Os Descendentes 05.

 



Então, ao sentir a energia de Tessa, Jacques se tele transporta para onde ela estaria.




Todos estavam apreensivos e ansiosos para saber aonde Jacques iria se tele transportar. Hakon sabia que o irmão descobriu algo a respeito da prometida, ele estava esperando para ver em que direção Jacques iria, pois assim ele o seguiria com os demais que ali presentes estavam.





Armin, o irmão mais novo, aguardava com Brandon e Arakiel, só esperando um comando do seu príncipe.




E surpreendendo a todos, Hakon sentiu seu irmão chegar na ilha Krástis Agares, a mesma ilha em que estavam. Arakiel sentiu a presença de Jacques de imediato, pois ele tinha uma ligação forte com os sangues puros, os Astaroth, e agia como um cão farejando o cheiro dos donos.



Em San Myshuno.
No apartamento de Raquel.




Ela ainda dormia sob o feitiço conjurado por Hakon. Ele não obteve total sucesso em hipnotizá-la, mas a fez dormir por tempo suficiente para que Armin conseguisse se tele portar com ela para dentro de seu apartamento. Ele a colocou sobre a cama e sumiu.




Duas horas após ser deixada no apartamento, ela acorda confusa com o que estava acontecendo, ou com o que tinha acontecido.




Estava com alguns hematomas pelo corpo e rosto, mas não conseguia se lembrar direito como os conseguiu. Hakon não sabia ainda, mas Raquel não foi hipnotizada. Ela apenas dormiu e esqueceu temporariamente do que aconteceu.




Raquel ainda sentia o corpo dolorido, mesmo com a avançada regeneração que tinha, não se lembrava ao certo o que aconteceu. Levantou-se e foi em direção ao banheiro.





— Mas que roupas são essas?… Não consigo me lembrar de nada… O que aconteceu comigo? Me sinto estranha.





Enquanto escovava os dentes, começou a se lembrar, mas de um jeito que não a perturbasse muito, afinal, Raquel já estava tomando a forma espiritual de Tessa, então não conseguia mais entrar em pânico por coisas desse tipo. Ela conseguiu lembrar de tudo sem muito esforço.




Tratou de tomar um banho e trocar aquela roupa.
— Tenho que tirar esse cheiro dele de mim, que, na verdade, não é ruim… Mas com certeza Higor sentirá assim que me ver..... Eu não quero que descubra o que aconteceu. Preciso mentir para ele.





Raquel odiava as criaturas das sombras, os bebedores de sangue como eles os chamavam. Mas mudou de opinião sobre certas coisas, depois que viu sua irmã transformada e ainda boa como era antes, cuidando dela enquanto estava sob o feitiço de Hakon, e as duas conversaram. Renata lhe falou sobre o propósito dos Astaroth. E apesar dela não ter acreditado, iria pesquisar sobre isso.
Decidiu quebrar uma das principais regras do clã, ela iria mentir, não contaria sobre o que aconteceu, diria que esteve nas montanhas e que não conseguiu descobrir nada sobre a sua irmã.
Ela sentia saudades da família, antes de Renata desaparecer e logo depois sua mãe morrer, eram unidos e felizes. Raquel foi até o quarto onde Renata dormia quando moravam juntas, matar um pouco da saudade olhando as coisas dela.




“Sinto tanta falta… Éramos quatro e, agora, só eu e meu pai… Tenho que ver como ele está.”




“Ela tinha os olhos da mamãe… Tão azuis, e agora vermelhos, cheios de sangue, a pele tão pálida.”





“Tudo continua do mesmo jeito que ela deixou… O cheiro do perfume doce e irritante dela continua aqui. Como eu queria que voltasse a ser como antes, mas sei que não voltará”.





“Vou ligar para Higor. Ele deve estar preocupado.”




Higor atende de imediato o telefone:
— Alô?! Raquel?
— Oi, Higor! Sou eu. Já cheguei.
— Você está bem? O que aconteceu? Estive na sua casa ontem. Onde você está?
— Estou bem e na minha casa. O que está esperando para vir me ver?
— Estou indo agora mesmo!




Após acalmar Higor, ela foi para a cozinha preparar uma limonada para os dois, pois breve ele chegaria. Higor já estava a caminho da casa de Raquel.




“Essa cozinha estava uma bagunça antes, ele deve ter arrumado quando veio aqui”.






Mas não demorou muito e ele chegou. Veio com seu amigo Allanon Vance (um bruxo amigo de Higor e também membro do Clã Raziel). Allanon sabia do romance entre Higor e Raquel. Ele apoiava os dois. Na verdade, todos apoiavam em segredo, só mantinham a opinião negativa sobre isso porque eram as leis no clã, não podia haver romances entre si para que o inimigo não descobrisse pontos de fraqueza entre eles, mas havia exceções. Ele sabia também quem Raquel era, e sabia que um dia ela teria que aceitar o seu destino quando estivesse preparada: iria procriar com o lycan de sangue puro e geraria um filho dele, que se tornaria um ser muito poderoso e assim poderia dar um fim à raça de vampiros e de qualquer tipo de demônios. Esse lycan de sangue puro era Higor, mas ele ainda não ativou a maldição, teria que matar um inocente para ativá-la, como todos os outros assim fizeram. E o próprio Higor ainda não era conhecedor de toda a verdade sobre o ritual de passagem e não conhecia os lycans transformados, com a maldição ativada (só os anciãos sabiam quem eram os lycans amaldiçoados). Higor era conhecedor sobre o sangue dos ancestrais lycans, mas pensava ser uma lenda essa história de ativação da maldição e também não sabia sobre ele e Raquel serem os escolhidos, sobre ela ser Tessa e ele o lycan de sangue puro.




Então depois que entrou com Allanon, ele pôde ter a certeza de que ela era a mesma Raquel, e era ela que estava ali na frente dele, os dois se abraçaram felizes em poder estar novamente juntos.




Na verdade, Allanon fez questão de ir com Higor para poder comprovar que, quem estava ali era Raquel mesmo. Depois do sumiço dela, eles pensavam que Raquel poderia voltar diferente, ou seja, temiam pela possibilidade de Tessa já ter despertado dentro dela e não saberiam qual seria a reação de Raquel ao descobrir a verdade sobre ela, de ter descoberto os grandes poderes que ela tinha e não conhecia ainda.




Allanon comprovou que era a mesma Raquel.
— Onde você esteve nesses últimos dias, Raquel? Por que não levou os aparelhos? O que aconteceu? — Higor perguntava curioso sobre o que teria acontecido para que Raquel não tivesse dado nenhuma notícia a ele.




— Não queria que ninguém me seguisse. Eu pretendia voltar só quando encontrasse Renata e talvez demorasse mais do que dez dias… Sabia que você iria atrás de mim se soubesse onde eu estava… Por isso não levei nada, só o que precisei mesmo.
— E encontrou o que procurava?… Sua irmã, o que aconteceu com ela?
— Tenho quase certeza de que… o clã inteiro estava certo… Ela morreu mesmo.
— Sinto muito Raquel, mas nós já sabíamos disso, não é?!




— Sim! Mas eu precisava ter certeza. Por meu pai e, principalmente, por minha mãe. — “Preciso mentir para todos… Não quero que cacem Renata” — Ela pensou.
— Não fica assim, meu amor. Vou ajudá-la a superar isso, juntos como sempre fazemos.
— Sim, Higor! Juntos como sempre fazemos.




Depois das explicações, Raquel convidou os dois para um lanche e eles aceitaram.




Allanon, comentou sobre os machucados no rosto de Raquel.
— Parece que andou se machucando… O que aconteceu? Brigou com um urso?
— Não, Allan. São arranhões de escalada.
— Não estranha, Allan. Raquel vive se machucando à toa! Ela consegue se machucar até nos treinamentos, por isso nem pergunto mais quando vejo uma mancha roxa.
— Entendi… — Allanon ainda estava desconfiado de que alguma coisa naquela história não estava batendo direito, mas ele nada sentia, nenhuma energia negativa ou irregular vinda de Raquel.




“Ele está tentando sentir alguma coisa, eu sei…, mas também sei que posso bloquear qualquer tentativa de rastreio da minha energia. Agora sei um pouco sobre magia, Allanon! Mesmo não sendo uma bruxa, eu sinto que tenho poderes crescendo dentro de mim”.




Mansão Astaroth.
Jacques chegou e se tele transportou direto para o quarto onde Raquel estava antes dela ter sido levada para o seu apartamento. Ele foi guiado pela sua energia, mas chegando lá, nada encontrou além de rastros da aura energética de Tessa.



Jacques resolveu recolher-se para as profundezas da terra, no intuito de fortalecer-se mentalmente. Ele queria atingir o ponto de concentração total para poder localizar a holosfera de Tessa Graham (holosfera: campos enérgicos pessoais de um ser humano). Conseguiu localizar o ponto certo, apesar do grande bloqueio que existia nela, que foi colocado propositalmente pelos anciões do Clã Raziel para que não a localizassem. Eles conheciam pouco sobre os supremos Astaroths, não sabiam que ainda existia de fato o príncipe deles, mas mesmo assim fizeram o bloqueio para que ela não fosse localizada. No entanto, Jacques conseguiu encontrar uma falha, talvez tenha sido pelo fato da energia de Tessa ter vindo à tona quando sentiu Hakon.




Ficou observando os rastros que quase contavam tudo o que havia acontecido naquele lugar. Jacques podia ler e rastrear as energias gravitantes.
(Energias gravitantes: são as energias extrafísicas conscienciais estáticas existentes em torno de objetos, pedaços ou restos de objetos, de construções, pedaços ou restos de construções — ou os restos de ambos — e até mesmo em torno de consciências intra físicas ou extrafísicas, formando um campo que pode ser percebido por uma pessoa com parapsiquismo apurado).




Em instantes, Hakon estava junto de Jacques. Ele sentiu o irmão e tele transportou até onde ele estava, mas não queria acreditar que era extamente ali que Jacques tinha sentido a presença de Tessa.




Hakon sabia que Jacques nunca quebrava uma promessa, e ele prometeu só sair quando rastreasse a energia de Tessa, para assim ir direto até onde ela estava.




“Sim, Hakon!… Foi exatamente aqui que rastreei Tessa Graham! Você esteve com ela em seus braços e a deixou ir”.




Após comprovado que Raquel era realmente Tessa Graham, e que esteve na cela de vidro com Hakon, os dois saíram para conversar sobre o que aconteceu desde que Tessa invadiu a ilha.




— Então foi por isso que conseguiu atravessar o escudo. Ela não se deu conta ainda de quem realmente é. — Hakon agora sabia o porquê de Raquel ter atravessado as barreiras conjuradas por Jacques e o porquê do bloqueio mental dela ser tão forte.
— Ela deve ter sido induzida, desde criança, a reprimir e expulsar qualquer tentativa do despertar da energia de Tessa. — Jacques tenta explicar e também entender o porquê de Raquel não ter despertado o código genético ancestral, da descendência de Tessa Graham.
— Mas o que acontecerá com Raquel, a caçadora quando Tessa despertar dentro dela?… Eu não vivi o suficiente para conhecer uma geração de Tessa.




— Continuará sendo Raquel, mas não será mais a caçadora… Raquel apenas despertará o código genético e libertará os poderes. Tessa em espírito já está em outra dimensão, não pode mais voltar para essa, não como humana. Eu não entendo como você, meu príncipe, não sentiu a energia de Tessa, já que foram feitos da mesma, você e ela compartilham essa energia, mesmo não sendo de raças iguais, vocês têm a essência da criação, da proteção, do equilíbrio.
— Senti algo nela, mas só a vi como uma forma humana… Patética e que me irritava profundamente… Eu não consegui controlar o meu instinto, o ser que tanto preservo adormecido tentou se libertar quando a viu, quando senti o cheiro da pele dela… Não gostei do que senti.
— Isso é só o começo, Hakon. Você passará pelos seus piores medos para gerar esse filho. Terá que sacrificar muitas coisas e eu estarei aqui para ajudar Armin, a conter o demônio de nosso pai dentro de você, que também está dentro de mim… Nós conseguiremos, irmão. Estou me preparando por toda a minha vida. Espero por esse dia.





Os dois irmãos possuíam poderes imensos, mas sofriam com um ser que os consumia e também poderia causar a destruição deles. Uma energia negra dentro de cada um, aprisionada e enjaulada, e que só o ser com a energia igual poderia conter. Mas era quase impossível de encontrar uma parceira de energia igual à dos Astaroths.
Hakon agora tinha Tessa, mas ele sabia que, para isso acontecer, precisaria ganhar a sua completa confiança e também ser amado por ela. Para que o ritual se completasse e eles pudessem procriar com sucesso, eles teriam que conjurar o “Feitiço de Ligação”, e ela teria que estar com a energia completamente ligada e igual à dele. E como seu primeiro encontro não foi apropriado, ele estava receoso quanto ao sucesso de ligação de energias. Mas Hakon ainda tinha chances, pois Tessa existia tendo sido prometida a ele desde antes de seu nascimento. E quanto a Jacques? Ele não teria a menor chance, e quando chegasse a hora da energia negra se libertar, Jacques teria que cessar a sua vida, para não ferir seus irmãos e demais criaturas. Hakon sabia que, quando chegasse a hora, se Jacques se recusasse a morrer, ele seria um grande problema para Hakon, pois Jacques era muito poderoso. Armin não tinha essa energia negra, ele diferia dos irmãos e também era bem mais fraco.





Os três irmãos eram muito próximos, do jeito deles, que não era como uma família convencional, mas se amavam como irmãos, e se preocupavam mutuamente.
— Você passou muito tempo recluso naquela caverna. Terá que se alimentar de sangue fresco para recuperar a cor natural da pele e também descansar um pouco.
— Não se preocupe comigo, Hakon, estou bem e forte como nunca.
— Sei disso, Jacques, mas precisa se alimentar. Vamos para a cripta. Já enviei instruções para Armin.
— Sabe que não obedeço a ordens suas, mesmo sendo meu príncipe, mas aceito os seus conselhos, irmão. Sei que quer o melhor para todos.
— Isso não é uma ordem, Jacques. Eu não dou ordens a você, irmão…, mas sim, é para o seu bem e o nosso. Precisarei de você em breve! E o mais descansado possível.




Em San Myshuno.




Raquel não parava de pensar na irmã e no que ela disse sobre a raça suprema dos Astaroths. Sobre o que ela passou nas mãos de Hakon e de Cásper, pelo qual ela sentia uma enorme vontade de matar. Hakon, o príncipe dos demônios, era assim que ela o chamava, desse ela sentia raiva e medo ao mesmo tempo, mas também sentia algo mais que a incomodava profundamente.



Os três terminavam de comer os seus lanches: sanduíches de queijo grelhado. Conversaram mais sobre a viagem de Raquel para as montanhas. Ela inventou mais algumas coisas e eles acreditaram no que ela contou, pelo menos foi o que demonstraram.




Higor pediu para conversar a sós com Raquel, e os dois foram para outro cômodo da casa, Allanon entendeu que eles queriam um pouco de privacidade.




Mataram a saudade um do outro.





— Estava morrendo de saudades de você, Raquel. Que bom que voltou bem! Eu temia que havia acontecido alguma coisa.
— Agora sabe que estou bem… Quero ver o meu pai. Como ele está?
— Se recuperando… Lentamente, mas já está melhor.




Um pouco mais tarde. Higor e Allanon já iam embora e Raquel saiu para acompanhá-los até a pracinha que ficava em frente à sua casa, onde ela morava.





Pararam por um instante para olhar a artista de rua, que se esforçava para ganhar um dinheiro, mas a música que ela tocava não era muito boa, desafinava feio no violino.




Raquel aproveitou a oportunidade e fez umas comprinhas de frutas e verduras na barraquinha. Era um pouco mais caro, mas estava bem na frente de sua casa, o que tornava mais prático e mais rápido do que ir ao mercado.




— Então, meu pai está melhorando? Essa é uma notícia maravilhosa! Fico muito feliz que ele esteja saindo dessa depressão.
— Sim, Raquel, ele não está completamente bom, mas já está se alimentando e cuidando de si.
— Logo estará de volta à ativa, Daniel é um excelente caçador! — Allanon, torcia pela recuperação de Daniel Banes, o pai de Raquel.




Higor estava muito apaixonado por Raquel. Ele pretendia assumir logo o namoro deles, pedir permissão para o conselho do clã, mas Raquel sempre o impedia de fazer isso. Ela dizia ter medo de ser rebaixada de cargo ou de posição no clã, e Higor deixava para depois. Se despediram e cada um foi para as suas casas.




Na cripta.
Hakon leva seu irmão para que ele descanse. Como Jacques ficou muito tempo sem ir à superfície, e não se alimentava de sangue humano, ficou muito pálido, fisicamente menos forte, mas mentalmente muito mais forte. Depois de um banho tomado, trocou de roupa e resolveu seguir os conselhos do irmão. Jacques sabia que precisava se alimentar de sangue humano novamente.
— Aqui poderá descansar e se fortalecer também, pois estamos a vinte metros da superfície.




— Você tem razão!… Estando debaixo da terra é fácil não sentir o cheiro do sangue humano e controlar a sede, mas aqui, com todos esses criados… É difícil. — Jacques sentia o cheiro do sangue humano, mas não oferecia risco a eles, pois tinha o controle de sua mente. Ele não atacaria ninguém, apesar de ter ficado duzentos anos se alimentando do sangue dos animais da caverna. Não precisava se alimentar muito para ficar bem.



— Tem um controle mental admirável! Não gosto de beber sangue sempre, mas sei que ele nos fortalece… Uma serva já está vindo para cá. Alimente-se, irmão. E nem preciso pedir para não matá-la.




— Talvez precise mesmo! Não sei se posso ser tão controlado diante de uma bolsa de sangue quentinha.
— Sei que não fará isso, mas se acontecer não o condenarei.




Hakon pediu para que Armin mandasse uma serva para Jacques se alimentar. E ela desceu até a cripta, que ficava a quatro andares abaixo da mansão. Acima da cripta ficava o quarto de Hakon.




A serva era Eliza, filha de uma copeira que trabalhava na mansão de um dos servos humanos. Estava ali para a semana da alimentação dos vampiros, juntamente com sua mãe, e ainda não foi mordida por nenhum deles até então, iriam se alimentar no dia seguinte. Ela foi por conta própria, sem obrigação, sentia-se honrada por ir, sabia que seria bem recompensada por isso e que não corria risco de morte, pelo menos era o que pensava.




— Uma virgem?




— Sim, ao seu gosto: pura e sem vícios! Vestida como manda a tradição. (Nos tempos antigos, no outro governo, as mulheres eram vestidas com roupas que não cobrissem o pescoço, braços e pernas, elas tinham que usar um vestido, pois após se alimentarem do sangue, a maioria dos vampiros fazia sexo com a serva escolhida, sendo essa solteira ou não, no caso do servo homem, a veste era apenas uma peça íntima, nesse caso a cueca ou sunga, porém, isso acabou no governo de Hakon, agora os servos não precisavam mais ter relações sexuais com os vampiros).




— Ela está com pouca carne nos ossos, mas está saudável! — Jacques achou que a garota estava magra demais.




— Encontrar virgens sem vícios e voluptuosas, é muito raro. Essa não é grande coisa, no entanto, é adulta e veio por vontade própria. Espero que lhe agrade da forma como desejar!
— Ela servirá para o que preciso. Obrigado irmão!




— Bom, vou deixá-los! Já sabe o que tem que fazer, Eliza, então faça tudo que lhe for ordenado.
— Sim, príncipe Hakon, farei com maior prazer! — Eliza respondeu a Hakon. E, ao mesmo tempo que se sentia privilegiada por estar ali, também sentia medo. Agora que estava diante dos dois seres mais poderosos que já existiu, ela se sentiu muito vulnerável, mas tinha esperança que não morreria, e o dinheiro que iria ganhar depois, compensava tudo.



“Espero mesmo que ele não a mate. Não que isso seja importante, mas gosto que sigam as regras!… Não posso fazer nada se isso acontecer. Jacques está há muito tempo sem se alimentar direito”.




“Posso ir? Ainda precisa de mim, Jacques?” — Hakon pergunta ao irmão, mentalmente.
“Acho que não!… E agradeço por me mandar uma humana com o sangue limpo, mas não precisava necessariamente ser virgem, essas tradições já não importam mais!”
“Sei que não gosta de sangue contaminado. Eu também não suporto essas drogas que esses seres usam — Eles se referiam a drogas lícitas como: o cigarro, as bebidas alcoólicas e outros vícios do cotidiano humano — Você merece o que há de melhor, e não fiz para seguir tradições, fiz por você, se quiser, pode se divertir um pouco também, apenas deixe que ela viva”.




Hakon os deixou.




— Você está nervosa. Está pensando que vou machucá-la.
— Me desculpe… Sei que não vai, não muito…, mas confesso que estou muito nervosa… Ainda mais que agora estou na presença do poderoso Jacques Astaroth, e estive na presença do príncipe Hakon. Eu… nunca estive na presença dele.
— Entendo… é melhor você ficar com medo. O sangue fica agridoce com o gosto do medo.




— O quê? Mas me garantiram que você não me fará mal…
— Talvez não! E quem garantiu isso a você não pode garantir a própria existência. Se quiser, pode subir e voltar pelo mesmo lugar de onde veio, não vou impedi-la.
— Prefiro ficar! — Eliza não estava hipnotizada mentalmente, mas o cheiro que vinha de Jacques atraía as presas como abelhas no mel, e ela estava com muito medo, mas encantada com tamanha magnificência do ser que estava diante dela.
— Se quer ficar, então encare o seu destino agora, Eliza.




Jacques pegou Eliza e posicionou seu pescoço da melhor forma para cravar suas presas nele. Eliza ficou paralisada, mas ela não sabe se foi de medo ou prazer. Eles causavam esse frisson, esse tipo de emoção nas vítimas, elas não conseguiam distinguir a dor do prazer.




— Você tem uma pele muito macia… Preciso me controlar… posso sentir o gosto do seu sangue limpo escorrer pela garganta antes mesmo de mordê-la.
— Estou aqui ao seu dispor, Jacques, por favor, me morda?…




— É melhor que fique calada, criança! Não está ajudando a poupar sua vida.




Jacques sentiu vontade de morder Eliza e beber até a última gota de seu sangue, estava tentando ao máximo não perder o controle. Mas cravou as presas no pescoço dela. Eliza não sentia dor, só prazer, e isso só o excitava e a vontade de beber mais do sangue dela crescia.




Ele conseguiu parar a tempo de não a matar, porém, bebeu mais do que devia.





Ela desmaiou e ele a colocou para dormir no caixão onde ia descansar, deixou que ela ficasse lá, por ser mais confortável. Conjurou um feitiço de calma, e também de cura, e depois deitou-se na pedra. Para ele, não fazia diferença. Agora estava alimentado e o sangue de Eliza já estava fazendo efeito no corpo de Jacques.





A serva Eliza, ficou com mordidas profundas, o sangue tinha sido drenado em grande volume, mas ela estava sob o poderoso feitiço de cura que Jacques havia lançado, e iria se recuperar.



Continua...

Comentários

  1. O nome Lycan vem de licantropo?

    Será que os dois pretendentes vão sair no tapa pela Raquel?

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    Respostas
    1. Sim.
      Talvez eles saiam sim, mas vai ter bem mais do que tapas kkkkkk

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