Black Wings 02





Essa história é meramente fictícia, foi escrita e inventada por mim.
Usei referências de muitas histórias, filmes livros e lendas.



Levi percebeu que Emanuelle tinha presenciado tudo.




Emanuelle estava ferida, os sons e energias emanadas daquela batalha tinham afetado seriamente os sentidos dela. Emanuelle caiu no chão praticamente sem energia.





— Ravi, uma humana nos viu! Olhe, está ferida!
— Impossível Levi! Não sinto a presença de um ser evoluído.

*Ser ou alma evoluída: humano que pode ver os anjos, uma alma boa reencarnada com alta evolução e dons psíquicos.




  — Ahnn! Ungh! Minha cabeça vai estourar...

 Emanuelle chorava e gemia de dor.  




Levi tentou ir até Emanuelle, mas foi interrompido por seu general, Ravi.
— O que você pensa que vai fazer Levi?
— Você não vê como ela está sofrendo, precisamos ajudá-la!
— Eu a vejo, mas diferente de você, não me permito sentir o sofrimento. E você não me pediu autorização para ir até ela!
— Me desculpe, Ravi... mas por favor, deixe-me ajudá-la, posso fazê-la esquecer de tudo.



  — Olhe só o que você tem que fazer!! Veio aqui para isso e está proibido de interagir com os humanos. Nosso trabalho está feito, vamos embora.  




  "Que som é esse, meus ouvidos vão estourar, acho que vou morrer aqui!" — Emanuelle começou a ouvir os anjos conversarem, ela não conseguia entender o que eles falavam, e a dor estava se intensificando cada vez mais.  




— Eu não posso ignorar o sofrimento de uma alma tão boa, clara e positiva... isso me entristece profundamente, me faz sofrer também. Deixe-me ajudá-la, por favor?
— Ela não é problema seu! Deixe que outros cuidem disso.
— Não, ela não é um problema para ninguém, é uma garota boa...
O general respira fundo, Ravi se aborrece com Levi, porém é paciente por ser seu amigo.
— Por que você se torna tão fraco diante deles, Levi? Não ver como essas criaturas só trazem problemas, olhe para você, ainda não ganhou suas asas de combate, não evoluiu como anjo de guerra, por causa deles!... Dessa fraqueza que você tem em relação aos humanos.
— Desculpe Ravi, não ouso mais questionar as suas ordens, meu general e meu amigo. — Levi continuou com a cabeça baixa, decidiu obedecer às ordens do seu general, porém, a última palavra que ele disse amoleceu o coração de Ravi, coisa que poucos conseguiam.




  — Por que acha que eu quis vir até a dimensão 5 com você? Eu sei muito bem que conseguiria capturar esse "negativo 3", não duvido de suas capacidades, sua força e agilidade nas batalhas, você tem tudo para se tornar um grande general, mas se limita com suas fraquezas emocionais... esses humanos tiram tudo de você, se enfraquece e não mede as consequências de como podem afetar a sua vida celestial. Não podemos interferir na vida deles, não podemos amá-los de outra forma, os humanos são intocáveis para nós... Eu ainda não entendo como seres inferiores, vindo de nós, se tornaram tão adorados pelos deuses... vivemos para protegê-los e garantir que sua espécie continue a existir e isso é cansativo!





— Me perdoe Ravi, você tem toda razão, irmão.
— O que você está fazendo, Levi?
— Uma oração para as "Asas Amarelas" virem ajudá-la, essa humana é médica e já salvou algumas vidas, ela merece viver e continuar com seu trabalho ajudando outros humanos.



Emanuelle já havia desmaiado, estava em coma a ponto de morrer.





Ravi interrompe a oração de Levi, ele resolve ajudar Emanuelle. Ele mesmo iria tocar a humana.
— Ravi, não precisa fazer isso... Eu posso... — Levi sabia o quanto seria difícil para Ravi ter contato físico com um humano, ele era extremamente reservado até com os seus semelhantes.



  — Você não pode Levi! Recebi ordens para puni-lo caso ajudasse um humano sem permissão. Eu não quero ter que fazer isso... punir você me faria sofrer.




"Eu não sabia disso... Ravi, veio para não me punirem... Meu irmão realmente se importa comigo".




Ravi não queria interferir com os humanos, mas o causador da morte prematura de Emanuelle seriam eles, caso não a ajudassem. Levi tinha razão em sentir pena dela, afinal, eles foram treinados para amá-los e cuidar deles, como os criadores "Deuses", os ensinavam. Como poderia não se comover e tentar ajudar uma criatura de alma tão positiva como Emanuelle? Nem mesmo Ravi, que não era de sentir muito pelos humanos, pode ignorar o sofrimento dela.




Ravi debruçou-se sobre Emanuelle e começou a fazer uma oração que só os generais sabiam e tinham permissão para fazer. Ele estava restaurando as energias dela, devolvendo-lhe a vida que já estava se esvaindo do seu corpo frágil. Levi poderia ajudar Emanuelle, caso ela ainda tivesse vida no seu corpo, ele poderia fazê-la esquecer de tudo o que viu, afinal, ele era "Levi Purah" o anjo do esquecimento. Mas não poderia lhe devolver a vida, se ela morresse.




Ravi orava e pedia pela restauração da força vital de Emanuelle, ele invocava as energias celestiais vindas dos cristais da vida.



Ao invocar essas energias, Ravi devolvia a vida a qualquer criatura feita pelos deuses celestes. Ele tinha autorização e, portanto, a energia vinha direto a ele sem passar por nenhuma aprovação dos deuses.




Emanuelle ainda estava caída, mas já dava sinal de vida.




— Vamos, criança, acorde e desperte para a vida novamente, eu ordeno a você que volte!





Levi sentiu-se feliz e emocionado ao ver o amigo que não tinha os humanos como criaturas preferidas, ajudando com tanta compaixão aquela garota frágil e quase sem vida.
Levi, um dia, se apaixonou por uma humana, ela era uma alma em evolução avançada e reencarnada, mas isso não terminou bem para eles.




Ravi fez a oração da vida e lançou sua luz sobre Emanuelle, que já estava praticamente sem vida antes dele o fazer. Ele sabia que ela ficaria bem, a deixou no mesmo lugar para que outros humanos a encontrassem.




  — Está feliz agora, Levi? A humana viverá.
— Obrigado irmão, por ser misericordioso com ela... e por se importar comigo.




"Preciso de alguém de confiança para ficar no meu lugar quando minha mãe me chamar para ficar no seu... Levi merece esse cargo, só precisa vencer essa fraqueza"




Os anjos, agora, levariam o demônio para o seu devido lugar: O submundo.


Continua...


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