Mansão Astaroth, na ilha dos Krástis Agares.
21h, quarta-feira.
Raquel Camargo, uma caçadora do “Clã Raziel”, foi capturada por Cásper, um vampiro experiente e guardião dos Krástis Agares.
Antes de ser capturada, Raquel a jovem caçadora, já havia passado por cinco de seus vampiros, eles eram todos recém-transformados que, apesar de serem fortes, não tinha experiência com os caçadores, apenas com humanos normais, e, nas mãos da jovem (mas bem treinada caçadora), acabaram sendo destruídos.
— Vamos ver se você consegue se livrar dessas algemas, caçadora, sua maldita! Matou cinco dos nossos! Você terá uma morte lenta!
Cásper não pôde hipnotizar Raquel. Ela era imune ao controle mental dos vampiros e isso a fazia especial entre os outros caçadores, por isso a garota foi treinada desde a sua infância por seu pai adotivo, que era um dos caçadores mais respeitados do clã.
Raquel era, na verdade, Tessa Graham. E seu pai adotivo era o Sr. Damien Banes, cuja identidade falsa era o nome Daniel Camargo. Ele adotou Tessa quando ela ainda era um bebê. Sua esposa o ajudou a criar Tessa, que era apenas dois anos mais nova do que sua filha Renata. As duas meninas foram criadas e treinadas juntas, mas Tessa sempre superou Renata e foi admitida imediatamente no clã quando completou onze anos e participou de uma caçada, onde logo puderam descobrir que a menina era imune ao controle mental dos vampiros. E isso fez com que Tessa imediatamente ganhasse um lugar privilegiado no clã. Então, enquanto sua irmã ainda era considerada uma iniciante, Tessa já estava comandando equipes inteiras de caçadores.
O que ninguém sabia, além de seu pai adotivo e dos anciões do “Clã Raziel”, era que Tessa Graham descendia de uma raça muito poderosa, sendo descendente de um poderoso demônio Eidolon.
Explicando a descendência de Raquel Camargo (Tessa Graham): Explicações detalhadas aqui:
Três séculos atrás, um Eidolon atacou a carruagem de Linesse Graham, que estava acompanhada de sua criada. A criatura havia devorado o motorista e pretendia fazer o mesmo com a servente, mas Linesse reagiu.
À distância, dois irmãos testemunharam os eventos: Magnus e Edmund Banes. Edmund era casado com a criada de Linesse, então ele correu na intenção de salvar sua esposa, mas quase foi morto pelo demônio, que finalmente foi expulso por Linesse e pelos dois Banes.
O que aconteceu foi que Linesse foi enganada por esse mesmo demônio, que, meses antes, assumiu a forma de um homem que, além de trabalhar para ela, como seu criado, também se tornou seu amante. Os dois mantinham relações quando o marido de Linesse estava fora caçando. E esse marido dela nunca falava o que ia caçar, mas suas presas eram os vampiros. Ele era um caçador e se chamava Ricard Graham.
Essa criatura (Eidolon), disfarçada de criado (cujo nome era Regan), respondia às ordens de um demônio ainda mais poderoso, de nome Mortmain. Regan era inteligente, belo e incrivelmente sedutor. E como Linesse ficava muito tempo sem o marido, ele logo seduziu e engravidou a esposa de Ricard. Ela, pouco tempo depois do ataque final de Regan na carruagem, deu à luz uma menina, metade-Nefilim (anjo) e metade-Eidolon (demônio): a primeira da raça de Tessa.
Continuando a explicação 1:
No entanto, Regan também manteve relações com a criada de Linesse, por isso o ataque na carruagem aconteceu. Aconteceu que a criada se apaixonou por Regan e iria revelar isso para sua senhora logo que chegassem ao seu destino. O demônio, ao descobrir isso lendo os pensamentos da servente, resolveu então matá-la. Só que Linesse havia aprendido a se defender com o marido Ricard, além de possuir um dom que não foi revelado nem a ele; e, por conta desse dom, ela conseguiu expulsar o demônio da carruagem logo depois dele ter se transformado.
Continuando a explicação, 2:
A primeira geração dos antepassados de Tessa foi treinada para transformar-se e combater os demônios e bebedores de sangue.
Já Tessa, ela nunca soube sobre sua verdadeira descendência. Ela não sabia que sua linhagem era parte demônio e parte “Caçadores de Sombras”.
Linesse era descendente de um clã criado pelo próprio anjo Raziel. E o objetivo desse clã era livrar os humanos das garras dos demônios e criaturas das sombras.
Raziel desceu do céu, invocado pelo clamor de um feiticeiro ancião, e encheu um cálice com seu sangue, criando assim o primeiro clã de Nefilim, que se tornaram “Os Caçadores das Sombras”.
No entanto, Linesse, por ser a mais fraca e doente de sua família, de seu clã, não foi treinada por eles, não conseguindo, assim, desenvolver suas habilidades notavelmente.
E quando “O Clã do Anjo Raziel” foi caçado e destruído pelos demônios, pelo fato de Linesse não constar como uma deles, ela sobreviveu. Foi a única que sobrou dessa caçada que durou anos até a completa aniquilação do clã. Pelo menos foi isso o que as criaturas pensaram: que haviam destruído todos eles. Mas o demônio Mortmain tinha um dom especial: ele conseguia localizar os caçadores por seu cheiro e sua genética; e, após anos, ele localizou Linesse e manteve isso em segredo, já que ele tinha seus próprios planos. Mortmain queria criar uma nova raça para dominar todas as outras. E ele acreditava que, como seu criador, ele seria o seu mestre.
Assim, devido a seu sangue misturado (de Caçadora de Sombras e de Eidolon; ou seja: de anjo e de demônio), Tessa (Raquel) é um tipo especial de ser com poderes superior aos outros sobrenaturais, porém, não revelados ainda.
Raquel foi até a ilha dos Krástis Agares por conta própria, pois sua irmã Renata havia sido capturada durante uma caçada a um grupo de vampiros que estava causando mortes e pânico em uma cidade do interior de Windenburg. A população não sabia da existência das criaturas das sombras, pois as criaturas antigas se mantinham em segredo, no entanto, os recém-criados nunca obedeciam, eles caçavam e matavam humanos sem controle, e, por isso, precisavam ser mortos. E aqueles que eram pegos em flagrante nem tinham chance de serem aprisionados. Simplesmente eram eliminados na hora! Mesmo porque os caçadores eram muito bem preparados, eles possuíam tecnologias avançadas, armas letais para cada criatura diferente contra a qual lutavam.
Já aquela ilha era muito bem protegida por feitiços que escondiam sua localização. Qualquer criatura que considerasse atravessar o escudo seria destruída mentalmente, sangrando até a morte. Mas não Raquel.
Naquela mesma noite, ela teve um sonho com a irmã. Quando acordou, foi até seu quarto, onde guardava algumas armas e outras coisas para matar vampiros. Então pegou uma única arma, que possuía balas de raios ultravioletas, e deitou novamente em sua cama. Concentrou-se na irmã, foi teletransportada pela força dos seus poderes e pela conexão que possuía com Renata, até onde sua irmã poderia estar, na ilha dos Krástis Agares.
Apesar de todos os outros caçadores, inclusive seu pai, já terem dado Renata como morta, Raquel sabia e sentia que sua irmã estava viva, mas não sabia explicar como tinha tanta certeza disso. O fato é que ela deixou de sentir a presença da irmã por um tempo (cinco meses), mas depois que sua mãe adotiva morreu, aconteceu algo que a modificou profundamente, principalmente porque ela sofreu muito com a morte de sua mãe, pois a amava demais.
Aconteceu que, no auge do seu sofrimento por perder a irmã e a mãe (que morreu triste pensando que sua filha estava morta), Raquel tocou a testa de sua mãe já falecida, em seu leito, e conseguiu ver tudo, desde a sua chegada na casa até os mínimos detalhes das lembranças e sofrimentos da mulher.
No entanto, isso despertou uma nova Raquel: fria e estranha até para ela mesma, e a perturbou imensamente. Mas isso fez com que ela desenvolvesse habilidades novas. E ela preferiu não comentar com o seu pai sobre isso, pois ele ainda estava imerso nos seus sofrimentos pela morte precoce da esposa.
Foi apenas treze dias após a morte da sua mãe, que Raquel conseguiu mentalizar a irmã e localizar o seu destino, chegando ali sem ao menos saber como, mas desejando, acima de tudo, apenas saber se sua irmã Renata estava de fato viva.
Ela poderia se soltar e matar o vampiro, mas tinha primeiro que saber onde estava sua irmã, por isso se permitiu ser capturada, e agora Cásper estava levando a caçadora direto para onde ela queria ir, mesmo sem saber quem ela era, e, na verdade, nem ela mesma sabia quem realmente era. Seus pais nunca lhe falaram que ela era Tessa Graham. E, além disso, os anciões querem, a todo custo, que Tessa fique bem adormecida em Raquel, pelo menos até o momento certo.
Raquel foi levada à presença de Hakon Astaroth, o príncipe legítimo dos Krástis Agares.
Ele sentiu a presença da caçadora assim que ela conseguiu passar pelo escudo conjurado por seu irmão, o feiticeiro e curandeiro da família: o poderoso Jacques Astaroth. Hakon sentiu a presença de Raquel, a caçadora, e não de “Tessa Graham”. Então ele acionou Cásper para capturá-la e trazê-la a sua presença. Hakon estava intrigado como aquela simples e frágil caçadora conseguiu atravessar o manto do escudo conjurado por seu irmão, e como ele não sentia Jacques fraco, então seu feitiço ainda estava forte e a presença daquela pessoa ali era inexplicável! Assim, ele precisava saber como ela conseguiu passar pela proteção sem ser morta, afinal, “tecnicamente” ela parecia ser apenas uma simples humana.
Agora, naquela sala, estavam presentes:
1) Armin Astaroth: irmão mais novo de Hakon.
2) Brandon Lurch: seu escrivão e amigo, um recém-transformado.
Recém-transformado em comparação aos demais, pois, Brandon, já tinha 40 anos de transformação.
3) Laura Nier: a morena de cabelos cacheados e vestido preto, e, Belina Sneezy: a de vestido vermelho; ambas eram amantes de Hakon Astaroth.
4) Arakiel Borat: seu cão de guarda, que não saía de perto dele.
Arakiel descendia de outra raça e não gostava de ser comparado com os vampiros, ele era letal e frio, sem emoções, sem hesitações e fiel apenas ao seu mestre: Hakon Astaroth.
Mas falemos sobre a raça única chamada Astaroth: eles são os criadores de várias raças de criaturas das sombras, e os humanos facilmente os confundem com os vampiros, mas os caçadores antigos sabem diferenciá-los. Os Astaroth são seres superiores e civilizados, fortes e poderosos, e poucos sabem que esses seres são, na realidade, o equilíbrio da existência do mundo como os humanos conhecem, pois uma de suas mais importantes funções é proteger os humanos dos sobrenaturais maléficos.
Os Astaroth podem se transformar em quase todos os animais da terra, não os do ar ou da água (apesar de que podem respirar dentro dela). São seres quase imortais e podem escolher quando desejam cessar suas vidas, no entanto, há algo que pode matá-los, uma única coisa, mas ela não foi revelada ainda para nenhum ser (eles guardam esse segredo entre si e não o revelam nem para os mais próximos amigos).
Existe outra raça na qual os Astaroth, priorizam em defender: os elfos, afinal, eles são os defensores da natureza da dimensão 5 (planeta Terra) e de outras paralelas, e os mesmos, os protegem e os servem, por saberem da importância deles. Já os caçadores acreditam que os Astaroth foram extintos pelos seres superiores (anjos), há milhares de anos. Mas Hakon é o único que possui a essência pura de um príncipe Astaroth. Isso quer dizer que apenas ele carrega a semente capaz de gerar outro príncipe legítimo, como ele. Por isso são enormes sua responsabilidade e seu fardo de príncipe.
Todos os outros cuidavam e zelavam pela segurança de seu príncipe. Eles sabiam o quão grande era o seu fardo. E Hakon não podia descansar, sempre comandando e protegendo os seus. Caso o príncipe morresse sem deixar um substituto, o caos sobre a Terra se instalaria, o manto do equilíbrio se quebraria e as criaturas dominariam os humanos, que os Astaroth viam como frágil e patéticos, mas importante e vital para o planeta.
Assim, Hakon tinha a missão de encontrar a sua companheira, sua prometida, e nela ele plantaria a sua semente, que faria nascer um príncipe ainda mais poderoso para sua raça.
No entanto, mais de mil anos já tinham se passado e nada dessa prometida aparecer. Seu irmão Jacques já estava recolhido a 200 anos debaixo da terra (pois era assim que os Astaroth se fortaleciam durante o dia ou por longos períodos: dormindo sob o solo, sua mãe fortalecedora), nas profundezas de uma caverna, meditando e focado em encontrar a prometida que aparecia na profecia de seus ancestrais: a geradora da criança superior de todas as raças. Essa mulher geraria uma filha de Hakon, e sua filha ao atingir a idade adulta conseguiria dar à luz e gerar príncipes com uma essência genuína como a de Hakon, e só então a raça Astaroth cresceria e se multiplicaria rapidamente, aumentando a proteção sobre o planeta.
A raça Astaroth, foi amaldiçoada pelo seu criador, o deus supremo Enlil, eles não poderiam mais gerar meninas, por isso, não existiam mulheres com sangue puro Astaroth, e Hakon, havia perdido as esperanças em ter uma filha, porém, a profecia dizia que, Hakon, encontraria sua prometida e ela lhe daria uma filha.
— Me diga, caçadora… como conseguiu chegar até nós e o que busca aqui no leito de sua morte? — Hakon perguntou a Raquel, com grande curiosidade. Ele possuía uma voz poderosa, altiva, mas doce e sedutora, como a de um verdadeiro predador.
— Posso responder olhando direto para você? Acho que seria mais digno e respeitoso! — Raquel ignorou o perigo.
— Essa é bem corajosa! Nunca vi uma criatura, na hora de sua morte, ser tão arrogante assim. — Belina falou e deu uma risada irônica para Hakon. Ela estava impressionada com tamanha audácia daquela caçadora, pois todos sentiam o poder do príncipe. E, geralmente, quando ele queria punir, ou mesmo matar alguém, as presas já sentiam isso e se desesperavam com o tamanho poder mental que ele tinha sobre elas.
— Talvez ela não tenha medo da morte, mas podemos dar um jeito nisso com algumas horas na cela de tortura. — Cásper falou, apenas desejando uma única ordem de seu príncipe para ele vingar a morte de um dos seus, um dos que Raquel matou.
— Acho que ela ainda não se deu conta com quem está falando, e, do que vai acontecer com ela! — Laura também riu, mas com calma.
— Levante-a para que ela me veja e assim possa falar, já que serão suas últimas palavras. — Hakon deu a ordem a Cásper.
— Sim, senhor! — E ele obedeceu imediatamente.
— Agora obedeça! — Cásper estava com muita raiva de Raquel, pois tinha uma recém-criada (sua namorada) entre os vampiros que a caçadora acabou de matar com sua arma de balas ultravioletas.
— Repetirei a pergunta. — Hakon disse. — Como conseguiu encontrar esse lugar e o que veio fazer aqui?
— Não sei como consegui chegar aqui! Sou caçadora e mentalizei a minha irmã, que vocês mantêm presa! Foi assim que vim parar nessa morada de demônios! — Raquel falou calmamente para Hakon.
— Você mentalizou e assim veio parar aqui… — Ele repetiu. — Certamente isso me intriga… É telepática. Você tem poderes telepáticos. Mas quanto a vir parar aqui, eu ainda não compreendo…
— Não sei do que você está falando! Não tenho poderes telepáticos! Apenas senti a presença da minha irmã.
— Eu não consegui hipnotizá-la, por isso a algemei. Acho que deve estar cheia de Verbena. — Cásper falou.
— Não sinto o cheiro de Verbena vindo dela… Ela não foi hipnotizada porque é imune. — Hakon disse.
— Você tem que matá-la, meu príncipe! É perigosa se for imune. — Belina ficou com medo da caçadora e incomodada com o olhar de Hakon para ela.
— Disse que veio pela irmã. Como se chama a sua irmã? Ela também é uma caçadora? — Armim Astaroth perguntou para Raquel, observado por Brandon, que temia pela resposta.
— Responda logo se não quiser morrer agora! — Cásper estava perdendo a paciência com a caçadora e assassina de sua namorada recém-transformada.
— Pois bem… sei que minha irmã está sendo mantida aqui, mas não sei como ela conseguiu sobreviver e eu quero vê-la!
— Não fazemos prisioneiros na minha mansão, criança. — Hakon disse. — A sua vinda é um mistério, mas você vai morrer com ele e em vão, pois sua irmã não está sendo mantida prisioneira, seja lá quem for… Eu poderia facilmente entrar na sua mente e descobrir tudo, apagar sua memória e libertá-la, mas você matou cinco dos nossos. É ignorante, não sabe nada do nosso propósito. E não posso deixar que uma única criatura ponha em risco a vida de muitos… Você não deveria ter vindo até aqui. — Hakon fez seu julgamento, prático e impiedoso, afinal, o dever e as responsabilidades estavam acima de tudo.
— Minha irmã está aqui!! Ela se chama Renata Camargo! Foi capturada em uma caçada a um grupo de demônios bebedores de sangue, recém-transformados, que estavam causando caos e desordem, assassinando pessoas sem piedade! Crianças nas escolas e pais estavam desesperados, até que tivemos que pôr um fim nisso. Minha irmã foi capturada por um antigo que transformou os recentes demônios assassinos, tenho certeza!… Foi dada como morta, mas eu a sinto!… Ela está viva, nessa ilha!… É meu direito vê-la antes de morrer, antes que me matem! Quero ver a minha irmã!
Brandon sabia exatamente de quem se tratava a irmã da Caçadora. Era Renata, sua companheira.
Hakon e os demais agora também sabiam de quem ela estava falando.
— Muito bem! — Hakon decidiu — Levem-na para a rocha! Daqui a poucas horas o sol sairá e teremos que descansar… mantenham-na lá e depois decidirei o que fazer com ela.
— Vai me negar esse direito? Sei que você sabe de quem estou falando, príncipe dos demônios!!!
Hakon olhou para Raquel. Ele sentia uma necessidade de mantê-la viva, apesar de achá-la insignificante. A verdade era que ela despertava a curiosidade nele.
— Você tem minha atenção agora, caçadora… Amanhã irei pessoalmente conversar com você, fazer algumas perguntas e veremos o que farei. Quanto a sua irmã, motivo da sua busca e também de sua morte certa, não falarei nada ainda. Talvez eu lhe dê uma resposta amanhã, afinal, eu admiro a sua coragem, criança. — E então ele deu a ordem — Agora levem-na!
Brandon observava tudo, temeroso pelo futuro de sua companheira. E Arakiel farejou o medo dele, o que não conseguiu sentir na caçadora Raquel.
Raquel foi levada para a outra parte da ilha, para “A Rocha”, uma prisão onde eles mantinham alguns vampiros e outras criaturas para interrogatório, depois os eliminavam.
Os Astaroth tinham seus problemas com os vampiros. Eles matavam todos que desobedecessem às leis. A questão é que os vampiros surgiram de uma mutação que aconteceu ao longo do tempo. Eles eram considerados a escória, o erro que ameaçava a natureza. Alguns se comportavam e eram poupados, mas a grande maioria não resistia à sede por sangue humano, e esses então eram caçados e eliminados, assim como seus criadores.
Alguns vampiros possuíam seus próprios escravos, dos quais se alimentavam. E esses vampiros eram poupados, pois os escravos eram vistos como servos que iam por conta própria, sem hipnose, apenas para servir os vampiros e, em alguns casos, ganhar algo com isso. Esses poucos escolhidos ganhavam muito dinheiro, no geral, eram ricos e bem-sucedidos. Alguns desses escolhidos tinham empregados que também serviam de alimentos para os vampiros, mas eram mantidos vivos e conscientes de tudo, bem tratados e protegidos. Famílias inteiras participavam desse ciclo, no entanto, elas não podiam ser transformadas. Pelas regras, os vampiros podiam se alimentar apenas uma vez por semana, para saciar a sede de sangue humano. Mas isso não era problema para eles, pois também podiam comer alimentos normais, como os humanos. Os que obedeciam essas regras viviam normalmente entre os humanos, sem serem caçados pelos Astaroth ou pelos caçadores. E entre esses dois últimos havia um acordo, mas isso não impedia as rivalidades.
Cásper levou Raquel para “A Rocha”, mas como Hakon nada disse sobre não a torturar, ele aproveitou para descontar um pouquinho a sua ira pela perda de Janete, sua namorada.
— Olha só como você ficou doce! E agora, o que me diz? Eu não sou um vampiro recém-transformado e você não me parece durona aí onde está!
Raquel não podia fazer nada. Ela tinha que aguentar firme até saber onde eles estavam mantendo sua irmã presa.
Brandon chegou pouco depois. Garantiu que a irmã de sua esposa ficasse viva até ele conseguir falar com ela.
— Cásper, solte-a!
— O que você faz aqui? Você não me dá ordens! Não devo obediência a você! — Cásper se recusava a soltar Raquel.
— Hakon ordenou que a trouxesse para cá, mas não para torturá-la! Solte ela agora!
— Só vou queimar essa carinha dela, assim ela sentirá um pouco da dor que Janete sentiu antes de morrer pelas balas de raio solar!
— Sei o que está sentindo, mas essa ignorante não sabe do nosso propósito. Deixe que Hakon decida como ela morrerá amanhã. Garanto que ele não gostará de interrogá-la com o rosto deformado. — Brandon tentava ganhar tempo e convencer Cásper.
— Você tem razão!… Eu não pensei nisso. Ele não vai gostar de olhar para ela toda queimada. Além disso, carne de humano fede mesmo não estando queimada!
— Isso mesmo, Cásper. Então apenas deixe ela aí mesmo!
Cásper, bate um pouco mais em Raquel, antes de sair da cela.
Ela, que já tinha apanhado muito antes de Brandon chegar, não aguentou os últimos socos que Cásper deu. Raquel desmaiou.
“Não teve jeito mesmo… Não sei se vou conseguir mantê-la viva até Renata saber que a irmã veio por ela…” — Brandon pensou.
“Mas por que ela não me disse que tinha uma irmã? Preciso conversar com ela quanto antes… Antes de Hakon vir vê-la.”
— ele pensava.
Continua...
A história já começou dando ruim pra Raquel.
ResponderExcluirDeu conta de 5 vampiros sozinha? Os caçadores da minha história tem muito oque aprender com a Raquel.
Obrigada por ler e comentar, Tatsumi. A Consuelo dá conta de mais do que isso.
ExcluirConsuelo não é caçadora e sim agente da A.I.S. A Cassandra e o grupo dela que são caçadores. Nem sempre a Consuelo da conta de mais de 5 vampiros. Depende muito do nível do vampiro.
ExcluirEita! Que a história já começa com treta braba
ResponderExcluirSim, essa história é cheia de tretas kkkk
ExcluirObrigada por acompanhar, Cat.