poder de uma rainha bruxa ancestral! Ela vai nos proteger, e Hakon não vai ter coragem de matar o próprio filho; eu posso exigir o nosso direito de legítima defesa!".





Continua...

Comentários

  1. Essa demonia da Lilith é seduzente mesmo. Acho que ela vai sim ser um problema.

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  2. Eu acho que vai acabar trazendo problemas, sim.

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