Black Wings 04




Essa história é meramente fictícia, foi escrita e inventada por mim.
Usei referências de muitas histórias, filmes livros e lendas.




Lúcifer: “estrela da manhã”, “filho da alva” ou “o que brilha”, “o que traz luz”.
Lúcifer foi o anjo mais perfeito, filho de Enki, deus da dimensão 5, se revoltou contra o pai quando adorou demais os humanos, adorou tanto que queria morar com eles na Terra, deixando seus afazeres e suas obrigações de lado. Lúcifer, muito superior aos humanos em sua criação, usava de seus dons e seus poderes para se divertir com eles, ele não tinha limites quanto a isso, os prazeres carnais eram a sua fraqueza.
Enki puniu o filho mandando-o para a Terra, mas logo viu que cometeu um erro, pois Lúcifer não se importava de viver lá, era exatamente o que ele queria, e com ele levou alguns anjos que se denominam os caídos. Foi criado um conselho dos deuses, tão grande era a desordem na terra, então condenaram Lúcifer a viver na dimensão 4 (submundo ou Inferno da Terra), punindo seus humanos queridos por cometer pecados (ação que os transformam em negativos escuros). Caso ele quisesse voltar por conta própria para a Terra, seria caçado e aprisionado pelos anjos mais fortes, a energia negativa que ele agora tinha, o enfraquecia e poderia ser derrotado pelos anjos supremos, o que antes não seria possível, no mínimo em uma luta entre esses seres celestiais, aconteceria um empate, ou lutariam até a morte, pois só poderiam morrer pelas mãos deles mesmos.



Portão principal do submundo. Entrada ou saída para o inferno.





— Não entendo por que você fica tão nervoso quando está perto do Lúcifer. Não deveria ter se exaltado daquele jeito.
— Você tem razão, eu não devia… mas como ele fala sobre nossos criadores e sobre os humanos, tudo o que ele pensa é errado. O que me incomoda mesmo é o fato de você ouvir o que ele tem a dizer.
— Quem é o seu superior Levi?
— Você, Ravi!…
— Está questionando como eu comando?
— Não, de forma alguma, Ravi… me perdoe?!




— Não quero falar sobre os erros de ninguém, todos temos nossas fraquezas, alguns erram mais do que os outros, e essa criação, os humanos, foram feitos semelhantes a nós para nos testar o tempo todo, são frágeis na sua forma física, mas oferece muitas tentações, e você mais do ninguém sabe bem disso. Preciso falar mais alguma coisa, Levi?
— Não… — Levi reconhece seu erro.
— Então, não julguemos, e vamos continuar o nosso trabalho!




— Ravi, só mais uma coisa… Vai mesmo ajudar Lúcifer?
— E por que não ajudaria?
— Ele não merece a sua ajuda, você pode se complicar se o conselho souber que você está fazendo favores a ele… Os deuses não querem Lúcifer na terra, é a vontade deles!
— Eles nem sempre estão certos!…
— Ravi, o que você está falando?… Vamos sair daqui, esse lugar não nos faz bem.




— Você odeia meu pai e eu não o culpo por isso, todos o odeiam por ele pensar diferente em relação a muitas coisas, porém, saiba, irmão, que não sou diferente do meu pai, e acho que a decisão dele de eliminar a humanidade com o dilúvio foi o certo a se fazer! Eles são fracos e irritantes! Nunca estão satisfeitos, prejudicam a si mesmos, são cruéis com raças inferiores.
— Você é diferente sim! Herdou a força dele, mas a sabedoria e bondade de sua mãe… Vi a compaixão que teve ao curar aquela moça, e nem todos os humanos são assim, as almas são diferentes.
— Fiz aquilo por você, se tivesse ido até ela poderia se complicar, e mesmo se as asas amarelas tivessem ido para curá-la, estaríamos em uma reunião do conselho tentando explicar por que ela conseguiu nos ver. Eu tenho planos para você, Levi, não posso deixar que cometa mais um erro!… Os humanos nos levam a isso, o meu pai os amou demais, deu tudo quando eles não mereciam nada, são ingratos!  Enki sempre os ignorou, jogando as responsabilidades sobre os ombros de Enlil, e quando ele decide dar um fim aos problemas, só ganhou o exílio!




— Por favor, irmão, não pense assim, não continue a falar desse jeito, você vai ter o mesmo destino que o seu pai, ou até pior. Não quero que seja punido como os caídos! Você não é um Deus, não teriam misericórdia de você, não há lei que o proteja. Eu o amo, Ravi, seria a morte ter que ver você como um caído.
— Não verá, você é meu amigo, por isso sou sincero com você; para os demais, serei Ravi Metatron, o general de mil exércitos! Vou continuar obedecendo sem questionar, não se preocupe, Levi.



Horas antes, no Hospital de Brindleton Bay.




A doutora Lívia esperava por Emanuelle, embora os sinais vitais dela estivessem estáveis, ela continuava inconsciente.




— Coloquem ela na cama, eu preciso examinar!




Lívia não estava atendendo uma paciente qualquer, era sua amiga que estava naquela cama hospitalar. Ela examinou cuidadosamente, coletou sangue para exames, pediu exames de imagens para ter certeza de que Emanuelle estava bem.






— Provavelmente, foi uma queda de pressão, ela trabalhou muito nos últimos dias. Apesar de a pressão estar normal.
— E os olhos desse jeito, por que sangraram? — Valentina pergunta.
— Vamos deixar que o oftalmologista responda isso! Bruno, peça para a Márcia ligar para o doutor Thiago, vir agora mesmo, explique o que aconteceu com a Manu, ele precisa examinar os olhos dela. — Lívia iria pedir exames ao oftalmologista, ele iria dizer por que os olhos de Emanuelle incharam daquele jeito.
— Pode deixar, já estou indo! — Bruno também estava muito preocupado.





Horas mais tarde:
Emanuelle já tinha sido examinada e medicada, tanto por Lívia quanto por Thiago, o médico oftalmologista. Emanuelle ainda não havia acordado, mas estava bem, os olhos desincharam de uma forma inexplicável, ainda estava sob cuidados por estar dormindo e não era por efeitos de medicamentos.






Edson foi chamado assim que Emanuelle desmaiou, ele estava lá desde que ela entrou na sala de Lívia.
— É estranho isso, parece um coma induzido! — Edson estava muito preocupado com o sono profundo da irmã.
— Ela só está com cansaço físico, não demos medicamentos fortes. — Lívia explicava.
— E as imagens das câmeras não mostraram nada, apenas ela no estacionamento e mais ninguém… É muito estranho esse desmaio do nada, parecia que ela estava com muita dor quando desmaiou, e os olhos estavam bem inchados, no entanto, não há mais nada?!
— Mas isso é bom, Edson! Emanuelle não teve sequelas, ela está bem, não se preocupe mais.



  — Só vou ter certeza de que ela está bem depois que acordar e me falar o que houve. É minha irmã que está aqui, eu tenho que cuidar melhor dela, Lívia, deixei-a trabalhar demais, ela não estava bem pela data de partida de nossos pais…  





— Não foi culpa sua, eu conheço essa cabeça dura aqui, só faz o que quer e quando quer, ninguém impede. — Lívia riu ao falar da personalidade da amiga — Se você tivesse tentado impedir ela de trabalhar, ou fazer o que fosse, ela teria feito mesmo assim. Estava chateada, sim, mas não estava mal em relação à data da morte dos seus pais.
— Eles partiram Lívia!
— Ah é!… me desculpe o jeito que falei.




— Tudo bem… Obrigado por se preocupar e cuidar da minha irmã cabeça dura. Você já pode ir, vou ficar com ela até acordar desse sono.
— Tá bom, qualquer coisa me chame.
— Pode deixar.



Edson ficou com sua irmã, ele ainda estava preocupado, iria esperar Emanuelle acordar.




“Preciso cuidar melhor da minha irmã, somos apenas nós dois agora. Ela precisa se afastar um pouco do trabalho, está muito cansada, física e mentalmente.”




Do lado de fora do quarto, Valentina observava Edson. Ela tinha uma notícia para dar ao namorado, mas teria que esperar até que tudo estivesse bem.





“Vou ter que contar depois, agora não seria uma boa hora, com a Manu desse jeito, ele não vai receber bem a notícia de que vai ser pai.”




Edson não tinha vontade de ter filhos, não estava nos planos dele no momento. Valentina e Edson se conheceram no hospital, ela era enfermeira e ele era médico. Agora, o diretor do hospital, os dois tinham um bom relacionamento.





No dia seguinte: sábado, fim de manhã e começo de tarde.



Emanuelle acordou e não se lembrava de nada, mas queria sair do hospital e ir para seu apartamento.





— Eu já falei que estou bem! Quero ir para o meu apartamento!
— Só estamos esperando os últimos resultados dos exames, depois, se estiver tudo bem, você recebe alta, senhorita cabeça dura! — Lívia tentava acalmar Emanuelle, que estava irritada e confusa com o que haviam dito que aconteceu com ela.
— Lívia vai dar alta a você, espere só mais uma hora, Manu?
— Espero que sim, mas enquanto isso quero minhas roupas de volta.
— Eu não disse Edson, ela está bem. A mesma teimosa de sempre, quando ela quer, ninguém segura!
Os dois riram de Emanuelle, e agora Edson estava mais despreocupado, vendo que a irmã estava bem.




— Você estava desmaiada e com os olhos inchados, não sabemos o motivo ainda, mas você está bem. Não se lembra de nada mesmo?
— Não… espera?!… — ela se lembra de alguma coisa — Eu me lembro de ter saído do elevador e ver as luzes piscar… é isso! As luzes piscaram forte e meus olhos começaram a doer…? Acho que foi isso…




— Mas não teve queda de energia no hospital. — Lívia fala.
— Não importa mais! O que realmente importa é que você está bem. — Edson percebe que a irmã está ficando mais confusa.
— Eu concordo com vocês! Acho que vou aceitar tirar férias, estou me sentindo cansada mesmo. 



— E você vai, vamos escolher juntos um lugar bem legal para você passar uns dias curtindo e se divertindo! — Edson apoia as férias de Emanuelle.
— Tem que ser um lugar cheio de gatos e festas! — Lívia sugere.




Eles relaxam e esperam pelos últimos exames, para que Emanuelle possa receber alta.



Uma hora depois:




Emanuelle recebeu alta, os resultados dos exames haviam saído e não acusaram nada de anormal, nem mesmo uma anemia, mas Edson estava pensativo em seu escritório.




Valentina foi falar com ele, avisar que Emanuelle esperava para os dois irem juntos para casa. Naquele dia de sábado, era folga de Edson, ele só estava no hospital pelo acontecido com a irmã.




— Toc toc!!
— Pode entrar!





Ele se alegra ao ver sua namorada. Valentina trabalhava naquele hospital há mais tempo do que Edson, os dois se apaixonaram logo de cara, ele deu o primeiro passo, mas ela só aceitou meses depois.





— Tudo bem, meu amor?
— Agora está, e você, minha linda, como está se sentindo?
— Eu já estou bem, o mal-estar já passou, era só um resfriado mesmo.
— Você tem tomado suas vitaminas? Tem que se cuidar melhor, amor.




— Estou tomando, não se preocupe comigo, mas pensando bem… adoro ser mimada por você.
— Eu não tenho feito isso ultimamente, não é mesmo? Estou te devendo um jantar.





— Está sim e eu vou cobrar! Apesar de entender o porquê de estar sempre me devendo algo, sei que você é um homem muito ocupado.
— Ainda bem que eu tenho uma namorada compreensiva, se não já teria levado um chute para fora da sua vida!




— Sim, você é um cara muito sortudo mesmo, isso eu tenho que admitir. Vai querer chá de quê? Eu tô vendo que você nem abriu as caixinhas que eu comprei.
— Estou esperando acabar o de camomila, você pode fazer esse mesmo, por favor?!



“Não sei como vou contar que estou grávida, ele não quer ter filhos agora… Arrisco ser eu a levar o chute para fora da vida dele!”





— Amor, depois temos que conversar sobre um assunto que tenho pra falar com você… mas só depois, quando você e Manu estiverem melhor.
— Nós já estamos bem, você quer falar agora?
— Vai ser demorado, é melhor falar durante o jantar, então, quando você tiver tempo?!





— Tá tão feio assim pra mim, prometo me redimir pagando tudo que devo?!
— Tem que ser mais do que uma noite pra pagar tudo!


Edson beija a namorada, ele é completamente apaixonado por Valentina.






— Sabe que eu sou apaixonado por você, se terminar comigo, faço greve de fome!
— Bobo! Você nunca me deu motivos pra sequer pensar nisso…




— Estou ausente na sua vida ultimamente, você é muito paciente, mas eu vou tomar cuidado para não abusar disso. Depois que Emanuelle viajar, vou ficar mais despreocupado, ela concordou que precisa descansar.
— Já deve estar impaciente esperando você. Vai logo levar ela, e hoje você deveria estar de folga, não aqui no escritório.




— Eu vou lá, então você vai passar na minha casa depois que sair daqui, não é?
— Vou, sim, depois das minhas 24 horas de plantão! Provavelmente vou chegar lá morrendo de sono e cansaço.
— A minha cama é toda sua! Adoro ver esse cabelo vermelho esparramado no meu travesseiro.
— Para com isso, Edson! Vai logo ver sua irmã, depois a gente conversa.
— Eu te amo, Valentina!
— Eu também te amo, amor, não importa o que aconteça… eu nunca vou deixar de amar você.



Continua...

Comentários

  1. Me identifiquei com o Edson. Eu também tenho uma irmã cabeça dura!

    Esse relacionamento da Valentina com o Edson não sei não viu... Acho que pode pegar mal essa história de o Edson namorar uma funcionária do hospital que ele é o diretor.

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    1. Talvez Tatsumi, mas eles já estão há 2 anos namorando, vamos ver o que vai acontecer né, ainda mais com essa gravidez indesejada, por ele?!
      Obrigada por ler!

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  2. Awn, Edson e Valentina são tão fofos!

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