Os Descendentes 13.

 

Hakon teve que deixar Raquel e voltar para a mansão, pois seu tio, Aurius, ainda estava esperando por ele.

Segundos depois que ele some, Daniel acorda.

— Raquel?... Que horas são?

Daniel acorda confuso, ainda sonolento, ele começa a lembrar naturalmente de tudo o que Hakon colocou na mente dele.

— Você está bem pai?

— É claro que estou minha filha, e como a foi a festa na faculdade? Isso são horas de chegar menina?!!

— O quê? Que Festa?

— Raquel, agora sou eu que pergunto, você está bem? Bebeu muito na festa? Você sabe que não pode beber assim, você tem obrigações com o clã!... Ai que sono! Ainda estou morrendo de sono, eu devo ter dormido aqui no sofá mesmo...

"Hakon não me contou nada sobre festa de faculdade, mas como sempre... Ele pensou em tudo! Deve ter pensado em como meu pai reagiria me vendo vestida assim a essa hora da manhã, ele certamente ficaria desconfiado".

— Eu não bebi pai! É que, estou com sono também, perdi a hora sabe, mas já estou bem, vou tomar um banho, tenho que ir na Base agora.

— Claro filha, vai lá! Vou preparar um café para você, vai ajudar!

— Obrigada pai, isso vai me ajudar mesmo! Cafeína é um ótimo estimulante, vou ficar bem acordada, enquanto isso vou tomar meu banho.

— Ahmm... filha?! Comprou a minha passagem, não é?

— A passagem? Para Riverview?

— Claro minha filha! Sei que já pedi ontem, mas por favor veja hoje de novo, compre pela internet... Não vejo a hora de voltar para lá, onde sua mãe queria morar.

— Onde a mamãe queria morar... Tudo bem, eu vou comprar sim!

Daniel iria embora para a cidade rural, Riverview, eles tinham uma casa nessa cidadezinha, era da mãe de Renata, e estava fechada desde a morte dela.

— Antes vou tomar um banho.

— Mas pai, eu esqueci de pegar suas coisas, você quer comprar umas roupas? Tem umas lojas aqui no quarteirão! — "Mas que merda, esqueci desse detalhe!".

— Raquel, você está mesmo distraída, esqueceu que eu tenho uma bolsa cheia de roupas e mantimentos do acampamento? Está tudo no quarto de Renata, que era dela...

— Pois é, eu esqueci mesmo, deve ser o sono... vou tomar um banho pra me despertar de vez!... — "Hakon e seus demônios pensaram em tudo mesmo!".

No quarto, depois de tomar banho e trocar de roupa, Raquel pensava no que tinha acontecido.

"Sei que tudo começou a mudar, desde o dia em que toquei na minha mãe, mesmo ela morta ainda consegui ver as memórias dela... Eu não queria ser essa pessoa. Não é fácil ter que admitir que sou anormal, na verdade eu sempre senti que era..., mas ter certeza é bem pior, assustador até... Você saber que é outra pessoa... E o pior de tudo é que eles me enganaram, agora por qual motivo Algor não me contou? Eu o considero como meu segundo pai, pois desde criança que convivo com ele, foi meu treinador e educador... E Higor, será que ele sabe de toda essa loucura?... Gostaria de poder conversar com ele, mas não posso contar nada, não vou arriscar a vida de Renata, e nem a minha, porque se ele descobre que ela está vivendo como uma vampira, não descansará até matá-la, uma caçadora transformada em uma vampira... Algor nunca nos perdoaria, muito menos aceitaria essa ofensa".

Já eram 6:00 horas da manhã em San Myshuno. Raquel tinha sido trazida para o seu apartamento naquela madrugada, e já tinha que sair para cumprir com suas obrigações.

Daniel estava tranquilo e em paz, sem o peso das obrigações de ser um caçador de criaturas das sombras, ele agora só pensava em viver a sua vida simples de fazendeiro. Ele já tinha sido dispensado das suas funções, foi afastado por causa do desequilíbrio mental, depois da morte de sua esposa sofreu com a depressão que o deixou abalado mentalmente.

Enquanto Raquel foi para o quarto se preparar para sair, Daniel tomou um banho e depois foi preparar o café, deu tempo pois Raquel, levou mais tempo para terminar, ela estava acessando a empresa de viagens pelo seu notebook, no quarto.

Alguns minutos depois:

— Pai eu já comprei a sua passagem pela internet, está marcada para amanhã, 8:00 da manhã! Que cheiro bom é esse?

— O meu famoso prato: ovos mexidos com bacon! Eu sei que você adora... era o desjejum preferido da sua irmã também.

— Era mesmo... Vamos comer então, agora só resta nós dois! — Raquel fala desanimada, e triste por saber que o pai ainda lembrava de Renata e de sua mãe, mas não lembrava do que tinha acontecido recentemente. Ela estava se sentindo culpada por ele estar daquele jeito sem as memórias, e se ele tivesse a chance de escolher, ele não estaria sem elas, foi obrigado a esquecer.

— Já terminei, e fiz café fresquinho!

— Obrigada pai, é muito bom ter você aqui de novo.

— Aproveita que é só por hoje hein? — Daniel rir, despreocupado e feliz — Filha você está de parabéns! Essa casa é muito limpa e organizada.

— Obrigada, mas o mérito não é meu, e sim de Mariana, ela faz tudo aqui: limpa e organiza.

— Mas é você quem paga, então o mérito também é seu!

— Pai... Eu estou feliz por você, morar em Riverview vai lhe fazer muito bem, vou sentir a sua falta, mas estarei torcendo por você... era o que a mamãe queria... me desculpe, eu não vou mais falar nisso!

— Não precisa fingir que tá tudo bem Raquel, eu não vou quebrar filha... Sentirei a sua falta também, e pode falar à vontade sobre a sua mãe, eu não quero esquecer dela, está em meus pensamentos em todos os segundos do meu dia... Agora somos só você e eu, e temos que continuar sem elas: sua irmã e sua mãe.

— Sim pai. Temos que continuar.

— Estarei em Riverview, esperando por você quando ficar de folga, mas se quiser que eu fique aqui, eu vou ficar filha.

— Eu quero que você vá, vai viver bem melhor do que aqui... Quem sabe não encontra uma pessoa legal, não é?...

— Ainda é cedo demais para pensar em outra pessoa, mas um dia, se aparecer alguém a altura dela...

— Você não deve pensar assim, nunca vai encontrar alguém como ela!... Mamãe era uma mulher incrível! Você deve dar chances para uma mulher comum.

— Filha, quem vai olhar pra esse lobo velho e cansado?

— Você não está velho, tem 52 anos! E apesar da idade que tem não ser tanta assim, você não parece ter, você tem uma aparência jovem, pai, só está cansado...

— Obrigado, Raquel... Sua mãe tomou uma decisão muito boa quando decidiu adotar você. Ela era uma mulher forte e muito sábia.

— Era sim...

— Nós vamos ficar bem filha!

— Nós já estamos bem pai.

— É verdade. Bom, agora vamos comer, o bacon fica mole quando esfria!

— É mesmo, vamos comer!

Em Windenburg. Na base B do "Clã Raziel".

Higor estava com raiva por não saber nenhuma notícia de Raquel e Daniel, ele tinha ido procurá-los na floresta, porém Hakon ordenou aos servos que limpassem o local do ataque, o acampamento foi retirado, e todos os vestígios da luta que aconteceu lá.

Raquel chegou às 9:00, um pouco atrasada. Ela tinha ido para a Base, principalmente, para tratar da despensa do pai, e os direitos financeiros que ele tinha.

"Ela podia ter me ligado como eu pedi! Raquel anda muito estranha, dois sumiços em tão pouco tempo?!".

"Mas olha só quem chegou?!" — Higor estava treinando na academia da Base, mas avista Raquel pela janela.

Higor foi ao encontro de Raquel, ele queria falar com ela antes que entrasse.

"Ótimo! Lá vem ele com seu sermão pronto!".

— Bom dia Higor!

— Bom dia??

— Sim, é um bom dia, não é?

— Você Some por dois dias, sem dar notícias nenhuma, e simplesmente chega dando bom dia?!!

— Ei, calma Higor! O que você esperava que eu fizesse, chegasse aqui abraçando e beijando você?

— Raquel, como você pode fazer isso? Eu espero no mínimo uma explicação sua!

— Não devo explicações à você! Não é o meu mestre, o alfa aqui é Algor Fenrys, e não você!

— Você é tão alheia a tudo, pelo menos o que diz respeito a nós dois!

— Higor...

— Como pode me dizer isso...  eu estava preocupado com você!  Fomos atrás de vocês.

— Eu estou bem, nós estamos bem! Eu e meu pai, só ficamos uns dias pescando e conversando sobre o rumo de nossas vidas.

 — Fico feliz em saber que o seu pai está bem, e você tem razão, eu não sou mais o seu mestre, você só deve explicações para o meu pai. Tem compromissos com o clã, nunca esqueça disso Raquel! Mas eu também espero que compartilhe um pouco da sua vida comigo, afinal, estamos juntos desde sempre!!

— Não se preocupe, eu não me esqueço, nunca, das minhas obrigações com o meu clã e com o meu alfa! E sim, estamos juntos desde sempre, mas não precisamos dar satisfações de tudo que fazemos, um para o outro, olha.... vamos conversar outra hora, quando você estiver mais calmo, agora preciso falar com Algor.

— Tudo bem, como você achar melhor. Como está Daniel, ele voltou pra casa dele?

— Ele está bem, vai ficar no meu apartamento por hoje, e amanhã ele vai viajar.

— Viajar?...

— Depois eu explico, até mais Higor!

No escritório de Algor Fenrys.

 Raquel conversava com ele sobre a dispensa, aposentadoria por invalidez, de seu pai, ela lhe contou tudo o que foi instruído por Hakon: O motivo da demora de sua vinda da floresta com Daniel, e as decisões que ele tinha tomado, pediu desculpa por não ter avisado por rádio, mas disse que queria ficar a sós com ele, para organizarem os pensamentos.

Algor aceitou as explicações, pelo menos fingiu aceitar tudo de boa vontade, no entanto, ele já estava desconfiando que alguma coisa estava acontecendo com ela.

— Então ele decidiu ir morar em Riverview?! Fez uma boa escolha! Deve ser porque sua mãe sempre quis ir morar lá.

— Sim, foi por isso mesmo! Ele decidiu descansar onde a mamãe sempre quis morar... 

— Ele vai ficar bem, Daniel precisava mesmo desse descanso.

— Obrigada por entender, mas tem outra coisa que precisamos conversar. Algor, meu pai precisa do dinheiro do tempo que serviu ao clã, me desculpe por ter que falar sobre isso.

— Não se preocupe Raquel, é justo Daniel receber pelo tempo de trabalho e lealdade ao clã, nós já estamos cuidando disso minha filha, é só olhar no computador, mandei hoje mesmo os últimos cálculos para a Base A do "Clã Raziel", eles devem me responder até o anoitecer.

— Me desculpe mesmo... Não me sinto bem cobrando isso, mas a fazenda precisa de reformas, e ele terá que contratar pessoas para trabalhar lá.

Enquanto isso.

Ana Clara iria treinar com Higor, mas ele não estava de bom humor.

— Ana, sei que prometi treinar com você, mas agora não vai dar mais! Tenho que conversar com Raquel, ela acabou de chegar.

— Claro! Tinha que ser a Raquel o motivo de você estar assim, pôxa Higor, você me prometeu!!

— Vou ficar devendo! Treine sozinha hoje, o saco de pancadas não vai matar você!

— Obrigada pelo coice, seu cavalo!!

— Disponha!

— Idiota!

"Vou desenhar a sua cara e a da Raquel aqui, vai ficar bem mais emocionante!".

Naquele instante tinha chegado um membro do clã, vindo da base principal, a "Base A". Byron Asmazaqui, tinha vindo para substituir Daniel Camargo, ele era forte e jovem, um bom substituto, que só viria acrescentar e melhorar o clã da "Base B", mas Algon não ficou muito feliz com a chegada dele, procurou sem sucesso não demonstrar a sua insatisfação.

— Algon! Estou feliz em fazer parte da sua Base, meu amigo.

— E eu lhe dou as boas-vindas! Mas não posso chamar você de amigo.

— Mas o que é isso? Você ainda guarda mágoas do passado?

Byron foi namorado de Valentina, os dois até planejaram um noivado, mas Byron optou por não continuar com o relacionamento, e se dedicou de corpo e alma para o clã, ele era habilidoso, forte mais do que o normal, se destacou por sua incrível força. Ele já tinha ativado a maldição dos lycans, passou pelo ritual de transformação, e usava o colar que os membros transformados possuía.

Valentina, ao sentir a tensão e raiva crescendo no seu atual companheiro, tentou acalmá-lo, dando as boas-vindas formal a Byron, e informando-o de seu relacionamento com Algon, ele e Valentina estavam namorando, e já tinham autorização do conselho.

— Eu já sei disso, e lhes dou os meus parabéns! Felicidades, prosperidades... filhos e, essas coisas!... Bom, passado é passado, não vim reviver nada, só tenho dedicação e compromisso com o Clã!... Essa foi escolha minha, lembre-se Algon, eu não sou seu rival! Agora, onde está Higor?

No escritório de Algor.

Raquel olhava os arquivos, e escrevia uma carta de despensa do pai, ela agradecia formalmente ao clã em nome de Daniel.

— Eu não entendo muito de contabilidade, mas Higor sim, ele até iniciou a faculdade, é uma pena que não pode continuar... Enfim, ele fez tudo, calculou e mandou para os contadores verificar.

— E está certo! Higor poderia ter continuado a faculdade, ele realmente é muito bom com cálculos, tenho certeza de que está certo. Somos muito gratos a você Algor. Obrigada por tudo.

— Não precisa agradecer Raquel, você é como uma filha para mim, eu sempre vou ajudar quando precisar!

— É bom ouvir isso...

— Tudo que aconteceu com vocês recentemente, foi muito doloroso, eu sei por que já passei por isso, mas tudo passa Raquel... 

Higor já tinha ido conversar com Byron, e os ânimos se acalmaram.

— Ah qual é cara?! Só quem sabe tocar essa velharia, é meu pai e Valentina. — Higor provocando Byron, por ele querer tocar piano.

— O seu pai é um velho de bom gosto, e Valentina..., eu ensinei tudo o que ela sabe. —  Byron não perde a chance, de provocar Algon com piadinhas.

No mesmo momento que Byron fala, respondendo Higor e provocando ciúmes no casal. Algon vira-se para Valentina e a encara.

— O quê?! Leve na esportiva, ele está falando do piano!

— Alguém vai ter que sair do clã, e não serei eu!

Algor e Raquel saem do escritório, e todos vão ao encontro deles.

— Byron?! Que bom que já chegou, pensei que só estaria aqui amanhã. — Algor cumprimenta Byron.

— Eu me adiantei, queria estar aos seus serviços o quanto antes, meu alfa.

— Então seja bem-vindo!

— Por que não avisou pra gente que seria Byron, o substituto de Daniel, meu pai? — Algon, pediu explicações ao pai.

— Porque não era necessário, meu filho.

Algor era o alfa daquela Base, era mais sábio e experiente, ele já tinha ativado a maldição, passado pelo ritual da transformação, mas só tinha se transformado uma única vez que foi no seu ritual, e como tinha se tornado o alfa de um clã, não usava mais o cordão de transformado.

Os que estavam mais próximos de passarem pelo ritual seriam, Algon e Higor, Valentina não teria que passar por isso, ela tinha o sangue dos lycans mas seu lado de bruxa, tinha predominado no sangue, ela não conseguiria mais se transformar; Ana Clara ainda era muito jovem, tinha a mesma idade de Raquel, mas pouca experiência.

Algor apresentou Raquel para Byron, porém ele já a conhecia, os transformados sabiam quem Raquel era, e para o que ela estava predestinada.

Ana Clara chegou na sala e observou.

"A estrela do clã! estou cansada disso... Não importa o que fazemos, Raquel sempre será venerada aqui... Nunca terei Higor! E nunca, nunca mesmo serei líder nesse lugar, não enquanto ela estiver nessa Base".

Raquel percebeu Ana Clara observando, afastada dos demais.

— Ana Clara?! Gostei do novo visual, combinou com você.

— Que bom que você gostou, até agora só minha irmã percebeu, e me repreendeu por ter cortado o cabelo tão curto! Obrigada Raquel! Eu não preciso elogiar você não é, você sabe que está sempre muito bonita, ganha a atenção de todos!

— Obrigada, Ana Clara, mas não é bem assim!

Raquel passou um pouco do seu dia revisando, e organizando os documentos da despensa que seu pai tinha na base, deu mais explicações dos dois dias de acampamento para os demais. Algor aceitou as explicações de Raquel e deu o resto do dia de folga, para que ela pudesse ajudar o pai com a viagem; agora a base B do clã, tinha ganhado Byron, e ele não estava ali somente para substituir Daniel Camargo, como todos pensavam. Byron tinha sido mandado pelos conselheiros do "Clã Raziel", ele teria uma missão a cumprir.

Algon não aprovou Byron ser o novo membro, ele estava com ciúmes de Valentina.

"Ela diz que ficou no passado, mas sei que ainda gosta dele, afinal, foi Byron que desistiu da relação, e não ela, eu não quero tirar decisões precipitadas, mas até o jeito que ela olha pra ele é diferente!".

Quando vai voltar de vez para o clã Raquel? Porque desde que saiu de férias, você ainda não iniciou a sua rotina normal.

— Já estou de volta Ana Clara, retomarei minhas tarefas amanhã!

— Ah é?! Que bom... Seja bem-vinda!

— Obrigada, e até amanhã.

"Você finge tão mal, Ana Clara, e nem precisa de poder nenhum para perceber isso... Se eu nunca mais pisasse aqui, seria um alívio pra você, assim ficaria livre o caminho até o Higor".

"Não sei o que está acontecendo comigo, nunca me senti assim... com raiva da Raquel, mais do que o normal. Por quê??" Ana Clara estava sendo invadida por uma energia negativa, e isso não era bom.

— Agora é a hora que você sai correndo atrás dela, como um cachorrinho, Higor?

— Tá ficando neurótica garota, Raquel é mais do que um membro do clã, ela é minha amiga e futura namorada, sai dessa Ana Clara!

Higor percebeu o quanto Ana Clara estava diferente.

— Raquel!!

— O que foi? Esqueci alguma coisa?

— Na verdade esqueceu sim!!

— É mesmo? O quê??

— Esqueceu de me dar isso!!

"Desgraçados... Ele sabe que gosto dele, mas não se importa com o que eu sinto...".

— Pensei que estivesse com raiva de mim?!

— Não estava com raiva de você, só estava preocupado... Você está passando por momentos difíceis, eu entendo isso. Quero estar próximo de você, e nos últimos dias não estamos muito bem.

— Eu estou passando por momentos difíceis sim, não só eu, mas o meu pai é o mais abalado. Amanhã mesmo vou embarcá-lo para Riverview.

— E quanto a nós Raquel, quando vamos ter um tempo para nós dois?

— Higor, não estou bem no momento... se você quiser dar um tempo, eu vou entender.

— Eu vou dar um tempo para você se organizar, mas não é a minha vontade!

— Obrigada, eu preciso muito desse tempo.

— Eu posso ajudar você a embarcar o seu pai? Que horas ele vai viajar?

— Não precisa Higor!! Me desculpe, mas eu quero esse momento a sós com ele.

— Tudo bem, se despeça dele por mim?!

— É claro! Até amanhã Higor!

Raquel se despede dele de um jeito meio frio, Higor já estava acostumado com o jeito dela, que não era bem romântico, e agora iriam dar um tempo, assim ela pensava, porque foi o combinado entre eles dois.

Continua...