Black Wings 01






Essa história é meramente fictícia, foi escrita e inventada por mim.
Usei referências de muitas histórias, filmes, livros e lendas.


 Emanuelle:

"Quando eu era criança, minha mãe me contava histórias sobre os anjos, ela amava falar sobre eles e me dizia que cada um de nós tem o nosso “Anjo da Guarda”. Eu sempre duvidei disso, se cada ser humano tem seu anjo, por que aconteciam tantos acidentes, por que tantas pessoas morriam de doenças e até mesmo por tirarem a própria vida?
Acreditei nas histórias dela até uma certa idade, e deixei de acreditar depois que meu melhor amigo morreu. Ele só tinha 16 anos quando tomou veneno e morreu sozinho, trancado no banheiro, três dias após sua mãe morrer por infarto fulminante. Max não resistiu à dor da perda de sua mãe.
ANJOS NÃO EXISTE!! Eu gritava para minha mãe, enquanto abraçava o urso que ele me deu… eu nem gosto de bichos de pelúcia, mas tudo que Max me dava era especial para mim, eu tinha 14 anos quando ele se foi."




Emanuelle Torres, médica cardiologista, escolheu essa especialização devido à morte da mãe de seu melhor amigo, esse que mais tarde faleceu também, porém, ele, por suicídio. 
“Seis anos depois da morte de Max, eu pude entender a dor que ele sentiu.
Quando quem você ama morre, metade de você vai com aquela pessoa, ou até mais do que isso… A dor vem de todas as formas, e você perde a vontade de existir.
Meu irmão e eu perdemos os nossos pais, os dois ao mesmo tempo, em um acidente de barco, saíram para velejar e se afogaram por uma tempestade, foram três longos dias de espera até encontrarem os corpos.
Hoje, completa seis anos desde que se foram, eu ainda quero fantasiar que eles estão velejando por aí, mas isso é um pensamento idiota. Eles estão mortos e a dor ainda é a mesma que senti no dia em que vi os corpos… busco forças no meu trabalho e consolo no amor do meu irmão, só temos um ao outro agora.”





Agora, Emanuelle estava com 26 anos e seu irmão com 32. Edson Torres também é médico e tinha se tornado o diretor-geral do hospital. Os irmãos trabalhavam no mesmo lugar. Apesar de Emanuelle estar formada há apenas um ano, era uma excelente profissional, médica dedicada e muito responsável. Os pacientes e colegas de trabalho adoravam Emanuelle.
Aquele dia foi cansativo, Emanuelle dobrou o plantão e isso já estava se tornando rotineiro, ela estava há 36 horas trabalhando direto. Já era hora de passar o plantão para a próxima equipe: a médica clínica geral, Lívia, e a enfermeira chefe Valentina, que também era namorada de seu irmão, assumiriam o plantão a partir dali, com outros profissionais.
Emanuelle, era bonita, mas simples, teve uma infância de uma criança normal. Seus cabelos eram lisos e castanhos escuros naturalmente, seus olhos médios eram castanhos amendoados, sua pele morena clara com algumas manchas da fase da adolescência, estatura mediana, magra. Emanuelle não tinha preocupações com a estética física, não gostava de ir para academias treinar para ter um corpo definido, fazia exercício básicos em casa mesmo, mas estava bem com a sua aparência.





  — Vai com Deus e os anjos, doutora, que eles te protejam sempre! Você é uma mulher bondosa, obrigada por cuidar tão bem de mim. — A paciente agradeceu. Júlia Alves estava internada há quatro semanas, com pneumonia, mas já estava quase recebendo alta.  




— Obrigada, dona Júlia! Durma bem, a partir de agora essa médica linda, loira e ainda muitíssima competente cuidará da senhora, junto com essa ruiva, igualmente competente, mas menos bonita. — Emanuelle riu depois de ter feito o comentário, brincando com as três, e a ruiva Valentina protestou e depois riu também.




Deixaram o quarto onde Júlia estava internada e caminharam em direção à recepção do hospital. Não tinham muitos pacientes naquele horário, já era quase meia-noite, Emanuelle já tinha dispensado sua equipe, estava indo para seu apartamento, e enfim, descansar.





— Tá de pé a nossa viagem, né? — Lívia pergunta para Emanuelle.
— Claro, está sim… na próxima folga?
— Isso mesmo, só nós duas e muito verde, aventuras nos espera!
— Tá bom, vamos sim…
— Quanta animação! — Lívia reclama por Emanuelle não compartilhar do mesmo entusiasmo que ela.
— Desculpa Livi, mas hoje eu estou cansada, amanhã nos falamos melhor, tá bom?
— Tá bom, Manu, não tem problema, nos falamos amanhã.



Valentina sabia que aquele dia em especial, não era festivo para Emanuelle, mas ela ficou só ouvindo as duas conversarem. Ela não iria nesse passeio, ficaria com o namorado Edson.




Na recepção, o enfermeiro Bruno e a recepcionista Márcia conversavam. Ele também fazia parte da equipe que iria assumir o plantão daquele horário.




Emanuelle se despediu dos amigos e colegas de trabalho e foi ao vestiário trocar de roupa.




Um piso abaixo, indo ao vestiário. É o lugar para descansar quando podem, em intervalos do trabalho.





“Estou realmente cansada… Preciso dar ouvidos ao meu irmão e tirar férias, uns dias na praia vão me fazer bem… Acho que vou para Sulani, me sinto mais perto dos meus pais quando vou lá… Tenho a sensação de que eles podem aparecer a qualquer momento”.




  “Ou talvez eu precise mesmo é de badalação, como diz a Livi: sair por aí fazendo o que bem entender sem se preocupar com o amanhã” — Emanuelle ri ao pensar em Lívia.



  “Hora de trocar de roupa e ir para casa, Emanuelle!… Só eu e minha cama, com meu lençol fofinho, vou entrar em coma quando cair nela” — Emanuelle, tinha um quarto de descanso só para ela, os demais funcionários dividiam os quartos entre si, uma vantagem em ser a irmã do diretor-geral — “Sei que não é justo, mas eu gosto de ter um cantinho só para mim aqui… e ninguém reclama por eu ter, afinal, eu estou mais aqui do que em qualquer outro lugar ultimamente!”  




Depois de trocar a roupa, Emanuelle pega sua bolsa e vai para o estacionamento que fica no andar subterrâneo do hospital, onde seu carro estava estacionado.




Logo que sai do elevador, ela percebe as luzes piscarem como se fosse faltar energia elétrica, e as luzes continuaram a piscar repetidamente.




“Que estranho… se for falha elétrica, já era para essas luzes terem parado de piscar e voltarem ao normal… afinal, para que servem os geradores que tem nesse hospital?… Será que deram defeito, todos ao mesmo tempo? Quase impossível isso acontecer!”



Mas as luzes não voltaram ao normal, pelo contrário, continuavam a piscar, e de uma forma mais intensa a ponto de quase estourarem.




Emanuelle, guardou sua bolsa no carro, porém começou a ficar muito preocupada e já estava desistindo de sair. O hospital possuía UTI (unidade de tratamento intensivo), e os pacientes que estavam internados lá dependiam de máquinas e aparelhos elétricos, para se manterem vivos, não só os que estavam em UTI, mas também os que estavam em leitos de enfermarias.





“Tem alguma coisa muito errada acontecendo aqui, tenho que voltar!… Se for mesmo falha elétrica, e se os geradores estiverem com defeito, vamos ter que transferir os pacientes para outros hospitais, e com urgência! Preciso ajudar a Liv com isso!”
Mesmo estando muito cansada, exausta de trabalhar, Emanuelle decide voltar, pois estava preocupada com os pacientes do hospital.



Portanto, deu meia volta a caminho das escadas, usar os elevadores, não seria possível, mas não conseguiu dar mais do que dois passos, ela presenciou uma cena de filme de ficção científica, ali mesmo no estacionamento.





Três homens, vestidos estranhamente, lutavam. Os dois, que estavam vestidos de preto e tinham asas negras, lutavam com outro que tinha a aparência de um demônio. O que mais impressionava Emanuelle era o que saia das mãos deles, luzes e coisas parecidas com energias e raios, sem falar no fato do demônio estar levitando.




  “Será isso uma brincadeira da Livi?” — pensou ela, pois a amiga gostava de pregar peça, mas logo Emanuelle afastou esse pensamento, seu corpo começou a tremer e os ouvidos a doer. A imagem agora era nítida e as luzes nem piscavam mais, ela agora conseguia ouvir o som quase ensurdecedor que os três faziam ao lutar.  




Ravi Metatron (porta-voz do divino, conhecido como “O Anjo Supremo”), general do celeste da Deusa “Enuma Elish”, e filho dela. Estava capturando o demônio, que havia fugido do portão 2 do submundo, esse governado por Lilith.




Ravi não costumava ir até a Terra, planeta chamado de "Dimensão 5", pelos Deuses, foi poucas vezes à Terra, sua mãe, a deusa Enuma Elish, lhe designava funções mais importantes, no entanto, para aquela missão, Ravi se dispôs a ir, na verdade, fez questão de participar. Seu amigo, “Levi Purah” (anjo do esquecimento), tinha sido designado para essa missão de captura dos demônios que fugiram do Submundo, e Ravi quis acompanhar o amigo na sua missão.
O anjo Metatron, era belo em toda a sua glória. Seus cabelos pretos, lisos e macios como plumas de ganso, caiam no rosto, estava na altura do pescoço. Olhos azuis reluzentes no formato de olho de reptil, sua pele branca com o brilho celestial.




Cinco demônios fugiram do submundo, do portão 2, onde Lilith governava, ela andou ausente e acabou facilitando para a fuga deles. Quatro deles já tinham sido capturados por outros anjos, sendo levados para Lúcifer, que decidiria o que fazer com eles. Faltava apenas um, que agora seria levado de volta para onde nunca deveria ter saído. Esse demônio causou mortes prematuras, estava naquele hospital há duas semanas e se alimentava da dor e sofrimento das pessoas, estava ganhando forças para possuir uma forma humana.




Emanuelle mal conseguia acreditar no que estava vendo, seria isso alucinação pelo cansaço, quase exaustão? Ou até mesmo por seu estado emocional frágil devido à data da morte dos pais? Ela se questionava e tentava sair daquele transe, mas as dores que sentia eram bem reais, elas estavam cada vez mais fortes. Apesar de tudo ser surreal, as dores físicas provavam o contrário.




Enquanto a situação estava sob controle desde o começo para Ravi e Levi, pois o demônio era do nível 3, considerado muito fraco para eles.



Para Emanuelle, não estava nada bem, as dores aumentavam, ficando cada vez mais forte.




Os olhos ardiam como se tivesse caído ácido dentro deles, os ouvidos doíam e Emanuelle conseguia ouvir os barulhos infernais que o demônio fazia ao ser estrangulado, sons guturais feriam os ouvidos dela, o som do bater das asas dos anjos eram como espadas de mil exércitos juntas batendo no metal.




Todos esses sons e imagens eram demais para os sentidos humanos. Emanuelle sofria, mas estava sendo forte.



Ravi deu seu último golpe de poder no demônio, lançando-o no chão, e o som de trovões vindo desse ataque foi demais para Emanuelle.




Ela gritou de dor, seus olhos agora sangravam e os sentidos não estavam mais obedecendo. Emanuelle estava a ponto de desmaiar de dor.




Foi quando Levi percebeu o que estava acontecendo com ela — "Essa humana nos viu! Mas como isso aconteceu?"

O anjo Purah, também belo, sua pelo morena, limpa sem defeito algum, seus olhos não eram iguais os de Ravi, eram na cor azul florescente, eles possuiam energia celestiais e por isso eram tão brilhantes, cabelos pretos e curto, macio. Levi era um belo anjo.




Continua...

Comentários

  1. Desligados em? Nem perceberam a médica gata por perto

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    1. Pois é, mas Emanuelle não é tão fácil de detectar, ops! Acho que dei um spoiler kkkkk. Obrigada Tatsumi!

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  2. Gente! Anjos ou demônios? Ansiosa para o próximo capítulo. O que vai acontecer com Emanuelle?

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    1. Quanta honra, em ter você lendo minhas histórias! \0/ Obrigada querida!

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  3. Adorei as descrições de como os sons sobrenaturais a afetou! Com certeza vou continuar a ler o restante da história, estou bem curiosa.

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